Em reunião virtual nesta
quarta-feira (22/7), a mesa diretora apoiou a continuidade ao maior estudo
epidemiológico que se tem conhecimento sobre a Covid-19 em todo o mundo
A Mesa Diretora do Conselho
Nacional de Saúde (CNS) reuniu-se virtualmente, nesta quarta-feira (22/07), com
o reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, para
reforçar o apoio à continuidade da pesquisa desenvolvida pela Universidade, no
mapeamento da epidemiologia do coronavírus no Brasil.
Trata-se do maior estudo
epidemiológico que se tem conhecimento sobre a Covid-19 em todo o mundo e
iniciativas similares estão sendo realizadas nos Estados Unidos, Espanha,
Islândia, Áustria e Suécia. A pesquisa Evolução da Prevalência de Infecção por
Covid-19 no Brasil (Epicovid19-BR) foi financiada pelo Ministério da Saúde e
aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) do CNS.
Após concluir as três fases
previstas no cronograma original a pesquisa foi encerrada e, no momento,
aguarda novos investimentos para prosseguir com os testes e entrevistas. Após
especulação da imprensa de que a pesquisa estaria cancelada, o CNS reforçou que
os dados brasileiros têm sido essenciais para a compreensão da epidemiologia da
pandemia, não só no país, como no cenário internacional.
“O Conselho já se solidarizou
em outros momentos quando houve agressão e ataques de investimentos à ciência.
Acreditamos que seja fundamental a continuidade destes estudos para o
enfrentamento da pandemia no nosso país”, afirma o presidente do CNS, Fernando
Pigatto.
O estudo foi realizado em 133
cidades brasileiras, consideradas as mais populosas conforme divisão do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre outros aspectos,
o estudo aponta as diferenças na evolução do coronavírus entre as regiões do
Brasil e confirma que o risco de infecção não depende da idade, ou seja,
adultos e crianças correm os mesmos riscos de contaminação.
O levantamento também mostra
que há seis vezes mais pessoas com anticorpos para a Covid-19 do que as
estatísticas oficiais apontam e que apenas 9% dos pesquisados não relataram
qualquer sintoma, ou seja, a maioria dos casos não são de pessoas
assintomáticas.
A pesquisa aborda as
desigualdades regionais, as diferenças por nível sócio econômico e etnia, o
grau de adesão da população brasileira às recomendações de distanciamento
social, como esse percentual muda ao longo do tempo e a velocidade de expansão
do coronavírus, entre outros aspectos.
A primeira fase foi feita
entre os dias 14 e 21 de maio, totalizando 25.025 entrevistas e testes. A
segunda fase realizou-se entre os dias 4 e 7 de junho, tendo sido conduzidas
31.165 entrevistas e testes. A terceira fase ocorreu entre os dias 21 e 24 de
junho, totalizando 33.207 entrevistas e testes.
Somando as três fases da
pesquisa, trata-se do estudo epidemiológico com maior número de indivíduos
testados do mundo para o coronavírus, com uma amostra total de 89.397 pessoas
entrevistadas e testadas.
“Concluímos com sucesso as
três fases da pesquisa e esperamos que ela prossiga, porque a pandemia está
seguindo e a população brasileira precisa desses dados. Como epidemiologistas
queremos seguir produzindo informações epidemiológicas para que Brasil continue
enfrentando a Covid-19, afirma o reitor Hallal.
Confiraos resultados da pesquisa
Ascom CNS