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quarta-feira, 22 de maio de 2019

Segundo dia da Assembleia Mundial da Saúde é marcado por debates sobre caminhos para alcançar saúde universal


No segundo dia de sessões (21 de maio), a 72ª Assembleia Mundial da Saúde concentrou suas discussões em plenário sobre como alcançar a cobertura universal de saúde sem deixar ninguém para trás, enquanto as comissões de trabalho abordaram temas relacionados à preparação e resposta a emergências.

Ontem, ministros e delegados das Américas começaram a expor seus pontos de vista sobre o tema de debate geral no plenário e explicaram detalhadamente as medidas que implementaram para alcançar esse objetivo, ao mesmo tempo em que reafirmam seu compromisso em alcançar a saúde universal. Até agora, 19 países das Américas fizeram apresentações.

Os países da região concordaram em destacar a importância de basear a saúde universal na atenção primária de saúde e propiciar sistemas de saúde integrais e de qualidade para todas as pessoas. Vários ministros se referiram à resolução adotada em 2014 pelos Estados Membros das Américas sobre acesso e cobertura universal à saúde. Também destacaram as áreas onde um consenso já havia sido alcançado na região com relação às dez recomendações feitas pela Comissão de Alto Nível sobre Saúde Universal no século XXI: 40 anos de Alma Ata, em abril deste ano. Além disso, pediram a inclusão desses consensos na resolução que será apresentada às Nações Unidas na reunião a ser realizada em setembro de 2019 sobre esse tema.

Em suas intervenções, os ministros das Américas também destacaram as reformas que seus países implementaram para alcançar a saúde universal. Muitos deles escolheram diferentes temas para dar exemplos de seus sistemas de saúde em ação ou da necessidade de integrá-los dentro de uma cobertura universal de saúde.

Nesse sentido, alguns ministros, como os do Brasil e Estados Unidos, referiram-se à necessidade de aumentar as taxas de cobertura. Outros, como os da Colômbia e Guatemala, falaram sobre o impacto da migração sobre os sistemas de saúde. Ministros do Chile e de outros países apontaram a necessidade de tornar o envelhecimento saudável parte do tema “saúde universal”, bem como doenças crônicas não transmissíveis e seus fatores de risco, como foi o caso do Paraguai. As mudanças climáticas e seus impactos na saúde e nos sistemas de saúde, abordados pela Guiana, e as situações de emergência, foram outros pontos mencionados por autoridades da região.


Comitês iniciam trabalhos
A Comissão A, encarregada de debater os assuntos técnicos da Assembleia, começou a abordar o tema de preparação e resposta a emergências de saúde pública, o que inclui a implementação do Regulamento Sanitário Internacional e o trabalho da OMS em emergências, entre outros tópicos. Por sua vez, o Comitê B, que costuma abordar questões financeiras e de gestão, também iniciou suas sessões com o orçamento da OMS como o primeiro item da agenda.

Eventos paralelos
Analisando experiências e o progresso para a saúde universal
"A cobertura universal de saúde é uma questão de direitos humanos e ao mesmo tempo um meio de desenvolvimento", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um evento paralelo organizado para discutir o progresso alcançado em saúde para todos até 2030. “Ninguém deve cair na pobreza devido a problemas de saúde. Vamos construir um futuro mais saudável juntos”, acrescentou. 

O ministro da saúde da Colômbia, Juan Pablo Uribe, afirmou que o país “passou de 25% de cobertura há 25 anos para quase 95% de cobertura efetiva hoje”. Disse também que o desafio à frente é alcançar a cifra dos 100%. “Esse desafio implica entender a diversidade do país e aplicar modelos flexíveis que diferem doa seguros que operam em grandes e médias cidades, que é onde estamos agora.”

No encerramento do evento, a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, ressaltou que “a cobertura sem acesso à saúde não é suficiente” e que não existe uma fórmula única que possa ser aplicada a todos os países para alcançar a saúde universal. Ela enfatizou que o compromisso político deve resultar em ações concretas.

Etienne também pediu às autoridades de saúde dos países para não se contentarem com um pacote básico de serviços. “Precisamos reduzir as desigualdades e barreiras ao acesso e precisamos de um novo modelo de saúde baseado na atenção primária que seja integral, não apenas curativo”, disse, adicionando que a região das Américas já se move nessa direção.


Década de envelhecimento saudável: 2020-2030
Com o objetivo de promover o envelhecimento saudável, a Organização Mundial da Saúde (OMS) liderará uma década de ação mundial em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Para analisar o progresso do organismo internacional na última década e compartilhar experiências, Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica e Panamá organizaram um evento paralelo sobre esse tema na 72ª Assembleia Mundial da Saúde.

"O envelhecimento da população é um fenômeno sem precedentes que obriga os nossos países a se unirem", disse o ministro da saúde do Chile, Emilio Santileces. "A Década de Envelhecimento Saudável 2020-2030 será um esforço global que pode fazer a diferença na vida das pessoas e em seus ambientes", disse ele. O Chile está "trabalhando para criar ambientes saudáveis para pessoas idosas, prover saúde com estratégias multissetoriais, capacitação de recursos humanos e menos barreiras ao acesso". Nesse sentido, considerou que “a saúde deve estar perto das pessoas idosas e ser aliada desse grupo etário e seus cuidadores”.

A ministra da saúde do Equador, Verónica Espinosa, estimou que a porcentagem de pessoas idosas em seu país (atualmente 7,3% da população) triplicará entre 2015 e 2020. Ela enfatizou que “uma visão integral de proteção dos idosos deve ir além dos cuidados de saúde".

No encerramento do evento, Carissa F. Etienne, diretora da OPAS, disse que "garantir uma vida mais longa se tornou uma das conquistas mais importantes da sociedade". No entanto, o aumento da expectativa de vida não tem sido acompanhado de uma melhor saúde. “Nosso objetivo é garantir vidas não apenas mais longas, mas mais saudáveis; temos que acrescentar vida a esses anos”, afirmou.




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