Constantemente nos deparamos
com anúncios de mulheres famosas que descobriram o câncer de mama tanto em fase
inicial como em fase avançada. O mais recente foi o anúncio de Suzana Gullo
Mion, através da página do marido no Instagram, o ator e apresentador Marcos
Mion (Leia aqui).
Depois de seis meses, e de ter
vencido o câncer, o texto do casal na rede social passa uma mensagem de
esperança e luta. “Temos a intenção de explicar aos nossos conhecidos o
porquê do nosso "sumiço nos últimos seis meses", mas principalmente
alertar e conscientizar o maior número de mulheres possível, pois aprendemos
duramente que o câncer é uma realidade que não distingue nada, nem ninguém. E
está mais próximo do que a maioria pode querer (...)”.
Segundo dados do Instituto
Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), somente no Brasil
esperam-se aproximadamente 58 mil casos de câncer de mama. Edna de Oliveira é
uma das outras milhares de mulheres que enfrentam a realidade de ser
surpreendida com o diagnóstico da doença. A empresária descobriu o câncer após
um acidente no trabalho em 2005. “Parece que foi o sinal para eu descobrir.
Estava na loja e bati numa quina do balcão. Ficou dolorido durante muito tempo,
aí fui ao medico e ele já percebeu o nódulo”, conta.
A consulta já trouxe indícios
de que o diagnóstico merecia atenção. Após os exames complementares a
confirmação: câncer na mama direita. “Fiquei assustada. Os médicos me
informaram tudo, qual era a minha situação e eu queria já começar o tratamento
para descansar logo a cabeça. Sentir que estava fazendo alguma coisa para
melhorar”, relembra.
Na família, entre os 13
irmãos, uma delas já tinha passado pela mastectomia (cirurgia de retirada da
mama após diagnóstico de um tumor maligno), mas apesar do histórico familiar,
Edna não se preocupava com a possibilidade de poder ter também o problema. “Fui
descobrindo como era uma doença comum e como o cuidado constante com a saúde
era fundamental para evitar que ficasse séria à medida que fui às consultas com
o pessoal do Hospital de Base (Brasilia), e nas palestras dos grupos de apoio”.
O Ministério da Saúde (MS)
recomenda que mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou que
apresentem sintomas da doença, realizem a mamografia independentemente da
idade, a partir da solicitação médica do exame. Portanto, todas as mulheres que
tiverem indicação médica para realização da mamografia têm acesso garantido aos
procedimentos disponíveis por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
O tratamento da Edna foi feito
pelo Sistema Único de Saúde. Consultas, exames e tratamento, tanto a
radioterapia como a quimioterapia e o medicamento que tomou por cinco anos.
Depois disso tudo, a certeza da cura tinha chegado.
Porém, em 2015, um novo
diagnóstico: “Eu não queria fazer a reconstrução da mama. Não queria passar por
mais uma cirurgia, por medo. Mas minha família, meus filhos, sempre ficavam
insistindo. Após um ano da reconstrução, numa consulta de rotina, mais um
nódulo. Dessa vez, na mama esquerda. Teria que passar novamente por todo o
processo. O bom é que eu já sabia que tinha cura”, relembra.
O tratamento dessa vez foi
diferente. Fez a cirurgia para a retirada da mama e já a reconstrução no mesmo
dia. A rádio veio para complementar o tratamento e uma nova medicação, que
ainda toma. Apesar das incertezas que um tratamento pode trazer, Edna se sente
forte e com a certeza que a cura é possível.
O apoio da família, a
disponibilidade e atenção da equipe, segundo ela, foram indispensáveis nesse
processo todo. “A equipe foi ótima. Tanto os médicos como os enfermeiros, não
tenho o que reclamar. Fiz todo o acompanhamento com eles durante anos e eles
sempre foram muito legais com a gente, muito cuidadosos. A minha família então,
não tenho nem como agradecer. Todo mundo estava sempre comigo”, conta.
ORIENTAÇÃO - Mulheres
assintomáticas com idade entre 50 e 69 anos devem fazer o rastreamento com
mamografia a cada dois anos. Dessa forma, o objetivo do rastreamento é a
detecção precoce da doença, com o menor número possível de casos
falso-positivos, e a diminuição da mortalidade pela doença. Em 2015, o Brasil
realizou 4.121.128 mamografias de rastreamento, das quais 2.492.603 foram
realizadas na faixa etária prioritária.
Aline Czezacki e Gabi Kopko,
para o Blog da Saúde
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