Autoridades de Cingapura anunciaram neste domingo 41 casos de transmissão local do vírus zika, a maioria envolvendo operários estrangeiros do setor de construção.
O governo havia anunciado ontem um primeiro caso de transmissão local, envolvendo uma mulher de 47 anos da Malásia que mora em Cingapura.
O primeiro caso de zika foi detectado em Cingapura em maio, envolvendo um homem que havia passado mais de um mês no Brasil, epicentro da epidemia.
Os 41 casos revelados neste domingo envolvem residentes ou pessoas que trabalham em Cingapura, segundo um comunicado conjunto do Ministério da Saúde e da Agência de Meio Ambiente nacional.
“Não se tem conhecimento de que tenham viajado recentemente para áreas afetadas pelo zika, motivo pelo qual, provavelmente, foram infectados em Cingapura”, indica o comunicado. “Isto confirma que houve uma transmissão local do vírus”, assinala o texto.
O comunicado indica que a comunidade de transmissão do vírus parece estar localizada em duas áreas da cidade, embora, uma vez que o vírus é transmitido por um mosquito, o Ministério da Saúde “não possa descartar outras comunidades de transmissão, já que algumas das pessoas que deram positivo também vivem ou trabalham em outras partes de Cingapura”, diz o texto.
O Ministério da Saúde afirmou que avisou às clínicas e hospitais para serem “extremamente vigilantes” e informarem sobre os pacientes que apresentarem sintomas do vírus.
O ministro da Saúde, Gan Kim Yong, disse à imprensa local que poderá haver mais casos importados, uma vez que Cingapura recebe muitos viajantes internacionais.
Além disso, muitos portadores do zika, por apresentarem apenas sintomas leves ou nenhum sintoma, não seguem nenhum tratamento, motivo pelo qual a possibilidade de casos de transmissão local é muito grande, assinalou Yong.
– A maioria operários de uma mesma obra –
Funcionários da área de saúde informaram que as infecções atuais vieram à tona depois que uma clínica local registrou um aumento incomum de casos de febre viral no último dia 22.
A partir de então, o Ministério da Saúde pediu que os médicos informassem os novos casos ao Centro de Doenças Contagiosas.
A Agência Nacional de Meio Ambiente mobilizou mais de 200 trabalhadores para inspecionar e eliminar qualquer possível foco de reprodução de mosquitos na área.
Segundo o comunicado, 36 dos 41 casos afetam operários estrangeiros que trabalham em uma obra na região.
Os trabalhos foram interrompidos ontem, depois que uma inspeção realizada por funcionários da agência revelou que a limpeza era “insatisfatória, com potenciais habitats de reprodução favoráveis a focos de mosquito”, diz o comunicado.
Segundo o texto, 34 dos infectados se recuperaram, enquanto os outros sete permaneciam hospitalizados.
A epidemia do vírus zika teve início no Brasil no começo de 2015. O primeiro caso em Cingapura foi detectado em maio passado, envolvendo um homem de 48 anos que havia viajado para São Paulo um pouco antes.
Nos Estados Unidos, mais de 2,5 mil pessoas foram diagnosticadas com zika, a maioria infectada no exterior.
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