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domingo, 24 de maio de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS



A situação econômica do país está ao centro do noticiário das revistas deste fim de semana.

Reportagens voltam-se mais uma vez para o ajuste fiscal do governo, e colocam o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como protagonista do que chamam de más notícias.

Textos opinativos e tentativas de driblar a crise marcam as edições.

Reportagens que estampam as capas destacam a temática de forma diversa e abordam também outros assuntos.

CARTA CAPITAL mostra que a China sinalizou aportes “bilionários e duradouros” para a infraestrutura e o setor industrial brasileiros, mas alerta que nem tudo está resolvido devido a Lei de Licitações brasileira.

ISTOÉ adverte que a inflação, aliada à desaceleração da economia, tem reduzido o poder de compra da classe média.

ISTOÉ DINHEIRO aponta que montadoras e empresas de tecnologia começaram a revolucionar o setor automobilístico mundial, com direção autônoma e novas tecnologias de propulsão, como a energia elétrica e o hidrogênio, que prometem redesenhar os automóveis atuais.

VEJA se volta para questões de saúde e destaca que o consumo do ovo, abundante em colesterol, a mais conhecida e condenada das gorduras, acaba de ser liberado pela ciência da nutrição, analisando também os efeitos de outros tipos de alimentos.

ÉPOCA retoma o debate sobre a maioridade penal no país a partir do latrocínio de um médico por um menor nesta semana no Rio. Abordagem inclui uma série de reportagens e artigos de especialistas sobre a proposta.
CNI NA MÍDIA
Com abordagens econômicas em destaque, menções a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aparecem de forma pontual no noticiário.

Reportagem de capa da ISTOÉ adverte que a inflação, aliada à desaceleração da economia, tem reduzido o poder de compra da classe média. Segundo o texto, economistas recomendam melhora na produtividade, o que implica em modernização da infraestrutura, qualificação da mão de obra e reformas estruturais.

“Hoje o Brasil é um dos países com pior desempenho no Ranking Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, ocupando o 57º lugar. No índice organizado pela Confederação Nacional da Indústria, com 14 nações, o País só ganha da Argentina”, registra a revista.

ANÁLISE SETORIAL
Os acordos assinados entre os governos brasileiro e chinês estão em destaque nas revistas. Abordagens fazem avaliações sobre as possibilidades reais dos investimentos em obras de infraestrutura no Brasil.  
·  Reportagem de capa da CARTA CAPITAL destaca que os negociadores de Pequim entregaram aos brasileiros uma lista de 58 obras de infraestrutura, mineração e indústria que os interessam. “O ouro de Pequim é cobiçado por Dilma Rousseff como alternativa às desconfianças dos ‘mercados’, basicamente ocidentais, em relação à capacidade administrativa de seu governo e também para viabilizar obras de infraestrutura essenciais e investimentos industriais”, reforça o texto. 
·  No entanto, a reportagem pondera que nem tudo está resolvido. "O Brasil tem uma Lei de Licitações, ao contrário da China comunista. E não tem uma estrutura estatal com tal preparo e capacidade de planejamento, também ao contrário dos orientais. O País terá de examinar a lista com cuidado, até para entender exatamente os projetos em questão". 
·  ISTOÉ DINHEIRO posiciona que a parceria com a China cria oportunidades ao Brasil, mas não afasta os riscos de o país ficar de fora de mega-acordos liderados pelos Estados Unidos e Japão. “Na bagagem, os chineses trouxeram uma montanha de recursos, a serem destinados, sobretudo, a projetos de infraestrutura, a maior necessidade brasileira no momento”. 
·  Texto avalia que “na estratégia externa de Dilma, é o sinal dos EUA que preocupa. O Brasil está de fora do TPP [Parceria Trans-Pacífico] e a ofensiva é vista como uma tentativa dos Estados Unidos de contrapor a crescente influência chinesa na tal nova ordem mundial”. 
·  Em editorial, ISTOÉ DINHEIRO afirma que o mais importante é o efeito transformador desse movimento que “poderia se espalhar em cascata por diversas indústrias, trazendo um alento que não estava nos planos”. Segundo a revista, “o ponto de interrogação continua sendo quanto à solidez da proposta. Especialmente por se tratar de quem, no passado, já prometeu e não cumpriu”. 
·  RICARDO BOECHAT, na ISTOÉ, registra: “Desconfiada de que seguir os passos de Marco Polo, embarcando na rota da seda para fazer ‘negócios da China’ tem lá seus riscos, a Força Sindical vai procurar outras centrais de trabalhadores, para afinar o discurso, depois dos acordos firmados entre o Brasil e a China na semana passada. ‘Não aceitamos mão de obra chinesa barata aqui, agravando o desemprego’, acentua Miguel Torres, presidente da central”. 
·  De volta à CARTA CAPITAL, reportagem destaca que “para retomar o crescimento econômico, o Brasil precisará iniciar um novo ciclo de investimentos, baseado na expansão da infraestrutura, aumento da competitividade da indústria e manutenção das conquistas sociais”. Texto adverte que “a indústria continua sua longa jornada rumo ao abismo: em março, o setor registrou a maior retração desde 2006, influenciada pelas montadoras, que preveem produzir 10% a menos em 2015”. 
·  Na mesma reportagem, CARTA CAPITAL expõe que o Ministério do Planejamento trabalha na modelagem das licitações de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. “O aperto fiscal exigirá um novo modelo de financiamento das obras de infraestrutura. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tende a financiar um porcentual menor a partir de agora”, alerta.

Revistas repercutem também o anúncio do governo do corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento e apontam que o Planalto espera agora o apoio do Congresso para aprovar o pacote fiscal. 
·  Segundo ISTOÉ, a tesourada do Planalto é uma “medida emergencial necessária para recompor as contas públicas” e atingiu todas as áreas da administração federal, incluindo setores como Educação e Saúde. “A expectativa é de que, com a divulgação do corte, o caminho para a aprovação do pacote do ajuste fiscal, enviado pelo governo ao Congresso, fique mais fácil”, avalia a reportagem. 
·  Como ponto de atenção, ISTOÉ DINHEIRO destaca que o balanço da Receita Federal de abril expõe a "fragilidade fiscal brasileira". A arrecadação caiu 4,6% em relação a abril do ano passado, o pior resultado em cinco anos. Diante de um cofre esvaziado, fruto de um PIB em retração, a equipe econômica recebeu o aval da presidente Dilma Rousseff para executar o corte no orçamento. 
·  “O governo tenta passar a imagem de que está dando a sua cota de sacrifício. Porém, as primeiras medidas do pacote fiscal resultaram em perdas de benefícios trabalhistas e aumento de tributos”, posiciona a revista. 
·  Na avaliação da ISTOÉ DINHEIRO, “essas medidas recessivas ocorrem no momento em que diversos indicadores apontam para a deterioração da economia real, com alta do desemprego e queda do setor produtivo”. 
·  VEJA afirma que, “incapaz” de fazer cortes nos gastos do governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, aumentou impostos. Texto compara que, na Inglaterra, a receita é inversa. “Enquanto os europeus miram o futuro e procuram maneiras para ampliar a sua produtividade e, assim, manter a relevância no cenário internacional, o Brasil mira o passado”. 
·  ÉPOCA indica que o equilíbrio do Brasil agora depende da “improvável” equiparação entre as forças do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. “Ninguém quer assumir responsabilidade pelo que move muito dos movimentos políticos em Brasília - o pacotão do ajuste fiscal”. “O que torna Eduardo Cunha e Renan especialmente essenciais ao equilíbrio da economia - e protagonistas do novo tripé - é o controle da agenda do pacotão”, afirma a reportagem. 
·  Em texto editorial, ÉPOCA, aponta que a aprovação do programa de ajuste fiscal de Joaquim Levy é “indispensável para o Brasil retomar o crescimento depois da funesta implantação da ‘nova matriz econômica’ por Dilma I”. Segundo a revista, o Congresso tem legitimidade para mudar as medidas fiscais. “Deve fazer isso no intuito de preservar o crescimento e os setores que geram empregos”, afirma. 
·  RADAR, na VEJA, registra que “foram de arrepiar certas negociações entre deputados e alguns setores que temem a redução da desoneração em folha de pagamento, foco de um projeto importante para o governo em meio ao ajuste fiscal. Que o diga o segmento de transportes. Nas conversas, um grupo de deputados do Rio de Janeiro apresentou 15 milhões de motivos para retirar o setor do projeto enviado pelo governo”. 
·  ISTOÉ publica entrevista com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Entre outros assuntos, Alckmin comenta o pacote de ajuste do governo federal. "Ajuste fiscal não gera emprego. O que gera emprego é investimento, confiança. É preciso estar atento à questão do credito e do investimento, se não nós vamos ter uma recessão maior do que se imagina", posiciona. 
·  Em outro trecho da entrevista, Alckimin destaca que um dos caminhos aquecer a atividade econômica é investir em infraestrutura e logística. “Investir em infraestrutura e logística estimula a economia, melhora a produtividade, reduz o custo Brasil”, opina. 
·  Ainda na ISTOÉ, RICARDO BOECHAT informa que, “empenhado até o último fio de cabelo em ver aprovado o ajuste fiscal do governo, Joaquim Levy tem recusado muitos convites para eventos com economistas e empresários, de norte a sul do País. Esse tipo de atividade, diga-se de passagem, é como rotina para ocupantes do cargo. Sabedor disso, quando a agenda permite, o ministro grava um vídeo para ser exibido ao público, como ocorreu na semana passada, num encontro da Associação Brasileira das Entidades de Mercados Financeiros e de Capitais”. 
·  ROSA DOS VENTOS, na CARTA CAPITAL, sugere que a presidente Dilma Rousseff “poderia moderar os efeitos do ajuste fiscal, mas já no início da batalha deu ordens para o toque de recuar”. Coluna resume que “a 663 limita a 50 bilhões de reais os recursos repassados pelo governo ao BNDES. A 665 restringe acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial. Além disso, haverá cortes profundos no Orçamento, em torno de 80 bilhões de reais, com retenção de despesas não obrigatórias como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ”. 
·  A SEMANA, na CARTA CAPITAL, aponta que cresceu “a resistência, no congresso e nas ruas, às medidas fiscais do governo”. Segundo o texto, “o ajuste fiscal pretendido pelo governo faz água por todos os lados” e aponta que “11 parlamentares assinaram um manifesto contra as Medidas Provisórias 664 e 665, de restrições a direitos trabalhistas e previdenciários”. 
·  Em outra frente do noticiário, ANTONIO DELFIM NETTO, na CARTA CAPITAL, informa que tramita no Congresso um projeto de lei que prevê o repasse aos cofres dos Estados, Distrito Federal e municípios de 70% de todos os depósitos judiciais e/ou administrativos pertencentes aos cidadãos brasileiros, nos quais aqueles entes públicos figurem como parte. Os 30% remanescentes serão mantidos em um fundo de reserva nas instituições financeiras públicas. 
"Os depósitos judiciais são um novo achado. Serão um acréscimo de receita, sem o desgaste político de ter de aumentar os impostos, a custo baixo e muito bem-vindo no momento em que há uma expectativa de redução do crescimento da economia nacional", posiciona.



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