A prevalência da doença é
cinco vezes maior em pacientes que realizam terapia renal
Como parte das ações do Julho
Amarelo, mês de combate às infecções por hepatites virais, o Ministério da
Saúde reforçou orientações aos profissionais de saúde para cuidados e prevenção
da hepatite C nos serviços de diálise, durante conferência virtual webinar
realizada na última terça-feira (21/7). Entre as orientações, a pasta destacou
os fluxos estabelecidos para triagem, parâmetros clínicos e laboratoriais que
auxiliam os nefrologistas em suspeitas clínicas de infecção pela doença no
ambiente de diálise e a evitar fontes de contaminação.
Ainda durante a pandemia da
Covid-19 no país, os pacientes que necessitam de terapia renal permanecem indo
aos serviços pela dependência da hemodiálise devido à condição de saúde. Por
isso, são considerados como população prioritária para o diagnóstico da
hepatite C.
A transmissão do vírus da
hepatite C ocorre principalmente pelo contato com sangue contaminado, sendo a
prevalência da doença pode ser até cinco vezes maior em pacientes que realizam
terapia renal. De acordo com informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças
dos Estados Unidos (CDC), a maior parte dos surtos de hepatite C nos últimos
anos ocorreram em clínicas de hemodiálise, sendo que o aumento do risco de
infecção é proporcional ao tempo que o paciente permanece no serviço.
Infecções em clínicas de hemodiálise
podem ocorrer quando algum protocolo universal de segurança é quebrado ou
ignorado. Por isso, em maio deste ano, o Ministério da Saúde publicou o Ofício
nº 1015/2020 estabelecendo orientações e diretrizes que apoiam a implementação
de estratégias para a microeliminação da hepatite C em clínicas de diálise. A
intensificação das ações de vigilância, especialmente no diagnóstico, por meio
da testagem periódica e indicação de tratamento nos ambientes de diálise são
essenciais para a microeliminação da hepatite C nessa população e contribuem
para o objetivo maior que é a eliminação do agravo, como problema de saúde
pública, até 2030.
TESTAGEM E TRATAMENTO DE
PACIENTES RENAIS
As diretrizes clínicas para o
cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica (DRC) no Sistema Único de Saúde
(SUS), de 2014, recomendam a testagem anti-HCV de pacientes logo na entrada ao
serviço de hemodiálise para detectar se o paciente foi ou está infectado.
Depois é recomendada a testagem a cada seis meses. Além desses exames, o
Ministério da Saúde recomenda que todos os pacientes sejam monitorados durante
a terapia renal com a realização de exames complementares, como o HCV-RNA e que
se considere o monitoramento nos níveis de ALT para aumentar a sensibilidade do
rastreamento.
O tratamento da hepatite C em
pessoas que realizam terapia renal pode ser entendido como uma forma de
prevenção pois evita a disseminação do vírus, fazendo com que a transmissão da
doença nas unidades de diálise seja interrompida. Dessa forma, os pacientes que
forem diagnosticados com hepatite C devem ser tratados o mais precocemente
possível. Mais de 95% dos casos são curados com o tratamento, que é simples,
seguro e ofertado no SUS.
PRÓXIMOS SEMINÁRIOS
O primeiro seminário online da
programação do Julho Amarelo foi moderado pelo representante do Programa
Nacional de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Glaucio Mosimann Junior, e
contou com a participação de duas profissionais de saúde, a médica
gastroenterologista e professora da Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP), Maria Lúcia Ferraz, e a enfermeira Sirlene Caminada, que coordena o
Programa Estadual de Hepatites Virais em São Paulo. O webinar contou com mais
de 900 acessos, inclusive de outros países como Estados Unidos, Austrália e
Portugal.
Outros temas relacionados às
hepatites virais estão na pauta do Julho Amarelo com a realização de encontros
virtuais, realizados pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções
Sexualmente Transmissíveis (DCCI), do Ministério da Saúde. Nos dias 23 e 30 de
julho serão realizados outros webinares sobre temas vinculados às estratégias
de enfrentamento das hepatites virais.
Avanços e desafios do combate
às Hepatites Virais e a parceria com a sociedade civil é o tema do encontro doa
dia 23, que será realizado às 15h30min, para orientar sobre a importância da
atuação da sociedade civil nos avanços das políticas de saúde voltadas as
Hepatites Virais e os desafios para o futuro, além disso será tratado sobre a
mudança dos medicamentos para hepatites virais do Componente Especializado para
o Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica.
Já no dia 30 de julho, às 10h,
o tema do webinar será a “Atuação da enfermagem no contexto da eliminação das
hepatites virais”, em que será enfatizado o protagonismo da enfermagem para a
descentralização do cuidado e alcance das metas necessárias a eliminação das
HV, como problema de saúde pública, até 2030.
Por Natália Monteiro,
da Agência Saúde
Atendimento à imprensa
(61) 3315-3580 / 3853
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