Na Assembleia Mundial da
Saúde, ministro defende que o aleitamento materno e o acesso ao leite humano é
a garantia do crescimento saudável das crianças
Crédito: Renato Strauss
O ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, como presidente do Grupo Econômico BRICS (Brasil, Rússia,
índia, China e África do Sul) defendeu nesta terça-feira (21), durante discurso
na sessão plenária da 72ª Assembleia Mundial da Saúde, o fortalecimento do
cuidado à saúde da criança, com ênfase na primeira infância. De acordo com
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 4,6 milhões de crianças
morrem durante o primeiro ano de vida. Para reverter a situação e garantir um
crescimento saudável das crianças, o ministro da Saúde do Brasil acredita que o
“aleitamento materno e a garantia de acesso ao leite humano é fundamental e
eficaz para a redução da mortalidade infantil no mundo”.
Em agosto deste ano, o Grupo
Econômico BRICS vai promover no Brasil um workshop que tem como objetivo
debater o acesso ao leite humano nas políticas nacionais. O intuito é que esse
encontro fortaleça os canais de comunicação entre as instituições do grupo
responsáveis pelas ações de aleitamento e de banco de leite humano.
“Reitero a necessidade do
fortalecimento da Atenção Primária como pilar dos nossos sistemas”, declarou
Mandetta ao se referir ao compromisso do Brasil com a Declaração de Astana
sobre Atenção Primária à Saúde. O acompanhamento de gestantes e crianças até os
três anos de idade ocorre principalmente na Atenção Primária, onde é possível
resolver até 80% dos problemas de saúde da população.
DOAÇÃO DE LEITE
Itens relacionados
Com a maior e mais complexa
rede de banco de leite do Mundo, o Brasil é referência internacional por
utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta tecnologia. A Rede Global de
Bancos de Leite Humano (RBLH) – que é uma iniciativa do Ministério da Saúde,
por meio do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) - exporta essa
tecnologia para 22 países da América Latina, Caribe, Península Ibérica e está
em fase inicial da cooperação técnica para outros quatro. Desenvolvida há 34
anos, a estratégia brasileira tem como foco a promoção, a proteção e o apoio ao
aleitamento materno até os 2 anos de vida, sendo de forma exclusiva até os 6
meses de idade.
Hoje, há no Brasil 225 bancos
de leite humano, sendo que cada um dos 26 estados e o Distrito Federal possui
pelo menos um. A média nacional é de 45 bancos de leite por macrorregião do
país. Além disso, estão disponíveis 212 postos de coleta, além da coleta
domiciliar disponível em alguns estados. Todo o leite humano coletado passa por
um rigoroso controle de qualidade antes de ser distribuído e é fornecido de
acordo com as necessidades de cada recém-nascido.
Os BLHs são serviços
especializados de apoio à amamentação que surgiram como uma estratégia de
qualificação da assistência neonatal em termos de segurança alimentar e
nutricional, e visa contribuir para a redução da mortalidade infantil em
instituições hospitalares. São responsáveis por ações de promoção, proteção e
apoio ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta da produção
lática da nutriz, do seu processamento, controle de qualidade e distribuição.
DOENÇAS NEGLIGENCIADAS E RARAS
Ainda durante o discurso na
sessão plenária da 72ª Assembleia Mundial da Saúde, o ministro, Luiz Henrique
Mandetta, destacou a importância no enfrentamento das doenças negligenciadas e
seus determinantes sociais. Além do comprometimento direto no diagnóstico e
tratamento das doenças raras.
“Para ampliar o serviço e o
acesso ao tratamento dessas doenças, se faz necessário buscar alternativas que
garantam o acesso ao diagnóstico e tratamento oportunos e ao mesmo tempo em que
nos convoca a fortalecer as nossas capacidades de diálogo com a indústria
farmacêutica, de modo a garantir preços mais justos de insumos e medicamentos,
afirmou Mandetta.
Atualmente 350 milhões de
pessoas no mundo sofrem com alguma doença rara, dentre elas 50% são crianças,
das quais 30 % morrem antes dos 5 anos de idade.
TUBERCULOSE
Como presidente do BRICS, o
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugeriu ainda, com o apoio do
Programa Global de Tuberculose da OMS, a criação de um secretariado da rede de
tuberculose na sede da organização em Genebra para dar mais sustentabilidade e
perenidade ao cuidado com a doença. De acordo com o ministro, a Rede de
Pesquisa em Tuberculose já em andamento no BRICS e “vem gerando resultados
importantes no combate à doença nos países do grupo”. O ministro ressaltou,
ainda, que o grupo já promove chamadas públicas para a contratação de pesquisas
colaborativas para desenvolver novos tratamentos, diagnósticos e medicamentos
para a doença.
ASSEMBLEIA MUNDIAL DA SAÚDE
A Assembleia Mundial da Saúde
é o órgão de decisão máximo da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os membros
da Assembleia reúnem-se anualmente nos meses de maio em Genebra, cidade onde
está localizada a sede da OMS. Entre os objetivos da agência da ONU está a
ampliação do acesso e da cobertura de saúde para atender a um bilhão a mais de pessoas
na comparação com números atuais. A instituição também quer garantir que um
bilhão de indivíduos estejam protegidos de emergências de saúde.
0 comentários:
Postar um comentário