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sábado, 2 de maio de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

O feriado prolongado fez com que as revistas de grande circulação antecipassem o fechamento. Noticiário político prevalece e traz como referências abordagens especiais que se concentram sobre poucos assuntos. Padrão é bastante semelhante ao período anterior.

A operação Lava Jato está em destaque – textos repercutem a determinação do STF de colocar em prisão domiciliar nove acusados de desvios e irregularidades supostamente cometidos em contratos da Petrobras.

Em reportagem de capa, VEJA, analisa o caso e posiciona ao centro o juiz Sérgio Moro , conforme transcrição, em anexo.

Sob o título ‘Lula, o operador’, ÉPOCA, em reportagem de capa afirma que “o ex-presidente é formalmente suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da Odebrecht”.

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, diz à ÉPOCA que Lula não presta consultorias a empresas, apenas faz palestras (leia reportagem disponível no site da revista).

A agenda econômica também está em evidência e traz de volta o embate em torno da terceirização e novos desdobramentos associados ao ajuste fiscal.

CARTA CAPITAL critica em reportagem de capa o projeto que regulamenta o trabalho terceirizado no Brasil (leia mais em CNI NA MÍDIA).

ISTOÉ DINHEIRO estampa na capa reportagem especial na qual afirma que o governo “busca uma agenda positiva” e tenta acelerar o plano de concessões “com maior disposição para atender o mercado” (acesse a integra do artigo, em anexo).

CNI NA MÍDIA

Em relação à semana passada, revistas reduzem bastante o peso da cobertura de interesse, o que limita a agenda com foco na Indústria. Apesar disso, terceirização ainda é referência. Destaques estão concentrados na CARTA CAPITAL que em reportagem de capa afirma que “as terceirizações acenam para o arrocho, o aumento da jornada e a supressão de direitos”, anexamos a integra do artigo

Como ponto de atenção, texto critica o projeto de lei aprovado na Câmara e que aguarda para entrar na pauta do Senado.

“Com o respaldo de campanhas patrocinadas pela FIESP e pela CNI, Eduardo Cunha, presidente da Câmara embrulhou uma bomba-relógio como presente para os trabalhadores no próximo 1º de Maio”, resume CARTA CAPITAL.

“Como pode sair mais barata a contratação de mão de obra ao incluir um intermediário que visa o lucro? Alguém pagará por isso, e esse alguém é o trabalhador”, questiona Carlos Eduardo de Azevedo Lima, presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho.

Em outra reportagem, CARTA CAPITAL destaca que, além dos sindicatos de trabalhadores, “a CNI também correu ao presidente do Senado na terça-feira 27. Mas com uma reivindicação oposta à dos trabalhadores”, afirma que “o presidente, ROBSON BRAGA, tem pressa e pediu ‘prioridade’ à terceirização, com uma votação ainda este ano”.

Ainda conforme CARTA CAPITAL, “BRAGA está a par, contudo, do problema provocado pelo projeto. Em público, disse que ‘dificilmente’ as empresas vão terceirizar a atividade-fim, uma tentativa de afastar o temor do ‘liberou geral’ apontado pelos sindicalistas. Mais: admitiu que ‘terceirização’ tornou-se uma palavra quase maldita, a atrapalhar a discussão” (Leia mais sobre terceirização a seguir, na aba Análise setorial).

Em outra frente do noticiário, chama a atenção reportagem diferenciada da revista ÉPOCA sobre a conjuntura ligada ao mercado de trabalho.

Com a política econômica do governo em primeiro plano, ÉPOCA afirma que o PT errou e agora é obrigado a reconhecer por meio de dados oficiais que o acesso ao trabalho e a manutenção da renda estão em crise.

Reportagem compila uma série de dados e opiniões de especialistas que traçam cenários preocupantes sobre o ritmo de geração de vagas formais no Brasil em meio a perspectivas tão ruins de crescimento e superação da crise política,

ÉPOCA vai além e afirma que “não é de se estranhar que o medo do desemprego tenha explodido”. Texto menciona que, “em março de 2015, o índice de medo do desemprego, calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), subiu 34,2% em relação ao mesmo período do ano passado”.



O comportamento do emprego em meio a dados oficiais que já demonstram fragilidades e perspectivas macroeconômicas pessimistas renovam parte das abordagens das revistas voltadas a análises específicas.
 
·  Destaque está na reportagem de capa da ISTOÉ, que ressalta o papel da população jovem na estrutura da pirâmide do mercado de trabalho brasileiro. 
·  ISTOÉ adverte em tom de alerta que “a crise e a falta de perspectiva ameaçam a juventude mais escolarizada e capacitada que o país já formou”. Segundo o texto, mais de 500 mil jovens estão desocupados nas seis principais metrópoles (leia a íntegra).

·  NOSSA OPINIÃO, na revista ÉPOCA, adverte: “Infelizmente, o atual quadro de desalento é o preço que os brasileiros terão de pagar pelos erros cometidos na política econômica por Dilma I e também por Lula, no final do segundo mandato”.

Entre as colunas, há ganhos de volume e variedade. Análises tentam aproximar a agenda política e suas consequências da pauta econômica concentrada em assuntos em discussão há pelo menos três semanas. 
·  ONZE FRASES, na ÉPOCA, reproduz comentário atribuído ao ex-presidente Lula sobre o projeto de lei de terceirizações: “Tranquilamente, a companheira Dilma vai vetar”. 
·  Frase do ex-presidente é reproduzida também em reportagens da CARTA CAPITAL sobre o assunto. “É palpite ou pressão?”, indaga ÉPOCA. 
·  O ex-ministro Maílson da Nóbrega analisa as resistências que estão associadas ao debate e ao projeto que regulamenta o trabalho terceirizado no país. Em sua coluna em VEJA, afirma que, “ao contrário do que se diz, a terceirização é favorável aos trabalhadores”. 
·  Ruth Aquino, em sua coluna na revista ÉPOCA, critica a presidente Dilma Rousseff pelo “silêncio” no Dia do Trabalho, menciona os embates envolvendo o projeto que regulamenta a terceirização e registra: “Neste feriadão, o povo não quer mesmo ouvir Dilma. Não foi apenas o trabalho que se tornou precário. Foi a presidente”. 
·  EXPRESSO, na revista ÉPOCA, registra que “Renan comentou com interlocutores que ainda não digeriu a empáfia de Eduardo Cunha ao querer impor a visão da Câmara dos Deputados sobre o projeto que trata da terceirização”.

Noticiário da indústria também se diferencia esta semana nas revistas pela ocorrência de abordagens que de tão técnicas e complexas abrem novas possibilidades de análise da conjuntura setorial. 
·  CARTA CAPITAL publica artigo assinado por Anita Kon, professora-titular e coordenadora do Grupo de Pesquisas em Economia Industrial, Trabalho e Tecnologia do Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política da PUC-SP, celebra os 25 anos de atividades do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e comenta um livro que reúne textos e estudos publicados pela instituição. 
·  Anita Kon afirma que o objetivo é “oferecer subsídios para o desenvolvimento industrial do Brasil (...) o livro consiste em fonte de referência para pesquisas que buscam investigar os aspectos das políticas industriais adotadas ou propostas para o Brasil”. 
·  Como ponto de atenção, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo escreve em sua coluna na CARTA CAPITAL sobre a perda de dinamismo da industrialização brasileira que, no início dos anos 1990, provocou uma reação “extremada nas hostes liberais”: abrir a economia seria expor os empresários letárgicos aos ares benfazejos da globalização. 
·  Em tom crítico, Belluzzo resume: “O silogismo em que se desdobra a premissa é grotesco em sua simplicidade: se a indústria brasileira perdeu a capacidade de investir ou de se modernizar, a solução é submeter a incompetente à disciplina da concorrência externa”.
Redirecionando a cobertura, outros itens são incorporados e apontam para itens que podem repercutir ao longo da semana. 
·  VEJA informa que os reservatórios das usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste se recuperaram, mas a situação “não era tão crítica desde 2001”. Texto menciona “uma conta bilionária que tem sido repassada a indústrias, comércio e famílias” e afirma que a conta de luz aumentará ainda mais neste ano. 
·  Ainda em VEJA, Cláudio de Moura Castro escreve em sua coluna sobre a má qualidade do ensino médio no Brasil. Segundo ele, comparativamente a outros países, o modelo brasileiro “gera péssimos números”. E critica: “O Conselho Nacional de Educação não faz nada”. 
·  RADAR, em VEJA, revela como ponto de atenção que “Benjamin Steinbruch recebeu dois duros golpes nos seus planos de reduzir o endividamento da CSN. Há um mês, a siderúrgica sofreu com a alteração dos benefícios fiscais no pagamento de ICMS no Rio de Janeiro. Hoje, a empresa paga cerca de 200 milhões de reais por ano em impostos no estado. Luiz Fernando Pezão acha pouco e, com a nova legislação, quer a volta do período em que a CSN despejava 1 bilhão de reais nos cofres públicos”. 
Também de acordo com RADAR, “a outra mordida veio da área ambiental: o governo do Rio executou uma fiança bancária da siderúrgica de 13 milhões de reais por não cumprimento dos compromissos de um termo de ajustamento de uma fábrica. Steinbruch nunca teve boas relações com Sérgio Cabral e, pelo visto, a tradição seguirá com Pezão”.

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