O ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, está em Genebra, na Suíça. O destaque da agenda para 2019 é a
cobertura sanitária universal e o acesso ao sistema de saúde
O ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, defendeu a colaboração entre pesquisadores de diferentes países em
torno da construção de ações para inovação no diagnóstico, tratamento e atenção
à tuberculose. “A pesquisa e a inovação em saúde são elementos-chave para
fortalecer os sistemas de saúde, preenchendo lacunas de conhecimento que existem
na promoção da saúde, no tratamento, na prevenção e no controle de doenças e no
atendimento de necessidades significativas de saúde”, destacou.
A declaração foi feita em Genebra, na
Suíça, durante reunião do programa mundial “Stop TB partnership”, que reúne
organizações internacionais, programas governamentais, agências de pesquisas,
fundações, sociedade civil entre outros atores em mais de 100 países na luta
contra a tuberculose. Mandetta está na cidade suíça para participar da 72ª
Assembleia Mundial da Saúde, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
que acontece de 20 a 28 de maio e reúne 194 delegações.
Em 2017, dados da Organização Mundial
da Saúde (OMS) apontam que cerca de 10 milhões de pessoas, em todo o mundo,
adoeceram por tuberculose e que a doença teria causado 1,3 milhão de óbitos,
sendo uma das 10 principais causas de morte no planeta.
No último domingo (19), o ministro de
Estado da Saúde do Brasil também participou de reunião paralela à Assembleia
Mundial, promovida pela UNITAID, sobre “como reduzir pela metade as mortes por
HIV”. A Unitaid é uma organização internacional que investe em inovações para
prevenir, diagnosticar e tratar HIV/aids, a tuberculose e a malária. Na
ocasião, Mandetta destacou as iniciativas desenvolvidas pelo Brasil para
reduzir a mortalidade por Aids, como prevenção da Tuberculose ativa em pessoas
vivendo com HIV, ampliação de diagnóstico precoce da infecção por HIV com
distribuição de testes rápidos, além de autotestes para HIV disponibilizados em
farmácias, postos de medicamentos e serviços de saúde. E, ainda, oferta
gratuita de tratamento antirretroviral de qualidade, com menos efeitos adversos
e maior aceitação, bem como exames de acompanhamento, por exemplo, genotipagem
e exame de pró-viral disponível no SUS.
Na edição deste ano da Assembleia
Mundial da Saúde, as participações dos Estados-Membros estão centradas no tema
“Cobertura sanitária universal: não deixar ninguém para trás”. O objetivo é
tratar a cobertura universal e o acesso ao sistema de saúde. “Hoje, vamos ter
reunião das Américas, uma região extremamente preocupada com a questão da
vacinação, com a queda de área livre de sarampo. Devemos agora a tarde ter uma
reunião organizada pelo Brasil, Estados Unidos, Colômbia e Canadá, no qual
vamos propor caminhos para que a gente possa ter uma cobertura vacinal digna
para a humanidade”, resumiu Mandetta.
SARAMPO
O Ministério da Saúde está liderando,
na Assembleia Mundial da Saúde, uma frente pela vacinação. O objetivo é
discutir, entre outras doenças, o sarampo, conscientizando para a ampliação das
taxas de cobertura vacinais contra o sarampo, uma vez que a doença está se
espalhando novamente pelo mundo. No Brasil, dados preliminares de 2018 apontam
que a vacinação em crianças menores de dois anos foi de 90,5%
Em 2019, foram confirmados no Brasil
92 casos de sarampo, sendo 48 no Pará, 30 em São Paulo, 04 no Amazonas, 03 em
Santa Catarina, 04 em Minas Gerais, 02 no Rio de Janeiro e 01 em Roraima. Deste
total, 22 casos são autóctones, 21 do estado do Pará, relacionado ao surto da
Venezuela, e 01 do estado de São Paulo, relacionado ao surto de navio. Os
demais casos ou foram importados de outros países, ou não foi possível
identificar a fonte de infecção, ou foram confirmados antes de fevereiro de
2019, quando o vírus ainda não era endêmico.
O Brasil enfrentou a reintrodução do
vírus do sarampo, com a ocorrência de surtos em 11 Estados, um total de 10.326
casos confirmados. Encerraram o surto em 2018 o Distrito Federal e 07 estados
(Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Rondônia, Pernambuco, Sergipe,
Bahia).
Em maio/2019, membros da
OPAS/Washington se reuniram com técnicos do Ministério da Saúde e
representantes das secretarias de saúde estaduais e municipais para discutir o
plano de eliminação do sarampo no Brasil. Atualmente, o Ministério da Saúde
está finalizando um plano de sustentabilidade da eliminação do sarampo para ser
implementado no país.
ASSEMBLEIA MUNDIAL DA SAÚDE
A Assembleia Mundial da Saúde é o
órgão de decisão máximo da Organização Mundial da Saúde. Os membros da
Assembleia reúnem-se anualmente nos meses de maio em Genebra, cidade onde está
localizada a sede da OMS. Entre os objetivos da agência da ONU está a ampliação
do acesso e da cobertura de saúde para atender a um bilhão a mais de pessoas na
comparação com números atuais. A instituição também quer garantir que um bilhão
de indivíduos estejam protegidos de emergências de saúde.
EVENTO PARALELO
Entre os temas que serão tratados
durante a reunião deste ano estão a preparação e resposta em emergências de
saúde pública; aplicação do Regulamento Sanitário Internacional (2005);
erradicação da poliomielite; implementação da agenda 2030; saúde ambiental e
mudança climática; resistência antimicrobiana; reuniões de alto nível da
Assembleia Geral das Nações Unidas sobre prevenção e controle de doenças não
transmissíveis; resistência antimicrobiana e tuberculose.
Nesta segunda-feira (20), com a
abertura oficial da Assembleia Mundial da Saúde, estão previstas reuniões com
os Chefes de Delegação dos Países da Região das Américas e com a Subcomissão de
Saúde da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concentração e Cooperação
(COSBAN). O ministro Luiz Henrique Mandetta deve reunir-se, também, com o
ministro da Comissão Nacional de Saúde da China, Dr. Ma Xiaowei para discutir
os sistemas de saúde e abertura a linhas de pesquisa de interesse mútuo.
O Brasil participa como um dos
co-patrocinadores do evento paralelo “Promovendo a confiança em vacinas:
acelerando os esforços globais de imunização para a proteção da saúde de todas
as gerações”, em parceria com Canadá, Estados Unidos da América e União
Europeia. Estão previstas reuniões bilaterais com diversos países, nações dos
BRICS e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, além do encontro da
delegação com altas autoridades da OMS, bem como dirigentes de diversas
organizações internacionais de grande relevância para a saúde global, como o
GAVI Alliance, a Stop TB partnership, UNITAID, World Heart Federation e outros.

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