Revistas que circulam esta
semana apostam em temas exclusivos, valorizando a agenda política e conferindo
peso à cena econômica.
Uma das características mais
marcantes do noticiário é a capacidade de análise. A opinião é outra referência
importante.
Reportagem de capa de CARTA
CAPITAL analisa de forma bastante crítica a realidade do futebol no Brasil, o
papel da CBF e os rumos que o esporte mais popular do país tomou nos últimos
anos.
Já ISTOÉ DINHEIRO publica como
reportagem de capa um especial sobre o que chama de “renascimento” da indústria
de defesa, trazendo números e perfis desse setor.
ISTOÉ, em sua reportagem de
capa, revela os avanços da medicina e celebra tratamentos que salvam vidas de
bebês ainda no ventre das mães.
ÉPOCA publica reportagem de
capa com foco no presidente Senado, Renan Calheiros, e nos embates travados
pelo peemedebista que se transformou no “inimigo nº 1 do governo”.
VEJA registra em sua capa
reportagem especial que revela: o comando da Polícia Federal em Brasília investiga,
sigilosamente, delegados e agentes envolvidos na operação Lava Jato.
CNI NA MÍDIA
A variedade influencia de
forma decisiva a distribuição dos assuntos e interfere também a maneira como
cada um deles ocupa o noticiário das revistas.
No caso dos itens de interesse
que mencionam especificamente os interesses da Indústria novos padrões
influenciam a exposição e o volume cai em comparação ao período anterior.
Destaque está na ISTOÉ
DINHEIRO, que traz uma entrevista exclusiva com o Aldo Rebelo, ministro da
Ciência, Tecnologia e Inovação.
Foco está na agenda abraçada
pelo ministro e nos desafios colocados à frente da pasta em um ano marcado por
restrições políticas e de ordem econômica.
Rebelo preconiza a ampliação
da cooperação da iniciativa privada com o setor público em projetos de inovação
e afirma: "As empresas nacionais ainda são muito conservadoras,
principalmente as grandes e antigas."
ISTOÉ DINHEIRO questiona: “Uma
pesquisa da Confederação Nacional da Indústria mostrou que 62% de 100
executivos ouvidos consideram o grau de inovação no Brasil baixo ou muito
baixo. Qual é a sua avaliação?”.
Rebelo afirma que o resultado
da pesquisa é “previsível”. Segundo ele, os índices apontados correspondem
aproximadamente ao desempenho do Brasil nos indicadores internacionais mais
importantes, como o do Fórum Econômico Mundial.
“Vivemos um paradoxo. Somos a
sétima economia, mas não somos inovadores. A nossa posição em inovação
sustentará a nossa posição como força econômica mundial no futuro? A principal
pergunta é: por que não inovamos?”, diz.
Macroeconomia e comércio
exterior são dois dos principais pilares da cobertura das revistas identificada
com a agenda setorial da indústria.
O debate sobre a retomada do
fluxo de investimentos, as parcerias entre governo e iniciativa privada e a
cena voltada a infraestrutura também estão no centro do noticiário.
Destaque para a entrevista
exclusiva do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, à ÉPOCA.
- Levy afirma, entre outras coisas, que está envolvido na modelagem de um novo programa de concessões de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, que segundo a revista, é “a grande aposta do governo para que o país retome o crescimento em 2016”.
- “A gente está querendo acelerar as concessões. Se houver outorga, as concessões nos permitirão obter uma receita que vai facilitar chegar à meta fiscal”, diz o ministro. Segundo Levy, “o setor privado deve ser o protagonista do crescimento”
- Sobre o assunto, EXPRESSO, na ÉPOCA, registra que "Dilma aposta suas fichas no programa de concessões na área de infraestrutura. É um legado que pretende deixar ao término de seu governo. O difícil na formatação do projeto – daí o atraso – é torná-lo atrativo aos olhos dos investidores e correto perante as regras do TCU. As concessões na área ferroviária são as mais difíceis".
- Também com foco em investimentos em infraestrutura, revistas anunciam de maneira absolutamente especial a visita que o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, fará ao Brasil, na próxima semana.
- VEJA antecipa que o chinês estará acompanhado de 200 empresários, entre eles representantes das maiores construtoras e dos principais bancos chineses. “O líder asiático deverá apresentar um pacote de investimentos no Brasil no total de 53 bilhões de dólares, a maior parte na infraestrutura, inclusive para alguns empreendimentos já em curso”, situa a reportagem.
- Ainda conforme VEJA, “a parceria, se prosperar, chegará em boa hora para uma economia estagnada como a brasileira. O investimento público já caiu 30% neste ano”.
- Texto informa que, há semanas os ministros discutem o plano para as novas concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos, “mas não conseguem se entender” e o pacote, que seria apresentado no próximo mês, deverá ser conhecido apenas em 2016.
- ISTOÉ DINHEIRO, por sua vez, destaca que o foco dos aportes será voltado para a área de infraestrutura, “que concentra as necessidades mais urgentes do Brasil atualmente e é a principal aposta do governo brasileiro para garantir a retomada do crescimento”.
- Texto lembra o encontro entre os presidentes Xi Jiping e Dilma Rousseff, em Fortaleza, em julho passado, quando foram assinados mais de 50 acordos bilaterais, entre investimentos e protocolo de intenções.
- ÉPOCA destaca o primeiro-ministro chinês como o PERSONAGEM DA SEMANA. “Numa crise como a que o Brasil vive, em que não há mais dinheiro público para financiar grandes obras de infraestrutura, o investimento chinês é uma oportunidade rara para viabilizar projetos essenciais ao futuro do país. A economia brasileira é um fusca cuja bateria arriou. Li traz a chupeta para fazer o carro pegar”, define a revista.
- SEMANA, na ISTOÉ, informa que “US$ 53 bilhões é quanto o Banco Industrial e Comercial da China investirá no Brasil juntamente com a Caixa Econômica Federal para a criação de um fundo de investimentos em infraestrutura. O anúncio deverá ser feito nessa semana durante a visita ao País do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang”.
- Em outra frente do noticiário, abordagens tentam aprofundar discussões um pouco mais complexas associadas ao comportamento da economia de modo geral, trazendo para a realidade do setor fabril conceitos que ajudam a explicar a conjuntura.
- ANTONIO DELFIM NETTO, na CARTA CAPITAL, alerta em sua coluna que “há tempo mais do que suficiente para preparar um Orçamento Base-0 (OB-O) e submetê-lo ao escrutínio do Congresso em agosto de 2016, para vigorar em 2017, destinando 4% ou 5% do PIB para investimento público na infraestrutura e mantendo o controle da relação Dívida Bruta/PIB”.
- RICARDO BOECHAT, na ISTOÉ, informa: “Considerando a Lava Jato, o Brasil apresenta risco médio para investidores. É o que revelou o Mapa de Risco Político 2015, da Marsh, líder mundial em corretagem de seguros”
- Sobre o mesmo assunto, RICARDO BOECHAT completa: “O estudo tem três pilares: taxas de remuneração do capital, infraestrutura de negócios (burocracia, jurisprudência em execução de dívidas, processos judiciais) e a confiança da indústria. Para os analistas, após a Lava Jato, o risco ficou mais evidente, exigindo atenção aos processos de investigações legais envolvendo empresas”.
- A terceirização e o debate sobre as mudanças no mercado de trabalho voltam a ocupar posições de destaque nas colunas de opinião.
- O economista RICARDO AMORIM, na ISTOÉ, afirma que, no Brasil, existe o hábito de atacar as consequências, não as causas dos problemas. “Para impedir que a indústria nacional seja esmagada, taxamos as importações, ao invés de baratearmos os nossos produtos”, exemplifica.
- “Com a terceirização não é diferente. O objetivo é gerar ganhos de eficiência que reduzam custos de produção. Isso é possível porque a nova empresa, aquela que se dedica exclusivamente ao serviço terceirizado, torna-se mais eficiente e pode atender novos clientes com funcionários que antes ficavam parcialmente ociosos. Especialização e escala geram eficiência e desenvolvimento”, defende AMORIM.
- Já o jornalista HUGO CILO, na ISTOÉ DINHEIRO, adverte que a “infantil queda de braço” dos presidentes da Câmara e do Senado deve paralisar parte das medidas necessárias para o país, por exemplo, deve resultar no engavetamento do projeto que regulamenta a terceirização.
- “Não bastasse o mi-mi-mi peemedebista, Cunha protocolou um projeto que iguala a remuneração do FGTS ao da caderneta de poupança, que reajustaria dos atuais 3% para 6,17% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR)”, acrescenta CILO.
- RADAR, na VEJA, registra que “Joaquim Levy tem estudado propostas para aumentar a arrecadação. Desta vez, com duas medidas que agradarão à esquerda: um imposto sobre herança e outro sobre os dividendos de aplicações no mercado de capitais”.
- Ainda sobre o tema, RADAR avança e informa que está marcada para o dia 22 a reunião do conselho curador do Fundo de Investimentos do FGTS que decidirá sobre o aporte de 10 bilhões de reais ao BNDES. “É uma espécie de ‘pedalada do Levy’, pois, assim, o governo usa recursos do FGTS - e não do Tesouro - para dar ao BNDES”.
- Também na agenda econômica, reportagem da ISTOÉ aponta que o FMI, em relatório apresentado pela equipe da diretora-geral Christine Lagarde, elogiou as medidas de ajuste fiscal defendidas pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas declarou que é preciso fazer muito mais para atingir os objetivos. Texto explica que, pelos cálculos do FMI, a meta de superávit primário deveria ser de 2,5% do PIB e não 2%, como quer Levy.
- “Índices elevados demais do superávit podem vir junto, muitas vezes, de aumentos excessivos de impostos. Ou seja, sempre quem paga a conta são os brasileiros – e o FMI, do alto de sua soberba, sugere que a fatura seja ainda maior”, reforça a reportagem.
- Com foco em educação, e complementando a cobertura, OITO NOTAS, na ÉPOCA, afirma que “o PIB do Brasil poderia crescer mais de sete vezes nas próximas décadas se todos os jovens de 15 anos estudassem e alcançassem um nível básico de educação, segundo estudo da OCDE”. Informação também está em PANORAMA, na VEJA.
0 comentários:
Postar um comentário