O feriado prolongado fez com que as
revistas de grande circulação antecipassem o fechamento. Noticiário
político prevalece e traz como referências abordagens especiais que se
concentram sobre poucos assuntos. Padrão é bastante semelhante ao período
anterior.
A operação Lava Jato está em destaque – textos repercutem a
determinação do STF de colocar em prisão domiciliar nove acusados de desvios e
irregularidades supostamente cometidos em contratos da Petrobras.
Em reportagem de capa, VEJA, analisa o caso e posiciona ao centro o
juiz Sérgio Moro , conforme transcrição, em anexo.
Sob o título ‘Lula, o operador’, ÉPOCA, em reportagem de capa afirma
que “o ex-presidente é formalmente suspeito de usar sua influência para
facilitar negócios da Odebrecht”.
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, diz à ÉPOCA que Lula
não presta consultorias a empresas, apenas faz palestras (leia reportagem disponível no site da revista).
A agenda econômica também está em evidência e traz de volta o embate
em torno da terceirização e novos desdobramentos associados ao ajuste
fiscal.
CARTA CAPITAL critica em reportagem de capa o projeto que
regulamenta o trabalho terceirizado no Brasil (leia mais em CNI NA MÍDIA).
ISTOÉ DINHEIRO estampa na capa reportagem especial na qual
afirma que o governo “busca uma agenda positiva” e tenta acelerar o plano de
concessões “com maior disposição para atender o mercado” (acesse
a integra do artigo, em anexo).
CNI NA MÍDIA
Em relação à semana passada, revistas
reduzem bastante o peso da cobertura de interesse, o que limita a agenda com
foco na Indústria. Apesar disso, terceirização ainda é
referência. Destaques estão concentrados na CARTA CAPITAL que em reportagem
de capa afirma que “as terceirizações acenam para o arrocho, o
aumento da jornada e a supressão de direitos”, anexamos a integra do artigo
Como ponto de atenção, texto critica o projeto de lei aprovado na Câmara e
que aguarda para entrar na pauta do Senado.
“Com o respaldo de campanhas patrocinadas pela FIESP e pela CNI, Eduardo
Cunha, presidente da Câmara embrulhou uma bomba-relógio como presente para os
trabalhadores no próximo 1º de Maio”, resume CARTA CAPITAL.
“Como pode sair mais barata a contratação de mão de obra ao incluir um
intermediário que visa o lucro? Alguém pagará por isso, e esse alguém é o
trabalhador”, questiona Carlos Eduardo de Azevedo Lima, presidente da
Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho.
Em outra reportagem, CARTA CAPITAL destaca que, além dos sindicatos
de trabalhadores, “a CNI também correu ao presidente do Senado na
terça-feira 27. Mas com uma reivindicação oposta à dos trabalhadores”, afirma
que “o presidente, ROBSON BRAGA, tem pressa e pediu ‘prioridade’ à
terceirização, com uma votação ainda este ano”.
Ainda conforme CARTA CAPITAL, “BRAGA está a par, contudo, do problema
provocado pelo projeto. Em público, disse que ‘dificilmente’ as empresas vão
terceirizar a atividade-fim, uma tentativa de afastar o temor do ‘liberou
geral’ apontado pelos sindicalistas. Mais: admitiu que ‘terceirização’
tornou-se uma palavra quase maldita, a atrapalhar a discussão” (Leia mais sobre
terceirização a seguir, na aba Análise setorial).
Em outra frente do noticiário, chama a atenção reportagem diferenciada da
revista ÉPOCA sobre a conjuntura ligada ao mercado de
trabalho.
Com a política econômica do governo em primeiro plano, ÉPOCA afirma
que o PT errou e agora é obrigado a reconhecer por meio de dados oficiais que o
acesso ao trabalho e a manutenção da renda estão em crise.
Reportagem compila uma série de dados e opiniões de especialistas que traçam
cenários preocupantes sobre o ritmo de geração de vagas formais no Brasil em
meio a perspectivas tão ruins de crescimento e superação da crise política,
ÉPOCA vai além e afirma que “não é de se estranhar que o medo do
desemprego tenha explodido”. Texto menciona que, “em março de 2015, o índice de
medo do desemprego, calculado pela Confederação Nacional da Indústria
(CNI), subiu 34,2% em relação ao mesmo período do ano passado”.
O comportamento do emprego em meio a
dados oficiais que já demonstram fragilidades e perspectivas macroeconômicas
pessimistas renovam parte das abordagens das revistas voltadas a análises
específicas.
· Destaque está na reportagem
de capa da ISTOÉ, que ressalta o papel da população jovem na
estrutura da pirâmide do mercado de trabalho brasileiro.
· ISTOÉ adverte
em tom de alerta que “a crise e a falta de perspectiva ameaçam a juventude mais
escolarizada e capacitada que o país já formou”. Segundo o texto, mais de 500
mil jovens estão desocupados nas seis principais metrópoles (leia a íntegra).
· NOSSA OPINIÃO, na
revista ÉPOCA, adverte: “Infelizmente, o atual quadro de desalento é o
preço que os brasileiros terão de pagar pelos erros cometidos na política
econômica por Dilma I e também por Lula, no final do segundo mandato”.
Entre as colunas, há ganhos de volume e variedade. Análises tentam aproximar a
agenda política e suas consequências da pauta econômica concentrada em assuntos
em discussão há pelo menos três semanas.
· ONZE FRASES, na ÉPOCA,
reproduz comentário atribuído ao ex-presidente Lula sobre o projeto de lei
de terceirizações: “Tranquilamente, a companheira Dilma vai vetar”.
· Frase do
ex-presidente é reproduzida também em reportagens da CARTA CAPITAL sobre o
assunto. “É palpite ou pressão?”, indaga ÉPOCA.
· O ex-ministro Maílson
da Nóbrega analisa as resistências que estão associadas ao debate e ao
projeto que regulamenta o trabalho terceirizado no país. Em sua
coluna em VEJA, afirma que, “ao contrário do que se diz, a terceirização é
favorável aos trabalhadores”.
· Ruth Aquino, em sua
coluna na revista ÉPOCA, critica a presidente Dilma Rousseff pelo
“silêncio” no Dia do Trabalho, menciona os embates envolvendo o projeto que
regulamenta a terceirização e registra: “Neste feriadão, o povo não quer mesmo
ouvir Dilma. Não foi apenas o trabalho que se tornou precário. Foi a
presidente”.
· EXPRESSO, na
revista ÉPOCA, registra que “Renan comentou com interlocutores que ainda
não digeriu a empáfia de Eduardo Cunha ao querer impor a visão da Câmara dos
Deputados sobre o projeto que trata da terceirização”.
Noticiário da indústria também se diferencia esta semana nas revistas pela
ocorrência de abordagens que de tão técnicas e complexas abrem novas
possibilidades de análise da conjuntura setorial.
· CARTA CAPITAL publica artigo assinado
por Anita Kon, professora-titular e coordenadora do Grupo de Pesquisas em
Economia Industrial, Trabalho e Tecnologia do Programa de Estudos Pós-Graduados
em Economia Política da PUC-SP, celebra os 25 anos de atividades do Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e comenta um livro que
reúne textos e estudos publicados pela instituição.
· Anita Kon afirma
que o objetivo é “oferecer subsídios para o desenvolvimento industrial do
Brasil (...) o livro consiste em fonte de referência para pesquisas que
buscam investigar os aspectos das políticas industriais adotadas ou propostas
para o Brasil”.
· Como ponto de
atenção, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo escreve em sua coluna na CARTA
CAPITAL sobre a perda de dinamismo da industrialização brasileira que, no
início dos anos 1990, provocou uma reação “extremada nas hostes liberais”:
abrir a economia seria expor os empresários letárgicos aos ares benfazejos da
globalização.
· Em tom crítico, Belluzzo resume:
“O silogismo em que se desdobra a premissa é grotesco em sua simplicidade: se a
indústria brasileira perdeu a capacidade de investir ou de se modernizar, a
solução é submeter a incompetente à disciplina da concorrência externa”.
Redirecionando a cobertura, outros
itens são incorporados e apontam para itens que podem repercutir ao longo da
semana.
· VEJA informa
que os reservatórios das usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e
Centro-Oeste se recuperaram, mas a situação “não era tão crítica desde 2001”.
Texto menciona “uma conta bilionária que tem sido repassada a indústrias,
comércio e famílias” e afirma que a conta de luz aumentará ainda mais neste
ano.
· Ainda em VEJA, Cláudio
de Moura Castro escreve em sua coluna sobre a má qualidade do ensino médio
no Brasil. Segundo ele, comparativamente a outros países, o modelo brasileiro
“gera péssimos números”. E critica: “O Conselho Nacional de Educação não faz
nada”.
· RADAR, em VEJA,
revela como ponto de atenção que “Benjamin Steinbruch recebeu dois
duros golpes nos seus planos de reduzir o endividamento da CSN. Há um mês, a
siderúrgica sofreu com a alteração dos benefícios fiscais no pagamento de ICMS
no Rio de Janeiro. Hoje, a empresa paga cerca de 200 milhões de reais por ano
em impostos no estado. Luiz Fernando Pezão acha pouco e, com a nova legislação,
quer a volta do período em que a CSN despejava 1 bilhão de reais nos cofres
públicos”.
Também de acordo com RADAR, “a
outra mordida veio da área ambiental: o governo do Rio executou uma fiança
bancária da siderúrgica de 13 milhões de reais por não cumprimento dos
compromissos de um termo de ajustamento de uma fábrica. Steinbruch nunca teve
boas relações com Sérgio Cabral e, pelo visto, a tradição seguirá com Pezão”.
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