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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Vírus geneticamente modificado combate câncer de próstata

Peter Moon  |  Agência FAPESP – Pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) conseguiram manipular geneticamente um tipo de vírus que, uma vez injetado em camundongos com câncer de próstata, destruiu células tumorais.

O vírus também deixou as células tumorais ainda mais sensíveis ao tratamento com quimioterapia, chegando a eliminar os tumores completamente.

Os resultados foram obtidos pela equipe de Bryan Eric Strauss, diretor do Laboratório de Vetores Virais no Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO) do Icesp, e publicados na revista Gene Therapy, do grupo Nature.

O trabalho contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no âmbito do Projeto Temático “Terapia gênica do câncer: alinhamento estratégico para estudos translacionais”, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Sanofi-Aventis.


“No combate ao câncer de próstata, empregamos em camundongos uma combinação de terapia gênica e quimioterapia”, disse Strauss. “Escolhemos a via que consideramos com mais potencial de funcionar como supressor de tumores.” 

Strauss se refere a um gene conhecido como p53, que controla aspectos importantes da morte celular e existe tanto em humanos como em roedores. Em laboratório, o gene foi inserido no código genético de um vírus (da família Adenovírus). O vírus modificado foi, por sua vez, injetado diretamente nos tumores em camundongos.


“Primeiramente, implantamos células de câncer de próstata humano e esperamos o tumor crescer. Quando isso ocorreu, injetamos o vírus diretamente na massa do tumor, procedimento repetido várias vezes. Em duas dessas ocasiões, aplicamos também a droga cabazitaxel, usada comumente em quimioterapia, por via sistêmica. Depois disso, observamos os camundongos para verificar se ocorreria ou não o desenvolvimento dos tumores”, disse Strauss.

O experimento fez uso de diversos grupos de camundongos, todos inoculados com células de tumor de próstata. Para verificar a efetividade da terapia gênica, um grupo de animais recebeu um vírus irrelevante – grupo de controle.

Um segundo grupo recebeu apenas vírus que codificavam o gene p53. Um terceiro grupo recebeu somente a droga cabazitaxel e, no último, correspondente a um quarto dos animais, foi injetada uma combinação da droga com o vírus.

Quando as células tumorais foram infectadas pelo vírus modificado, esse penetrou o núcleo da célula – que é onde os genes agem –, comandando a morte celular. O gene p53 foi especialmente eficaz em induzir morte em câncer de próstata.

“Os tratamentos individuais com p53 ou com cabazitaxel tiveram um efeito intermediário em termos de controlar o crescimento do tumor. Mas o resultado marcante foi a combinação, que inibiu o tumor totalmente”, disse Strauss.

Os experimentos comprovaram que o vírus modificado, ao infectar as células tumorais, induz a morte dessas células.

“A associação da droga com a terapia gênica resultou no controle total de crescimento do tumor. Ou seja, o que se viu foi um efeito aditivo ou até sinérgico. Também pode-se pensar que o vírus com o gene p53 deixou a célula tumoral mais sensível para a ação do quimioterápico”, disse Strauss.

O pesquisador ressalta que ainda não é possível simplesmente injetar o vírus na corrente sanguínea. “Para essa terapia surtir efeito, precisamos injetar o vírus diretamente nas células tumorais”, disse.

Ele lembra que os tumores podem ser controlados usando somente drogas de quimioterapia, mas que a dosagem necessária costuma ser elevada, resultando em efeitos colaterais. Um deles é a queda de glóbulos brancos na circulação. Essa queda é um dos limites para a aplicação desse tipo de quimioterapia, uma vez que prejudica o sistema imune do paciente.

“Em nosso estudo, aplicamos bem menos drogas usadas em quimioterapia. A dose foi subterapêutica, ou seja, não suficiente para controlar o tumor, mas fizemos isso para tentar evitar a leucopenia, que é a redução no número de glóbulos brancos”, disse Strauss.

O bioquímico e biólogo molecular californiano de 52 anos vive em São Paulo desde 1998, tendo já trabalhado três anos no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo e 10 anos no Instituto do Coração (InCor), antes de ingressar no Icesp, em 2011. “Foi durante esse tempo que todos os vetores virais que utilizamos foram desenvolvidos. Trata-se de uma tecnologia totalmente brasileira”, disse.

Sistema imune
Destruir as células tumorais com p53 não garante que todas as células cancerosas serão eliminadas, incluindo as metástases. Para melhorar a abordagem, pesquisadores contam com a ativação da resposta imune.

Strauss conta que, se a combinação p53 mais cabazitaxel não for suficiente para ativar o sistema imune, pode ser considerado o uso de um segundo gene aliado ao tratamento com p53.

No caso, foi escolhido o interferon beta, chave para a boa função do sistema imune. Interferon é uma proteína produzida por leucócitos e fibroblastos para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células de tumores e estimular a atividade de defesa de outras células.

“Tanto o p53 como o interferon beta podem induzir morte nas células tumorais e a união dos dois faz que a morte das células alerte o sistema imune. É a morte imunogênica”, disse Strauss.

Trabalhos anteriores do grupo servem como base para a ideia. Quando a combinação de genes ARF (parceiro funcional de p53) e interferon beta foi inserida no núcleo da célula tumoral, o sistema imunológico dos roedores deixou de reconhecer as células tumorais como pertencentes ao organismo dos camundongos, passando a identificá-las como se fossem agentes externos que devem ser combatidos.

“Quando isso ocorre, o sistema imune dos camundongos passa a combater as células tumorais tanto no local do tratamento como em tumores distantes desse local”, disse Strauss.

“Nosso objetivo agora é melhorar essas abordagens. Estamos fazendo ensaios para determinar se merecem avançar para a fase de testes clínicos com pacientes humanos”, disse.

O artigo Combination of cabazitaxel and p53 gene therapy abolishes prostate carcinoma tumor growth (doi: https://doi.org/10.1038/s41434-019-0071-x), de Rodrigo Esaki Tamura, Marlous G. Lana, Eugenia Costanzi-Strauss e Bryan E. Strauss, está publicado em: www.nature.com/articles/s41434-019-0071-x.

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Cátedra Manuel Ancízar 2019 Universidad Nacional de Colombia Verdades incómodas en la salud pública global


Hoje (19) o Leandro Saflate ex Secretário executivo da CMED dará uma aula na universidade da Colômbia e vai ser transmitido pela internet. Vai ser uma catedra para 500 pessoas e transmissão para toda a região, ele vai falar sobre regulação econômica no mercado de medicamentos.

Debatedores cobram maior participação da sociedade em agência que fiscalizará Lei de Proteção de Dados - Rádio - Notícias - Portal da Câmara dos Deputados


Autoridade Nacional de Proteção de Dados foi criada por medida provisória para fiscalizar aplicação da lei

Em 2018, o Brasil passou a fazer parte dos países que contam com uma legislação específica para proteção de dados e da privacidade dos cidadãos. A Lei de Proteção de Dados Pessoais (LGPD - Lei nº 13.709/18) regula como devem ser tratados os dados pessoais coletados por empresas e órgãos públicos. A Comissão de Defesa do Consumidor realizou audiência pública (nesta terça-feira, 18) para debater a proteção de dados pessoais do consumidor no Brasil.

A lei entrará em vigor 24 meses após a sua publicação no Diário Oficial da União, ou seja, a partir de agosto de 2020. Para fiscalizar as medidas, também foi criada por medida provisória (MP 869/18) uma Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANDP), a ANDP será responsável pela aplicação de infrações, mas sua composição ainda não foi definida.

Para o deputado Jorge Braz, do PRB do Rio de Janeiro, que solicitou a audiência, o debate a respeito da Lei de Proteção de Dados e da ANDP é uma oportunidade de fazer um relatório com as sugestões e pedidos a respeito da Autoridade para que a lei entre em vigor em 2020 com quantidade mínima de erros.

"Para que efetivamente as leis, ao entrarem em vigor agora no início do ano, no meio do ano, a gente 'peque' o mínimo possível. Vem daí a importância dos senhores debatedores".
O secretário da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Luciano Timm, destacou a preocupação da Secretaria em relação à captura da ANPD, que não pode ter apenas representantes das empresas que serão reguladas. O secretário citou o caso da empresa Facebook que esteve envolvida com vazamento de dados de usuários. Segundo Luciano, este caso se encaixou em violação à Lei de Proteção de Dados Pessoais e também ao Código de Direito do Consumidor. Para o secretário, a presença da sociedade civil é fundamental no conselho da ANPD para discutir casos como esse.

"Como é que se daria a composição do conselho? Então, nós havíamos sugerido que tivesse mais representatividade de sociedade civil, vis-à-vis entidades representativas do setor empresarial. No fim, hoje, nós temos mais representantes de empresas do que entidades e sociedade civil".

Para o representante da Sociedade Brasileira de Computação, Altair Santin, a falta de profissionais de segurança da informação pode afetar no desenvolvimento de segurança e privacidade de dados nas empresas privadas e governamentais. Segundo o representante, uma pesquisa internacional relatou que em 2022 haverá uma demanda de 1.2 milhões de profissionais que ainda não existem no mercado.

"Então, a gente vê que é necessário a formação de profissionais, pesquisadores e graduados na área. Não existe curso de graduação, no Brasil, ainda em graduação em segurança da informação".

A diretora da Comissão Permanente de Concorrência do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor, Amanda de Oliveira, criticou a criação de uma agência reguladora sobre o tema, porque para ela não há experiências positivas com agências reguladoras no País.

"Elaborar a lei foi um passo grande e importante, mas ele é o primeiro passo. Ainda há muito o que se fazer, que diz respeito à efetividade da lei e, que passa necessariamente por uma agência nacional ou por uma autoridade nacional de proteção de dados"

O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado João Maia, do PL do Rio Grande do Norte, ressaltou que o tema de proteção de dados voltará a ser debatido em mais duas reuniões na comissão. Além disso o colegiado pretende discutir temas como comércio eletrônico, superendividamento e fortalecimento dos Procons.

Reportagem - Caroline César

Fonte:www2.camara.leg.br/camaranoticias

terça-feira, 18 de junho de 2019

Fiocruz recebe o Prêmio Community Engagement



A equipe do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids (LapClin-Aids) do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) recebeu neste mês de junho o prêmio 2018 Community Engagement Award como reconhecimento da excelência internacional de suas atividades de promoção da saúde e da cidadania junto aos grupos vulneráveis à infecção pelo HIV. “A participação da comunidade nas pesquisas é fundamental pois é para a sociedade que fazemos pesquisa. Por isso, envolver a população em todas as etapas dos estudos contribui para que os resultados sejam mais apropriados para a comunidade que vai se beneficiar deles”, destaca Beatriz Grinsztejn, chefe do LapClin-Aids. A solenidade de entrega ocorreu durante o encerramento da Reunião Anual da Rede de Estudos de Prevenção do HIV (HIV Prevention Trials Network - HPTN) em Washington, nos Estados Unidos
Desde 1999 o LapClin-Aids conduz estudos e atividades de inclusão voltadas para populações vulneráveis (Foto: INI/Fiocruz)

“É o reconhecimento de um trabalho feito com muito esforço e carinho. Para mim, como mulher trans, e para toda a equipe, foi muito importante. O prêmio é para todas pessoas que participam dos eventos e eu gostaria de dividir este momento, especialmente, com a comunidade trans e travesti”, enfatizou Laylla Monteiro, da equipe de Educação Comunitária. Integrando a rede HPTN desde 1999, o LapClin-Aids conduz estudos e atividades pioneiras de inclusão voltadas para populações vulneráveis, especialmente trans e jovens gays moradores de comunidades periféricas.

Equipe diversa e multidisciplinar
“Nossa equipe de educadores de pares, composta de mulheres transexuais e travestis e jovens gays de periferia, trabalha em conjunto com os demais profissionais do laboratório, planejam as atividades enfatizando a vinculação, o acolhimento e a retenção das participantes dos projetos e a criação de ambientes amigáveis, não-discriminatórios”, diz Luciana Kamel, psicóloga que integra a equipe. “No acompanhamento comunitário das pesquisas clínicas temos um Comitê Comunitário Assessor (CCA) com uma representação diversificada entre os membros. Além das reuniões com o CCA, organizamos encontros com a comunidade para apresentar novos estudos e, quando um projeto é finalizado, promovemos apresentações com os resultados”, afirma.

“O nosso trabalho com os voluntários dos estudos vai além da orientação, oferecemos acolhimento. Somos a parte humana de um trabalho muito técnico”, explica Josias Freitas. “O laboratório disponibiliza um telefone para ligação gratuita. Através dele a pessoa interessada recebe informações e pode agendar a visita para o primeiro atendimento. Ao chegar é direcionado para a equipe de educação comunitária onde é recebido e encaminhado para entrevista com a equipe de psicólogos”.

Fortalecimento dos laços com a comunidade
Os eventos organizados pelo LapClin-Aids são espaços abertos que fortalecem o compromisso do INI com a comunidade, pois a interação contribui para a identificação de necessidades que orientam a proposta de estudos adequados a essas demandas. O plano de trabalho da equipe envolve uma agenda anual com oficinas de saúde integral, customização de roupas, arte, maquiagem, aulas de teatro e dança, exibição de filmes e rodas de conversa.

Atividades em locais de sociabilização LGBTI incluem visitas semanais a lojas gays de videoturismo, cinemas, saunas, boates e pontos de encontro LGBTI para realizar ações de prevenção, com distribuição de preservativos e lubrificantes. Em parceria com duas ONGS locais (GPV-RJ e Arco Iris) e o Programa de Aids da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, também são oferecidos serviços de testagem de HIV e aconselhamento com o intuito de alcançar a população em situação de maior vulnerabilidade. De forma complementar, também são realizadas atividades de divulgação de estudos, sensibilização e recrutamento nas redes sociais.

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, através do Programa Justiça Itinerante, também é parceiro e garante que pessoas trans ou da comunidade em situação de vulnerabilidade conheçam seus direitos e possam ter acesso à justiça gratuita. Segundo os educadores, o intuito de todas as ações é contribuir para oferecer um ambiente mais acolhedor para as populações mais diversas.

Rede de Estudos em Prevenção do HIV (HPTN)
A Rede de Estudos em Prevenção do HIV (The HIV Prevention Trials Network – HTPN) é uma organização colaborativa mundial que realiza estudos clínicos da segurança e eficácia de estratégias de prevenção do HIV financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos.


Edital Parque Tecnológico de Maringá


Empresas interessadas em se instalar no Parque Tecnológico de Maringá podem apresentar suas propostas até o dia 31 de julho. O empreendimento é uma iniciativa estratégica do Governo do Estado, por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), para fortalecer a capacidade industrial e tecnológica da região de Maringá.
CLIQUE NA IMAGEM PARA ACESSAR O EDITAL


UNA-SUS/UFPE reabre matrículas para cinco cursos sobre Regulação do SUS


Os cursos tratam dos temas: Legislação, Regulação nas Redes de Atenção à Saúde, Acesso Ambulatorial, Assistência Hospitalar e Urgências. As matrículas podem ser realizadas até agosto.

A Universidade Federal de Pernambuco, integrante da Rede UNA-SUS, reabriu as matrículas para Programa de Qualificação para Profissionais de Regulação do Sistema Único de Saúde, composto por cinco cursos: Introdução à Regulação no SUS, Regulação nas Redes de Atenção à Saúde, Regulação do Acesso Ambulatorial, Regulação da Assistência Hospitalar e Regulação das Urgências. A oferta é fruto da parceria com o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Regulação e Avaliação.

As matrículas podem ser realizadas até o dia 30 de agosto de 2019, pelo link. 

O público prioritário é formado por profissionais de nível superior que exerçam atividades operacionais de regulação nas unidades de regulação das gestões municipais e estaduais. No entanto, a oferta também é aberta a demais interessados no tema.

O Programa está inserido na proposta da Política Nacional de Regulação do SUS, que compreende os processos formativos como estratégias importantes para sua consolidação, considerando, em especial, a regulação do acesso, que exige uma prática que passa por uma série de fluxos e processos que estão necessariamente interligados.

A regulação ambulatorial, hospitalar e das urgências requer uma dinâmica de processos que deve responder a um inúmero conjunto de situações de saúde, eletivas e agudas, e demanda práticas sistêmicas, organizadas e transparentes de trabalho e ação, entendendo que a condução e organização operacional desses processos são diversas e devem responder às realidades e necessidades locais. Partindo, contudo, de um modelo operacional que possa ser amadurecido e aperfeiçoado à medida da sua implantação.
Conheça mais sobre os cursos:

Carga Horária: 45
O curso tem como proposta fazer uma revisão de literatura da legislação e das normativas relacionadas à regulação em saúde para aprimorar a concepção e o conhecimento dos trabalhadores-estudantes referentes ao processo de regulação no atual contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Os estudantes serão convidados a refletir sobre o processo de regulação no seu território e a conhecer como outros territórios têm organizado e estruturado as Centrais de Regulação e Complexos Reguladores.

Carga Horária: 15
O objetivo é orientar os trabalhadores-estudantes: no planejamento do acesso aos serviços de saúde com base nos conceitos das Redes de Atenção à Saúde (RAS); a incorporar os instrumentos que auxiliam a operacionalização das RAS; a utilizar os dispositivos da rede de atenção à saúde para oferecer a assistência integral; a realizar o planejamento das ações de saúde considerando o papel da atenção básica como coordenadora do cuidado.

Carga Horária: 45
Objetiva discutir o papel do regulador enquanto agente fomentador, articulador e integrador dos pontos de atenção da Rede de Saúde; estimular os trabalhadores-estudantes a incorporarem a produção do cuidado à prática dos reguladores na central de regulação; apresentar as ferramentas disponíveis para regulação do acesso: protocolos; classificação de risco e priorização, telessaúde; orientar o planejamento do gerenciamento das listas de acesso, perdas primárias e absenteísmo, gerenciamento das agendas; discutir o monitoramento das ações por meio dos sistemas e tecnologias da informação para regulação do acesso.

Carga Horária: 30
Provoca a discussão sobre o papel do regulador nos diversos pontos de atenção na rede assistencial, especialmente com as centrais de regulação hospitalar; orientar a utilização de estratégias para enfrentar as dificuldades na operacionalização da central de regulação hospitalar; estimular a incorporação do conceito de integração da Central de Regulação do Acesso com as áreas de planejamento, controle, avaliação e auditoria clínica; orientar a otimização do acesso aos serviços por meio dos núcleos internos de regulação nos hospitais; e orientar a utilização de protocolos de regulação a fim de garantir a equidade do acesso.

Carga Horária: 45
Orienta a aplicação dos conceitos e ferramentas estabelecidos na Política Nacional de Atenção às Urgências; guiar a utilização dos dispositivos da Rede de Atenção à Saúde no processo de trabalho da regulação das urgências; orientar o planejamento do gerenciamento das centrais de regulação das urgências em conformidade com a Política Nacional de Humanização.
Todos são ofertados na modalidade coinstrucional, ou seja, não contam com tutores, mas disponibilizam fóruns de discussões, com questões norteadoras para os debates, para que os participantes possam interagir e compartilhar conhecimentos acerca das temáticas tratadas.

Fonte: SE/UNA-SUS, com informações da UNA-SUS/UFPE


Atualizados requisitos técnicos de produtos no Mercosul


Proposta relativa aos requisitos técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes no Mercosul foi aprovada na 13ª Reunião da Dicol.

Foi aprovada na 13ª Reunião Ordinária Pública da Diretoria Colegiada (Dicol) da Anvisa, realizada no último dia 28 de maio, a internalização do Regulamento Técnico do Mercosul referente à atualização dos requisitos técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes no âmbito do Mercosul.   

A atualização tem como objetivos racionalizar a análise e garantir a segurança e a eficácia de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, além de aprimorar as atividades de monitoramento e fiscalização desse tipo de produtos.  

A alteração dos requisitos técnicos necessários para os produtos em questão foi tema das reuniões da Subcomissão de Cosméticos do SGT-11 do Mercosul, em 2017 e 2018. No dia 8 de novembro do ano passado foi concluída a análise e publicada a Resolução Mercosul/GMC/RES 44/18.  

Alterações
A nova resolução atualiza os requisitos técnicos estabelecidos pela RDC 07/2015 para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, de modo que apenas documentos com relevância sanitária sejam requisitos obrigatórios para essa regularização. A eliminação de documentos que não contribuam para a avaliação de segurança e eficácia dos produtos permite que o setor regulado e a Anvisa concentrem esforços na avaliação daquilo que é relevante.  

Uma das alterações foi a exclusão da apresentação do Certificado de Venda Livre Consularizado (CVL), tornando a regularização mais simples, sem alterar a segurança sanitária do produto. Além de ter sido constatado que vários países não exigem o CVL para produtos cosméticos importados, em muitos países esse documento não é emitido por nenhuma autoridade sanitária, e sim pelas câmaras de comércio.  

Outros aprimoramentos sanitários importantes na norma foram:
1 - A inclusão da faixa de teor de ingredientes ativos em produtos das categorias repelentes, protetores solares e alisantes ou, quando previsto em regulamento específico, nas especificações técnicas organolépticas e físico-químicas do produto acabado.
2 - A inclusão da determinação das substâncias ou grupo de substâncias funcionais principais no caso de repelentes de insetos e protetores solares ou, quando previsto em regulamento específico, nos estudos de estabilidade. 



Acompanhe a 15ª reunião da Diretoria Colegiada


Por: Ascom/Anvisa

A Diretoria Colegiada da Anvisa (Dicol) realizará, nesta terça-feira (18/6), a partir das 10h, em Brasília, a sua 15ª Reunião Pública de 2019. Um dos itens da pauta é a avaliação de uma consulta pública (CP) sobre a alteração de monografias de ingredientes ativos de agrotóxicos (C58 – Alfa-Cipermetrina, F69 – Flupiradifurone, Q05.1 – Quizalofope-p-etílico e T33 –Teflubenzurom).  

Está prevista também a análise de outras três CPs: 1) proposta de alteração da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) referente a critérios e prazos para a renovação do registro e notificação de medicamentos; 2) proposta de RDC sobre procedimentos para avaliação do risco à saúde humana de medicamentos veterinários e os métodos de análise para fins de avaliação da conformidade; e 3) proposta de Instrução Normativa (IN) que estabelece a lista de limites máximos de resíduos (LMR) de medicamentos veterinários em alimentos de origem animal. 

Serão avaliadas, ainda, propostas de instrumentos regulatórios e outros assuntos de regulação, como o monitoramento da Agenda Regulatória da Anvisa 2017/2020 e Audiência Pública sobre dispositivos eletrônicos para fumar. Por último, serão julgados recursos administrativos.  

A atividade será realizada na Sala de Reuniões da Dicol, que fica no Bloco E (térreo) da sede da Agência, em Brasília (DF) – Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Trecho 05, Área Especial 57.      

Acompanhe ao vivo 

Você pode acompanhar ao vivo a transmissão da 15ª reunião da Dicol pelo YouTube, a partir das 10h, pelo linkabaixo. 



Ministro da Saúde participa da edição do Campus Party Brasília e lança o “ Desafio Zé Gotinha”


O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, participa nesta quarta-feira (19), às 19h, da abertura oficial da 3ª edição da Campus Party Brasília. Na ocasião, ele lançará o “Hackathon do Desafio Zé Gotinha”, no âmbito da estratégia Movimento Vacinal Brasil. Trata-se de competição que reunirá, durante o evento, entre os dias 20 e 22, programadores, designers e outros profissionais ligados ao desenvolvimento de software em maratonas de trabalho com o objetivo de criar soluções inovadoras e de impacto no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os interessados em acompanhar a abertura e toda a programação do Campus Party Brasília, deve enviar e-mail com nome completo e CPF para o endereço imprensa@campus-party.orgO prazo de credenciamento é até terça-feira (18/06), às 18h.
ABERTURA DA CAMPUS PARTY BRASÍLIA
Data:
 19 de junho (quarta-feira)
Horário: 19h00
Local:  Estádio Mané Garrincha, em Brasília – DF

Mais informações/Ascom-MS
(61) 3315-3580 / 2898
Assessoria da Campus Party Brasília 
(11) 3094-2424
imprensa@campus-party.org


Nomeações e Exonerações no Ministério da Saúde


MARCIO HENRIQUE DE OLIVEIRA GARCIA é EXONERADO do cargo de Diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde,

LIVIA DE ALMEIDA FALLER é NOMEADA para exercer o cargo de Diretora do Departamento de Promoção da Saúde da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, ficando exonerada do que atualmente ocupa.

ADRIANA MELO TEIXEIRA, é NOMEADA para exercer o cargo de Diretora do Departamento de Atenção
Hospitalar, Domiciliar e de Urgência da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde,

MAXIMILIANO DAS CHAGAS MARQUES  NOMEADO para exercer o cargo de Diretor do Departamento de ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, ficando exonerado do que atualmente ocupa.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Câmara dos deputados aprova registro da FRENTE PARLAMENTAR DA INDÚSTRIA PÚBLICA DE MEDICAMENTOS


Câmara dos deputados aprova registro da FRENTE PARLAMENTAR DA INDÚSTRIA PÚBLICA DE MEDICAMENTOS, para a 56a. legislatura, sob presidência e coordenação do Dep. Ricardo Barros, tendo o Dep. Pedro Lupion como primeiro vice e o Dep. Aguinaldo Ribeiro de segundo vice como primeira Secretária a Dep. Celina Leão, e, Mario Sergio Ramalho como secretário executivo.


Políticas públicas: a saúde e as Santas Casas


A relevância dessas instituições sinaliza urgentes, inadiáveis e necessárias providências

*RUY ALTENFELDER, OEstado de S.Paulo

Acabo de reler o livro-pesquisa do padre italiano Antonio Puca, da Ordem de São Camilo: As Santas Casas de Misericórdia – de Florença a São Paulo, a epopeia da caridade.

O cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, destaca na apresentação da obra que a história da assistência médica ligada à igreja começa nos primeiros séculos e chega até o século 21. A pesquisa atinge diversas áreas de investigação. E Florença, Lisboa, Washington e São Paulo são as etapas do trabalho desta obra meritória que permanece no tempo.

Uma coisa que surpreendeu o padre Puca foi a fundação da Santa Casa de Olinda e, logo depois, as de Santos, Salvador e São Paulo.

Misericórdia deriva do latim miseris codare. E os miseráveis são todas as pessoas que de um modo ou de outro encontram-se em necessidade. As mais recentes pesquisas identificam as raízes das Misericórdias nas primeiras sociedades romanas, que tinham inspiração religiosa na manifestação civil.

Na busca das origens das Santas Casas, o autor foca em Florença e Lisboa, onde encontra as raízes da irmandade fundada por São Pedro Mártir, em 1244, e a fundada pela rainha Leonor de Lencastre, em 1498, em Lisboa.

Destaque para as dificuldades financeiras cíclicas permanentes de todas elas, onde as causas são coincidentes: maiores responsabilidades e menores aportes financeiros.

A Misericórdia de Lisboa (1851) passou por grave crise financeira e diversas medidas foram implantadas: em síntese, “maior rigor no controle das despesas e na fiscalização das obras; e prestação de contas ao governo”. Simultaneamente, em face da aplicação das leis de desamortização, a Misericórdia de Lisboa viu-se obrigada a vender uma parte significativa dos seus bens imobiliários e a aplicar o produto da venda em títulos do Tesouro.

Vítimas de uma falta de interesse crônica para com a saúde pública, essas instituições sobrevivem graças aos esforços daqueles que trabalham nelas e ao trabalho voluntário de membros das comunidades locais. Seus conselhos administrativos tentam conciliar as diferenças entre o alto custo da medicina moderna e os pagamentos simbólicos frequentemente atrasados, buscando renda atendendo clientes privados e economizando com sua própria produção de alguns remédios, alimentos, caixões e outros bens. Muitas vezes, o presidente deve lutar incansavelmente com as autoridades para conseguir o pagamento de impostos devidos a seus hospitais. As Misericórdias costumavam, também, receber doações, incluídas em testamentos privados – uma tradição que praticamente desapareceu com a instituição de planos de saúde oficiais e privados.

As admiráveis Misericórdias estão entre as mais dedicadas, extensas, perseverantes e duráveis instituições humanas.

No caso brasileiro, nem todas as realidades atingem o mesmo padrão, mesmo por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), do qual depende a maior parcela de recursos para sua gestão. Compreende-se que as Santas Casas de um Estado ou as das periferias são penalizadas em relação às existentes nos grandes centros urbanos. Daí a urgente necessidade de uma profunda reforma na direção da subsidiariedade.

As milhares de Santas Casas de Misericórdia brasileiras somam dois terços dos leitos hospitalares no País. Elas também têm servido para o ensino médico. A Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo é um exemplo de instituição modelar.

Não posso deixar de mencionar os relevantes papéis dos humanistas Cristhiano e Mário Altenfelder, meus tios. Como é tradição acontecer na Santa Casa, os seus provedores chegaram ao cargo depois de ocuparem diversos e importantes postos na vida pública do Brasil e do exterior. Homens maduros, experientes, vacinados contra as emoções externas, guardando o coração de moço e o ideal de cidadãos que os embates da vida jamais fizeram esquecer, era de esperar que, embora satisfeitos, consideravam aquela missão apenas como outra de longa série. E para o observador externo tal expectativa era lógica. Quem os conhecia decorava os princípios que seguiam para quem exerce cargo de direção: ser capaz de amar o próximo; ser moderado e justo em qualquer situação; adaptar-se ao trabalho e gostar dele; atualizar-se sem deslumbramento e jamais perder o bom senso; recusar, corajosamente, a liderança da mediocridade; viver a vida com realidade. Ela é o que é, e não o que gostaríamos que fosse; ter mecanismos de defesa sadios, elevados, jamais desarrazoados ou mesquinhos; considerar sempre valores de larga duração; libertar-se de emoções infantis. Ser adulto, ter maturidade.

O relevante papel dos hospitais filantrópicos sinaliza as urgentes e inadiáveis providências que precisam ser tomadas pelo poder público: renegociação de suas dívidas, reposição parcial ou total das dívidas das perdas acumuladas, revisão e adequação da tabela do SUS e oferta de linhas favorecidas.

É cada vez mais urgente a revisão da política pública da saúde para evitar a repetição da crise que o Conselho Federal de Medicina chamou de “mais um episódio dramático na história da saúde pública brasileira”. E esta crise pode se agravar com a pressão dos milhares de pacientes que estão abandonando os planos de saúde em razão dos custos e da crise econômico-financeira conjuntural e da queda da qualidade no atendimento particular, que engrossou as filas das portas estreitas da rede pública de saúde.

“A humanidade é a base e o fundamento de todas as virtudes, e sem ela não há nenhuma que o seja” (Miguel de Cervantes).

*ADVOGADO, PRESIDENTE DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS JURÍDICAS (APLJ) E DO CONSELHO SUPERIOR DE ESTUDOS AVANÇADOS (CONSEA-FIESP), IRMÃO PROTETOR DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO, É MEMBRO DO CONSELHO DE ÉTICA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


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