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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Debatedores cobram maior participação da sociedade em agência que fiscalizará Lei de Proteção de Dados - Rádio - Notícias - Portal da Câmara dos Deputados


Autoridade Nacional de Proteção de Dados foi criada por medida provisória para fiscalizar aplicação da lei

Em 2018, o Brasil passou a fazer parte dos países que contam com uma legislação específica para proteção de dados e da privacidade dos cidadãos. A Lei de Proteção de Dados Pessoais (LGPD - Lei nº 13.709/18) regula como devem ser tratados os dados pessoais coletados por empresas e órgãos públicos. A Comissão de Defesa do Consumidor realizou audiência pública (nesta terça-feira, 18) para debater a proteção de dados pessoais do consumidor no Brasil.

A lei entrará em vigor 24 meses após a sua publicação no Diário Oficial da União, ou seja, a partir de agosto de 2020. Para fiscalizar as medidas, também foi criada por medida provisória (MP 869/18) uma Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANDP), a ANDP será responsável pela aplicação de infrações, mas sua composição ainda não foi definida.

Para o deputado Jorge Braz, do PRB do Rio de Janeiro, que solicitou a audiência, o debate a respeito da Lei de Proteção de Dados e da ANDP é uma oportunidade de fazer um relatório com as sugestões e pedidos a respeito da Autoridade para que a lei entre em vigor em 2020 com quantidade mínima de erros.

"Para que efetivamente as leis, ao entrarem em vigor agora no início do ano, no meio do ano, a gente 'peque' o mínimo possível. Vem daí a importância dos senhores debatedores".
O secretário da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Luciano Timm, destacou a preocupação da Secretaria em relação à captura da ANPD, que não pode ter apenas representantes das empresas que serão reguladas. O secretário citou o caso da empresa Facebook que esteve envolvida com vazamento de dados de usuários. Segundo Luciano, este caso se encaixou em violação à Lei de Proteção de Dados Pessoais e também ao Código de Direito do Consumidor. Para o secretário, a presença da sociedade civil é fundamental no conselho da ANPD para discutir casos como esse.

"Como é que se daria a composição do conselho? Então, nós havíamos sugerido que tivesse mais representatividade de sociedade civil, vis-à-vis entidades representativas do setor empresarial. No fim, hoje, nós temos mais representantes de empresas do que entidades e sociedade civil".

Para o representante da Sociedade Brasileira de Computação, Altair Santin, a falta de profissionais de segurança da informação pode afetar no desenvolvimento de segurança e privacidade de dados nas empresas privadas e governamentais. Segundo o representante, uma pesquisa internacional relatou que em 2022 haverá uma demanda de 1.2 milhões de profissionais que ainda não existem no mercado.

"Então, a gente vê que é necessário a formação de profissionais, pesquisadores e graduados na área. Não existe curso de graduação, no Brasil, ainda em graduação em segurança da informação".

A diretora da Comissão Permanente de Concorrência do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor, Amanda de Oliveira, criticou a criação de uma agência reguladora sobre o tema, porque para ela não há experiências positivas com agências reguladoras no País.

"Elaborar a lei foi um passo grande e importante, mas ele é o primeiro passo. Ainda há muito o que se fazer, que diz respeito à efetividade da lei e, que passa necessariamente por uma agência nacional ou por uma autoridade nacional de proteção de dados"

O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado João Maia, do PL do Rio Grande do Norte, ressaltou que o tema de proteção de dados voltará a ser debatido em mais duas reuniões na comissão. Além disso o colegiado pretende discutir temas como comércio eletrônico, superendividamento e fortalecimento dos Procons.

Reportagem - Caroline César

Fonte:www2.camara.leg.br/camaranoticias

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