O
deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) e a médica-veterinária Marina Helena Saalfeld
defenderam, nesta terça-feira (23), o aproveitamento do colostro bovino na
alimentação humana. O tema foi discutido em reunião técnica promovida pela
Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da
Câmara dos Deputados.
Considerado
a primeira vacina natural, o colostro é uma forma de leite secretado pela
maioria dos mamíferos nos primeiros dias de amamentação pós-parto. A utilização
em humanos da versão bovina da substância não é, porém, permitida no Brasil.
Autora
de estudos sobre os benefícios do uso do colostro bovino, Marina Helena
Saalfeld comentou que a utilização do produto é liberada em diversos países.
Para ela, a proibição brasileira, em vigor desde 1952, trata-se de uma medida
retrógrada.
"Temos
um produto com alto valor agregado e que está sendo jogado fora por causa de um
decreto (30.691/52) da década de 1950. Não há justificativa para essa
proibição”, disse a veterinária. “No momento em que mudarmos essa legislação,
nosso agricultor, que já é tão penalizado, terá um novo produto para vender.
Isso gerará empregos e aumento de arrecadação para o País”, continuou.
Segundo
alguns especialistas, o leite e o colostro precisam ser manipulados
separadamente para que eles não coagulem. Isso seria um dos motivos para que,
na época do decreto, ele tenha sido proibido. Representantes do Ministério da
Agricultura e da Anvisa, por outro lado, afirmam que a evolução do manuseio do
colostro e dos equipamentos de higiene garantem sua utilização pelo homem.
Desperdício
Autor do requerimento para realização do encontro de hoje, Alceu Moreira ressaltou que o aproveitamento do colostro bovino é importante por trazer benefícios para a saúde e também para os agricultores, além de evitar o desperdício de milhões de litros de colostro anualmente.
Autor do requerimento para realização do encontro de hoje, Alceu Moreira ressaltou que o aproveitamento do colostro bovino é importante por trazer benefícios para a saúde e também para os agricultores, além de evitar o desperdício de milhões de litros de colostro anualmente.
“O
mundo inteiro usa o colostro em larga escala. É um alimento de ótima qualidade,
com poder de nutrição cinco vezes maior que o próprio leite normal e está sendo
jogado fora. A Anvisa não libera porque o decreto não permite, e o Ministério
da Agricultura não faz porque ninguém até hoje tinha pedido para mudar",
comentou o parlamentar.
A
produção atual de colostro bovino no Brasil chega a 1,9 bilhão de litros, dos
quais metade alimenta os filhotes e a outra metade é descartada. Países como
Noruega, Finlândia, Canadá e Austrália utilizam o colostro como suplemento
alimentar e como produto medicinal.
Alceu
Moreira acredita que a modificação do decreto que libera o colostro para
alimentação humana poderá ser feita pelo Ministério da Agricultura até o fim do
ano.
Reportagem – Vitor Santos
Edição – Marcelo Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira
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