Destaques

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Abertas pré-inscrições para 1º Seminário de Conectividade do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde está recebendo pré-inscrições de empresas, associações, startups e pessoas físicas que tiverem interesse em apresentar projetos na área de gestão da atenção à saúde durante o 1º Seminário de Conectividade do Ministério da Saúde. O evento, que será realizado no dia 13 de setembro de 2106, será focado em Gestão Hospitalar, Ambulatorial, Laboratorial e Prontuário Eletrônico, e se destinará aos gestores da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS).

As propostas podem ser cadastradas até o dia 02 de setembro de 2016 via formulário FormSUS disponível aqui. Os cadastros serão analisados por comissão da SAS e os selecionados serão notificados via e-mail até o dia 9 de setembro. 
É importante ressaltar que não existe nenhum propósito para contratação de soluções de Tecnologia da Informação fora da legislação vigente que rege a Administração Pública Federal. Os candidatos que não forem notificados dentro do prazo poderão apresentar novos projetos nas edições futuras do seminário.
Serviço
1º Seminário de Conectividade do Ministério da Saúde
Data: 13/09/2016
Horário: 8h às 18h
Local: Auditório Externo Fiocruz Brasília - Avenida L3 Norte, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Gleba A, SC 4.
Clique aqui para acessar o formulário para pré-inscrições. 

Publicação mostra cuidados na hora da prescrição de medicamentos

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) lançou mais um fascículo da série sobre uso racional de medicamentos. A publicação sobre o que se deve levar em conta na prescrição médica é de autoria de Leandro Queiroz Santi, médico do Programa de Saúde da Família e Comunidade do Distrito Federal.

A série  “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica” é parceria da OPAS/OMS com a  pesquisadora Lenita Wannmacher.

Leandro Santri explica que boa parte dos pacientes que procuram os serviços de atenção básica em saúde não precisam de medicamento mas 80% deles saem das consultas com uma prescrição de remédio. De acordo com o médico, os profissionais de saúde devem ter como principal objetivo curar a doença. Por isso, propõe algumas etapas básicas no atendimento: entender o problema do paciente, para um diagnóstico correto; selecionar um tratamento eficaz e seguro, levando em conta o quadro clínico apresentado; elaborar prescrição cuidadosa, orientando com clareza o paciente.

A publicação “Prescrição: o que levar em conta?” lembra ainda que os resultados do tratamento devem ser avaliados posteriormente, para que o profissional de saúde possa verificar se os efeitos desejados foram alcançados. A prescrição também deve ser entregue, com informações claras sobre a administração de remédios.

Santi lembra ainda que embora a receita escrita à mão tenha baixo custo, muitas vezes os pacientes não entendem a grafia ou abreviações. Por isso, sistemas informatizados diminuem erros e aumentam a qualidade e segurança no uso de remédios.

O autor do fascículo destaca ainda que uma boa prescrição pressupõe que o médico olhe o paciente de forma holística, levando em conta não somente a situação clínica e os aspectos do medicamento, mas também condições sociais e cognitivas do paciente, dos pais e cuidadores que influenciarão na adesão e uso adequado do tratamento prescrito.

O “Uso Racional de Medicamentos” busca fornecer aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis. Nos próximos meses, serão lançados mais seis fascículos em português e com linguagem acessível. A escolha dos temas sobre condutas terapêuticas baseou-se, principalmente, nas dez maiores causas de morte apontadas pela Organização Mundial da Saúde em maio de 2014.

Todos os 14 capítulos da série estarão disponíveis gratuitamente para download e poderão ser acessados na área de publicações da página da OPAS/OMS Brasil na internet.

Cingapura registra 41 casos de transmissão local do Zika

Autoridades de Cingapura anunciaram neste domingo 41 casos de transmissão local do vírus zika, a maioria envolvendo operários estrangeiros do setor de construção.

O governo havia anunciado ontem um primeiro caso de transmissão local, envolvendo uma mulher de 47 anos da Malásia que mora em Cingapura.

O primeiro caso de zika foi detectado em Cingapura em maio, envolvendo um homem que havia passado mais de um mês no Brasil, epicentro da epidemia.

Os 41 casos revelados neste domingo envolvem residentes ou pessoas que trabalham em Cingapura, segundo um comunicado conjunto do Ministério da Saúde e da Agência de Meio Ambiente nacional.

“Não se tem conhecimento de que tenham viajado recentemente para áreas afetadas pelo zika, motivo pelo qual, provavelmente, foram infectados em Cingapura”, indica o comunicado. “Isto confirma que houve uma transmissão local do vírus”, assinala o texto.

O comunicado indica que a comunidade de transmissão do vírus parece estar localizada em duas áreas da cidade, embora, uma vez que o vírus é transmitido por um mosquito, o Ministério da Saúde “não possa descartar outras comunidades de transmissão, já que algumas das pessoas que deram positivo também vivem ou trabalham em outras partes de Cingapura”, diz o texto.

O Ministério da Saúde afirmou que avisou às clínicas e hospitais para serem “extremamente vigilantes” e informarem sobre os pacientes que apresentarem sintomas do vírus.

O ministro da Saúde, Gan Kim Yong, disse à imprensa local que poderá haver mais casos importados, uma vez que Cingapura recebe muitos viajantes internacionais.

Além disso, muitos portadores do zika, por apresentarem apenas sintomas leves ou nenhum sintoma, não seguem nenhum tratamento, motivo pelo qual a possibilidade de casos de transmissão local é muito grande, assinalou Yong.

– A maioria operários de uma mesma obra –

Funcionários da área de saúde informaram que as infecções atuais vieram à tona depois que uma clínica local registrou um aumento incomum de casos de febre viral no último dia 22.

A partir de então, o Ministério da Saúde pediu que os médicos informassem os novos casos ao Centro de Doenças Contagiosas.

A Agência Nacional de Meio Ambiente mobilizou mais de 200 trabalhadores para inspecionar e eliminar qualquer possível foco de reprodução de mosquitos na área.

Segundo o comunicado, 36 dos 41 casos afetam operários estrangeiros que trabalham em uma obra na região.

Os trabalhos foram interrompidos ontem, depois que uma inspeção realizada por funcionários da agência revelou que a limpeza era “insatisfatória, com potenciais habitats de reprodução favoráveis a focos de mosquito”, diz o comunicado.

Segundo o texto, 34 dos infectados se recuperaram, enquanto os outros sete permaneciam hospitalizados.

A epidemia do vírus zika teve início no Brasil no começo de 2015. O primeiro caso em Cingapura foi detectado em maio passado, envolvendo um homem de 48 anos que havia viajado para São Paulo um pouco antes.

Nos Estados Unidos, mais de 2,5 mil pessoas foram diagnosticadas com zika, a maioria infectada no exterior.

Secretaria de Saúde esclarece dúvidas de internautas sobre Dengue, Zika Vírus e Chikungunya

Mais de 4 mil pessoas acompanharam o bate-papo com o Subsecretário de Vigilância em Saúde

As principais dúvidas de internautas sobre as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti foram os temas do bate-papo online promovido pela Secretaria de Estado de Saúde nesta quarta-feira (06/04). Mais de 4 mil internautas acompanharam a transmissão em tempo real e puderam esclarecer dúvidas com o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES, Alexandre Chieppe.

- A disseminação de conhecimento para a população é essencial para que possamos conscientizar a todos sobre a importância do combate ao mosquito e, desta forma, reduzir o impacto das doenças que ele transmite. A rede social é uma ferramenta importante porque facilita o acesso à informação – avalia Chieppe.

Ao longo do bate-papo, o subsecretário voltou a reforçar a necessidade do engajamento da sociedade nas ações de combate aos criadouros e focos do mosquito Aedes aegypti. Entre outras dúvidas, Chieppe esclareceu as diferenças entre as doenças transmitidas pelo mosquito, além do diagnóstico e tratamento para cada uma delas.

Confira as principais perguntas e respostas sobre o assunto:

1 – Além da Dengue, o mosquito Aedes aegypti transmite a Zika Vírus e a Febre Chikungunya. Quais são as diferenças entre as três doenças?

Alexandre Chieppe: O mosquito Aedes aegypti existe em vários países do mundo e sua presença é ainda maior em regiões de clima tropical, como o Brasil. É um mosquito que se reproduz em ambiente domiciliar e costuma voar baixo, com preferência pelo início da manhã e o final da tarde. No Rio de Janeiro, assim como em outros estados do Brasil, estas três doenças são as mais transmitidas por ele. As três apresentam características clínicas bem marcadas, com alguns sintomas em comum.

O vírus Zika Vírus causa uma doença chamada Febre da Zika Vírus, que tem como principal característica as manchas vermelhas (exantema), associada à febre baixa e dores pelo corpo. Atualmente, o vírus Zika Vírus é responsável por uma emergência mundial em saúde pública sem precedentes no Brasil, e em vários países do mundo, por conta da sua possível associação aos casos de microcefalia.

A Febre Chikungunya apresenta sintomas como a febre alta e fortes dores nas articulações. O grande complicador destes casos é que um percentual das pessoas infectadas pode desenvolver a forma crônica da doença, ou seja, pode apresentar dores nas articulações por até mais de um ano após a infecção.

A Dengue apresenta febre alta e de início imediato, sempre presente, com dores moderadas pelo corpo.
2 – Como é feito o diagnóstico? E qual o tratamento mais indicado para cada doença?

Alexandre Chieppe: O diagnóstico das doenças, na maior parte dos casos, é clínico, ou seja, é feito com base nos sintomas relatados e observados por profissionais de saúde. Ainda não existe, no mundo, uma plataforma laboratorial confiável, de amplo acesso e custo razoável, para a realização de exames específicos para detectar o Zika Vírus vírus ou a Febre chikungunya. Desta forma, a prioridade são os exames feitos por exclusão, utilizando-se o teste PCR, que é utilizado para detectar Dengue. Quando se há dúvida quanto ao diagnóstico, a orientação é administrar o tratamento indicado para a Dengue, tendo em vista que, entre as três, é a doença que apresenta maior taxa de mortalidade.

Não existe um tratamento específico para cada uma das doenças. A recomendação é o uso de medicação para alívio dos sintomas, além de hidratação. É essencial que não haja automedicação e que as pessoas, ao sentirem os sintomas, busquem imediatamente os serviços de saúde.
 
3 – É possível pegar duas ou três doenças ao mesmo tempo?

Alexandre Chieppe: A infecção por mais de um vírus é rara, mas não é impossível.

4 – Qual o panorama das três doenças no estado do Rio de Janeiro?

Alexandre Chieppe: Quanto à Dengue, o estado do Rio de Janeiro não registra epidemia, mas há municípios da Região do Médio Paraíba e da Região Noroeste do estado que ainda estão tendo transmissão importante da doença.

No caso do vírus Zika Vírus Vírus, a transmissão vem aumentando bastante, já que trata-se de um vírus novo, que começou a circular no estado em meados do ano passado. Os casos já vinham sendo monitorados, especialmente, entre as gestantes. Atualmente, a doença é de notificação obrigatória. No Rio de Janeiro, pode-se afirmar que, hoje, há circulação do vírus em todos os municípios.

Já o vírus da Chikungunya é bastante preocupante, uma vez que é um vírus com alto poder de disseminação, também novo em circulação no Rio de Janeiro, e que tem grande potencial para causar epidemia. O fato de que a doença também pode evoluir, em alguns casos, para a forma crônica, causando sintomas por até mais de um ano após a infecção, também é motivo de alerta para as autoridades de saúde pública.

5 - Qual é a melhor forma de prevenção?

Alexandre Chieppe: A melhor forma de prevenção é o combate aos focos do mosquito. Conforme amplamente divulgado, este mosquito se reproduz em água parada, em locais que armazenam água, principalmente, em ambientes domésticos. Com 10 minutos por semana, é possível vistoriar uma residência buscando os focos e eliminando os possíveis criadouros.

Além disso, diante da epidemia de microcefalia, recomenda-se uma série de cuidados individuais a serem adotados pelas gestantes, como o uso de roupas que protejam o corpo, como blusas de mangas compridas e calças, e também o uso de repelentes. Recomenda-se ainda que as gestantes evitem exposição nos horários de maior circulação do mosquito – pela manhã e fim da tarde – e utilizem telas de proteção nas janelas.

6 – Como o Governo do Estado vem atuando no combate ao mosquito?
Alexandre Chieppe: O combate ao mosquito é um enorme desafio para a saúde pública mundial. Diversos estudos mostram a capacidade de adaptação do mosquito ao longo dos anos. No estado do RJ, além das campanhas educativas e de conscientização da população, houve a incorporação dos agentes de endemia em conjunto com os agentes de saúde, além da articulação de ações com homens do Corpo de Bombeiros, que formaram uma força-tarefa para vistorias residenciais e disseminação de informações para a população. O engajamento e a mobilização popular são fundamentais para o combate.

Fonte: Portal da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro


Identificado falso produto para tratamento de Hepatite

Falsa solução composta por medicamentos para tratamento de Hepatite C não apresenta registro e lote tem venda proibida

O órgão de vigilância sanitária norte-americano Food and Drug Administration (FDA) informou sobre a comercialização clandestina do produto Ledso, uma solução de Sofosbuvir e Ledipasvir, medicamentos usados no tratamento da Hepatite C. As cápsulas do produto falsificado teriam sido identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que emitiu o alerta da distribuição ilegal do produto. A Agência alerta, portanto, que o produto Ledso não possui registro e se trata de um caso de falsificação.

PRODUTO
LOTE
VALIDADE
Sofosbuvir +
Ledipasvir (Ledso)
400mg/ 90mg
0022
04/2017

A empresa Pharco Corporation, localizada no Egito, que consta nos rótulos do produto, alegou que não fabrica nenhum medicamento com o nome Ledso e não fabrica nenhum produto que combine Sofosbuvir e Ledipasvir. 

Após constatar a falsificação do produto, a Anvisa determinou a apreensão e inutilização de todas as unidades do lote em território nacional. A resolução RE – 2.291/16 foi publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (26/08) e já se encontra em vigor.



Anvisa proíbe publicidade enganosa de cura da Aids

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, na última sexta-feira (26), a divulgação irregular do produto feito a partir da planta mutamba e que estaria alegando cura da Aids/HIV.

O produto “Mutamba contra a Aids” não tem registro na Agência e é, portanto, um produto clandestino, de origem e composição desconhecidas. A medida é preventiva, pois, apesar das denúncias, não foram encontrados indícios da comercialização da “cura da Aids”.

A resolução, portanto, proíbe a publicidade do produto em todo o território nacional a partir da data de publicação no Diário Oficial da União. O produto feito à base da planta mutamba não apresenta ensaios clínicos que comprovem suas características medicinais e, dessa forma, não possui registro na Agência.

Os produtos irregulares, isto é, produtos que estejam fora das exigências da Agência, não oferecem garantias de eficácia, segurança e qualidade, que são necessárias para saber se um produto funciona e é seguro.

Produtos e medicamentos irregulares ou falsificados podem não fazer efeito, prejudicar tratamentos médicos ou, em casos mais graves, comprometer a saúde de quem o consumir.

Antes de comprar ou divulgar produtos de origem suspeita ou não registrados, entre em contato com a Anvisa por meio do canal (0800-642-9782). A denúncia também pode ser feita pela Ouvidoria da Anvisa.

Fonte: Portal Brasil


Reorganização SUS

sábado, 27 de agosto de 2016

A hora dos vírus

Vírus são mais perigosos quando infectam suas vítimas pela manhã do que à tarde ou à noite.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido) descobriram que os vírus têm 10 vezes mais sucesso em adoecer a sua vítima se a infecção tiver início pela manhã.
Os estudos com animais também mostraram que quem está com o relógio biológico desajustado - algo que no ser humano pode ser provocado por jornadas de trabalho em turnos diferentes ou jet lag - está sempre mais vulnerável a infecções.

As descobertas podem ajudar a reforçar o combate a pandemias, orientando as pessoas sobre os horários mais críticos em que devem buscar medidas de prevenção extras.

Tudo parece se dever à atuação do relógio biológicointerno do corpo, que torna o organismo mais ativo pela manhã. Cerca de 10% dos genes - as instruções para gerenciar o corpo humano - mudam durante o dia sob controle do relógio biológico.

Vírus pela manhã
Os vírus - ao contrário das bactérias e parasitas - são completamente dependentes de sua capacidade de "sequestrar" o mecanismo interno das células para se replicar. Mas essas células mudam muito como parte desse padrão de 24 horas conhecido como relógio biológico, que influencia, por exemplo, o funcionamento do nosso sistema imunológico e a liberação de hormônios.

No estudo, camundongos foram infectados com o vírus influenza, que causa a gripe, ou com o vírus da herpes. Os animais infectados durante a manhã apresentaram níveis virais 10 vezes maiores do que aqueles infectados durante a noite. Apesar de terem sido usados apenas dois tipos de vírus no estudo, eles são muito diferentes - um é vírus de DNA e o outro de RNA -, o que sugere que o princípio se aplica a um grande número de vírus.

Os vírus que chegavam mais tarde falharam em um processo que, metaforicamente, pode ser explicado como se eles estivessem tentando fazer operários reféns dentro de uma fábrica depois que o turno dos operários tivesse terminado. Quando os pesquisadores forçaram os animais a ritmos de vida artificiais, que atrapalhavam seu relógio biológico, eles se tornaram igualmente mais suscetíveis à infecção.

"Há uma grande diferença", disse o professor Akhilesh Reddy. "O vírus precisa de todo o aparato disponível na hora certa (para ser eficaz), mas uma pequena infecção pela manhã pode se desenvolver mais rapidamente e se espalhar pelo corpo. Em uma pandemia, ficar em casa durante o dia pode ser importante (para) salvar vidas. Se os testes comprovarem a hipótese, isso pode ter um grande impacto."
O estudo foi publicado na revista científica Pnas, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.


Sobrepeso pode estar ligado a mais tipos de câncer, diz agência da OMS

Um grupo de trabalho de 21 especialistas internacionais reunidos pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), da Organização Mundial da Saúde (OMS), confirmou pesquisas feitas anteriormente segundo as quais a ausência de excesso de gordura corporal reduz o risco de câncer de cólon e reto, esôfago, rim, mama (em mulheres após a menopausa), endométrio e útero. Segundo o grupo de trabalho, há “evidências suficientes” de que pessoas magras têm menos risco de câncer de fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide e mieloma, entre 

outros.

Sobrepeso e obesidade podem estar ligadas a mais tipos de câncer, segundo especialistas. Foto: EBC
Relatório do programa de prevenção da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), da Organização Mundial da Saúde (OMS), concluiu que o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para mais tipos de câncer do que se imaginava anteriormente.
Um grupo de trabalho de 21 especialistas internacionais reunidos pela IARC avaliou mais de 1 mil estudos sobre o tema e confirmou pesquisas anteriores segundo as quais a ausência de excesso de gordura corporal reduz o risco de câncer de cólon e reto, esôfago, rim, mama (em mulheres após a menopausa), endométrio e útero.

Segundo o grupo de trabalho, há “evidências suficientes” de que pessoas magras têm menos risco de câncer de fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide e mieloma, entre outros, de acordo com o estudo divulgado nesta quinta-feira (25).

Os especialistas reunidos pela IARC também apontaram “evidências limitadas” de que a falta de gordura corporal em excesso reduza o risco de câncer fatal de próstata, de mama em homens e linfoma difuso de grandes células B.

Segundo a principal autora do artigo, Béatrice Lauby-Secretan, a “avaliação abrangente reforça os benefícios de manter um peso saudável para reduzir o risco de diferentes tipos de câncer”.

O grupo de trabalho também analisou dados relacionados à gordura corporal em crianças, adolescentes e jovens adultos, com idade até 25 anos. O objetivo era avaliar se a obesidade no início da vida estaria ligada ao câncer na vida adulta.

Para diversos tipos da doença, incluindo de cólon e fígado, foram observadas associações entre excesso de peso e câncer semelhantes aos registrados em adultos.

De acordo com os especialistas, é reconhecido que o sobrepeso em animais usados em experimentos aumenta a incidência de diversos tipos de câncer. Estudos nesses animais mostraram que restrições calóricas ou alimentares reduzem o risco de câncer na glândula mamária e pituitária, cólon, fígado, pâncreas e pele.

A gordura corporal é avaliada principalmente pelo índice de massa corporal, definida pelo peso de uma pessoa em quilos divido pelo quadrado da altura. Em adultos, o sobrepeso é definido pelo índice igual ou maior a 25 e obesidade igual ou maior a 30.

Em todo o mundo, cerca de 640 milhões de adultos eram obesos em 2014, um aumento de seis vezes deste 1975, e 110 milhões de crianças e adolescentes eram obesas em 2013, o dobro desde 1980.

Estimativas de 2014 apontam que 10,8% dos homens, 14,9% das mulheres e 5% das crianças sofriam de obesidade. Em todo o mundo, mais pessoas estão nessa situação do que abaixo do peso.

Segundo a IARC, estima-se que em 2013 em torno de 4,5 milhões de mortes estariam ligadas ao sobrepeso ou à obesidade. O órgão ressaltou que a identificação de novos tipos de câncer relacionados ao excesso de peso deve aumentar o número de mortes atribuídas à obesidade.

No Brasil, o Centro de Excelência contra a Fome, do Programa Mundial de Alimentos (PMA), alertou recentemente que o sobrepeso em adultos chegou a um patamar de 54% atualmente, enquanto a obesidade está em 20%, com tendência de crescimento.

Para o diretor da IARC, Christopher Wild, as novas evidências “enfatizam o quão importante” é encontrar formas eficazes, tanto individualmente como pelas sociedades, de implementar as recomendações da OMS sobre a melhora de padrões alimentares e de atividade física para combater “o fardo do câncer e outras doenças crônicas”.

O resumo dos resultados da avaliação foi divulgado pelo New England Journal of Medicine, publicação científica da área de medicina

Mais adolescentes buscam pelos serviços de saúde

Pesquisa do IBGE com estudantes de 13 a 15 anos indica aumento de 14,8% entre 2012 e 2015 na procura por unidades ou profissionais de saúde. Ministério da Saúde oferta caderneta para incentivar maior cuidado entre esse público
Adolescentes estão procurando mais os serviços de saúde. Foi o que constatou a mais nova edição da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense 2015), lançada nesta sexta-feira (26/8), no Rio de Janeiro. O levantamento do Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE e o Ministério da Educação, mostra que 55,3% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental recorreram a algum profissional ou unidade de saúde do país no ano passado. O número é 14,8% maior do que o registrado na pesquisa de 2012 (48,2%). 

Entre os serviços de saúde mais procurados por eles: 45,1% afirmaram ter ido a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e 22,8% procuraram atendimento em consultórios médicos ou clínicas particulares. Quando perguntados sobre o estado de saúde, 73% dos estudantes têm uma avaliação positiva da própria saúde. 

“A Pense é um estudo importantíssimo, com uma amostra que representa o comportamento do adolescente brasileiro e, por isso, uma das ferramentas valiosa que dispomos para orientar nossas políticas públicas para este público. Como, por exemplo, a caderneta do adolescente”, enfatizou Cheila Lima, coordenadora geral de doenças crônicas e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde. 

A Pense 2015 levou em conta uma amostra de mais de 102 mil estudantes que cursam o 9º ano (antiga 8ª série) do ensino fundamental em 3.040 escolas públicas e privadas da zona rural e urbana de todo o Brasil, no período entre abril e setembro de 2015. A maioria dos alunos tinha entre 13 e 15 anos. O resultado reflete o comportamento de mais de dois milhões e meio de adolescentes que cursam o 9º ano.

A vacina contra o Papilomavírus Humanos (HPV), incluída em 2014 no calendário básico de vacinação do Sistema Único de Saúde – SUS, também foi tema de perguntas na pesquisa. Do total, 88% afirmaram conhecer a campanha de vacinação contra o HPV. Já o recebimento da vacina foi referido por pouco mais de 74,2% de escolares brasileiros do sexo feminino. Essa estratégia de vacinação prioriza reduzir casos e mortes ocasionados pelo câncer de colo do útero, terceiro tipo mais frequente na população feminina e quarta causam de morte de mulheres por câncer no Brasil.

CADERNETA DA SAÚDE – Para dar maior visibilidade ao público adolescente e subsidiar os serviços em saúde na atenção integral, o Ministério da Saúde lançou, no ano passado, a nova edição da caderneta de saúde do Adolescente. A publicação é apresentada em duas versões – uma para ele e outra para ela – e, além de dar suporte aos jovens com relação à saúde bucal, sexual e reprodutiva, vacinação, traz dicas de alimentação saudável e a garantia da avaliação dos seus principais aspectos como crescimento e desenvolvimento.

Além disso, por meio do Programa Saúde na Escola, o Ministério da Saúde em parceria com o da Educação promove ações de saúde e de atividades de prevenção, além de estimular avaliações das condições de saúde dos adolescentes. Já foram promovidos debates sobre temas como alimentação saudável, obesidade, saúde sexual, álcool e outras drogas.

ATIVIDADE FÍSICA – A Pense 2015 apontou um aumento na prática de atividade física. Em 2015, 34,4% dos escolares do 9º ano do ensino fundamental se classificavam como ativos, ou seja, praticaram pelo menos 300 minutos semanais ou mais de atividade física. Em 2012, o número era de 30,1%. 

Apesar de praticarem menos atividade física, os estudantes estão gastando menos tempo com TV. Em 2015, 60% passavam mais de duas horas na frente da TV. Em 2012, eram 78%. 

CIGARRO, ALCOOL E OUTRAS DROGAS – O consumo de cigarro pelos estudantes do 9º ano do ensino fundamental, nos últimos 30 dias, caiu de 6% para 5,6%. Desses escolares, 25,8% afirmaram ter comprado o cigarro em uma loja ou botequim.
Já com relação ao álcool, observa-se um aumento. Mais da metade (55,5%) já haviam consumido alguma vez uma dose de bebida alcoólica. O número é maior do que o percentual registrado em 2012, quando 50,3% declararam ter experimentado a bebida. Em relação ao consumo atual de álcool e drogas ilícitas, respectivamente, 23,8% e 4,2% dos estudantes tinham feito uso dessas substâncias nos últimos 30 dias antes da pesquisa. 

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA - Os jovens brasileiros estão recebendo mais informações em relação às formas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez não planejada. O estudo mostra que 87,8% dos adolescentes receberam orientação sobre DST e AIDS e 79,2% informações de como evitar gravidez. Mais da metade (68,4%) dos entrevistados também sabiam que era possível adquirir preservativos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo ainda mostra que 27,5% dos jovens já iniciaram a vida sexual. O uso do preservativo na última relação sexual esteve presente em 66,2% dos casos.

Por Victor Maciel, da Agência Saúde

Ministério da Saúde avança na informatização do SUS

Plataforma vai unificar nove sistemas de dados hospitalares e ambulatoriais utilizados para registro de atendimentos. Prevista para ser implantada integralmente até 2017, deve reunir ainda dados da rede privada e suplementar
O Ministério da Saúde deu um passo fundamental para informatização do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram assinadas nesta quinta-feira (25), pelo ministro Ricardo Barros durante a Comissão Intergestores Tripartite (CIT), duas resoluções que vão aprimorar o registro de dados de serviços, reduzindo custos e tempo de alimentação por parte dos gestores de saúde: a que constitui o Conjunto Mínimo de Dados (CMD), ferramenta que unificará os sistemas existentes, e a que institui o Comitê Gestor da Estratégia E-Saúde, um grupo de ações de saúde por meio eletrônico.
O aperfeiçoamento dos sistemas de informação do SUS é uma das prioridades já anunciadas pelo ministro. O objetivo é integrar o controle das ações, permitindo a correta aplicação dos recursos públicos e o fornecimento de dados adequados para o planejamento e para a execução das prioridades do setor.
“Essa estratégia vai facilitar o registro de informações, em um layout único, evitando o abastecimento da mesma informação em sistemas diferentes, e ainda possibilitando economia financeira com a manutenção de cada sistema, tanto no nível local quanto nacional, e de capacitação de usuários”, avaliou o ministro Ricardo Barros. Para ele, este avanço colocará o SUS no patamar de sistemas de saúde avançados do ponto de vista do gerenciamento das informações.
A implantação do Conjunto Mínimo de Dados (CMD) será gradual e unificará nove sistemas adotados no SUS: Boletim de Produção Ambulatorial (BPA), Autorização de Procedimento Ambulatorial (APAC), Registro das Ações Ambulatoriais de Saúde (RAAS), Autorização de Internação Hospitalar (SISAIH01), Coleta da Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA01), Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação Hospitalar (SIH), Processamento da Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA02) e Sistema de Regulação, Controle e Avaliação (SISRCA).
O registro das informações no CMD será realizado por todos estabelecimentos de saúde públicos e privados em território nacional, e poderá ser realizado por meio dos sistemas já existentes que serão integrados no Barramento da Saúde, ou por meio de solução gratuita disponibilizada pelo Ministério da Saúde.
A previsão é que o funcionamento do CMD ocorra em três etapas. O sistema começará a receber dados da Atenção Básica, por meio do e-SUS Atenção Básica, e da Saúde Suplementar, por meio das Guias da Troca de informações da Saúde Suplementar, (TISS), a partir da publicação das resoluções assinadas durante a CIT, com o desligamento da alimentação por meio dos respectivos sistemas ao longo de setembro. Já a segunda etapa prevê o recebimento no CMD de dados hospitalares e ambulatoriais, tanto dos procedimentos realizados no SUS quanto nas redes privada e suplementar, com o desfecho dos demais sistemas em meados de 2017. Na última etapa, já será possível realizar todo o faturamento ambulatorial e hospitalar do SUS por meio do CMD.
e-SAÚDE – Também está avançando o projeto e-Saúde, conjunto de ações que qualifica a gestão da saúde por meio eletrônico, como o CMD, o Registro Eletrônico de Saúde (RES) e a Telemedicina. Nesta quinta-feira, foi firmado o entendimento com estados e municípios, por meio da CIT, para a instituição de um comitê gestor, que vai definir a política e as estratégias para o aprimoramento e expansão do SUS no campo virtual.
O Comitê será composto por representantes de todas as secretarias do Ministério da Saúde, da ANS, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.
Os trabalhos do grupo deverão ser iniciados em 15 dias, a partir da indicação dos membros de cada órgão integrante e da elaboração do seu Regimento Interno. Os membros vão coordenar o desenvolvimento de aplicações informatizadas no âmbito do Ministério da Saúde, além de apoiar atividades administrativas de estabelecimentos de saúde e de fluxo na rede de atenção à saúde, garantindo maior resolutividade em um menor número de sistemas.
Também foi apresentada durante a CIT a plataforma Mapa da Saúde, que permite a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada. A ferramenta passa por ajustes e deverá ser utilizada na identificação das necessidades de saúde da população de cada município, região ou estado, orientando o planejamento e contribuindo para o estabelecimento de metas.
Por Diogo Caixote, da Agência Saúde 

Vacina inédita para esquistossomose inicia nova fase de estudos

Iniciativa é fruto de parceria público-privada entre a Fiocruz e a empresa Orygen Biotecnologia. O projeto é um dos priorizados pela Organização Mundial da Saúde para garantir o acesso da população dos países pobres a tecnologias de última geração
O Brasil inicia neste ano a nova fase de estudos clínicos para a vacina de esquistossomose, chamada de Vacina Sm14. O anúncio foi feito esta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os testes acontecerão entre setembro e dezembro de 2016, período que corresponde à mais alta endemicidade da doença em território africano. A produção e desenvolvimento da vacina é uma parceria público-privada (PPP) entre a Fiocruz e a empresa Orygen Biotecnologia S.A. O projeto é um dos priorizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ao longo das três etapas de Fase II, está prevista a participação de 350 voluntários, entre adultos, inicialmente, e em criança. A Vacina Sm14 será administrada em três doses, com intervalos de um mês entre cada uma. A conclusão e os resultados dos estudos estão previstos para 2017. “É a primeira vez no mundo que uma vacina parasitária produzida com tecnologia brasileira de última geração chega à Fase II de estudos clínicos. Um importante passo para o enfretamento desse problema de saúde que atinge principalmente populações pobres de diferentes países”, comemorou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Desenvolvida e patenteada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a vacina utiliza a proteína Sm14, sintetizada a partir do Schistosoma mansoni, verme causador da esquistossomose na América Latina e na África. Será produzida a partir de um antígeno – substância que estimula a produção de anticorpos, evitando que o parasita causador da doença se instale no organismo ou que lhe cause danos. “Esse tipo de iniciativa fortalece o Brasil como uma base tecnológica capaz de assegurar o atendimento das demandas do sistema público de saúde”, afirmou o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
Nessa fase do estudo, os testes serão realizados em adultos moradores da região endêmica no Senegal, na África, local atingido simultaneamente por duas espécies do parasito Schistosoma, causador da doença. Essa característica, que não existe em nenhuma região brasileira, é muito importante para que se possa verificar a segurança da Vacina Sm14.
ESQUISTOSSOMOSE - Os casos da doença acontecem em ambientes onde não há infraestrutura adequada de saneamento básico: fezes de pessoas infectadas com o verme Schistosoma, quando despejadas inapropriadamente em rios e outros cursos de água doce, podem infectar caramujos do gênero Biomphalaria. Por sua vez, os caramujos liberam larvas do verme na água, podendo infectar outras pessoas por meio do contato com a pele, reiniciando o ciclo da doença. A vacinação terá potencial de interromper o ciclo de transmissão, induzindo uma imunidade duradoura.
Por Agência Saúde, com informações da Fiocruz

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