Em uma cerimônia que contou
com a presença da diretora geral da Organização Pan-Americana de Saúde
(Opas/OMS), Carisse Etienne, e de autoridades como ministros, senadores,
deputados e ex-ministros da saúde, a diretoria do Conass para a gestão
2019-2020 tomou posse na noite desta terça-feira, em Brasília, na sede da
Opas/OMS.
Em seu discurso de posse, o
presidente eleito, secretário de Estado da Saúde do Pará, Alberto Beltrame, fez
uma análise da sua trajetória na saúde pública, destacando sua participação na
formação e implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no país quando, entre os
anos de 1986 e 1990 foi superintendente Regional do extinto Inamps no Rio
Grande do Sul. “Vi nascer todas as instâncias colegiadas do SUS, como o Conass,
o Conasems e o Conselho Nacional de Saúde e tive a felicidade de poder
participar em diversos governos, da construção desse sistema”, disse.
Beltrame afirmou ainda que
muitos foram as frustrações e os desafios enfrentados ao longo desses anos, e
chamou a atenção para a possível desvinculação total das receitas. “Espero que
não tenhamos mais esta decepção, pois o mínimo constitucional para a saúde é
uma conquista da sociedade brasileira e não podemos permitir que se abra mão
disso”.
Alberto Beltrame, secretário
de Estado da Saúde do Pará é o novo presidente do Conass
Ao assumir a presidência, o
secretário agradeceu a missão a ele confiada e disse ter consciência de que a
cordialidade, a democracia e a construção de consensos são a essência do
Conass. “Sigo um trabalhador do SUS como sempre fui, ciente da importância da
gestão tripartite, da parceria permanente com o Ministério da Saúde, com o
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e com o
Conselho Nacional de Saúde (CNS)”.
O presidente do Conass citou
ainda que sua gestão será pautada pela agenda de prioridades definida pelo
Conselho e apresentada em 2018 aos então, candidatos à presidência da república.
Além dessas questões destacou também a necessidade de um novo pacto federativo
e reforma tributária, a descriminalização dos gestores do SUS e a organização
da Atenção Primária à Saúde. “A criminalização da gestão intimida e paralisa os
gestores e nos leva a uma gestão defensiva. Reafirmo meus compromissos pessoais
e institucionais pela defesa incondicional dos avanços, das conquistas e dos
princípios constitucionais do SUS”, concluiu.
A diretora geral da Opas/OMS,
Carissa Etienne, destacou a longa história de cooperação entre as instituições
que, segundo afirmou “caminham lado a lado há anos na luta pela construção e
consolidação do SUS”.
Ela repetiu ainda uma frase,
segundo ela, sempre dita em seus compromissos profissionais: “o mundo inveja o
SUS e nós devemos nos orgulhar dele”, disse sob aplausos.
Carisse Etiene, diretora geral
da Opas/OMS: “o mundo inveja o SUS”
Ao transmitir o cargo à
Beltrame, o ex-presidente do Conass, Leonardo Vilela, disse estar certo de que
a nova diretoria fará uma excelente gestão frente ao Conselho, pois além da
vasta experiência do presidente conta ainda com um corpo de vice-presidentes e
secretários qualificados. “Com certeza, com a sensibilidade e o espírito
político que o Beltrame tem, aliados à qualidade dos seus vices e dos
secretários estaduais de saúde que assumiram este ano, o Conass vai trilhar
caminhos ainda mais expressivos e significativos, influenciando cada vez mais
nas políticas de saúde do país”.
Presente na cerimônia, o
governador do Pará, Helder Barbalho afirmou ter expectativas de que a
participação de seu estado no fórum dos gestores estaduais de saúde possa
contribuir efetivamente para a entrega de uma saúde pública de qualidade para o
cidadão, fazendo valer o seu direito constitucional.
Fernando Pigatto, presidente
do CNS, ressaltou ser de todos (gestores, trabalhadores e usuários) a
responsabilidade pelo fortalecimento do controle social no SUS e também chamou
a atenção para a necessidade de se enfrentar o desfinanciamento do sistema.
Representando o Conasems,
Charles Tocantins, secretário municipal de saúde do Pará, falou sobre os
desafios postos aos gestores do SUS como a incorporação tecnológica, a vigilância
em saúde e o financiamento. “Estamos à disposição do Conass para juntos
continuarmos a fazer muito mais pelo Brasil e pelo SUS”.
Ex-presidente do Conass, o
ministro da Cidadania, Osmar Terra, também prestigiou a posse da diretoria.
“Tive a honra de presidir esta instituição e me orgulho dessa trajetória, pois
tive a oportunidade de fazer mais pela sociedade e pela política de saúde
pública no Brasil. Com a liderança e competência do Beltrame, tenho certeza que
o Conass vai exercer um protagonismo importante no que está por vir de melhor
para o SUS no Brasil”.
Encerrando a cerimônia, o
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, observou que embora o SUS tenha
nascido na Constituição Federal de 1988, muitos trabalhadores importantes para
sua história o antecederam e fizeram muito pela saúde pública no país.
Mandetta pontuou algumas
questões importantes que precisam ser revistas para que o sistema se consolide
e fortaleça, como a judicialização, os recursos humanos do SUS, a
desorganização das redes de atenção, entre outros.
Sobre a judicialização afirmou
que ela retira a equidade do sistema. “Como fazer para garantir um marco
condicional legal tão denso como esse que nos orgulha e ao mesmo tempo dizer
que é esse marco legal que nos ameaça?”, questionou.
Para o ministro, o século XXI
será uma época de muitas alegrias para o SUS, mas também de grandes desafios.
“Temos o enorme desafio de construir um sistema coletivo onde a nossa maior
ameaça é a fragilidade da construção dos recursos humanos em saúde. Já passou
da hora de termos um diálogo franco e aberto também com o Congresso Nacional.
Não é possível formar enfermeiros, nutricionistas, terapeutas etc, à distância,
isso não existe”, alertou.
Por fim, colocou-se à
disposição do Conass, desejando sorte à nova diretoria. “Pode ter certeza que
nunca faltará uma voz ao sistema de saúde. Vamos somar nossos esforços para
irmos mais longe ainda”.
Diretoria 2019-2020
A diretoria, eleita na
assembleia ordinária do conselho no mês de março, é composta por um presidente,
cinco vice-presidentes (um para cada região), além da Comissão Fiscal e de
representantes do Conass na Hemobrás, na Agência Nacional de Saúde Suplementar
e no Conselho Consultivo da Anvisa.
De acordo com o Estatuto do
Conselho, cabe aos gestores estaduais que compõem a diretoria representar o
Conass nas reuniões da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Compete também
“a representação política, a supervisão das demais instâncias e a administração
do Conass, assim como o exercício pleno de suas competências no período de
início de mandato dos governos estaduais, garantindo a transição para a próxima
diretoria eleita, independentemente dos seus membros estarem no exercício do
cargo de secretário”.
Confira a seguir a composição
da Diretoria do Conass para a gestão 2019/2020.
Presidente:
Alberto Beltrame (PA)
Vice-presidentes regionais:
Centro-Oeste: Geraldo Resende
(MS)
Nordeste: Carlos Eduardo Lula
(MA)
Norte: Fernando Máximo (RO)
Sudeste: Nésio Fernandes (ES)
Sul: Beto Preto (PR)
Conselho Fiscal – Titulares
Cláudia Luciana de Sousa
Mascena Veras (PB)
Florentino Alves Veras Neto
(PI)
Renato Jayme da Silva (TO)
Conselho Fiscal – Suplentes
Alysson Bestene Lins (AC)
Helton de Souza Zeferino (SC)
Valberto de Oliveira Lima (SE)
Representante do Conass na
Anvisa – Titular
Osnei Okumoto (DF)
Representante do Conass na
Anvisa – Suplente
José Henrique Germann Ferreira
(SP)
Representante do Conass na
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – Titular
Edmar Santos (RJ)
Representante do Conass na
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – Suplente
Ismael Alexandrino Júnior (GO)
Representante do Conass na
Hemobrás
Leonardo Moura Vilela (Conass)
Secretário Executivo
Jurandi Frutuoso (Conass)
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Assessoria de
Comunicação do Conass