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sábado, 30 de maio de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

O escândalo envolvendo a Fifa e novos desdobramentos sobre as prisões de executivos ligados à entidade dominam os principais espaços das revistas que circulam neste fim de semana.

A cobertura do caso, no entanto, pouco se diferencia dos jornais. Abordagens de maior expressão se destacam nos detalhes

CARTA CAPITAL estampa na capa que, “embora insista que os casos de propina são obras apenas de uma minoria, Joseph Blatter está preocupado com o futuro da entidade” (leia o anexo).

ISTOÉ também expõe o assunto na capa e reforça: “O Brasil é o coração, o cérebro e a espinha dorsal do sistema de corrupção da entidade máxima do futebol” (leia o anexo)

VEJA adverte em sua reportagem de capa que, “para o Brasil, a avalanche pode estar apenas começando” (leia o anexo).

ÉPOCA publica uma edição retrô, na qual adapta e/ou consolida o noticiário de 1985, período que marcou a redemocratização do Brasil – as principais reportagens estão na capa.
CNI NA MÍDIA
O ajuste fiscal assume papel determinante na cobertura centrada em temas de interesse do setor produtivo.

A abrangência da pauta das revistas, porém, não vai além daquilo que já foi veiculado pela imprensa ao longo da semana.

Entre os itens diretamente ligados à Indústria, registra-se na ISTOÉ DINHEIRO reportagem diferenciada que avança em tom crítico sobre a condução da política econômica.

Texto resgata a polêmica centrada em juros e gastos públicos para contrapor argumentos de austeridade encampados pelo governo.

“O custo fiscal causado pelo atual ciclo de aperto monetário representa quase a metade de todo o corte no orçamento anunciado na semana retrasada”, resume ISTOÉ DINHEIRO.

Na mesma reportagem, ISTOÉ DINHEIRO registra que “a postura irredutível” do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que tem negociado pessoalmente com os parlamentares, vem recebendo “severas críticas” das centrais sindicais e das entidades patronais, também, reproduz frase atribuída ao presidente da CNI, ROBSON BRAGA DE ANDRADE: “Ele já teve R$ 70 bilhões de corte. O que quer mais? Quer nosso pescoço agora?". 
ANÁLISE SETORIAL
A conjuntura macroeconômica associa-se a uma série de abordagens que redimensionam nas revistas novos e velhos debates sobre o futuro do setor fabril. 
·  Um dos destaques está em ISTOÉ DINHEIRO, que em sua reportagem de capa analisa a queda do PIB do primeiro trimestre e afirma que “os brasileiros passaram a consumir menos nos últimos meses, freando o mais importante motor da economia ao longo dos anos 2000”. 
·  Texto alerta que a recessão econômica, mais uma vez, “bate às portas das indústrias no Brasil”. E reforça que as centrais sindicais e a Anfavea pressionam o governo para criar um mecanismo temporário para preservar a ocupação na indústria, sobretudo no setor automotivo.

·         “A ideia é que haja um esforço conjunto entre governo, empresa e trabalhador para evitar demissões”, explica a reportagem.

·  Ainda segundo a revista, em palestra na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não comentou o PIB, mas assimilou o golpe. "Temos de tomar medidas para evitar que a economia entre em processo de recessão", disse (leia o anexo).

Na esteira de especulações que dominaram os jornais na semana passada, revistas reposicionam o papel de Levy pós-contingenciamento. 
·  CARTA CAPITAL relata que a ausência de Levy no anúncio econômico “mais aguardado do ano” trouxe à tona divergências com o colega do Planejamento, Nelson Barbosa, embora eles tenham se esforçado por negá-las. 
·  Já ISTOÉ destaca que, ao cortar custos para conseguir sobreviver à crise, boa parte das empresas está tirando de seus orçamentos as doações a organizações e instituições sem fins lucrativos. Segundo a reportagem, um dos setores econômicos que mais deixou de realizar repasses para programas de responsabilidade social é o industrial, “fortemente atingido pela crise financeira”.
·  O ex-ministro Antonio Delfim Netto, em sua coluna na CARTA CAPITAL, avalia que o baixo crescimento do Brasil “é a tragédia que se impôs ao setor industrial brasileiro” e lembra que, em 1984/1985, ele exportava 1% das exportações mundiais e crescia a 15% ao ano desde 1963. 
·  “Hoje, mal chega a 0,7%, com um declínio de 1,2% ao ano desde 1985. Este é um indicador acima de qualquer suspeita de que estamos nos desindustrializando antes da hora”, alerta Delfim Netto. 
·  Segundo Delfim Netto, “no setor industrial nunca houve ‘falta’ de demanda global. O que houve foi uma perda da demanda da exportação industrial no início da valorização do real. E quando ela se acentuou, houve transferência da demanda interna para a importação”. 
·  Delfim Netto afirma que isso que explica “o grande aumento da demanda total de bens industrializados, em resposta aos programas de inserção social, do salário mínimo e do crédito, combinados com uma redução do crescimento da produção industrial interna por falta de sua demanda e pelo colapso da sua exportação”. 
·  Com foco nas trocas externas, CARTA CAPITAL informa que, “apesar de frequentar o grupo dos 20 países concentradores de 80% da produção industrial, o Brasil mantém uma participação pífia no comércio internacional”. 
·  Sobre o assunto, CARTA CAPITAL resume o que disseram especialistas reunidos no 3º Fórum CartaCapital. Consenso geral é de que a saída “está na adoção de um projeto de longo prazo, no fortalecimento da indústria e na criação de uma política de inovação tecnológica”. 
·  De volta a ISTOÉ DINHEIRO, reportagem destaca que investidores estão reticentes com o cenário internacional: “Inflação em alta, economia fraca, mercado externo em desassossego sugerem cautela nas aplicações financeiras”, alerta da reportagem.
A decisão do Senado sobre o fator previdenciário e outras notícias relacionadas aos direitos trabalhistas também estão em evidência no noticiário econômico. 
·  ISTOÉ DINHEIRO relata que o Senado derrubou o fator previdenciário, criado em 1999, e explica que o impacto potencial da alteração nos gastos públicos é estimado em até R$ 300 bilhões em 20 anos. 
·  O ex-ministro Maílson da Nóbrega, em sua coluna na VEJA, afirma, em tom crítico, que hoje o PSDB imita o antigo PT oposicionista. “Vota contra tudo e defende ideias que, se aprovadas, lhe cobrarão alto preço caso volte ao governo”. 
·  Entre os exemplos, Maílson da Nóbrega lembra que “o PSDB incluiu no projeto de lei da terceirização a proibição às estatais para adotá-la nas atividades-fim. A medida prejudicará a eficiência dessas empresas, o que inibirá ganhos de produtividade e o crescimento do emprego e da renda. Nos bancos estatais, a proibição da terceirização os tornará menos competitivos”. 
·  Ricardo Boechat, em sua coluna na ISTOÉ, registra que “a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados pediu ao presidente do TCU, Aroldo Cedraz, que bloqueie o repasse de R$ 10 bilhões do Fundo de Infraestrutura do FGTS para o BNDES. O argumento é que os recursos da contratação formal de mão de obra não podem ser usados para socorrer banco, público ou privado”. 
·  Na mesma coluna, Ricardo Boechat assinala também que “o Comitê de Investimentos do bilionário fundo do FGTS (FI-FGTS) examinará em julho, pela última vez, o pedido de Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, que deseja R$ 1,216 bilhão para aplicar em unidade da empresa, no Porto de Itaguaí, no Estado do Rio. O comentado alto endividamento da siderúrgica deve ser determinante para negativa do pleito”.

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