Motivado pelos Jogos Olímpicos
e Paralímpicos do Rio de Janeiro, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) adotou
o esporte como temática de conscientização para o Dia Nacional de Combate ao
Fumo, comemorado nesta segunda-feira (29).
Com o slogan #MostreAtitude:
sem o cigarro sua vida ganha mais saúde, a campanha quer atingir principalmente
a faixa etária entre 13 e 35 anos. O Inca promove evento de lançamento da
campanha na Casa Brasil, no Rio de Janeiro, seguido de debate com a presença de
profissionais de saúde e atletas, a partir das 14h30.
A ideia é que o tema estimule
a prática de esportes e, assim, influencie na prevenção e na cessação do
tabagismo, já que o hábito de fumar atrapalha a execução de atividades físicas.
Ao consumir produtos que
contêm tabaco, os praticantes de esportes diminuem a performance,
principalmente em relação à respiração. Segundo o INCA, enquanto pratica esporte,
quem fuma se cansa com mais facilidade; sofre com falta de ar; reduz a
resistência e o poder de reação é mais lento.
O cigarro tem cerca de 4.720
substâncias, e três em especial comprometem o desempenho físico. A nicotina
diminui o tamanho das artérias, responsáveis por levar o sangue até o músculo,
gerando um desempenho muscular bem menor, além de aumentar os batimentos
cardíacos. O alcatrão reduz a elasticidade do pulmão. Já o monóxido de carbono
compete com o oxigênio. Assim, os fumantes ficam cansados com mais facilidade,
sofrem com falta de ar, têm resistência reduzida e o poder de reação é mais
lento, o que dificulta e até impede a pática esportiva.
Os benefícios de parar de
fumar são percebidos rapidamente. De acordo com o Inca, após duas horas sem
cigarro, a nicotina deixa de ser detectada na corrente sanguínea, após oito
horas, o nível de oxigênio normaliza-se e, até 24 horas depois, os pulmões
funcionam melhor. Dois dias depois da última tragada, já é possível perceber
melhor cheiros e sabores e, após um ano, o risco de infarto do miocárdio cai
pela metade.
Redução do tabagismo
Junto com as leis de proibição
do tabaco e o controle da publicidade, as campanhas que marcam o Dia Nacional
de Combate ao Fumo têm ajudado a reduzir o número de fumantes no Brasil. A
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, feita pelo IBGE e pelo Ministério da
Educação, por exemplo, constatou que houve queda na experimentação de cigarro
pelos alunos do 9º ano, de 19,6% em 2012, para 18,4% em 2015.
Já segundo dados do levantamento
"Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por
inquérito telefônico", do Ministério da Saúde, houve redução de 33,8% no
número de fumantes adultos nos últimos 10 anos, sendo que 10,4% da população
das capitais brasileiras mantêm o hábito de fumar. Em 2006, o percentual era de
15,7% para o conjunto das capitais.
Os homens permanecem como os
que mais fazem uso do tabaco (12,8%), e as mulheres fumantes representam 8,3%
do total da população feminina das capitais. Há 10 anos, esse número era de
20,3% entre os homens e de 12,8% entre as mulheres.
O Ministério da Saúde alerta
que, apesar da redução do número de fumantes, as doenças causadas pelo
tabagismo acarretam aproximadamente 200 mil mortes por ano no Brasil. O tabaco
é um fator importante no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis
como câncer e problemas pulmonares e cardiovasculares.
Tratamento
A rede pública de saúde
oferece medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de
reposição de nicotina) e bupropiona para quem quiser parar de fumar.
“A gente trabalha em grupos ou
de forma individual. O fumante é um dependente químico. Ele precisa ser ouvido
e, se for o caso, é oferecido o apoio com medicamentos”, afirma Andréa Reis
Cardoso, técnica da Divisão de Controle de Tabagismo do Inca. Ela ressalta, no
entanto, que a maioria dos fumantes consegue abandonar o cigarro sem a
necessidade de medicamentos.
Mais informações sobre o
tratamento do tabagismo pelo SUS estão disponíveis pelo Disque Saúde. O número
136 funciona 24 horas com atendimento eletrônico, de segunda a sexta-feira, das
7h às 22h, e aos sábados e domingos, das 8h às 18h. A ligação é gratuita e pode
ser feita de telefones fixos, públicos ou celulares, de qualquer local do País.
Fonte: Portal Brasil, com
informações da Agência Brasil e do INCA
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