Destaques

domingo, 21 de julho de 2019

Vacina pentavalente está em falta nos postos de todo o país


Na capital, em 41 unidades de saúde pesquisadas, só 4 tinham doses

Patrícia Pasquini
Mariangela de Castro

A vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e haemophilus influenza B, está em falta na rede pública de saúde. 

Funcionários de empresa na região da avenida Paulista recebem vacina contra o sarampo - Rubens Cavallari - 5.abr.2019/Folhapress

Ela deve ser ministrada em três doses, aos dois, aos quatro e aos seis meses de idade. O reforço deve ser feito com um ano e três meses.

Segundo o Ministério da Saúde, os lotes mais recentes da vacina recebidos do laboratório indiano Biologicals E Limeted India foram reprovados pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Como não existe laboratório produtor do insumo no país, a compra da vacina é viabilizada pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), que este ano adquiriu 4 milhões de doses da imunização, de outro laboratório indiano, com embarques previstos para este mês, agosto, setembro e outubro, mas não há previsão de normalização.

Por conta do problema, o estoque está baixo na rede pública da cidade de São Paulo. A reportagem ligou para 41 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de todas as regiões, e só quatro ainda tinham a vacina.

A imunização também começa a faltar na rede particular. Não há, por exemplo, no laboratório Lavoisier. Já no Clinivac e no Vacinar, o preço da dose varia entre R$ 300 e R$ 450.

A dona de casa Cristina Velasco, 66 anos, da Mooca (zona leste), disse que seu neto deveria ter tomado o reforço da pentavalente há dois meses. “Todos os dias perguntamos sobre a vacina na UBS Vila Bertioga, mas sempre dizem que não chegou e que a falta é nacional”, afirma.

Interior
As cidades do interior do estado, como Bauru (329 km de SP) e Ourinhos (378 km de SP), estão com o estoque zerado da pentavalente. 

Nesta quinta-feira (18), o secretário municipal de Saúde de Bauru, José Eduardo Fogolin, solicitou à Secretaria de Estado da Saúde uma cobrança maior junto ao governo federal para o envio das vacinas pelo Programa Nacional de Imunização. A prefeitura diz  que não pode comprar a vacina, uma vez que é enviada pelo Ministério da Saúde.

Em Ourinhos, a vacina não é repassada ao município há 14 dias. A Secretaria de Saúde local está orientando as mães a evitar locais aglomerados. 

Para a infectologista Raquel Muarrek, na falta é importante que os pais deem separadamente as vacinas que compõem a pentavalente. São três: a tríplice bacteriana (contra difteria, tétano e coqueluche), hepatite B e haemophilus influenza B (contra bactéria que provoca infecção que podem começar no nariz e na garganta). 

“A vacinação é importante para a criança porque ela fica fica desprotegida e pode acabar doente”, diz. “Para a população em geral porque evita a circulação de vírus”, afirma.

Resposta
O Ministério da Saúde disse que desde o dia 11 de julho já encaminha aos estados 437,7 mil doses da vacina pentavalente do laboratório Serum Índian para regularizar os estoques no país. O órgão disse que não há previsão para receber outros lotes do laboratório Biologicals E Limeted India.

A Secretaria Estadual da Saúde afirmou que o envio das doses pelo governo federal está irregular e em quantidades insuficientes.

A Secretaria Municipal da Saúde disse que foi informada pela Secretaria Estadual de Saúde que serão fornecidas 34 mil doses da vacina na próxima semana. A Covisa afirma que remanejou internamente as doses nas regiões.



Parques tecnológicos são apostas para desenvolver regiões do Paraná

Célio Yano


                             Parque Tecnológico de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná/Foto: Rodinei Santos/Prefeitura de Pato Branco

Com o objetivo de promover a inovação como alavanca para o desenvolvimento das diversas regiões do estado, o governo estadual realiza até o fim de julho um processo de credenciamento de parques tecnológicos pelo Paraná.

O trabalho, levado à frente pelo Sistema Estadual de Parques Tecnológicos (Separtec), busca fortalecer esse tipo de empreendimento, em que empresas, universidades e poder público atuam de maneira conjunta na pesquisa e desenvolvimento de soluções tecnológicas.

Em um levantamento inicial, foram identificadas 18 iniciativas por todo o Paraná, nas cidades de Cascavel, Cornélio Procópio, Curitiba (4), Foz do Iguaçu, Guarapuava, Jacarezinho, Londrina, Maringá, Medianeira, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, Toledo e Umuarama, além do Parque Tecnológico Virtual do Paraná (veja a lista).

Até o dia 31 de julho, cada uma delas passará por uma avaliação in loco em relação a seu grau de maturidade. “Levaremos em consideração aspectos como a relação com universidades, a inserção do parque no plano diretor do município, perspectivas de internacionalização, além de equipamentos e serviços disponíveis”, conta o secretário executivo do Separtec, José Maurino Martins.

Os projetos com um grau mínimo de maturidade receberão inicialmente um credenciamento provisório e um prazo para adequação a determinadas regras para obtenção do credenciamento definitivo. A partir daí, recursos do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Paraná Fomento ou Fundação Araucária devem ser liberados apenas para parques credenciados. “A ideia não é só ajudar os parques na sua estruturação e instalação, mas também empresas que quiserem se instalar dentro dos parques”, completa Martins.

O Paraná é considerado propício para o desenvolvimento de ecossistemas de inovação. A presença de três universidades federais, sete estaduais, além de quatro grandes universidades particulares e institutos de pesquisa públicos e privados, facilita a interlocução do setor acadêmico com os diversos setores da economia. “O papel do Separtec é promover essa sinergia”, comenta Martins.

O conceito de parque tecnológico refere-se a uma área física que concentra empresas, incubadoras e instituições de pesquisa para compartilhamento de conhecimento, equipamentos e recursos, gerando benefícios econômicos e sociais, além de desenvolvimento tecnológico. O poder público entra em grande medida com investimentos, principalmente por meio de incentivos fiscais.


OS 20 MEDICAMENTOS MAIS VENDIDOS ATÉ 2018 NOS EUA - KEYTRUDA DA MSD TEM A ASCENSÃO E REMICADE DA J&J REGISTRA A MAIOR QUEDA EM CONCORRÊNCIA COM OS BIOSSIMILARES


Avaliando as vendas das farmacêuticas e considerando que nos EUA é o mercado mais importante, onde as vendas superam todas as outras regiões, pelo fato de que o mercado americano está avaliado em US $ 485 bilhões, de acordo com o último relatório da IQVIA sobre a indústria farmacêutica global.

O tamanho do mercado americano proporciona a oportunidade de liderança para a maioria das drogas lançadas. Mas os EUA também são os fabricantes de medicamentos com maior poder de determinação de preços, e onde os reguladores, apesar de todas as críticas que enfrentam por qualquer atraso, tendem a acelerar novos tratamentos no mercado.

Hoje em dia as maiores drogas do mundo são biológicas, nos EUA também estão as principais marcas que enfrentam menos concorrência com cópias. Enquanto na Europa os biossimilares estão afetando seriamente as vendas de grandes marcas - incluindo a gigante Humira da AbbVie.

Nos EUA as proteções de patente mantiveram muitos biossimilares à distância, certamente esse é o caso do Humira, que agora não enfrentará a biossíntese até 2023, graças à série de assentamentos de patentes da AbbVie com seus potenciais rivais.

Confira na lista os vários grandes blockbusters que se beneficiam de atrasos biossimilares. Você também verá alguns remédios de molécula pequena que estão prestes a cair na competição dos genéricos. No geral, os principais medicamentos abrangem campos de especialidades como câncer e imunologia e indicações do mercado de massa, como diabetes.

No topo da lista encontramos a linha de drogas legadas bem sucedidas, incluindo Humira, Revlimid da Celgene (No. 2), Enbrel da Amgen (No. 3) e Rituxan da Roche (No. 4). Mas impulsionado por lançamentos de sucesso para alguns adversários precoces - e uma mistura de competição de genéricos, descontos mais apertados e crescimento lento para blockbusters mais antigos - alguns novatos estão subindo rapidamente no ranking. 

O Humira se manteve por mais de um ano no topo das vendas nos EUA, mais que o dobro de seu concorrente mais próximo, com US $ 13,68 bilhões. Embora o Humira não enfrente qualquer competição de biossimilar nos EUA até 2023, as vendas no primeiro trimestre da droga na Europa - a primeira - podem sinalizar o futuro da droga nos próximos anos. Em um segundo distante, Revlimid postou US $ 6,47 bilhões no ano. 

Alguns destaques da lista são o Genvoya da Gilead (No. 12), o tratamento para o HIV que a farmacêutica chamou de o lançamento do single-tablet de maior sucesso de sua história. O medicamento, lançado em 2016, faturou US $ 3,63 bilhões em 2018. 
A única grande história de sucesso na lista foi Keytruda (nº 6) e sua meteórica ascensão na lista, com um aumento de vendas de 80% no ano, para US $ 4,2 bilhões. Keytruda, disputa o mercado de pescoço e pescoço com Opdivo da Bristol-Myers Squibb em imuno-oncologia, tem perseguido agressivamente novas indicações e obtido as recompensas por sua pesquisa.

No outro extremo da avaliação, a Johnson & Johnson's Remicade (nº 11) registrou uma queda de 20% nas vendas no ano, para US $ 3,7 bilhões, impulsionada por um desconto agressivo impostos pelos pagadores e uma fatia de mercado roubada por dois concorrentes biossimilares. Se as vendas continuarem a cair, isso pode tirar o blockbuster da J & J da lista de 2019. 

A FiercePharma usou declarações financeiras corporativas e transcrições de ganhos anuais para montar essa lista dos 20 principais medicamentos até 2018 vendas nos EUA. 
Nós limitamos o universo a drogas isoladas, em vez de franquias que incluem terapias combinadas. Por exemplo, a franquia de diabetes DPP-4 da Merck - Januvia e Janumet - não chegou à lista apesar das vendas que, em conjunto, teriam conseguido um lugar.
Conheça, abaixo, as drogas dominantes nos EUA - pelo menos por enquanto. Analisamos as tendências que deverão mudar o ranking em 2020? 

Os 20 principais medicamentos até 2018 vendas nos EU

Com informações de: Kyle Blankenship da FiercePharma



sábado, 20 de julho de 2019

Relatório da CGU aponta problemas em parcerias da Fiocruz de 2013 a 2018

Auditoria foi feita sobre oito Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo entre a Fiocruz e o Ministério da Saúde


Relatórios de auditorias da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre oito PDPs (Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo) firmadas ente a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Ministério da Saúde apontam problemas que vão de precarização do trabalho a riscos de prejuízos aos cofres públicos de 2013 a 2018.

Nesta semana, a pasta suspendeu 19 contratos de PDPs, tipo de parceria do poder público com a iniciativa privada para a transferência de tecnologia de fabricação de remédios e outros produtos da área da saúde.

O ministério suspendeu contratos com 7 laboratórios públicos nacionais para a produção de 18 medicamentos e uma vacina distribuídos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A CGU e o ministério não informaram se as oito PDPs que constam nos documentos de auditoria obtidos pelo jornal estão na lista das que tiveram contrato interrompido nesta semana.

O risco de prejuízos, segundo o relatório, está em uma aquisição de R$ 112, 5 milhões. “A metodologia adotada para definição dos preços apresentados no projeto executivo das PDPs e dos preços efetivos de aquisição dos medicamentos é inadequada e não leva em conta premissas básicas das PDPs, de economicidade e racionalização do poder de compra do Estado”, aponta o documento.

Um dos relatórios da CGU, de 7 de abril de 2017, não verificou impacto positivo na política de parcerias e diz que todos os cronogramas de transferência de tecnologia, naquela época, estavam atrasados. O documento em questão investigava oito PDPs firmadas entre o ministério e o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), unidade técnico-científica da Fiocruz responsável por produzir medicamentos de base sintética, para o governo federal, distribuídos pelo SUS.

Quanto à precarização do trabalho, a CGU constatou que a equipe da Farmanguinhos executora das PDPs é composta por terceirizados, contratados por intermédio de empresa de locação de mão de obra por, no máximo, 60 meses. “Dessa forma, a relação precária e temporária com essa força de trabalho diminui o potencial de qualificação do laboratório público”. A CGU fez, na época, várias recomendações à Fiocruz, incluindo possível suspensão de algumas das parcerias.

Uma segunda auditoria obtida pelo Estado foi feita de 7 de maio a 29 de junho de 2018, por meio de testes, análises e coleta de informações. Os auditores identificaram que nenhum dos medicamentos comprados via parceria estava sendo produzido pelo laboratório público. Ao concluir o segundo relatório, a CGU recomendou um estudo da Farmanguinhos para apurar “a conveniência e a oportunidade” de dar continuidade às oito parcerias com o ministério.

Em um relatório, a CGU diz que ao longo da vigência das PDPs, outros laboratórios nacionais passaram a produzir e a vender os medicamentos a preços competitivos, o que “reforça a necessidade de avaliação da continuidade dos acordos”.

Resposta
A Fiocruz foi procurada, mas não se manifestou especificamente sobre as auditorias. A fundação esclarece que, entre as 19 parcerias suspensas esta semana, há quatro de Farmanguinhos e duas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). “Mais de 80% das PDPs da Fiocruz permanecem ativas. No caso das PDPs suspensas, uma avaliação criteriosa está sendo feita em conjunto com o Ministério da Saúde”.

O laboratório diz ainda que, no caso de Farmanguinhos, o ministério suspendeu as PDPs dos medicamentos pramipexol (Parkinson), cabergolina (para controle hormonal, entre outras indicações) e sevelâmer (para doença renal crônica sob diálise). “A unidade deixou de fornecer esses produtos, mas continuou os processos de absorção tecnológica, que se encontram em fase avançada. Neste sentido, já foram finalizadas a fabricação dos lotes-piloto de sevelâmer e cabergolina”.

Negociação
O jornal procurou outros laboratórios que sofreram suspensões de PDPs. Eles afirmaram que a medida é transitória, antiga ou não afeta a produção atual.

A Furp (Fundação para o Remédio Popular) alegou que PDPs referentes aos remédios gosserrelina e leuprorrelina já estavam suspensas desde 2018, após notificação do laboratório Cristália. O Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) esclareceu que, apesar de ter sido selecionado pelo Ministério da Saúde para ser fornecedor de seis medicamentos para o SUS, nenhum deles ainda é produzido. E ressaltou que o prazo da PDP é de dez anos e detalhes ainda são negociados com a pasta Da mesma forma, a Funed se reuniu ontem com integrantes do governo federal.

Impactos
Diretor jurídico do Instituto Oncoguia, organização não governamental que oferece apoio e orientação a pacientes com câncer, Tiago Farina Matos diz que, em um primeiro momento, a medida não deve trazer impactos para os pacientes por ser uma questão administrativa. Segundo ele, o formato de PDP é uma estratégia para acesso a medicamentos, mas o governo pode adotar outras soluções.


sexta-feira, 19 de julho de 2019

Fiocruz produz lotes-piloto do medicamento Cabergolina

Alexandre Matos (Farmanguinhos/Fiocruz)

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), unidade da Fiocruz responsável pela fabricação de medicamentos, finalizou a produção de lotes-piloto do Cabergolina 0,5mg, indicado para controle da hiperprolactinemia. Trata-se de mais um fruto de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) que a unidade conclui este ano. Com isso, a instituição passará a ofertar na rede pública de saúde esse importante fármaco para pacientes que sofrem dessa anomalia causada pela produção elevada de prolactina, também conhecida como hormônio do leite - quando está presente no sangue em alta dosagem, pode trazer várias consequências à saúde da mulher, como o bloqueio da menstruação, causando infertilidade.

A fabricação pública foi viabilizada por uma PDP, na qual a indústria nacional Cristália transfere a tecnologia para o instituto. Neste sentido, a produção desses lotes tem como objetivo a inclusão pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de Farmanguinhos como local de fabricação. A previsão é de que, até outubro deste ano, a unidade esteja executando todo o processo produtivo em sua planta fabril, que foi totalmente modernizada para absorção tecnológica de medicamentos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Benefícios para o país
O diretor Jorge Mendonça explica que a internalização da tecnologia significa fortalecer a produção pública de medicamentos e o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (Ceis). Ele observa ainda que a fabricação de Cabergolina por Farmanguinhos garantirá o abastecimento do SUS, além de gerar economia aos cofres públicos, o que permitirá a ampliação do acesso de mais pessoas ao tratamento.

“A inclusão de Farmanguinhos como local de fabricação reitera o comprometimento da unidade, que cumpriu o objetivo integral da parceria, isto é, absorveu todo o processo fabril em suas instalações. Outro ponto a destacar é a garantia da nacionalização dos Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA) utilizados na fabricação deste medicamento, o que diminui a dependência por produtos importados. Desta forma, Farmanguinhos contribui para a sustentabilidade ao SUS”, ressalta o diretor.

Para produzir a Cabergolina, e outros medicamentos advindos de PDP, nas instalações do Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM), Farmanguinhos passou por uma reforma de sua planta fabril. Além de contar com profissionais altamente qualificados, foram adquiridos equipamentos de última geração. Desta forma, o Instituto continua atuando de forma estratégica para o país, lutando sempre em defesa da vida e de uma saúde pública de qualidade.


Nota: Atos do Ministério da Saúde põem em risco todo o Complexo Industrial da Saúde no Brasil


Decisão de suspender contratos afeta toda a cadeia produtiva pública de medicamentos e produtos para a saúde


A decisão do Ministério da Saúde de suspender, de forma intempestiva, atemporal e sem ter cumprido os ritos legais, 19 contratos e termos de compromisso de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) coloca em risco toda a formatação do Complexo Industrial de Saúde no Brasil.

A decisão afeta não apenas os milhões de pacientes que dependem dos medicamentos e vacinas que tiveram as PDPs suspensas – o que pode causar problemas de desabastecimento –, mas também ameaça todos os demais acordos do gênero no setor, vigentes e futuros, além de, invariavelmente, inflacionar os preços dos produtos para a saúde adquiridos pelo ministério e distribuídos para a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os benefícios da política de desenvolvimento de PDPs são inequívocos para os cofres públicos. Estudos realizados pela Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob) aponta que, por meio dos acordos, o Ministério da Saúde economizou R$ 20 bilhões, nos últimos oito anos, com a aquisição de medicamentos e produtos para a saúde.

Nos contratos de PDP celebrados pela Bahiafarma, os benefícios também são evidentes. No caso do Cloridrato de Sevelâmer, medicamento utilizado no tratamento de doenças renais crônicas, por exemplo, o Ministério da Saúde comprava cada comprimido por R$ 6,70, em média, antes da assinatura da PDP, em 2013. Hoje, esse preço é de R$ 1,55 – e são produzidos cerca de 70 milhões de comprimidos por ano para abastecer o SUS.

Também emblemático é o caso da Insulina Recombinante Humana, utilizada para tratamento da diabetes: hoje, pela compra centralizada (para abastecer o SUS), fornecida pela Bahiafarma por meio de PDP, o ministério investe R$ 10,35 por dose de 10ml do medicamento. O mesmo medicamento, comprado pelo mesmo ministério, de outro fornecedor, para abastecer a rede Farmácias Populares, custa aos cofres públicos R$ 26,55 por dose de 10ml.

A suspensão dos acordos, por parte do Ministério da Saúde, gera impactos não apenas financeiros e imediatos, mas de quebra de confiança em toda a cadeia produtiva. Os termos de compromisso e contratos de PDP são documentos publicamente reconhecidos, sobre os quais laboratórios públicos, seus parceiros privados e Estados investem recursos para a aquisição de maquinário e de matéria-prima, treinamento de pessoal, construção de unidades físicas de produção, entre muitos outros.

No caso da Bahiafarma, além da adequação da planta fabril e da aquisição de todo o maquinário – com investimentos do próprio Ministério da Saúde, de R$ 40 milhões – para a produção de Cabergolina e do Cloridrato de Sevelâmer, que tiveram as PDPs suspensas, já foram investidos, pelo governo da Bahia e pelo parceiro privado, cerca de R$ 10 milhões nos projetos e na aquisição de terreno para a construção de uma fábrica exclusiva de produção de insulina, orçada em R$ 350 milhões, que já está em fase de licenciamento ambiental e preparação de terreno.

Além de ações de reparação, junto à União, para ressarcimento dos montantes investidos, a insegurança jurídica originada com a quebra unilateral dos contratos e termos de compromisso firmados tende a afetar diretamente outras tentativas de acordo do gênero, o que vai acarretar em gastos progressivamente maiores para a manutenção do SUS e, em última análise, no desmonte do Complexo Industrial da Saúde, o que tornará o País vulnerável a oscilações de preço e desabastecimentos em toda sua cadeia de fornecimento de medicamentos, vacinas e produtos para a saúde.


Mutirão alerta para a prevenção de câncer colorretal no Rio de Janeiro


Cerca de 80% dos casos da doença poderiam ser evitados a partir de exames preventivos

Entre os dias 22 e 24 de julho, o Hospital Federal de Ipanema (HFI), no Rio de Janeiro (RJ), recebe o Mutirão Nacional contra o Câncer Colorretal. A ação social é promovida pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) em 17 cidades do Brasil. Para 2019, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 36 mil novos casos da doença no país, sendo 4.690 no Rio de Janeiro.

“É necessário que o atendimento na saúde básica seja adequado, com foco na prevenção por meio da pesquisa de sangue oculto nas fezes e com a indicação correta para a colonoscopia”, diz a presidente da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED e chefe do Serviço de Endoscopia Digestiva do HFI, Ana Maria Zuccaro. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2017, 2.355 pessoas morreram em decorrência do câncer colorretal no estado.

Cerca de 80% dos casos da doença poderiam ser evitados a partir de exames preventivos, como a colonoscopia e análise de sangue oculto nas fezes por método imunohistoquímico (FIT). Quando o paciente apresenta sintomas é porque a doença está em estágio mais avançado.

A expectativa é de que cerca de 60 pacientes pré-selecionados no Sistema Único de Saúde (SUS) realizem a colonoscopia durante o mutirão na cidade carioca. O exame permite o diagnóstico precoce da doença, com melhores resultados quanto ao prognóstico. Em todo o Brasil, a ação irá beneficiar cerca de 600 pessoas.

INCIDÊNCIA 
O câncer colorretal é a segunda causa de morte por câncer no Brasil, superado apenas pelo de próstata entre os homens e pelo de mama entre as mulheres. No mundo é o terceiro câncer mais frequente e, nos EUA, responde pela segunda maior causa de morte por câncer.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa de novos casos de câncer colorretal no país para 2018 é de 36.360, sendo 17.380 em homens e 18.980 em mulheres. A incidência da doença varia com a região. É o segundo câncer mais frequente no Sudeste, o terceiro no Sul e Centro-Oeste e o quarto no Norte e Nordeste.

Importante: o exame é realizado em pacientes pré-selecionados. Não serão atendidas pessoas que chegaram ao local de realização sem prévia avaliação.

Por Nucom MS/RJ
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(21) 3985-7475/7578


Brasileiros serão entrevistados sobre a situação de saúde


De agosto a dezembro, Ministério da Saúde realiza a segunda edição da Pesquisa Nacional de Saúde. Os entrevistadores vão visitar mais de 108 mil residências em todo o país

Conhecer a realidade da saúde de um país é o primeiro passo para entender as necessidades de sua população e, dessa forma, possibilitar a elaboração de ações e programas em prol de mais saúde e qualidade de vida. Assim, para subsidiar o Ministério da Saúde com informações que possibilitem a formulação e/ou o aperfeiçoamento de políticas públicas eficientes, mais de 108 mil brasileiros receberão, a partir de agosto deste ano, a visita de pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que terão a missão de levantar dados sobre as condições de vida e de saúde da população.

Realizada a cada cinco anos pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) contará com cerca de 1,2 mil entrevistadores, que vão visitar mais de 108 mil residências em 3,2 mil municípios brasileiros de todos os estados e regiões do país, de áreas urbanas e rurais, de capitais, regiões metropolitanas e demais municípios. Eles estarão uniformizados com colete e crachá de identificação do IBGE.

Crédito: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

Pela relevância da pesquisa para o país, o Ministério da Saúde solicita que as pessoas atendam e colaborem com os entrevistadores, desde que eles estejam devidamente identificados. “A participação dos residentes selecionados é fundamental para que os resultados retratem a realidade da saúde brasileira”, afirma o secretário da Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira. Ele explica ainda que, neste ano, a PNS vai refletir aspectos elencados na Política Nacional de Vigilância em Saúde e que a sociedade estabeleceu a diretriz de ações integradas de atenção e vigilância. “Deste modo, as questões buscam refletir essas diretrizes“, finaliza.

Os dados da PNS serão utilizados, por exemplo, para elaborar e/ou aperfeiçoar ações e políticas na área de Atenção à Saúde, como o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, a Estratégia de Saúde da Família e o programa Farmácia Popular do Brasil. A pesquisa será feita por amostragem com os moradores das residências sorteadas.

Aos entrevistados, serão feitas perguntas sobre as características do domicílio, questões sobre educação e rendimento, além da situação de saúde dos residentes, como estilos de vida, doenças crônicas não transmissíveis, saúde da mulher, do homem, da criança, do idoso, da pessoa com deficiência, entre outros.

A primeira edição da PNS aconteceu em 2013. Para esta segunda edição, os entrevistadores vão coletar os dados entre agosto e dezembro deste ano.

ETAPAS DA ENTREVISTA
Na entrevista, os pesquisadores do IBGE vão utilizar um smartphone, dispositivo móvel no qual os dados informados pelos moradores serão inseridos. Para realizar as perguntas, eles deverão seguir uma conduta de abordagem definida pelo Ministério da Saúde e pelo IBGE, como polidez no tratamento com os entrevistados, seguir o roteiro do questionário e deixar mensagem caso os moradores não sejam encontrados.

Definida nas três etapas a seguir, a entrevista levará, em média, 30 minutos para ser concluída (mas pode variar de acordo com o perfil do entrevistado):
  • Sobre o domicílio: um morador informará sobre as características do domicílio (como bens e presença de animais domésticos) e seu entorno (rede de esgoto, coleta de lixo, etc).
  • Sobre os moradores: um morador responderá pelos demais sobre educação e rendimentos, saúde da criança, do idoso, da pessoa com deficiência, uso de serviços de saúde, entre outros.
  • Sobre o morador selecionado:  um morador com 15 anos ou mais de idade será sorteado dentre os demais residentes. Ele vai responder sobre estilos de vida (prática de atividade física, consumo alimentar, hábito de fumar, consumo de álcool), doenças crônicas não transmissíveis, saúde da mulher ou homem, doenças transmissíveis, acidentes e violências, etc. Além disso, haverá coletas de medidas físicas (peso e altura) em uma sub amostra (aproximadamente 8 mil indivíduos) do morador selecionado.
Jéssica Cerilo, da Agência Saúde 
Atendimento à Imprensa
(61) 3315-3587/3580



Conheça os códigos para ações de campo no Solicita


A partir do dia 22 de julho, ações de campo de produtos para a saúde serão encaminhadas para a Anvisa por meio do sistema Solicita. Veja quais são os códigos de assunto.


Já estão disponíveis para consulta os códigos de assunto para ações de campo de produtos para a saúde. É que, a partir do dia 22 de julho, essas ações serão encaminhadas para a Anvisa por meio do sistema de peticionamento eletrônico Solicita. Com isso, as empresas deixarão de encaminhar a documentação protocolada fisicamente ou via e-mail, como ocorre hoje em dia.

As ações de campo são realizadas pelos detentores de registro de produtos para a saúde, com o objetivo de reduzir o risco de ocorrência de eventos adversos relacionados ao uso de produtos que já são comercializados. São exemplos das principais ações de campo realizadas pelas empresas: recolhimento de produtos, correção em campo, atualização de softwaree encaminhamento de cartas aos clientes com instruções referentes aos problemas detectados.

Com a migração das ações de campo para o sistema Solicita, a Anvisa pretende organizar a documentação encaminhada para a área técnica, dar transparência às ações e melhorar os fluxos internos. Além disso, busca-se melhorar as informações e ferramentas para o encaminhamento de documentos pelo setor regulado.

Conheça os códigos de assunto para ações de campo de produtos para a saúde:

Código de assunto
Descrição do assunto de petição
Fato gerador
80166
TECNOVIGILÂNCIA – Notificação inicial de ação de campo de MATERIAL.
000-0
80167
TECNOVIGILÂNCIA – Notificação inicial de ação de campo de EQUIPAMENTO.
000-0
80178
TECNOVIGILÂNCIA – Notificação inicial de ação de campo de produto IVD.
000-0
80180
TECNOVIGILÂNCIA – Monitoramento de ação de campo de IVD.
000-0
80170
TECNOVIGILÂNCIA – Monitoramento de ação de campo de EQUIPAMENTO.
000-0
80171
TECNOVIGILÂNCIA – Monitoramento de ação de campo de MATERIAL.
000-0
80179
TECNOVIGILÂNCIA – Conclusão de ação de campo de IVD.
000-0
80173
TECNOVIGILÂNCIA – Conclusão de ação de campo de MATERIAL.
000-0
80174
TECNOVIGILÂNCIA – Conclusão de ação de campo de EQUIPAMENTO.
000-0
80181
TECNOVIGILÂNCIA – Retificação de informações de ação de campo de IVD.
000-0
80176
TECNOVIGILÂNCIA – Retificação de informações de ação de campo de EQUIPAMENTO.
000-0
80177
TECNOVIGILÂNCIA – Retificação de informações de ação de campo de MATERIAL.
000-0
80182
TECNOVIGILÂNCIA – Aditamento de ação de campo.
000-0
80101
TECNOVIGILÂNCIA – Anuência para veicular publicidade contendo alerta à população de EQUIPAMENTOS.
7609
80102
TECNOVIGILÂNCIA – Anuência para veicular publicidade contendo alerta à população de MATERIAIS DE USO MÉDICO.
7609
8417
TECNOVIGILÂNCIA – Anuência para veicular publicidade contendo alerta à população de IVD.
7609




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