Plenário da 68ª Assembleia
Mundial da Saúde, em Genebra, Suíça. Foto: OMS
O segundo dia de sessões (21)
da 72ª Assembleia Mundial da Saúde, que acontece em Genebra, na Suíça,
concentrou suas discussões em plenário sobre como alcançar a cobertura
universal de saúde sem deixar ninguém para trás. Paralelamente, comissões de
trabalho abordaram temas relacionados à
preparação e resposta a emergências.
Ministros e delegados das Américas
começaram a expor seus pontos de vista sobre o tema de debate geral no plenário
e explicaram detalhadamente as medidas que implementaram para alcançar esse
objetivo, ao mesmo tempo em que reafirmam seu compromisso em alcançar a saúde
universal. Até terça-feira, 19 países das Américas fizeram apresentações.
Os países da região
concordaram em destacar a importância de basear a saúde universal na atenção
primária e propiciar sistemas integrais e de qualidade para todas as pessoas.
Vários ministros se referiram
à resolução adotada em 2014 pelos Estados-membros das Américas sobre acesso e
cobertura universal à saúde.
Também destacaram as áreas
onde um consenso já havia sido alcançado na região com relação às dez
recomendações feitas pela Comissão de Alto Nível sobre Saúde Universal no
século 21: 40 anos de Alma Ata, em abril deste ano. Além disso, pediram a
inclusão desses consensos na resolução que será apresentada às Nações Unidas na
reunião a ser realizada em setembro de 2019 sobre esse tema.
Em suas intervenções, os
ministros das Américas também destacaram as reformas que seus países
implementaram para alcançar a saúde universal. Muitos deles escolheram
diferentes temas para dar exemplos de seus sistemas de saúde em ação ou da
necessidade de integrá-los dentro de uma cobertura universal de saúde.
Nesse sentido, alguns
ministros, como os do Brasil e dos Estados Unidos, referiram-se à necessidade
de aumentar as taxas de cobertura. Outros, como os da Colômbia e Guatemala,
falaram sobre o impacto da migração sobre os sistemas de saúde.
Ministros do Chile e de outros
países apontaram a necessidade de tornar o envelhecimento saudável parte do
tema “saúde universal”, bem como doenças crônicas não transmissíveis e seus
fatores de risco, como foi o caso do Paraguai.
As mudanças climáticas e seus
impactos na saúde e nos sistemas de saúde, abordados pela Guiana, e as
situações de emergência, foram outros pontos mencionados por autoridades da
região.
Comitês iniciam trabalhos
A Comissão A, encarregada de
debater os assuntos técnicos da Assembleia, começou a abordar o tema de
preparação e resposta a emergências de saúde pública, o que inclui a
implementação do Regulamento Sanitário Internacional e o trabalho da OMS em
emergências, entre outros tópicos.
Por sua vez, o Comitê B, que
costuma abordar questões financeiras e de gestão, também iniciou suas sessões
com o orçamento da OMS como o primeiro item da agenda.
Eventos paralelos
Analisando experiências e o
progresso para a saúde universal
“A cobertura universal de
saúde é uma questão de direitos humanos e ao mesmo tempo um meio de
desenvolvimento”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em
um evento paralelo organizado para discutir o progresso alcançado em saúde para
todos até 2030.
“Ninguém deve cair na pobreza
devido a problemas de saúde. Vamos construir um futuro mais saudável juntos”,
acrescentou.
O ministro da saúde da
Colômbia, Juan Pablo Uribe, afirmou que o país “passou de 25% de cobertura há
25 anos para quase 95% de cobertura efetiva hoje”.
Disse também que o desafio à
frente é alcançar a cifra dos 100%. “Esse desafio implica entender a
diversidade do país e aplicar modelos flexíveis que diferem dos seguros que
operam em grandes e médias cidades, que é onde estamos agora.”
No encerramento do evento, a
diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, ressaltou que “a cobertura sem acesso à
saúde não é suficiente” e que não existe uma fórmula única que possa ser
aplicada a todos os países para alcançar a saúde universal. Ela enfatizou que o
compromisso político deve resultar em ações concretas.
Etienne também pediu às
autoridades de saúde dos países para não se contentarem com um pacote básico de
serviços.
“Precisamos reduzir as
desigualdades e barreiras ao acesso e precisamos de um novo modelo de saúde
baseado na atenção primária que seja integral, não apenas curativo”, disse,
adicionando que a região das Américas já se move nessa direção.
Década de envelhecimento
saudável: 2020-2030
Com o objetivo de promover o
envelhecimento saudável, a OMS liderará uma década de ação mundial em
consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Para analisar o progresso do
organismo internacional na última década e compartilhar experiências,
Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica e Panamá organizaram um evento paralelo
sobre esse tema na 72ª Assembleia Mundial da Saúde.
“O envelhecimento da população
é um fenômeno sem precedentes que obriga os nossos países a se unirem”, disse o
ministro da saúde do Chile, Emilio Santileces.
“A Década de Envelhecimento
Saudável 2020-2030 será um esforço global que pode fazer a diferença na vida
das pessoas e em seus ambientes”, disse ele.
O Chile está “trabalhando para
criar ambientes saudáveis para pessoas idosas, prover saúde com estratégias
multissetoriais, capacitação de recursos humanos e menos barreiras ao acesso”.
Nesse sentido, considerou que “a saúde deve estar perto das pessoas idosas e
ser aliada desse grupo etário e seus cuidadores”.
A ministra da saúde do
Equador, Verónica Espinosa, estimou que a porcentagem de pessoas idosas em seu
país (atualmente 7,3% da população) triplicará entre 2015 e 2020. Ela enfatizou
que “uma visão integral de proteção dos idosos deve ir além dos cuidados de
saúde”.
No encerramento do evento,
Carissa F. Etienne, diretora da OPAS, disse que “garantir uma vida mais longa
se tornou uma das conquistas mais importantes da sociedade”.
No entanto, o aumento da
expectativa de vida não tem sido acompanhado de uma melhor saúde. “Nosso
objetivo é garantir vidas não apenas mais longas, mas mais saudáveis; temos que
acrescentar vida a esses anos”, afirmou.
Fonte: Portal nacoesunidas.org
Fonte: Portal nacoesunidas.org
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