Destaques

domingo, 4 de outubro de 2020

Projeto obriga cidades com mais de 25 mil habitantes a ter soro antiofídico

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

De acordo com o texto, um regulamento estabelecerá os critérios para definição do tipo de soro antiofídico a ser disponibilizado em cada município 

Proposições legislativas

O Senado vai analisar um projeto que obriga a rede pública de saúde em cidades com mais de 25 mil habitantes a oferecer soro antiofídico para proteção contra picadas de cobra. Apresentado pela senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), o PL 4.642/2020 acrescenta um novo artigo à Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080 de 1990) que regula os serviços da saúde.

De acordo com a proposta, um regulamento estabelecerá os critérios para definição do tipo de soro antiofídico a ser disponibilizado em cada município uma vez que, para cada espécie de serpente, é necessário um antídoto específico.  

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2019, 122 pessoas morreram por picadas de cobra.  

Rose destacou que no Brasil são frequentes as picadas por animais peçonhentos, e a possibilidade de recuperação da vítima se dá principalmente com a rapidez do início do tratamento e a aplicação imediata de antídoto específico nas unidades de saúde.

“Esses acidentes, muitas vezes, ocorrem em regiões distantes dos grandes centros urbanos. Nesses locais, a rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS), com frequência, não dispõe de soro antiofídico para infusão endovenosa imediata. Infelizmente, o desabastecimento de soro antiofídico é um problema no Brasil, apontado amiúde pela imprensa, por membros do Ministério Público e por parlamentares das várias Casas Legislativas do País”, argumenta na justificativa do projeto.

A senadora explicou que espera com esse projeto melhorar a distribuição dos antídotos para serpentes em todas as regiões do território nacional e que seja consolidada uma distribuição estratégica do produto assegurando que seja usado de forma segura.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Covid-19: cronograma da vacina será mantido com bons resultados em estudos clínicos

Por: Fernanda Marques (FiocruzBrasília)

“O estado atual do desenvolvimento da vacina de Oxford” foi o tema de uma audiência pública realizada, nesta quarta-feira (30/9), pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar o Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 no Brasil. Participaram da audiência a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; o vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Mario Moreira; e o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Krieger. Os representantes da Fiocruz reafirmaram o cronograma do desenvolvimento da vacina contra Covid-19, com o início da produção em dezembro de 2020, se confirmados os bons resultados dos estudos clínicos de fase 3 que estão sendo conduzidos no Brasil e em outros países, como Reino Unido, Estados Unidos, África do Sul e Índia. Asseguraram também o rigor científico e ético com que todo o trabalho tem sido realizado, tanto a pesquisa clínica como os preparativos para o início da fabricação no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). 

Nísia lembrou os critérios usados na escolha do projeto da vacina de Oxford, como o estágio avançado com resultados promissores e a transferência de tecnologia para uma maior oferta à população. “Oferta que só será possível graças aos investimentos que, ao longo dos anos, têm sido feitos em Bio-Manguinhos para o fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde no Brasil”, disse. A presidente comentou também a importância, em um contexto de emergência sanitária, de antecipar as etapas de produção, sem jamais abrir mão da segurança, eficácia e qualidade do produto, bem como do processo regulatório. 

Sobre o evento adverso observado em um voluntário do estudo clínico no Reino Unido, que causou a interrupção da pesquisa durante uma semana, em setembro, Nísia afirmou que ele não prejudicará o cronograma, pois diferentes etapas do trabalho têm sido realizadas de forma simultânea. Segundo a presidente, uma paralisação como essa é normal na pesquisa clínica e demonstra que o estudo é “robusto”, pois é capaz de identificar a ocorrência, investigá-la e, comprovada a segurança da vacina, dar continuidade aos testes. “O evento infelizmente aconteceu, mas ele foi importante para demonstrar que, apesar da urgência em obter a vacina, a segurança é fundamental e está garantida. Seguindo a ética e os protocolos de pesquisa, um comitê independente avaliou o fato e deu parecer favorável à continuidade do estudo, o que aumenta ainda mais a confiança no trabalho”, explicou.    

Vigilância

Mais de 57 mil voluntários participam da fase 3 da pesquisa clínica em todo o mundo. No Brasil, o estudo começou com 5 mil voluntários, mas esse número já foi ampliado para 10 mil (todos com idade acima de 18 anos). “Uma interrupção como essa que ocorreu é absolutamente normal no desenvolvimento de qualquer produto farmacêutico. Quando se amplia o grupo de teste, aumenta a possibilidade de encontrar, por exemplo, um indivíduo com alguma condição pré-existente”, acrescentou o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Santos. Para a Anvisa autorizar um estudo clínico no Brasil, ele deve ter ações de qualidade para respaldar o voluntário que se expõe àquela pesquisa, como resultados rastreáveis. Nenhum evento adverso foi observado nos voluntários brasileiros. 

De acordo com o gerente-geral da Anvisa, a pandemia trouxe um novo cenário para a regulação no Brasil. “Tivemos que repensar nossos fluxos, para sermos mais rápidos sem abrir mão da segurança e da qualidade”, pontuou. Ele caracterizou o momento atual como uma “aceleração sem precedentes na história”, tanto no desenvolvimento cientifico como no processo regulatório. “Isso tem sido possível porque estamos trabalhando com vacinas já estudadas para outras doenças, o que permite aproveitar dados já existentes para acelerar fases e otimizar tempo”, lembrou Gustavo. 

A aceleração do processo regulatório tem sido possível porque as instituições envolvidas no desenvolvimento e produção das vacinas estão sendo estimuladas a compartilhar dados com a Anvisa à medida que eles são gerados, de forma continuada, e não somente ao final do processo, de modo que as análises possam ser iniciadas pela Anvisa imediatamente, reduzindo o prazo de resposta a um pedido de registro. “Conseguimos, assim, antecipar uma parte das análises, mas a urgência do cenário de pandemia não nos isenta do nosso papel de regulação”, assegurou Gustavo, comentando, ainda, a possibilidade de aproveitar o trabalho já feito por outras agências reguladores e focar, de modo especial, nas especificidades da população brasileiras, como aspectos étnicos e socioeconômicos. Sobre a eficácia de vacinas, tradicionalmente, considera-se um mínimo de 70%, mas, de acordo com o gerente-geral da Anvisa, esse percentual pode vir a ser flexibilizado pelas agências reguladoras diante do cenário de ausência de alternativas terapêuticas contra a Covid-19. “A transparência das informações é fundamental, até mesmo para fazer frente aos movimentos anti-vacina”, ressaltou. 

Produção

De acordo com o cronograma, com a confirmação dos resultados do estudo clínico, em novembro, a produção da vacina em Bio-Manguinhos tem início em dezembro deste ano. Primeiramente, a Fiocruz receberá o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da empresa Astrazeneca e Bio-Manguinhos fará a finalização e o envase. Depois, a partir de abril de 2021, a produção do IFA passa a ser feita também pela própria Fiocruz. “No ano que vem, portanto, está prevista a completa nacionalização da vacina para o nosso SUS, patrimônio da sociedade brasileira”, enfatizou Nísia sobre o projeto da vacina de Oxford. Sobre outros projetos de vacina em andamento, a presidente da Fiocruz se mostrou bastante contrária a termos como ‘corrida’ ou ‘competição’. “Precisamos de mais de uma vacina para atender à demanda global nessa situação de crise sanitária, econômica, social e humanitária. Estamos na torcida para bons resultados de outros projetos também, de modo que possamos disponibilizar vacinas com acesso equânime para a população mundial”, sublinhou.

A partir do IFA da AstraZeneca, a previsão é que Bio-Manguinhos produza 30 milhões de doses da vacina contra Covid-19 já em dezembro deste ano, e mais 70 milhões ao longo do primeiro semestre de 2021, a um custo de três dólares por dose. “Um valor abaixo do praticado no mercado, pois produtos farmacêuticos não podem ser fonte de lucro em momento de pandemia”, lembrou Nísia. Após a nacionalização, “estima-se chegar a um total de 265 milhões de doses até o final de 2021 e, em 2022, a expectativa é produzir mais de 300 milhões”, afirmou o vice-presidente Marco Krieger. Segundo ele, os dados disponíveis até o momento indicam que a vacinação com duas doses funcionaria melhor, tendo reduzido drasticamente a ocorrência de formas graves da Covid-19 nos estudos pré-clínicos, em animais. Entretanto, mesmo com apenas uma dose, voluntários têm apresentado uma boa resposta imunológica. “É possível que o regime de vacinação definitivo seja com duas doses, mas que comecemos com apenas uma dose para que mais pessoas sejam atendidas no enfrentamento dessa emergência sanitária”, ponderou.

Sobre o acesso da população à vacina, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, informou que já estão em estudo, discussão e planejamento as formas de distribuição e os grupos prioritários para a aplicação da vacina, de acordo com os dados epidemiológicos disponíveis. “Estamos atentos a cada movimento para que, com a confirmação de que deu tudo certo no estudo clínico e na produção, possamos vacinar a população brasileira em 2021”, disse. O Ministério está também antecipando outras medidas necessárias, como aquisição de seringas, infraestrutura da rede de frios e postos de vacinação, bem como treinamento das equipes. “Temos tranquilidade para afirmar que, quando uma vacina contra Covid-19 chegar à população por meio do SUS, seja ela qual for, ela será segura e eficaz, como todas as vacinas hoje já disponíveis no SUS ”, concluiu o vice-presidente da Fiocruz Mario Moreira.



Equipe técnica do Ministério da Saúde visita Tecpar para reunião de monitoramento das PDP

Portal Tecpar

Uma equipe técnica do Ministério da Saúde responsável pelo monitoramento dos projetos referentes às Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) esteve no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) nesta quarta-feira (30) para visita técnica ao instituto. A visita é anual e ocorre em todas as Instituições Públicas que têm projetos de PDP.


O Tecpar tem seis projetos de PDP para fornecimento ao Ministério da Saúde, dos medicamentos Adalimumabe, Etanercepte, Infliximabe, Rituximabe, Trastuzumabe e Bevacizumabe - os projetos atualmente se encontram sob avaliação do Ministério da Saúde.


As técnicas do ministério Ana Paula Pereira Neves e Claudia Regina Rabelo Correa foram recebidas pela Diretoria Executiva. "O Tecpar é um laboratório público com 80 anos de experiência e diversifica sua plataforma da saúde, contando com a parceria do Ministério da Saúde em seus projetos", destacou o diretor-presidente, Jorge Callado.


Após a reunião para avaliar os seis projetos de PDP junto à área técnica do Tecpar, as visitantes conheceram a área de produção da vacina antirrábica veterinária e a planta de produção do álcool antisséptico do instituto.


Anvisa inicia revisão de dados para vacina contra Covid-19

Portal Anvisa

Etapa ainda não é pedido de registro, mas significa que a área técnica da Agência começou a avaliar o primeiro pacote de dados sobre a vacina.

A Anvisa recebeu a primeira ‘submissão contínua’ de uma vacina contra COVID-19, que está sendo desenvolvida pela empresa AstraZeneca em colaboração com a Universidade de Oxford. 

O início da revisão pelo procedimento de ‘submissão contínua’ significa que a área técnica da Agência começou a avaliar o primeiro pacote de dados sobre a vacina, que se referem aos estudos não clínicos. 

Isso não significa que já se possa chegar a uma conclusão sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina, pois muitos dados ainda precisam ser submetidos à análise. 

Ainda não há um pedido oficial de registro da vacina, mas o procedimento vai permitir que a Agência seja mais ágil quando houver um pedido de autorização da vacina no Brasil. 

A ‘submissão contínua’ é um novo procedimento implementado pela Anvisa e específico para as vacinas contra COVID-19, tendo o objetivo de conferir maior agilidade à análise regulatória dos dossiês de registro dessas vacinas.

Normalmente, todos os dados sobre a eficácia, segurança e qualidade de um medicamento e demais documentos necessários devem ser apresentados no início da avaliação em um pedido formal de registro. No caso da ‘submissão contínua’, a Anvisa irá analisar os dados à medida em que se tornam disponíveis. Mais informações sobre esse procedimento estão disponíveis em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2020/covid-19-novo-modo-de-submissao-para-analise-de-vacina.

Ensaios clínicos em grande escala envolvendo milhares de pessoas estão em andamento e Brasil participa de um desses estudos. Os resultados desses estudos fornecerão informações sobre a vacina na proteção de pessoas contra a Covid-19 e serão avaliados em ciclos posteriores de revisão.

A ‘submissão contínua’ continuará até que evidências suficientes estejam disponíveis para suportar um pedido formal de registro e após a avaliação pela empresa quanto à suficiência dos dados de qualidade, eficácia e segurança para o estabelecimento de uma relação de benefício-risco positiva e robusta, considerando a indicação terapêutica pleiteada e as discussões prévias com a Anvisa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária Nacional reforça que continuará comprometida em disponibilizar, da forma mais rápida possível, o acesso a vacinas para uso no contexto de emergências em saúde pública.

Confira informações sobre a situação das vacinas em teste no Brasil.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

DRAFT landscape of COVID-19 candidate vaccines

Conitec institui participação nas reuniões para ouvir testemunhos de pacientes

Por PATRI Políticas Públicas

www.patri.com.br

A CONITEC divulgou que a partir da reunião de dezembro/2020 pacientes poderão prestar relatos de até 10min durante as reuniões da comissão. As participações ocorrerão durante a reunião em que o relatório inicial sobre uma tecnologia é aprovado para consulta pública. O paciente deverá apresentar seu relato pessoal ou "um ponto de vista construído coletivamente, como no relato de quem está ao lado do paciente".

A CONITEC irá buscar ativamente pacientes (por meio do cadastro do site), mas também aceitará inscrições. Cada item de pauta poderá contar apenas com um depoimento e portanto apenas um indivíduo por reunião. Caso haja mais de um paciente se candidanto, a escolha será feita por meio de enquete ou por livre escolha do DGITS.

De acordo com o regulamento, o paciente "não deve possuir relações comerciais com a indústria e deverá assinar uma declaração neste sentido."

Já está prevista participação para dezembro: tafamidis meglumina (cardiomiopatia amiloide) e sapropterina (fenilcetonúria) e secuquinumabe (1ª linha biológica de artrite psoriásica).

Regulamento: http://conitec.gov.br/paciente-testemunho

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

RESOLUÇÃO Nº 1, DE 29 DE SETEMBRO DE 2020-Esta Resolução dispõe sobre a divulgação da listagem completa dos atos normativos inferiores a decreto, ainda em vigência, expedidos pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos - CMED, nos termos do Artigo 12 do Decreto nº 10.139, de 2019

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO

Publicado em: 30/09/2020 | Edição: 188 | Seção: 1 | Página: 38

Órgão: Presidência da República/Conselho de Governo/Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos

RESOLUÇÃO Nº 1, DE 29 DE SETEMBRO DE 2020

O SECRETÁRIO-EXECUTIVO faz saber que o COMITÊ TÉCNICO-EXECUTIVO da CÂMARA DE REGULAÇÃO DO MERCADO DE MEDICAMENTOS , no uso das competências que lhe conferem o Artigo 6º da Lei nº 10.742, de 6 de outubro de 2003, bem como nos incisos III e XI do Artigo 12 da Resolução CMED nº 03, de 29 de julho de 2003 (Regimento Interno), em obediência ao disposto no Artigo 12 do Decreto nº 10.139, de 28 de novembro de 2019, resolve:

Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a divulgação da listagem completa dos atos normativos inferiores a decreto, ainda em vigência, expedidos pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos - CMED, nos termos do Artigo 12 do Decreto nº 10.139, de 2019.

Parágrafo único. Esta Resolução aplica-se a:

I - Resoluções, de que trata o §1º do Artigo 5º da Resolução CMED n° 03, de 29 de julho de 2003 (Regimento Interno); e

II - Comunicados, de que trata inciso XIII do Artigo 12 da Resolução CMED n° 03, de 29 de julho de 2003 (Regimento Interno).

Art. 2º A divulgação da listagem completa dos atos normativos inferiores a decreto se dá na forma do Anexo, informando:

I - tipo de ato;

II - número do ato;

III - data da publicação; e

IV - ementa.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

ROMILSON DE ALMEIDA VOLOTÃO

ANEXO

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Reunião Técnica - COMISSÃO EXTERNA DE ENFRENTAMENTO À COVID_19

84ª Reunião Técnica por Videoconferência

Tema - O estado atual do desenvolvimento da vacina de Oxford

Convidados a confirmar

HELIO ANGOTTI NETO, Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE/MS), e CAMILE GIARETTA SACHETTI, Diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (DECIT/SCTIE/MS)

ARNALDO CORREIA MEDEIROS - Secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde

Representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa

NÍSIA TRINDADE LIMA, Presidente da Fiocruz;

SUE ANN COSTA CLEMENS, Coordenadora dos Centros de Pesquisa da Vacina de Oxford no Brasil e Diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena;

JORGE MAZZEI, Diretor Executivo de Relações Corporativas, Regulatório e Acesso ao Mercado da AstraZeneca Brasil.

Senador apresenta projeto de decreto legislativo para sustar resolução da Anvisa que veda uso do herbicida Paraquate

Da Redação 

Autor do projeto de decreto legislativo, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) acusa a Anvisa de usar "viés político" para proibir uso de herbicida
Marcos Oliveira/Agência Senado

Proposições legislativas

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) apresentou projeto que susta resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que suspendeu, desde o último dia 22, o uso e a comercialização do herbicida Paraquate em todo o país, por considerá-lo nocivo à saúde humana. Na apresentação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 404/2020, que aguarda votação em Plenário, Heinze afirma que é da competência exclusiva do Congresso Nacional sustar atos normativos do Poder Executivo que "exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa".

Em nota publicada no Twitter no último dia 21, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informa que dará procedimento ao cancelamento do registro do Paraquate e adotará as providências para o cumprimento da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 177, da Anvisa. A norma foi editada em 2017 pela agência, que concedeu o prazo de três anos, encerrado em 2020, para a reavaliação dos efeitos do agrotóxico no organismo humano.

Na justificativa do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 404/2020, a ser votado em Plenário, Heinze afirma que a deliberação da Anvisa com relação ao processo de reavaliação toxicológica do ingrediente ativo Paraquate fundamentou-se em "viés político".

Segundo o senador, com o parecer final da Anvisa, o setor agropecuário depara-se com a possibilidade de perda de uma das "ferramentas mais importantes para o cultivo" de várias das principais culturas, como a soja, cana-de-açúcar, milho, algodão e trigo, responsáveis pela competitividade brasileira no mercado internacional de commodities.

O senador argumenta que, ao longo do processo de reavaliação do Paraquate, várias entidades representantes do setor agropecuário atuaram em defesa do pesticida, fornecendo apoio técnico-científico à Anvisa na expectativa de que a decisão tomada pela agência fosse fundamentada em estudos de relevância científica em seu parecer final.

O senador disse ainda que o Paraquate é registrado e comercializado em 85 países, inclusive em grandes mercados agrícolas sob sistemas regulatórios mais exigentes, como o dos EUA, Canada, Austrália, Japão e Nova Zelândia.

Parkinson

“Contrariamente ao que se divulgou outrora por meio da mídia leiga, o ingrediente ativo não é considerado mutagênico. A própria agência que atua no registro de defensivos na Austrália (Australian Pesticides and Veterinary Medicines Authority - APVMA), realizou reavaliação, concluída em outubro de 2016, mantendo o registro do produto (vale apontar que o país possui grandes semelhanças com o Brasil em relação a clima e agricultura). Concluiu-se, naquele país, que não há relação causal com a Doença de Parkinson e que não se trata de ingrediente mutagênico. Especialistas brasileiros, externos à Anvisa, chegaram às mesmas conclusões”, argumenta Luis Carlos Heinze.

O autor do PDL 404/2020 afirma ainda que os motivos que levaram a Anvisa a pleitear na resolução novas evidências científicas que excluam o potencial mutagênico do Paraquate e garantam a exposição negligenciável em todas as etapas de manipulação do produto já foram objeto de discussão em outros países "de grande relevância agrícola e ambiente regulatório robusto", como a Austrália e os Estados Unidos.

“Especialmente em relação aos EUA, o EPA (United States Environmental Protection Agency) entendeu, em recente conclusão proferida no processo de reavaliação desse produto (20.06.2019), que não existem evidências que associem o Paraquate com efeitos mutagênicos ou, ainda, que não teriam evidências epidemiológicas suficientes para concluir que existe uma clara relação de causa-efeito entre a exposição ao Paraquate e a Doença de Parkinson”, diz o senador.

Heinze disse ainda que, segundo parecer da própria Anvisa, os riscos decorrentes da utirxporlização do produto (mutagenicidade e Doença de Parkinson) se restringem aos trabalhadores que manipulam o herbicida de maneira inadequada, de forma que a população em geral não está suscetível à exposição da substância pelo consumo de alimentos. Diante disso, não há evidências de que o uso de Paraquate deixe resíduos nos alimentos, argumenta o senador.

Clima tropical

O senador afirma também que a proibição do Paraquate vai encarecer os produtos e diminuir a competitividade do agronegócio. Segundo Heinze, o território brasileiro, diferentemente de territórios em regiões de clima temperado, oferece obstáculos maiores para a produção agrícola, com "clima aquecido, chuvas irregulares e ampla variedade de insetos, fungos e plantas daninhas"  justificaria o uso de herbicidas. 

“Vale informar que o processo de registro de novas tecnologias na área de defensivos é extremamente moroso e dispendioso, criando incentivos negativos à criação de novas tecnologias que promovam, de forma mais eficaz, a segurança e a eficiência dos tratos fitossanitários”, afirma Heinze.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Programa Centelha aprova projeto de reabilitação pós-AVC

AmandaSobreira (Fiocruz Ceará)

Um projeto da Fiocruz Ceará foi aprovado no Programa Centelha, que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil. Trata-se do desenvolvimento de um software aplicado à realidade virtual para pacientes em reabilitação pós Acidente Vascular Cerebral (AVC), com objetivo de aumentar a neuroplasticidade do paciente e ser mais efetivo no processo de neuroreabilitação. A proposta é utilizar realidade virtual como alternativa à terapia por espelho, proporcionando assim, maior imersão do paciente. A técnica potencializa a percepção do cérebro da existência de um membro sadio no lugar do parético.


Projeto utiliza realidade virtual como alternativa à terapia por espelho, proporcionando, assim, maior imersão do paciente (imagem: Fiocruz Ceará)

O programa nacional teve 856 ideias inscritas no Ceará e selecionou 28 projetos estaduais para oferecer capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso. O projeto selecionado na Fundação é de autoria do pesquisador Cássio Pinheiro, doutorando em Ciências, Biotecnologia e Saúde da Fiocruz Ceará, e conta com a orientação do pesquisador da área de biotecnologia da unidade regional da Fiocruz, Marcos Lourenzoni, especialista em Ciências, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública. 

Orientado por um profissional de saúde, o paciente, utilizando óculos de Realidade Virtual (RV), poderá simular atividades de cotidiano nos cenários virtuais, enquanto sensores captam os movimentos das palmas das mãos e dos 10 dedos do paciente. Esses dados servirão como base para avaliar e acompanhar a evolução do tratamento nos aspectos de melhoria da circulação, lubrificação das articulações e manutenção da flexibilidade.

A solução inclui imersão total, proporcionada pelos óculos de RV, ampliando a neuroplasticidade e apresentando resultados mais positivos com a relação à terapia por espelho tradicional reduzindo tempo de reabilitação do paciente e, portanto, custos. Através de uma ferramenta de Business Intelligence (BI), desenvolvida usando a base de dados gerada pelos sensores, será possível quantificar com precisão informações de espacidade, velocidade dos movimentos, angulação dos membros e precisões das ações durante o período de tratamento, beneficiando a qualidade da reabilitação. 

A solução pode ser utilizada para recuperação completa dos pacientes no tratamento domiciliar, com acompanhamento remoto feito com o auxílio do BI (inteligência artificial) e de profissionais de saúde. “Esse é um importante aspecto em tempos de pandemia, para os pacientes que necessitam do tratamento, mas possuem dificuldade em se locomover até um centro de terapia. Certamente, essa solução é um importante instrumento de telemedicina”, defende o coordenador do projeto, Marcos Lourenzoni.

Para o pesquisador Cassio Pinheiro, o uso de realidade virtual no processo de neuroreabilitação abre uma janela de oportunidades na recuperação dos pacientes.  "Diante do avanço tecnológico, os ambientes imersivos em realidade virtual estão cada vez mais realistas e estimulantes. Nossa proposta é transformar um tratamento clínico em algo lúdico e prazeroso, simulando o cotidiano e aumentando a eficiência,” explica o especialista.

O AVC é responsável por 100 mil mortes por ano no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença é a principal causa de invalidez no mundo, quando em média 1 a cada 6 pessoas terá sequelas que podem incapacitá-las para qualquer tipo de atividade. A reabilitação deve ser realizada por uma equipe multiprofissional e o início imediato do tratamento é determinante na recuperação do paciente. 

O uso da informática no processo de reabilitação neurológica tem sido cada vez mais utilizado pelos profissionais de saúde por possibilitar um tratamento mais efetivo, rápido, de menor custo e maior qualidade. A validação do produto desenvolvido pelos pesquisadores da Fiocruz Ceará será realizado no Hospital Geral de Fortaleza, que conta com uma Unidades de Acidente Vascular Cerebral (U-AVC), considerada uma das maiores e mais renomadas do país na área, atendendo mais de 1900 casos de AVC por ano. O produto será testado em mais de 100 pacientes e validado clinicamente. 

Reunião de ministros da Saúde das Américas tem início com chamado à unidade e solidariedade para enfrentar pandemia de COVID-19

Os países devem cooperar na luta contra a pandemia de COVID-19 e adaptar, inovar e reorientar o trabalho de saúde pública, afirmou nesta segunda-feira (28) a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, na sessão de abertura do 58º Conselho Diretor - reunião de todos os ministros da saúde das Américas.  

“O mundo pós-COVID-19 será moldado pelas decisões tomadas na luta contra o vírus. A profunda incerteza sobre o vírus e sua trajetória, e sobre como outros países responderão, só aumenta a importância da liderança. No mínimo, os líderes de nossa região e de todo o mundo devem cooperar para lutar contra o vírus e eliminá-lo coletivamente”, disse Etienne.

A diretora da OPAS acrescentou que a pandemia requer “adaptações, inovação e reorientação de nossa cooperação técnica, pois esta não pode ser ‘apenas um negócio’ para a Organização e seus países. “Os países devem argumentar aos seus cidadãos que a segurança em casa requer cooperação fora dela. A perda monumental de vidas humanas resultante desta pandemia deve ser um lembrete suficientemente poderoso da necessidade imperativa de mudanças significativas e equitativas no nível da sociedade e dos indivíduos.”

A cerimônia de abertura do Conselho Diretor também contou com a participação da primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley; do presidente da Colômbia, Ivan Duque; do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro; e do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno. O ministro da Saúde da Costa Rica, Daniel Salas, deu as boas-vindas aos participantes junto ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Orientação personalizada da OPAS na região

A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, agradeceu à OPAS por seu papel único no tratamento da pandemia de COVID-19 na Região das Américas. “A OPAS tem servido bem aos nossos estados por mais de 100 anos e continuará sendo a grande dama da saúde pública por pelo menos mais 100”, expressou.

A Região deve se unir “apesar de nossos idiomas, tamanhos, diferenças culturais e dificuldades socioeconômicas para superar esse catalisador microscópico e mudar a ordem mundial da qual a Mãe Terra tanto precisava. O vírus deixou grandes países em todo o mundo de joelhos”, disse Mottley. E por isso é vital que a OPAS “adapte sua orientação a todos nós - os grandes, os não tão grandes e os países pequenos, como meu próprio Barbados”.

A primeira-ministra também destacou a necessidade urgente de impulsionar as economias, especialmente no Caribe, para facilitar um retorno seguro ao turismo de cruzeiros, do qual dependem as economias de muitos países. “Mas isso deve ser feito de forma a garantir a segurança dos nossos trabalhadores”, preconizando o acesso prioritário às vacinas e à terapêutica, quando disponíveis, aos trabalhadores do turismo.

Uma resposta em fases e baseada na ciência

O presidente da Colômbia, Iván Duque, descreveu os esforços de seu país para enfrentar o que chamou de "o maior desafio de nossa história recente". A Colômbia, disse ele, enfrentou a crise "cedo, por fases e com informações confiáveis, acompanhada por especialistas e cientistas". O país trabalhou em três eixos: proteger a saúde de todos, incluindo os mais vulneráveis, proteger o tecido social para evitar a perda de conquistas de décadas na superação da pobreza e desenvolver ferramentas para reavivar nossa capacidade produtiva, adicionou.

Duque descreveu como o país passou de um laboratório no início da crise para 100 laboratórios públicos e privados que processam testes. A Colômbia dobrou os leitos de terapia intensiva em cinco meses e treinou dezenas de milhares de profissionais de saúde. Também criou o Fundo de Mitigação de Emergências e uma reserva com milhões de equipamentos de proteção individual e implementou medidas sociais que hoje alcançam cerca de 10 milhões de famílias.

Além disso, o presidente destacou que a Colômbia também elaborou um plano de reativação com o objetivo de mitigar os impactos da COVID-19 na atividade produtiva e lançar as bases para uma recuperação econômica rápida, sustentável e socialmente consciente, com um eixo transversal de fortalecimento da saúde pública. “Sabemos que a pandemia não vai acabar logo, assim como sabemos que só iremos para frente se fizermos isso juntos”, frisou.

Solidariedade e unidade na região

“Hoje, nós, como líderes das Américas, enfrentamos um desafio de saúde sem precedentes em nossas vidas. A COVID-19 causou mortes e destruição econômica em todos os nossos países. Mas continuaremos a combater a pandemia juntos, no espírito de família e no espírito das Américas, disse o secretário de saúde dos Estados Unidos, Alex Azar II. “Ninguém nas Américas está a salvo deste vírus até que todos nas Américas estejam seguros.”

Azar afirmou que os Estados Unidos “estenderão uma mão amiga a todos os necessitados. Continuaremos a ser, como temos sido durante a era do pós-guerra, o maior doador humanitário e global de saúde do planeta. Dentro desse trabalho, nosso próprio hemisfério é sempre uma prioridade”. Ele disse ainda que seu país já enviou dezenas de milhões de dólares em assistência ao desenvolvimento para ajudar no combate à pandemia, bem como assistência técnica a pelo menos 24 países nas Américas.

Azar disse que seu país espera “trabalhar com os Estados Membros e a liderança da OPAS para mais melhorias no futuro próximo”. E acrescentou: “Vamos nos comprometer novamente com o espírito que lançou a cooperação em saúde nas Américas: o espírito aberto e honesto de que precisamos para proteger a todos nós das doenças”.

O ministro da Saúde da Costa Rica e presidente cessante do Conselho Diretor, Daniel Salas, disse que, "em meio a esta pandemia, nenhuma decisão foi fácil". Ele lamentou que os países estivessem competindo na corrida para adquirir equipamentos de proteção individual, suprimentos de laboratório, tecnologias de diagnóstico e outros insumos.

Para avançar, “temos de recorrer à solidariedade e à unidade”, disse, instando os países “a não se deixarem levar pelo desejo de adquirir todas as vacinas” contra a COVID-19 quando disponíveis “se isso impedir outros de terem acesso a esta ferramenta que reduzirá a carga sobre os sistemas de saúde e reabrirá gradualmente as economias". O ministro lembrou que “com resiliência, empatia e união” a batalha contra a COVID-19 pode ser vencida.

O papel das organizações multilaterais

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou que o trabalho da OPAS foi fundamental em 2020 em face da pandemia de COVID-19. “A perda de vidas, empregos e incertezas sobre o futuro imediato nos colocam numa situação em que a capacidade de resposta das instituições públicas e dos nossos governos, bem como a eficácia e resposta dos atuais sistemas de governança, são postos à prova”, ressaltou.

Almagro observou que, para a OEA, “a ação urgente é uma prioridade, especialmente em apoio aos mais pobres e vulneráveis” e, nesse sentido, “a cooperação e a coordenação entre organismos internacionais e interamericanos podem ajudar a responder às necessidades de apoio apresentadas. por países”. Ele destacou o trabalho da OEA e da OPAS para gerar uma coordenação e resposta multissetorial em apoio aos países da região.

“Os desafios que temos pela frente como região e de ajuda multilateral são imensos”, destacou Almagro. “O papel da OPAS será central para cumprir esses objetivos.”

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, ressaltou que “a pandemia demonstrou a fragilidade dos sistemas de saúde” e alertou sobre um risco significativo de retrocessos tanto na pobreza e desigualdades quanto nos resultados de saúde.

Moreno indicou que a superação da crise pandêmica exigirá liderança, trabalho conjunto entre os países e inovação na região. Também destacou o COVAX, mecanismo para facilitar o acesso à vacina contra a COVID-19, como um “excelente exemplo de como países e agências multilaterais podem trabalhar em soluções inovadoras”. O BID está trabalhando com os países para financiar sua participação nesse mecanismo, explicou, e aprovou mais de US$ 20 bilhões em empréstimos para que os países possam enfrentar o impacto da pandemia na saúde e em outras áreas. Moreno pediu o fortalecimento dos sistemas de saúde e o aumento dos gastos com saúde pública, entre outras medidas, para garantir que os países estejam preparados para futuras emergências.

“Salvar vidas com as ferramentas que temos agora”

O diretor-geral da OMS, Tedros, disse que “a única saída da pandemia é por meio da unidade nacional e da solidariedade global”, destacando que “o nacionalismo só vai prolongar a pandemia”.

Tedros também alertou que não podemos esperar por uma vacina: “devemos salvar vidas com as ferramentas que temos agora”. Para isso, ele propôs que os países adotassem quatro prioridades: prevenir a amplificação de eventos com uma abordagem baseada no risco em nível local; proteger os vulneráveis para salvar vidas e reduzir a carga sobre os sistemas de saúde; educar e capacitar comunidades para proteger a si mesmas e aos outros com uma abordagem integral; e fazer bem o fundamental – buscar casos, testar, isolar, colocar em quarentena e rastrear seus contatos.

“Temos um enorme desafio para controlar a pandemia, mas o desafio ainda maior será o que faremos quando a pandemia terminar”, disse Tedros, enfatizando que “investir em saúde não é apenas a coisa certa a se fazer, é a coisa mais inteligente a se fazer”.

O diretor-geral da OMS destacou que, embora haja muitos relatórios, análises e recomendações sobre a resposta à pandemia, “todos nós devemos nos olhar no espelho. Quaisquer que sejam as lições a serem aprendidas desta vez, devemos aprendê-las. Quaisquer mudanças que precisem ser feitas, nós devemos mudar. Quaisquer erros que tenhamos cometido, devemos ter a humildade de reconhecê-los. Precisamos de um julgamento honesto".

“A história nos julgará - não apenas pelo que fizemos durante a pandemia, mas pelo que fizermos quando ela acabar Não é desculpa para não cumprirmos os compromissos que assumimos”, enfatizou Tedros.

As discussões sobre a resposta dos países à pandemia de COVID-19 serão abordadas em profundidade nesta terça-feira, 29 de setembro.

O Conselho Diretor da OPAS reúne ministros da saúde e delegados de alto nível dos países membros da OPAS e OMS para discutir e analisar políticas regionais de saúde e definir prioridades para cooperação técnica e colaboração entre países.

Acompanhe o 58º Conselho Diretor: https://www.paho.org/pt/orgaos-diretores

Mais informações: https://www.paho.org/pt/orgaos-diretores/conselho-diretor/58o-conselho-diretor

Ministros da Saúde das Américas se reunirão virtualmente no Conselho Diretor da OPAS

Ministros da saúde e autoridades dos países e territórios se reunirão virtualmente no 58º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).


Foto | Reuters

A fim de abordar os principais desafios de saúde que a região das Américas enfrenta no contexto da pandemia da COVID-19, ministros da saúde e altas autoridades dos países e territórios se reunirão virtualmente, de 28 a 29 de setembro, no 58º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).  

Nesta segunda-feira (28), participarão da cerimônia de abertura do Conselho Diretor a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, e o presidente da Colômbia, Iván Duque, bem como a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne; o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro; e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno.

Participarão também o ministro da Saúde da Costa Rica, Daniel Salas, e o secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Alex Azar. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também dará uma mensagem. A abertura do Conselho Diretor começará às 9h (horário de Washington, D.C.), e será transmitida ao vivo.

O debate do Conselho Diretor se concentrará principalmente na resposta dos países à pandemia da COVID-19, tema que será abordado em detalhes nesta terça-feira (29). A aplicação do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) também será discutida.

A diretora da OPAS apresentará seu relatório anual, que desta vez focará no progresso alcançado em 2019 e em como a pandemia da COVID-19 tem apresentado uma série de novos desafios para a região, que colocam em risco essas conquistas no futuro, incluindo em áreas como programas de imunização, a resiliência dos sistemas de saúde e os avanços em doenças transmissíveis. Também são de importância outras áreas de relevância na pandemia, como saúde mental, doenças não transmissíveis e saúde digital.

Os participantes do Conselho Diretor também terão a oportunidade de discutir as conquistas em saúde feitas entre 2014 e 2019, apresentando as conclusões finais do plano estratégico da OPAS para esses anos, bem como aspectos relacionados às finanças e prioridades programáticas da OPAS, entre outros pontos.

O debate virtual no Conselho Diretor será transmitido ao vivo durante os dois dias no seguinte link: https://www.paho.org/pt/orgaos-diretores.

A OPAS trabalha com os países das Américas para melhorar a saúde e a qualidade de vida da população. O Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reúne ministros da Saúde e delegados de alto nível dos países membros da OPAS/OMS em Washington, Estados Unidos, para discutir e analisar as políticas regionais de saúde e estabelecer prioridades para a cooperação técnica e colaboração entre os países.

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