Doença caracterizada por dores
constantes em todo corpo acomete cerca de cinco milhões de brasileiros
Fibromialgia. O nome é grande,
o diagnóstico não é fácil e o tratamento é complexo e caro.
A doença, caracterizada por
dores constantes em todo o corpo, acomete cerca de cinco milhões de
brasileiros.
Ela afeta nervos e músculos,
fazendo com que o cérebro não consiga filtrar a dor. Por causa das dores
constantes, o paciente sente cansaço, fadiga, dorme muito mal e, no outro dia,
tem vontade de ficar na cama.
A jornalista Dayane Almeida,
de 31 anos, começou a sentir os sintomas da doença com apenas 20 anos.
"A gente sente dor 24
horas por dia, eu costumo brincar lá em casa que se um dia eu acordar sem dor,
eu vou achar que é meu último dia. Mas tem épocas que a gente tem crise porque
ela é uma doença muito relacionada com o emocional, se você estiver sob
estresse, discutindo com alguém, você vai ter crises, que aí dói muito mais. Aí
eu vou sentir dor não só na parte superior, mas no corpo todo. Até não vou
saber te explicar."
A diretora da Sociedade de
Reumatologia de Brasília explica melhor o que leva Dayane e os outros pacientes
a sentir estes sintomas.
"A gente sabe que tem um
distúrbio no nosso sistema nervoso central na modulação da dor. Igual existe a
depressão que você tem uma redução dos neurotransmissores, a saciedade, do
bem-estar, na fibromialgia você tem uma diminuição dos neurotransmissores que
vão levar à diminuição da dor e os que aumentam a dor vão estar mais
aumentados. Até muito mais aumentada".
A fibromialgia ainda não tem
cura; deve ser controlada. A caixa do medicamento já chegou a custar entre 240
e 300 reais. Hoje, existe o genérico, que custa 140. Quando a dor se torna
crônica, o paciente tem que ser internado para tomar medicamentos direto na
veia.
Um tratamento nada barato para
quem não tem plano de saúde. Por causa disso, a Câmara dos Deputados aprovou um
projeto que torna obrigatório que o Sistema Único de Saúde, o SUS, ofereça todas
as etapas do tratamento.
A deputada Benedita da Silva
(PT-RJ), que foi relatora da proposta, explica:
"Que o SUS possa ampliar
o seu atendimento nesta área porque só remédio não basta. E também fazer com
que as pessoas possam, nos primeiros sintomas, já ter este tratamento. Porque
muitas das vezes você confunde: Ah, tá com reumatismo, sentindo aquela dor
óssea, aquela apatia, desmotivado... Então, é importante que este atendimento
seja além dos remédios você possa ter um acompanhamento, psicóloga, e que os
remédios também tenham condições de acessibilidade."
O projeto que torna
obrigatória a oferta do tratamento integral para a fibromialgia pelo Sistema
Único de Saúde será agora analisado pelo Senado.
Reportagem - Mariana Monteiro
0 comentários:
Postar um comentário