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sábado, 27 de agosto de 2016

Sobrepeso pode estar ligado a mais tipos de câncer, diz agência da OMS

Um grupo de trabalho de 21 especialistas internacionais reunidos pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), da Organização Mundial da Saúde (OMS), confirmou pesquisas feitas anteriormente segundo as quais a ausência de excesso de gordura corporal reduz o risco de câncer de cólon e reto, esôfago, rim, mama (em mulheres após a menopausa), endométrio e útero. Segundo o grupo de trabalho, há “evidências suficientes” de que pessoas magras têm menos risco de câncer de fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide e mieloma, entre 

outros.

Sobrepeso e obesidade podem estar ligadas a mais tipos de câncer, segundo especialistas. Foto: EBC
Relatório do programa de prevenção da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), da Organização Mundial da Saúde (OMS), concluiu que o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para mais tipos de câncer do que se imaginava anteriormente.
Um grupo de trabalho de 21 especialistas internacionais reunidos pela IARC avaliou mais de 1 mil estudos sobre o tema e confirmou pesquisas anteriores segundo as quais a ausência de excesso de gordura corporal reduz o risco de câncer de cólon e reto, esôfago, rim, mama (em mulheres após a menopausa), endométrio e útero.

Segundo o grupo de trabalho, há “evidências suficientes” de que pessoas magras têm menos risco de câncer de fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide e mieloma, entre outros, de acordo com o estudo divulgado nesta quinta-feira (25).

Os especialistas reunidos pela IARC também apontaram “evidências limitadas” de que a falta de gordura corporal em excesso reduza o risco de câncer fatal de próstata, de mama em homens e linfoma difuso de grandes células B.

Segundo a principal autora do artigo, Béatrice Lauby-Secretan, a “avaliação abrangente reforça os benefícios de manter um peso saudável para reduzir o risco de diferentes tipos de câncer”.

O grupo de trabalho também analisou dados relacionados à gordura corporal em crianças, adolescentes e jovens adultos, com idade até 25 anos. O objetivo era avaliar se a obesidade no início da vida estaria ligada ao câncer na vida adulta.

Para diversos tipos da doença, incluindo de cólon e fígado, foram observadas associações entre excesso de peso e câncer semelhantes aos registrados em adultos.

De acordo com os especialistas, é reconhecido que o sobrepeso em animais usados em experimentos aumenta a incidência de diversos tipos de câncer. Estudos nesses animais mostraram que restrições calóricas ou alimentares reduzem o risco de câncer na glândula mamária e pituitária, cólon, fígado, pâncreas e pele.

A gordura corporal é avaliada principalmente pelo índice de massa corporal, definida pelo peso de uma pessoa em quilos divido pelo quadrado da altura. Em adultos, o sobrepeso é definido pelo índice igual ou maior a 25 e obesidade igual ou maior a 30.

Em todo o mundo, cerca de 640 milhões de adultos eram obesos em 2014, um aumento de seis vezes deste 1975, e 110 milhões de crianças e adolescentes eram obesas em 2013, o dobro desde 1980.

Estimativas de 2014 apontam que 10,8% dos homens, 14,9% das mulheres e 5% das crianças sofriam de obesidade. Em todo o mundo, mais pessoas estão nessa situação do que abaixo do peso.

Segundo a IARC, estima-se que em 2013 em torno de 4,5 milhões de mortes estariam ligadas ao sobrepeso ou à obesidade. O órgão ressaltou que a identificação de novos tipos de câncer relacionados ao excesso de peso deve aumentar o número de mortes atribuídas à obesidade.

No Brasil, o Centro de Excelência contra a Fome, do Programa Mundial de Alimentos (PMA), alertou recentemente que o sobrepeso em adultos chegou a um patamar de 54% atualmente, enquanto a obesidade está em 20%, com tendência de crescimento.

Para o diretor da IARC, Christopher Wild, as novas evidências “enfatizam o quão importante” é encontrar formas eficazes, tanto individualmente como pelas sociedades, de implementar as recomendações da OMS sobre a melhora de padrões alimentares e de atividade física para combater “o fardo do câncer e outras doenças crônicas”.

O resumo dos resultados da avaliação foi divulgado pelo New England Journal of Medicine, publicação científica da área de medicina

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