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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Audiência pública discute a busca por métodos alternativos em substituição ao uso de animais em experimentos científicos

Palestrantes defendem pesquisas para substituir animais em testes laboratoriais

Audiência pública sobre os métodos substitutivos ao uso de animais em experimentos científicos realizados em laboratórios do país. Mesa (E/D): dep. Ricardo Tripoli (PSDB-SP); diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Marcos Morales; professor associado de imunologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Carlos Zanetti Morales, do CNPq (centro): métodos alternativos têm que ser cientificamente provados.

A busca por métodos alternativos em substituição ao uso de animais em experimentos científicos foi tema da audiência pública realizada nesta terça-feira (3) na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.

Os participantes divergiram quanto à substituição de animais por soluções alternativas, porém houve consenso quando o assunto foi a falta de investimentos que ampliem as pesquisas com métodos substitutivos nas áreas de ciência e tecnologia.

O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), coordenador de fauna da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional, afirmou estar preocupado com o sigilo de informações em experimentos científicos. Ele citou o caso do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, que no ano passado foi invadido por ativistas, culminando no resgate de aproximadamente 250 cães que eram usados, supostamente, em testes toxicológicos.

"Temos que buscar realmente uma alternativa. O que se faz hoje no Brasil, em certos lugares, como nesse caso específico, é uma atrocidade, um holocausto contra os animais”, disse.

Riscos
Segundo o diretor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales, "não se pode falar somente em metodologias alternativas, mas no desenvolvimento de metodologias cientificamente provadas". Ele afirma que é impossível dispensar o uso de animais em pesquisas científicas e que isso poderia por em risco a população.

"É por isso que fiz o apelo aqui, nessa audiência pública, para que se invista mais em ciência e tecnologia e também nas metodologias alternativas, porque não podemos prescindir do uso de animais ainda no mundo, e no Brasil muito menos. Caso contrário, nós ficaríamos dependentes das tecnologias externas e colocaríamos a nossa população em risco", afirmou.

Tradição
O pesquisador Thales Tréz, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), disse que o uso de animais em pesquisas é apenas uma tradição que se perpetua na comunidade científica e que sua manutenção é um prejuízo ao desenvolvimento de novas alternativas.

"A insistência da manutenção do modelo animal [provoca] uma perda muito grande em termo de avanço, inclusive, para o desenvolvimento de novas terapias para os seres humanos, em função da própria falência, da própria pobreza do poder preditivo desses modelos animais", afirmou Thales Tréz.

Os deputados se comprometeram em participar de uma reunião com o Colégio de Líderes da Câmara, para colocar em pauta a discussão do Código Federal de Bem-Estar Animal (PL 215/07) e do projeto que criminaliza os maus-tratos praticados contra cães e gatos (PL 2833/11), ambos de autoria do deputado Ricardo Tripoli.

Reportagem - Thyago Marcel
Edição – Janary Júnior

'Agência Câmara Notícias'

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