Pesquisa do IBGE com estudantes de 13 a 15 anos indica aumento de 14,8% entre 2012 e 2015 na procura por unidades ou profissionais de saúde. Ministério da Saúde oferta caderneta para incentivar maior cuidado entre esse público
Adolescentes estão procurando mais os serviços de saúde. Foi o que constatou a mais nova edição da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense 2015), lançada nesta sexta-feira (26/8), no Rio de Janeiro. O levantamento do Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE e o Ministério da Educação, mostra que 55,3% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental recorreram a algum profissional ou unidade de saúde do país no ano passado. O número é 14,8% maior do que o registrado na pesquisa de 2012 (48,2%).
Entre os serviços de saúde mais procurados por eles: 45,1% afirmaram ter ido a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e 22,8% procuraram atendimento em consultórios médicos ou clínicas particulares. Quando perguntados sobre o estado de saúde, 73% dos estudantes têm uma avaliação positiva da própria saúde.
“A Pense é um estudo importantíssimo, com uma amostra que representa o comportamento do adolescente brasileiro e, por isso, uma das ferramentas valiosa que dispomos para orientar nossas políticas públicas para este público. Como, por exemplo, a caderneta do adolescente”, enfatizou Cheila Lima, coordenadora geral de doenças crônicas e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde.
A Pense 2015 levou em conta uma amostra de mais de 102 mil estudantes que cursam o 9º ano (antiga 8ª série) do ensino fundamental em 3.040 escolas públicas e privadas da zona rural e urbana de todo o Brasil, no período entre abril e setembro de 2015. A maioria dos alunos tinha entre 13 e 15 anos. O resultado reflete o comportamento de mais de dois milhões e meio de adolescentes que cursam o 9º ano.
A vacina contra o Papilomavírus Humanos (HPV), incluída em 2014 no calendário básico de vacinação do Sistema Único de Saúde – SUS, também foi tema de perguntas na pesquisa. Do total, 88% afirmaram conhecer a campanha de vacinação contra o HPV. Já o recebimento da vacina foi referido por pouco mais de 74,2% de escolares brasileiros do sexo feminino. Essa estratégia de vacinação prioriza reduzir casos e mortes ocasionados pelo câncer de colo do útero, terceiro tipo mais frequente na população feminina e quarta causam de morte de mulheres por câncer no Brasil.
CADERNETA DA SAÚDE – Para dar maior visibilidade ao público adolescente e subsidiar os serviços em saúde na atenção integral, o Ministério da Saúde lançou, no ano passado, a nova edição da caderneta de saúde do Adolescente. A publicação é apresentada em duas versões – uma para ele e outra para ela – e, além de dar suporte aos jovens com relação à saúde bucal, sexual e reprodutiva, vacinação, traz dicas de alimentação saudável e a garantia da avaliação dos seus principais aspectos como crescimento e desenvolvimento.
Além disso, por meio do Programa Saúde na Escola, o Ministério da Saúde em parceria com o da Educação promove ações de saúde e de atividades de prevenção, além de estimular avaliações das condições de saúde dos adolescentes. Já foram promovidos debates sobre temas como alimentação saudável, obesidade, saúde sexual, álcool e outras drogas.
ATIVIDADE FÍSICA – A Pense 2015 apontou um aumento na prática de atividade física. Em 2015, 34,4% dos escolares do 9º ano do ensino fundamental se classificavam como ativos, ou seja, praticaram pelo menos 300 minutos semanais ou mais de atividade física. Em 2012, o número era de 30,1%.
Apesar de praticarem menos atividade física, os estudantes estão gastando menos tempo com TV. Em 2015, 60% passavam mais de duas horas na frente da TV. Em 2012, eram 78%.
CIGARRO, ALCOOL E OUTRAS DROGAS – O consumo de cigarro pelos estudantes do 9º ano do ensino fundamental, nos últimos 30 dias, caiu de 6% para 5,6%. Desses escolares, 25,8% afirmaram ter comprado o cigarro em uma loja ou botequim.
Já com relação ao álcool, observa-se um aumento. Mais da metade (55,5%) já haviam consumido alguma vez uma dose de bebida alcoólica. O número é maior do que o percentual registrado em 2012, quando 50,3% declararam ter experimentado a bebida. Em relação ao consumo atual de álcool e drogas ilícitas, respectivamente, 23,8% e 4,2% dos estudantes tinham feito uso dessas substâncias nos últimos 30 dias antes da pesquisa.
SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA - Os jovens brasileiros estão recebendo mais informações em relação às formas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez não planejada. O estudo mostra que 87,8% dos adolescentes receberam orientação sobre DST e AIDS e 79,2% informações de como evitar gravidez. Mais da metade (68,4%) dos entrevistados também sabiam que era possível adquirir preservativos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo ainda mostra que 27,5% dos jovens já iniciaram a vida sexual. O uso do preservativo na última relação sexual esteve presente em 66,2% dos casos.
Por Victor Maciel, da Agência Saúde
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