A
CID-11 foi atualizada para o século 21 e reflete avanços substanciais em
ciência e medicina. Foto: EBC
As
delegações da 72ª
Assembleia Mundial da Saúde aprovaram uma série de resoluções sobre
temas como segurança do paciente, emergência e cuidados e água e saneamento.
Também concordaram com a adoção da Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11), que entrará em vigor
em 1º
de janeiro de 2022.
A
seguir, um resumo das principais decisões adotadas no sábado (25).
Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11)
Os
Estados-membros concordaram em adotar a décima primeira revisão da
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde, que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022.
A
CID é a base para a identificação de tendências e estatísticas de saúde em
nível mundial, e o padrão internacional para relatar doenças e condições de
saúde. É o padrão de classificação diagnóstica para todos os fins clínicos e de
pesquisa. A CID define o universo de doenças, transtornos, lesões e outras
condições de saúde.
Também
captura fatores que influenciam a saúde ou causas externas de mortalidade e
morbidade, proporcionando uma visão holística de todos os aspectos da vida que
podem afetar a saúde.
Compreender
o que faz as pessoas adoecerem e o que acaba por matá-las está no cerne do
mapeamento das tendências e epidemias, das decisões sobre como programar os
serviços de saúde, alocar os gastos com atenção e investir na melhoria das
terapias e da prevenção. A CID-11 também está apta para muitos usos, incluindo
registro clínico, atenção primária, segurança do paciente, resistência
antimicrobiana, alocação de recursos e reembolso, além de estatísticas de
mortalidade e morbidade.
A
CID-11 foi atualizada para o século 21 e reflete avanços substanciais em
ciência e medicina. Pode estar bem integrada a aplicativos eletrônicos de saúde
e sistemas de informação. Essa nova versão é totalmente eletrônica, permitindo
que mais detalhes sejam gravados e é significativamente mais fácil de usar e
implementar, o que levará a menos erros e custos mais baixos, além de tornar a
ferramenta muito mais acessível, especialmente para configurações com poucos
recursos.
Os
Estados-membros observaram que a CID-11 foi produzida de forma transparente e
colaborativa.
Segurança
do paciente
Os
Estados-membros reunidos na Assembleia Mundial da Saúde se comprometeram a
reconhecer a segurança do paciente como uma das principais prioridades de saúde
e a tomar medidas conjuntas para reduzir os danos aos pacientes nos ambientes
onde a atenção é prestada.
A
Assembleia também endossou o estabelecimento de um Dia Mundial da Segurança do
Paciente, a ser celebrado no dia 17 de setembro de cada ano, e instou a
Organização Mundial da Saúde (OMS) a fornecer apoio técnico aos países para
desenvolver capacidades nacionais de avaliação, mensuração e melhoria da
segurança do paciente.
Solicitou
que o organismo internacional formule um plano de ação global de segurança do
paciente, em consulta com os países e todas as partes interessadas relevantes,
para melhorar e garantir a segurança do paciente em nível mundial.
Os
danos ao paciente por eventos adversos são uma das principais causas de morte e
incapacidade globalmente. Estima-se que 134 milhões de eventos adversos ocorrem
anualmente devido à atenção insegura em hospitais nos países de baixa e média
renda, contribuindo para 2,6 milhões de mortes, enquanto se calcula que um em
cada 10 pacientes seja prejudicado enquanto recebe atendimento hospitalar em
países de alta renda.
Reconhecendo
a segurança do paciente como central na prestação de atenção à saúde e no
fornecimento da cobertura universal de saúde, a OMS e o Reino Unido lançaram em
conjunto o “Global Patient Safety Collaborative”. O objetivo dessa iniciativa é
garantir e ampliar a ação global em relação à segurança do paciente e colaborar
estreitamente com países de baixa e média renda para reduzir os danos evitáveis
aos pacientes e melhorar a segurança de seus sistemas nacionais de saúde.
Atendimento
de emergência e trauma
Os
Estados-membros concordaram ainda em preparar o caminho para melhores e mais
rápidos serviços para condições de saúde que requerem atendimento de
emergência, incluindo lesões, ataques cardíacos, saúde mental, infecções ou
complicações na gravidez.
Um
sistema de atendimento de emergência funcional é essencial para a cobertura
universal de saúde, e investir no atendimento de primeira linha salva vidas,
aumenta o impacto e reduz os custos em outras áreas do sistema de saúde.
Os
passos acordados para fortalecer a atenção de emergência nos países incluem o
desenvolvimento de políticas para financiamento sustentável, governança e
acesso universal ao atendimento de emergência para todos, além da integração do
atendimento emergencial em estratégias de provisão de saúde e treinamento em
todos os níveis. Os Estados-membros também adotaram o uso da avaliação do
sistema de atendimento de emergência da OMS para identificar lacunas e
prioridades relevantes para o contexto.
Água,
saneamento e higiene
Os
Estados-membros também aprovaram uma nova resolução para melhorar os serviços
de água potável, saneamento e higiene (WASH) nas unidades de saúde em todo o
mundo. Observando que esta é uma medida essencial para prevenir a disseminação
de infecções, reduzir as mortes de mães e recém-nascidos e alcançar a cobertura
universal de saúde, a resolução insta os países a priorizar água potável,
saneamento e higiene para cuidados de saúde mais seguros.
Atualmente,
uma em cada quatro unidades de saúde carece de serviços básicos de água e uma
em cada cinco não possui serviços de saneamento – afetando 2 bilhões e 1,5
bilhão de pessoas, respectivamente. Além disso, muitas unidades não têm
instalações de higienização das mãos e não dispõem de sistemas para segregação
e eliminação seguras de resíduos. Estima-se que 15% dos pacientes desenvolvam
uma ou mais infecções durante uma internação hospitalar, com o maior risco em
países de baixa renda.
À
luz disto, a resolução solicita aos Estados-membros que desenvolvam roteiros
nacionais, estabeleçam e implementem normas e invistam em sistemas de apoio a
serviços sustentáveis de água potável, saneamento e higiene. Também solicita à
OMS que forneça liderança, ajude a mobilizar recursos para investimento,
informe sobre o progresso global e, em emergências, ajude a coordenar e
implementar o controle e a prevenção de infecções nos serviços de saúde.
Fonte: nacoesunidas.org
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