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quarta-feira, 4 de junho de 2014

NOTA DE FALECIMENTO: Morre, aos 81 anos, ex-presidente do Tecpar, Edmundo Reichmann

Faleceu, na madrugada desta terça-feira (3), o ex-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Edmundo Reichmann, aos 81 anos. Reichmann ocupou o cargo de diretor-presidente do Tecpar entre março de 1983 e maio de 1988, período em que foram realizadas ações que deixam, até hoje, marcas positivas na instituição.

Enquanto diretor-presidente, foi protagonista na consolidação do acordo entre Brasil e Japão, que resultou na inauguração do de Tecnologia Industrial Brasil/Japão, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Além disso, em sua gestão foi solidificada a infraestrutura necessária à produção de vacinas, que fornece, junto com outras atividades, a subsistência financeira à instituição, bem como a reforma administrativa da entidade.

Para o diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, o instituto perde um grande presidente e gestor, que levou a marca do Tecpar a nível nacional e internacional. “Era uma pessoa de grande conhecimento técnico e humano. Realizou uma grande gestão à frente do instituto e, mesmo de longe, nos orientava e dava encaminhamentos em relação ao nosso trabalho. Ele era uma grande amigo”, lamenta Felix.

Reichmann estava internado no Hospital de Fraturas do Alto da XV, em Curitiba. O velório está sendo realizado na capela 2 do Cemitério Parque Iguaçu e o sepultamento será às 17 horas, no mesmo local, que fica à Rua Nicolau José Gravina, 292, no bairro Cascatinha. Reichmann deixa esposa e três filhos.

História

A história de Reichmann no Tecpar começou em 1957, quando ainda estudante começou um estágio na Divisão de Patologia Experimental no então Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas (IBPT). De personalidade forte, dedicado e persistente, desenvolveu grande trabalho na área de biotecnologia, o que culminou em sua indicação para assumir a Secretaria Nacional de Biotecnologia. Farmacêutico e Bioquímico, com especialização em Medicina Nuclear e Administração Hospitalar, acompanhou e participou da criação e desenvolvimento do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), onde ocupou, entre outros cargos, o de diretor administrativo, por dez anos.

Reichmann foi ainda presidente do Graciosa Country Club, entre 1975 e 1977, e um dos sócios-fundadores do Laboratório de Bacteriologia e Análises Clínicas (Labac), que começou a ser planejado no laboratório do Hospital de Clínicas da UFPR. Ele também foi um dos idealizadores do Cermen, no Hospital Nossa Senhora das Graças, serviço de Medicina Nuclear "in vivo" em ambiente hospitalar do Paraná.

Deputados e médicos cobram apoio do governo para tratamento de doenças raras

Audiência na Câmara dos Deputados discutiu a falta de divulgação e dificuldade de tratamento da linfangioleiomiomatose (LAM), que causa a obstrução dos pulmões de mulheres.

Deputados e médicos ressaltaram, nesta terça-feira (3), a falta de apoio do Ministério da Saúde para divulgar informações de utilidade pública sobre as doenças raras, em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. O debate teve como foco o tratamento da linfangioleiomiomatose (LAM), doença que causa a obstrução dos pulmões por meio da destruição progressiva do tecido pulmonar.

Existem aproximadamente 500 casos no Brasil, de acordo com o supervisor do serviço de pneumologia do Hospital do Coração e do Hospital das Clínicas de São Paulo, Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho. A LAM afeta apenas mulheres, geralmente em idade fértil.

A principal preocupação manifestada pelos debatedores foi o desconhecimento sobre a doença, não só da sociedade médica, como também da sociedade em geral.

A LAM ainda não possui um código internacional de registro de doença (CID), o que torna mais complicado o diagnóstico e o acesso ao tratamento.

Conforme Carlos Roberto de Carvalho, muitos médicos não têm conhecimento da existência da doença, e na maior parte das vezes dão um diagnóstico equivocado para a paciente. “E nós não temos o apoio do ministério para auxiliar na divulgação de algo tão importante. Isso torna tudo mais complicado”, destacou.

No País, o remédio para controlar o desenvolvimento da doença é destinado apenas a pacientes que passaram por transplante de rim ou pulmão, para evitar rejeição. Com isso, quem necessita de tratamento para LAM precisa entrar com ação judicial para conseguir o medicamento.

Atenção às minorias
O deputado Henrique Afonso (PV-AC), autor do requerimento para a audiência, ressaltou que as doenças raras merecem a mesma atenção que outras doenças, pois se trata de pessoas e suas vidas.

Os deputados Cida Borghetti (Pros-PR), Nilda Gondim (PMDB-PB) e Eleuses Paiva (PSD-SP) se uniram a ele e afirmaram que vão cobrar uma atitude do Ministério da Saúde, não só sobre a LAM, como também sobre outras doenças raras que precisam de atenção e apoio do governo. “O ministério precisa acolher esses cidadãos, mesmo que sejam minorias”, declarou Henrique Afonso.

Ele concluiu dizendo que haverá outros debates sobre a LAM e doenças raras no Brasil, e acrescentou que pretende levar o assunto para discussão na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da qual é um dos titulares.

Sem cura
A LAM é considerada um tumor de baixo grau, que se desenvolve e se espalha muito lentamente e pode afetar outros órgãos, como os rins. Possui causas genéticas, está diretamente ligada a questões hormonais e não tem cura. “O único tratamento curativo é o transplante de pulmão”, explicou o médico assistente de pneumologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Bruno Guedes Baldi.

A doença progressivamente dificulta a realização de atividades comuns do dia a dia e pode interferir de forma direta no trabalho. Cristina Bueno, representante da Associação LAM do Brasil (Alambra), contou que descobriu a doença em 2006 e foi obrigada a aposentar-se por não conseguir realizar atividades simples como subir escadas.

Da Redação – MR
Colaboração – Ana Cristófari

Agência Câmara Notícias

Relator ouvirá doleiro, deputados e donos de laboratório no processo contra André Vargas

                                                       Viola Jr. / Câmara dos Deputados
Júlio Delgado: "PT está tentando postergar o julgamento de André
Vargas pela Câmara."
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), relator do processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra o deputado André Vargas (PT-PR), começará a ouvir as testemunhas do caso no dia 17 de junho, aguardando assim os 15 dias de prazo para a chegada dos autos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), que se encontram no Supremo Tribunal Federal (STF).
Delgado espera que o processo seja votado até o fim de junho, dentro do prazo de 40 dias que ele tem. Na última quinta-feira (29), Delgado e o presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), tiveram audiência com o ministro do STF Teori Zavascki, que é o relator do processo dos indiciados pela Operação Lava Jato.
Eles pediram que o ministro disponibilizasse as partes do processo que dizem respeito aos deputados André Vargas e Luiz Argôlo (SD-BA). Ambos estão sendo processados por quebra de decoro parlamentar por denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, personagem central da investigação da PF. O ministro pediu de 10 a 15 dias para poder selecionar o material.
Vargas foi beneficiado pelo doleiro com uma viagem em jatinho fretado e é acusado de intermediar um possível contrato do laboratório Labogen, de propriedade do doleiro, com o Ministério da Saúde, contrato que acabou não se concretizando após publicação das denúncias de irregularidades.
André Vargas se desfiliou do PT, partido pelo qual militou por 24 anos, mas, até agora, nem ele nem o partido declararam formalmente à Câmara dos Deputados a sua desfiliação.
Testemunhas

O relator Júlio Delgado vai ouvir as seguintes testemunhas:
- o doleiro Alberto Youssef; 
- o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, que teria intermediado negociações com o laboratório Labogen;
- o presidente nacional do PT, Rui Falcão;
- o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP);
- o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que teria sido um dos defensores de Vargas;
- Bernardo Tosto, dono do jatinho usado por Vargas, que teria sido pago por Youssef; e
- Leonardo Meireles e Esdras Ferreira, donos do Labogen.

Júlio Delgado disse que Vargas arrolou como testemunhas em sua defesa, além de Youssef, um deputado estadual do Paraná e mais seis pessoas do estado.
Sibá Machado: "Imprensa tem fustigado o PT, e processo pode provar
que nada de irregular aconteceu."
Documentação

O deputado Sibá Machado (PT-AC), integrante do conselho, alegou que não seria admissível ouvir as testemunhas apenas com base nas reportagens que embasaram a denúncia e propôs que os depoimentos só fossem colhidos após a chegada e leitura da documentação da Operação Lava Jato.
Na avaliação de Sibá, a imprensa tem fustigado seu partido, e, segundo ele, o processo poderia inclusive provar que nada de irregular aconteceu.
Impedir investigações

Delgado explicou que seu relatório preliminar, já aprovado pelo conselho, também se baseou no depoimento do próprio Vargas, quando se desculpou no Plenário da Câmara dos Deputados. Ele acredita que o PT está tentando postergar o julgamento na Câmara, com o objetivo de conseguir vencer a ação impetrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na qual o partido pede de volta o mandato de Vargas e, assim, impedir investigações no Conselho de Ética.
"A prática tá muito clara. A gente vê aqui que não existe abandono do PT ao deputado André Vargas, não”, afirma Delgado. “Só existe a ação pedindo que ele perca seu mandato, talvez no interesse de que tire o André Vargas daqui do Congresso e acabe com a apuração de todo esse caso que envolveu o laboratório Labogen, o uso da aeronave e o doleiro Youssef."
Direito de defesa

O presidente do conselho, Ricardo Izar, também enfatizou que vai respeitar todos os pedidos que visem o exercício da defesa, mas não vai admitir manobras que visem retardar o julgamento.
"O que a gente não pode aceitar é movimentos claros que são para postergar, jogar isso para que a gente ultrapasse o prazo regimental que o Conselho tem. Isso eu não vou permitir", ressaltou Izar.
Luiz Argôlo
Conselho de Ética aprovou relatório de Marcos Rogério (D)
 pedindo investigação contra Luiz Argôlo.
Quanto ao deputado Luiz Argôlo, ele está de licença médica por 15 dias, mas veio a Brasília assinar a notificação da representação apresentada pela Mesa Diretora, cujas investigações já estão em andamento no Conselho de Ética.
Nesta terça-feira, o conselho aprovou o parecer preliminar do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), que propôs abertura de processo, neste caso em representação do Psol, para investigar as denúncias de quebra de decoro parlamentar pelo deputado Luiz Argôlo.


Reportagem – Vania Alves
Edição – Newton Araújo
Fotos:Viola Jr. / Câmara dos Deputados

'Agência Câmara Notícias'

Audiência pública discute a busca por métodos alternativos em substituição ao uso de animais em experimentos científicos

Palestrantes defendem pesquisas para substituir animais em testes laboratoriais

Audiência pública sobre os métodos substitutivos ao uso de animais em experimentos científicos realizados em laboratórios do país. Mesa (E/D): dep. Ricardo Tripoli (PSDB-SP); diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Marcos Morales; professor associado de imunologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Carlos Zanetti Morales, do CNPq (centro): métodos alternativos têm que ser cientificamente provados.

A busca por métodos alternativos em substituição ao uso de animais em experimentos científicos foi tema da audiência pública realizada nesta terça-feira (3) na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.

Os participantes divergiram quanto à substituição de animais por soluções alternativas, porém houve consenso quando o assunto foi a falta de investimentos que ampliem as pesquisas com métodos substitutivos nas áreas de ciência e tecnologia.

O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), coordenador de fauna da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional, afirmou estar preocupado com o sigilo de informações em experimentos científicos. Ele citou o caso do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, que no ano passado foi invadido por ativistas, culminando no resgate de aproximadamente 250 cães que eram usados, supostamente, em testes toxicológicos.

"Temos que buscar realmente uma alternativa. O que se faz hoje no Brasil, em certos lugares, como nesse caso específico, é uma atrocidade, um holocausto contra os animais”, disse.

Riscos
Segundo o diretor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales, "não se pode falar somente em metodologias alternativas, mas no desenvolvimento de metodologias cientificamente provadas". Ele afirma que é impossível dispensar o uso de animais em pesquisas científicas e que isso poderia por em risco a população.

"É por isso que fiz o apelo aqui, nessa audiência pública, para que se invista mais em ciência e tecnologia e também nas metodologias alternativas, porque não podemos prescindir do uso de animais ainda no mundo, e no Brasil muito menos. Caso contrário, nós ficaríamos dependentes das tecnologias externas e colocaríamos a nossa população em risco", afirmou.

Tradição
O pesquisador Thales Tréz, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), disse que o uso de animais em pesquisas é apenas uma tradição que se perpetua na comunidade científica e que sua manutenção é um prejuízo ao desenvolvimento de novas alternativas.

"A insistência da manutenção do modelo animal [provoca] uma perda muito grande em termo de avanço, inclusive, para o desenvolvimento de novas terapias para os seres humanos, em função da própria falência, da própria pobreza do poder preditivo desses modelos animais", afirmou Thales Tréz.

Os deputados se comprometeram em participar de uma reunião com o Colégio de Líderes da Câmara, para colocar em pauta a discussão do Código Federal de Bem-Estar Animal (PL 215/07) e do projeto que criminaliza os maus-tratos praticados contra cães e gatos (PL 2833/11), ambos de autoria do deputado Ricardo Tripoli.

Reportagem - Thyago Marcel
Edição – Janary Júnior

'Agência Câmara Notícias'

terça-feira, 3 de junho de 2014

Em audiência, Anvisa e Fiocruz discordam sobre controle de antibióticos

Tema foi discutido na Comissão de Seguridade Social e Família na última quinta-feira.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divergem sobre novas regras de controle da venda de antibióticos no Brasil. O assunto foi discutido nesta quinta-feira (29) em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.

Uma emenda do Senado ao Projeto de Lei 6492/06, da deputada Sandra Rosado (PSB-RN), submete os antibióticos a um controle sanitário especial, como ocorre hoje com medicamentos psicotrópicos. A intenção é evitar o abuso na utilização de antibióticos, que pode provocar o surgimento no organismo de superbactérias, resistentes ao tratamento. O texto já foi aprovado na Câmara em caráter conclusivo, mas um recurso do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) pede que a matéria seja analisada ainda pelo Plenário antes de seguir para a sanção presidencial.

Atualmente, está em vigor uma resolução da Anvisa (20/2011) que exige um receituário especial e, na opinião da gerente de Farmacovigilância da agência, Márcia Gonçalves de Oliveira, já restringe o suficiente a comercialização de remédios usados no combate a infecções bacterianas.

"Quando se fala de antibióticos, diferentemente dos entorpecentes, a gente tem de ter o cuidado para não limitar demais o acesso. A apresentação e a retenção da receita são obrigatórias, mas se trata de uma receita simples, sem modelo específico. Você não precisa inserir ali todas as informações exigidas no caso de um medicamento controlado”, afirmou a representante da Anvisa.

Desde a resolução sobre receitas médicas, a venda de antibióticos caiu 10% de 2011 para 2013. A venda do antibiótico mais receitado, a amoxicilina, caiu 14%.

Restrição maior
Por outro lado, o aumento das restrições agrada o assessor da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jorge Carlos Santos da Costa. “Isso vai requerer uma organização maior perante a Anvisa e a classe médica? Sim, mas se for efetivo para a população, esse esforço é válido", argumentou.

O presidente da Comissão de Seguridade Social, deputado Amauri Teixeira (PT-BA), também defendeu a adoção de normas mais rígidas para a comercialização de antibióticos.

As infecções bacterianas provocam 25% das mortes no mundo e, nos países menos desenvolvidos, elas já são responsáveis por 6 óbitos entre 10, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ainda conforme a OMS, 2/3 dos antibióticos são vendidos sem receita e mais de 50% das indicações médicas para uso desses medicamentos revelam-se inadequadas.
Íntegra da proposta:


Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Marcelo Oliveira


Agência Câmara Notícias'

Gerente da Anvisa diz que lei sobre liberação de medicamentos deve ser atualizada

O tempo que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) leva para autorizar a venda de medicamentos no Brasil foi discutido em audiência pública conjunta das Comissões de Seguridade Social; e de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados. Existem aspectos técnicos legais e burocráticos que interferem no prazo que, em média, demora de 18 meses a dois anos para a liberação dos remédios, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, esse período não passa de oito meses.

Segundo o gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Ricardo Ferreira Borges, a legislação nacional sobre o tema (Lei 6.360/76) precisa ser atualizada. Ele ressaltou que a norma atual exige a apresentação do certificado de registro do remédio ou cosmético no país de origem para que a liberação seja concedida no Brasil.

“Mesmo que a Anvisa analisasse muito mais rápido do que as agências americana ou europeias, não poderíamos dar o registro porque o documento não foi concedido na nação de origem ainda", declarou.

Borges explicou que, em países como os Estados Unidos, a lei permite registros provisórios ou condicionados para produtos em análise. Já o Brasil apenas libera o certificado na fase em que há garantia de que o produto é seguro para uma população maior.

A representante da Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica, Greyce Lousana, apontou contradições no campo ético e regulatório no País. Ela citou como exemplo a norma do Conselho Nacional de Saúde que estabelece que os medicamentos testados no Brasil que garantam segurança e eficácia devem ser registrados automaticamente, o que nem sempre ocorre.

"É evidente que quem tem nas suas casas pacientes de doenças crônicas para as quais não existem opções de tratamento não está interessado em saber se existem questões legais e éticas. Esses cidadãos querem garantir o tratamento e fazer o possível para melhorar a qualidade de vida dos doentes", ressaltou.

Impacto na indústria
A representante da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Maria José Delgado Fagundes, afirmou que a demora na liberação dos medicamentos traz impactos na indústria, pois provoca o abandono de projetos e o fechamento de fábricas. Ela acrescentou que o excesso de ações na Justiça para permitir a importação de remédios não autorizados no Brasil onera os cofres públicos e amplia a insegurança jurídica.

Em 2013, o Ministério da Saúde foi obrigado a gastar R$ 438 milhões em medicamentos por ordem judicial e a depositar R$ 114 milhões em conta de pacientes. Essas despesas jurídicas aumentaram 50% em relação a 2012.

Leniladomida
Um dos casos mais críticos é o da leniladomida, droga liberada há mais de uma década nos Estados Unidos e na Europa para o tratamento do câncer na medula óssea, mas proibida no Brasil.

O gerente da Anvisa explicou que a lenalidomida foi submetida a registro, porém não liberada porque o laboratório não apresentou estudo clínico comparando o produto a outro com igual indicação terapêutica já disponível no mercado nacional, a talidomida.

"A empresa [Zodiac] deveria apresentar mais alguns dados, até porque a leniladomida tem estrutura química muito semelhante à da talidomida, que causa má formações em crianças na gravidez", sustentou.

A posição da Anvisa revoltou o deputado Alexandre Roso (PSB-RS), um dos autores do requerimento para audiência pública. "Trata-se de uma agência reguladora arcaica, muito lenta para dar os pareceres. Não temos a sensação de as decisões sobre liberações são muito transparentes”, criticou.

O deputado Fernando Francischini (SD-PR) anunciou durante o debate que apresentou, com apoio de líderes partidários, um projeto de decreto legislativo que susta o ato da Anvisa que proíbe a importação de leniladomida para o tratamento do câncer da medula óssea. O medicamento há mais de dez anos é usado nos Estados Unidos e Europa.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Marcelo Oliveira

'Agência Câmara Notícias'

Cancelada audiência sobre redução de impostos para medicamentos

Foi cancelada a audiência pública da Comissão Especial da Redução dos Impostos sobre os Medicamentos, prevista para esta terça-feira. Ainda não há data prevista para uma nova reunião.

Da Redação – NA

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Procurador-geral confirma legalidade do Mais Médicos

Parecer de Rodrigo Janot enviado ao Supremo Tribunal Federal confirma validade do programa e recomenda que ação seja julgada improcedente

A legalidade do programa Mais Médicos foi confirmada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em parecer enviado nesta quinta-feira (29) ao Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, a autoridade reconhece a validade da iniciativa implementada em julho do ano passado pelo governo federal. Ele recomenda que a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que questiona o programa seja julgada improcedente e que seja declarada a constitucionalidade da Medida Provisória e da Lei que criaram o Mais Médicos.

Janot considerou que o programa tem os requisitos de urgência e relevância e que não há violação aos princípios da legalidade, do direito à saúde, dos direitos sociais dos trabalhadores, da autonomia universitária, de proteção do mercado interno, do concurso público, da isonomia e da licitação pública.

“O Projeto Mais Médicos para o Brasil busca trazer médicos para atuarem em caráter urgente, temporário e preventivo, enquanto novas vagas de graduação e de residência médica são criadas para ampliar o número de médicos formados no país”, afirma o procurador-geral no documento. “(...) nota-se que a medida adotada busca intensificar e interiorizar a atenção básica em saúde no Brasil, a fim de promover a realização do direito à saúde dos habitantes de localidades distantes dos grandes centros e que, historicamente, não conseguiram fixar profissionais na área”, avalia.

Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o parecer do procurador-geral fortalece o entendimento do governo e de outros órgãos do judiciário que já julgaram improcedentes ações contra o Mais Médicos. “Sempre tivemos confiança na segurança jurídica do programa Mais Médicos e essa decisão do procurador-geral da República só reforça essa certeza. O Mais Médicos segue todas as regras legais para atuação de profissionais baseado na integração ensino e serviço”, disse Chioro. Para o ministro, a decisão de Janot também reafirma a importância do programa, que tem assegurando assistência em saúde a 49 milhões de brasileiros.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Senado Convida 5 de junho - INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM SAÚDE








Fiocruz apresentou o relatório da Comissão The Lancet/ Universidade de Oslo sobre Governança Global para a Saúde

Placa registra a parceria do Cris/Fiocruz com a OMS/
Foto: Geiza Ferreira
A Fundação Oswaldo Cruz lançou oficialmente, na Tenda da Ciência (RJ), sua parceria com a Organização Mundial da Saúde, tornando-se Centro Colaborador para Saúde Global e Cooperação Sul- Sul. A instituição foi nomeada colaboradora da OMS em abril. A cerimônia fez parte das comemorações dos 114 anos da Fiocruz. Na mesma ocasião foi apresentado o relatório da Comissão The Lancet – Universidade de Oslo sobre Governança Global para a Saúde-As origens políticas da iniquidade em saúde: perspectivas de mudança. O documento publicado pela revista científica The Lancet foca cinco pontos específicos, tratados por seus autores como disfunções, que favorecem adversidades alicerçadas em determinantes políticos globais da saúde. O texto propõe ainda soluções focadas em mudanças em diversos níveis de governança para que sejam otimizadas as relações sociais e políticas e se promova a equidade nas sociedades em todo o mundo.

As cinco disfunções tratam de déficit democrático, rigidez das instituições líderes da tomada de decisões nas ações que interferem na governança, deficiência de mecanismos de responsabilização que poderiam fazer com que as autoridades tivessem que oferecer respostas aos cidadãos sobre assuntos de interesse público, a escassez de espaços para a formulação de políticas intersetoriais e a ausência ou insuficiência de instituições dedicadas à proteção social. Destaca também a necessidade de se estruturar ações que possibilitem mudanças efetivas que ampliem a participação social em nível global e analisa de quais maneiras o mercado e a economia podem influenciar nocivamente na promoção do bem estar social e da igualdade. “O mundo vem sofrendo com graves problemas de governança e um déficit democrático muito importante. Está no DNA do capitalismo ser inequitativo e excludente. Não há como o mercado dirigir os destinos do planeta, é isso que nós defendemos”, ressaltou Paulo Buss.

A Comissão Lancet-Universidade de Oslo sobre Governança Global para a Saúde, criada em 2011, na Noruega, foi a responsável pela elaboração do relatório. O grupo, formado por 18 pesquisadores, é presidido pelo Reitor da Universidade de Oslo, Ole Petter Ottersen, que participou do evento. Entre os formuladores do relatório está Paulo Buss, coordenador geral do Cris, que defende um conceito horizontal e ampliado de uma agenda global para a saúde. “São as iniquidades sociais e econômicas que geram as iniquidades em saúde. Precisamos ir além do setor saúde”, concluiu Paulo Buss, defendendo que se trabalhe a intersetorialidade na governança global em saúde na busca pela promoção da equidade.

O evento também contou com a palestra da diretora do Programa de Saúde Global, do Graduate Institute of International and Development Studies(Instituto de Graduação de Estudos Internacionais e Desenvolvimento) Ilona Kickbusch, que falou sobre Saúde global e diplomacia da saúde: Desafios para o século XXI. “A união de esforços pode ser uma forma de proteger o processo  de tomada de decisão em nível global. A saúde pode ser integrada à políticas externas, como um instrumento para construir relações”, destacou ela em sua apresentação.

Ole Petter Ottersen destacou a importância da tradução do relatório para a língua portuguesa, e ainda, a importância da compreensão dos mecanismos que promovem as desigualdades ao redor do mundo. “Este é um momento para discutir e entender as raízes das desigualdades. Os novos tempos nos mostram que temos que considerar essas raízes e que algumas podem ser resolvidas pela escolha política”, disse ele.

Citação Bibliográfica
Pimentel J. Fiocruz apresentou hoje pela manhã o relatório da Comissão The Lancet/ Universidade de Oslo sobre Governança Global para a Saúde [Internet]. Rio de Janeiro: Portal DSS Brasil; 2014 Maio 30. Disponível em: http://dssbr.org/site/2014/05/fiocruz-apresenta-agora-pela-manha-o-relatorio-da-comissao-the-lancet-universidade-de-oslo-sobre-governanca-global-para-a-saude/

Jaqueline Pimentel é jornalista, editora do Portal DSS Brasil, especialista em Gestão e Pós-Graduanda em Saúde Pública.

Anexo:Global Health Needs Global Health Diplomacy Rio 2014
https://drive.google.com/file/d/0B_HqbJLTCxoEUFJ2bWVSbUtCVm8/edit?usp=sharing

Diretora da OMS parabeniza Cuba na 67ª Assembleia Mundial da Saúde

A doutora Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), parabenizou Cuba pela condução da 67ª Assembleia Mundial da Saúde, celebrada na Suíça. O responsável pela condução dos trabalhos foi Roberto Morales Ojeda, Ministro da Saúde de Cuba. Diante dos mais de três mil delegados dos 194 países membros dessa entidade da ONU, Chan destacou os resultados sanitários de Cuba, que pela primeira vez presidiu a magna reunião da OMS.

Da mesma forma, Margaret manifestou a disposição de trabalhar em parceria para garantir a qualidade da saúde no mundo todo, segundo nota publicada no portal de saúde de Cuba, Infomed.

Entre os temas tratados no fórum, figuraram a estratégia de luta contra a tuberculose, o programa de vacinas para o próximo decênio, a hepatite, a resposta às doenças não transmissíveis e o impacto da mudança climática no incremento de algumas mazelas. Um informe apresentado na Assembleia registra os avanços sanitários, mas ainda persistem enormes desafios e grandes diferenças entre e dentro dos países.

Em escala global, a mortalidade de crianças menores de cinco anos reduziu entre 1990 e 2012, de 90 para 48 em cada mil nascidas vivas. Isso, contudo, é insuficiente para atingir a meta em 2015, segundo as Metas do Milênio da ONU, de diminuir em dois terços essa taxa.

Há vários anos, Cuba cumpriu esse propósito e em 2013 atingiu uma taxa de mortalidade infantil de 4,2 em cada mil nascidas vivas, a mais baixa da sua história, inclusive inferior às do Canadá e Estados Unidos. A representação cubana destacou o espírito de cooperação e compromisso da 67ª
Assembleia Mundial da Saúde, que permitiu adotar decisões importantes a favor dos povos.

Sobre isso, Morales mencionou temas como a prevenção da mortalidade materna e infantil, o acesso aos medicamentos, a cobertura sanitária universal e o enfrentamento às doenças não transmissíveis. Também se referiu à aproximação de opiniões na luta contra a violência interpessoal, e nesse sentido destacou a decisão da Assembleia de outorgar um mandato à diretora-geral da OMS para desenvolver um plano de ação, visando esse tema.

Morales transmitiu uma felicitação especial a Margaret Chan por sua liderança e compromisso com a organização e seus Estados membros. “Tem sido um fator fundamental para aproximar as posições e conseguir os consensos necessários que permitirão um bem-sucedido resultado da reunião”, disse.


Fonte: Granma

JORGE E. KALIL - Cientista brasileiro integra centro internacional de biotecnologia

Pela primeira vez em 20 anos, o Brasil terá um representante no Conselho de Assessores Científicos do Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIEGB – ou ICGEB, na sigla em inglês). O escolhido é o médico imunologista Jorge Kalil.

Diretor do Instituto Butantan, Vice-Presidente da ALFOB e presidente da União Internacional das Sociedades de Imunologia (IUIS, sigla em ingês), Kalil foi indicado ao centro pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O colegiado é composto por 15 cientistas, dentre eles um ganhador do Prêmio Nobel (no passado recente outros três outros ganhadores o integraram).
O Brasil é membro do CIEGB desde 1990 e o MCTI atua como ponto focal da organização no país. Atualmente, são 61 países membros, organizados em rede, distribuindo informações, orientando a pesquisa e capacitando recursos humanos para atuar em biotecnologia.

O centro internacional foi concebido em 1983, no âmbito da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), com o objetivo de promover a cooperação internacional para o desenvolvimento e a aplicação pacífica da engenharia genética e da biotecnologia, particularmente entre os países em desenvolvimento, por meio de programas de pesquisa, de treinamento e de serviços de consultoria em todos os campos dessas áreas do conhecimento. Hoje, é uma organização internacional independente que faz parte do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU).

O CIEGB está estruturado em três componentes, localizados em Trieste, Itália, Nova Delhi, Índia, e Cidade do Cabo, África do Sul, e em uma rede de centros afiliados localizados nos países membros. É referência mundial em pesquisa biotecnológica, com destaque para as áreas de biomedicina, doenças infecciosas, biologia computacional e biotecnologia vegetal.
Sobre o cientista

Além de dirigir o Butantan, Jorge Kalil é professor titular de imunologia clinica e alergia da faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração. É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) desde 1998.

O cientista possui graduação em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestrado em imunogenética e imunopatologia e doutorado em biologia humana, ambos pela Universidade de Paris 7. É titular de diversas patentes e sua produção acadêmica registra mais de 350 artigos indexados.


Com informações da Ascom do MCTI, com informações do CIEGB

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