Destaques

sábado, 2 de julho de 2016

JULIO C. FELIX DO TECPAR ASSUME PRESIDÊNCIA DA ABIPTI



Júlio C. Felix, presidente do TECPAR, foi eleito o novo presidente da associação, enquanto que Luiz Fernando Vianna, presidente dos Institutos Lactec, foi reconduzido ao cargo de vice-presidente da entidade para a região Sul.

Felix retorna à presidência da associação para o biênio 2015-2016. Entre as principais ações como presidente da Abipti, ele pontua, por exemplo, uma maior aproximação com o setor empresarial. “É preciso promover uma vigorosa aproximação com o setor empresarial, por meio da articulação da oferta de soluções tecnológicas e de assessoria em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) por parte de seus associados”, afirma.
O diretor-presidente do Tecpar exerceu a presidência da Abipti no período entre 1995 e 1999 e a vice-presidência da organização entre 1991 e 1994.

Hoje, Felix coordena a Comissão de Estudo Especial de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CEE-130), responsável por criar normas para uniformizar a gestão de atividades para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) no Brasil e por representar o país nas discussões internacionais sobre o tema na Organização Internacional de Normalização (ISO). Entre 2014 e 2015, o diretor-presidente do Tecpar presidiu a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob), que representa 21 laboratórios públicos brasileiros.

Mário Sérgio Ramalho, atual secretário executivo da FRENTE PARLAMENTAR DA INDÚSTRIA PÚBLICA DE MEDICAMENTOS, coordenador da área de comunicações e membro da Comissão da ABNT / CEE 130, foi o secretário executivo da ALFOB na gestão do Julio C. Felix a frente da Instituição terá agora a missão de desenvolver o segmento das ciências da vida na ABIPTI.

Abipti
A Abipti é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, que reúne entidades públicas e privadas envolvidas em pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, com presença nas cinco regiões e nas 27 Unidades da Federação.

A associação reúne 152 instituições brasileiras, como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Entre as entidades paranaenses associadas à Abipti estão, além do próprio Tecpar e dos Institutos Lactec, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), a Fundação Araucária, a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundetec), a Fundação para o Desenvolvimento da Rádio e Televisão Educativa e Cultural de Toledo (Funtec) e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

Saiba mais sobre a Abipti pelo site portal.abipti.org.br.

Mário Sérgio Ramalho


UNA-SUS/UFSC abre inscrições para o curso Eventos Agudos em Situações Crônicas de Saúde

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), integrante da Rede UNA-SUS, abre nessa sexta-feira, 01 de julho, inscrições para o curso Eventos Agudos em Situações Crônicas de Saúde, que abordará três problemas recorrentes no cuidado à saúde: diabetes, crise hipertensiva e crise asmática.

As inscrições podem ser realizadas até 01 de julho de 2017 pelo link.

Com carga horária de 45h, o curso tem como público-alvo profissionais de saúde da Atenção Básica, de nível técnico ou superior. É uma oportunidade para aprimorar os conhecimentos e atualizar práticas diagnósticas e terapêuticas em cada um dos temas.

A unidade de diabetes traz os principais conceitos e tipos, as diferenças fundamentais e as formas de apresentação destsa doença universalmente distribuída e de alta prevalência em nossa realidade. Também serão abordadas formas de atuação coletiva e individual de promoção à saúde relacionada a essa doença crônica.

Na unidade de crise hipertensiva, será apresentado o conceito de hipertensão severa aguda, suas formas clínicas, como diagnosticá-las e a conduta mais adequada para cada uma das situações.

Já na unidade de crise asmática você acompanhará a definição de asma, os seus fatores de risco, a classificação, o diagnóstico e o tratamento diferencial.

Para dinamizar os seus estudos, os conteúdos estão disponibilizados em diferentes mídias, tais como casos clínicos, tomadas de decisão, leituras complementares e vídeos com especialistas e entrevistas.

Ao final, os participantes que concluírem as avaliações online receberão o certificado de conclusão do curso.

Para acompanhar o lançamento dos próximos módulos de eventos agudos em saúde, clique aqui.



Fiocruz Bahia mostra resultados de mapeamento genômico do zika

O Zika in Brasil Real Time Analysis (Zibra), projeto itinerante de mapeamento genômico do vírus zika, encerrou seu percurso no dia 17/6, em Salvador. Até o momento, foram analisadas amostras de 1.247 pacientes que tinham perfil clínico da doença. Destas, 15% tiveram resultado positivo para o vírus. Na Bahia, os testes foram realizados em amostras de 172 pacientes (sangue, urina e saliva), coletadas pela Secretaria de Saúde de Feira de Santana e pelo Hospital Irmã Dulce, em Salvador. O resultado foi de 18 pacientes positivos para zika. Cerca de 700 mosquitos também foram analisados.

Além da capital baiana, o projeto passou por mais cinco cidades do Nordeste: Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL) e Feira de Santana (BA), coletando amostras e realizando a análise genômica do zika, em um laboratório móvel contendo equipamentos de última geração. As pesquisas continuam em laboratório fixo, com as atividades de sequenciamento do genoma do vírus. O objetivo é atingir a marca de 750 cepas.

Segundo Luiz Alcântara, pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador do Zibra, o estudo permite que os cientistas entendam melhor as características genéticas do vírus e tracem quais mutações estão associadas a ele, desde o seu surgimento. Os dados de diagnóstico molecular foram entregues aos Lacens, ao laboratório referência de diagnóstico da Fiocruz Pernambuco e à coordenação de vigilância epidemiológica da secretaria de Saúde de Feira de Santana.

Ainda de acordo com o pesquisador, as amostras colhidas no ano de 2015 têm tido maior positividade no resultado, embora a maioria tenha sido de 2016. "Com a finalização do sequenciamento, vamos realizar a análise epidemiológica e evolutiva dos dados, os relatórios serão enviados às instituições participantes e ao Ministério da Saúde e vamos dar início à programação da segunda edição do Zibra, o primeiro funcionou como projeto piloto", afirmou.

Inspirado na experiência da análise genômica do ebola na África, durante o surto de 2014-2015, a análise das amostras foi feita através do OxfordNanopore MinION device, um sequenciador de DNA, de apenas 100g, que pode ser carregado por USB de um computador portátil. O equipamento é capaz de sequenciar 12 amostras simultaneamente em seis horas.

Um seminário foi realizado na ocasião do encerramento, no auditório da Fiocruz Bahia, pelos pesquisadores, que apresentaram os dados do projeto e aprofundaram as discussões na temática zika. De acordo com o integrante do Zibra, Moritz Kraemer, da Universidade de Oxford, em 2015, 93% dos casos de zika aconteceram no Brasil. "Essas pesquisas também vão ajudar a entender a magnitude de transmissão da doença e a associação do vírus aos riscos de microcefalia e desenvolvimento de anormalidades no sistema nervoso central, como a síndrome de Guillain-Barré", explicou o pesquisador.
Acesse o site do projeto.

Fiocruz Bahia


Bactéria da hanseníase engana sistema imunológico como vírus

Uma doença milenar que ainda tira o sono de cientistas na tentativa de desvendar seus mistérios, a hanseníase já foi considerada castigo dos deuses e ainda é motivo de estigma e exclusão social. Crendices e preconceitos à parte, a ciência avançou em estratégias de tratamento capazes de garantir cura, mas muitas perguntas ainda precisam de respostas. Um destes questionamentos busca entender de que forma a Mycobacterium leprae – bactéria causadora da doença – consegue ‘enganar’ o sistema imunológico humano. A pergunta é fundamental, pois, dependendo do resultado do embate entre célula e bactéria, o indivíduo poderá desenvolver a hanseníase [desde pequenas manchas na pele até a limitação de movimentos, chegando à incapacidade, com restrições de movimentos nas mãos ou pés, por exemplo.

Um estudo pioneiro desenvolvido no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desvendou um dos mecanismos de escape que permite ao bacilo continuar vivo e se replicar nas células humanas. Os cientistas descobriram que, como num baile de máscaras, o M. leprae se disfarça, sendo capaz de provocar reações que seriam comuns em células infectadas por um vírus. Dessa forma, o bacilo de Hansen leva o sistema imunológico a aplicar a estratégia de combate errada. Assim, a resposta imunológica do paciente, que deveria protegê-lo de uma infecção por bactéria, fica comprometida.

O resultado inédito, fruto de anos de trabalho desenvolvidos nos Programas de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular e em Biologia Computacional e Sistemas do IOC, acaba de ser publicado no The Journal of Infectious Diseases, importante revista científica internacional voltada para pesquisas sobre doenças infecciosas. Clique aqui e confira.

Macrófago infectado com M. leprae (em vermelho) durante o silenciamento da expressão do gene OASL. Durante a redução da expressão desse gene, observamos o direcionamento da bactéria para o autofagossomo (em amarelo), caracterizando um processo importante na eliminação do patógeno e confirmando a importância do OASL na regulação da resposta imune do hospedeiro (foto: Laboratório de Hanseníase do IOC/Fiocruz).

Os pesquisadores demonstraram que a infecção por M. leprae desencadeia uma série de respostas nas células humanas, sendo uma delas considerada de extrema relevância para a sobrevivência, invasão e ocupação do espaço pela micobactéria: a ativação de alguns genes, estimulados pela produção da citocina Interferon tipo 1. A surpresa é que até pouco tempo atrás o Interferon tipo 1 era conhecido apenas por seu papel na resposta imunológica associada à proteção contra vírus – e, agora, os dados demonstram também sua participação em infecções associadas a um tipo de bactéria.

Um longo processo
A descoberta só foi possível devido a uma extensa cadeia de investigações, iniciada com o estudo desenvolvido por Anna Beatriz Robottom Ferreira durante seu doutoramento no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Computacional e Sistemas do IOC, entre 2007 e 2011. Utilizando uma técnica de análise molecular em larga escala conhecida como microarranjo, Anna avaliou a expressão gênica de células de Schwann, componente do sistema nervoso onde a M. leprae pode se instalar de forma silenciosa. Dessa maneira, ela identificou que células de Schwann recém-infectadas por M. leprae apresentaram um perfil de genes diferencialmente expressos associados à ativação da via de Interferon tipo 1.

“Esse é um tipo de resposta observado principalmente quando células são infectadas por vírus. O registro desse tipo de ativação em células infectadas por bactérias intracelulares, como é o caso da M. leprae, permanece pouco conhecido, o que nos levou a crer que poderíamos estar nos aproximando de uma importante descoberta”, relembra a ex-aluna.

Orientador de Anna Beatriz, o pesquisador Milton Ozório Moraes, chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC, explica que ainda restam perguntas sobre os mecanismos que permitem a invasão celular pela micobactéria e que agem como gatilho para o início da reação imunológica. “O M. leprae é a única bactéria que consegue penetrar no nervo, invadindo especialmente as células de Schwann e permanecendo ali, de forma silenciosa. A técnica de microarranjo nos ajudou a começar a entender todo esse processo”, afirma.

O estudo identificou, ainda, que a expressão do gene OASL, também relevante em infecções virais, estava presente no processo de ativação do Interferon tipo 1. Ao ativar essa molécula, o M. leprae desvia a atenção das células de defesa: deixa de ser enxergada como uma bactéria e, sim, como um vírus, prejudicando as estratégias de defesa do corpo humano, que acaba confundindo o alvo a ser combatido.

Mecanismo de sobrevivência confirmado
Para desvendar a identidade ‘por trás da máscara’, faltavam alguns passos. Era necessário comprovar a hipótese de que o gene OASL pudesse ter relevância na sobrevivência da bactéria. Nesse momento, entrou no percurso o biólogo Thiago Gomes Toledo-Pinto, estudante de doutorado no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular do IOC. Ele investigou se a indução da produção de Interferon tipo 1 atuaria como um mecanismo de sobrevivência do M. leprae em macrófagos humanos, outro tipo celular preferencial para a infecção pelo bacilo.

Nessa etapa da pesquisa, a expressão do gene OASL foi silenciada (desligada) durante a infecção dos macrófagos. “A experiência comprovou a ideia de que a presença de OASL após a infecção favorecia a sobrevivência da bactéria, enquanto sua ausência resultou na redução da viabilidade intracelular do M. leprae”, comemorou Thiago. Essa etapa estava ainda associada ao aumento da autofagia, um importante processo do hospedeiro para eliminação das bactérias.

Para Milton Ozório, que também orienta o estudante, os dados sugerem que a ativação da produção de Interferon tipo 1 é, de fato, capaz de inibir a reposta protetora do hospedeiro contra micobactérias, criando um ambiente favorável para a sobrevivência da M. leprae nas células humanas. “Esse resultado representa um grande avanço para a Ciência na área da hanseníase. Os dados gerados a partir desse estudo podem contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias de intervenção terapêutica, uma vez que descobrimos que o sucesso da infecção está estritamente ligado à indução de produção de OASL”, antecipa o pesquisador.

O mecanismo de ativação da produção de Interferon tipo 1 pelo bacilo vem se somar a uma série de estratégias já conhecidas da micobactéria para permanecer viva, incluindo a inibição do processo natural de morte celular, conhecido como apoptose.

Nas próximas etapas da pesquisa, os pesquisadores pretendem ir além: o objetivo é caracterizar, de forma mais específica o papel desempenhado pelo gene OASL na persistência e replicação intracelular de M. leprae. Para isso, vão investigar as etapas da ativação de OASL, para entender melhor os mecanismos que envolvem essa molécula na regulação da resposta a micobactérias.

Vinicius Ferreira (IOC/Fiocruz)


MS estuda novos caminhos para aprimorar tratamento de doenças raras

Doenças raras (DR) não têm esse nome por acaso. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), enquadram-se nessa definição doenças que afetam até 65 pessoas em cada 100 mil habitantes, ou seja, apenas um caso para cada dois mil indivíduos. Mas mesmo sendo essas doenças raras, não é difícil encontrar pessoas que sofrem com elas. Para se ter uma ideia, no mundo, 400 milhões de pessoas possuem alguma das seis a oito mil doenças catalogadas hoje. Só no Brasil, o número chega a cerca de 13 milhões de habitantes com alguma DR. Estima-se que 80% delas derivem de fatores genéticos, enquanto as demais decorrem de causas ambientais, infecciosas, imunológicas, entre outras.

Na verdade, até os anos 80, as doenças raras não faziam parte das discussões governamentais. Entretanto, desde o início dos anos 2000, o assunto tem sido amplamente discutido entre os técnicos, incluindo as doenças genéticas.

O Ministério da Saúde (MS), por meio da portaria n° 199 de janeiro de 2014, estabelece diretrizes para a atenção integral às pessoas com doenças raras no Sistema Único de Saúde (SUS). O documento pontua que “(...) a assistência ao usuário deve ser centrada em seu campo de necessidades, vistas de forma ampla. No que se refere à atenção especializada em doença rara, serão propostos Serviços de Atenção Especializada e Serviços de Referência em Doenças Raras como componentes estruturantes complementares à Rede de Atenção à Saúde”. Por mais que haja cuidados e tratamentos para os pacientes com DR oferecidos na rede pública, ainda há uma reivindicação de uma política oficial específica para esses casos.

Na manhã do dia 30 de junho de 2016, profissionais da saúde e pessoas ligadas ao governo se reuniram no Senado Federal para o VIII Fórum Nacional de Políticas de Saúde no Brasil – Doenças Raras. O evento contribuiu para ampliar propostas de ação integrada para diagnóstico e tratamento de pacientes com doenças raras. Rodrigo Silvestre, diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde DECIIS/SCTIE do MS, enfatizou durante a abertura que o “discurso emociona, mas para o paciente isso não serve. Estamos focados em desenvolver propostas e ações concretas voltadas ao paciente”.

Além disso, a diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde/SCTIE/MS, a médica Clarice Petramale, explicou que alguns fatores precisam ser vencidos para melhorar a política de tratamento aos pacientes com doenças raras, como a demora na concessão de registro e fixação de preços, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e elaboração de pesquisas clínicas que possam verificar a eficácia do tratamento.

Entretanto, a médica lembrou que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (CONITEC) tem atuado de maneira incisiva na implementação de novas políticas que atendam às demandas dos pacientes de DR, tanto na incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias em saúde, bem como na constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas - PCDT. “Já tivemos mais de 400 demandas avaliadas e, dessas, aproximadamente 60% já foram incorporadas de alguma maneira no SUS. Também é importante que as pessoas façam os pedidos de análise para que possamos verificar a possibilidade de implementação no SUS”, explica.

De acordo com a legislação vigente, a CONITEC fixa o prazo de 180 dias (prorrogáveis por mais 90 dias) para tomar uma decisão referente a pedidos de análise de novas tecnologias, “que inclui a análise baseada em evidências, levando em consideração aspectos como eficácia, acurácia, efetividade e a segurança da tecnologia, além da avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já existentes. A lei ainda estabelece a exigência do registro prévio do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA para que esse possa ser avaliado para a incorporação no SUS”.

NOVOS RUMOS – Há um ano, o MS deu início à elaboração de 47 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) que têm como objetivo reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com DR e dos familiares. Até o final de 2015, foram publicados 12 protocolos de doenças raras organizados pelo Ministério da Saúde. A publicação das demais diretrizes tem expectativa de ocorrer até 2018.
A previsão do investimento para a política é de aproximadamente R$ 130 milhões. O custeio dos procedimentos para diagnósticos de doenças raras é efetuado por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC) e repassado aos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Para as doenças que ainda não contam com protocolos próprios, a assistência e o cuidado às pessoas com doenças raras continuarão a seguir as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Atenção às Pessoas com Doenças Raras no SUS.

Veja os eixos/grupos de doenças que terão protocolos até 2018 clicando aqui.

EXPERIÊNCIA – Há três anos e meio, depois de sentir muita dor na nuca, formigamento e não apresentar sensibilidade do lado direito do corpo, Grazielle Alves, de 36 anos, que mora em Belo Horizonte, descobriu que tinha siringomielia. Basicamente, a doença acontece devido a uma cavidade em forma de tubo dentro da medula espinhal que enche de líquido e prejudica a medula. Entre as consequências da doença estão problemas no intestino e bexiga, e paralisia dos braços e pernas.

“Chorei muito quando descobri o que eu tinha. Não é fácil ouvir que você tem uma doença rara e que não tem cura. Fui forte para aceitar o que eu tinha e aceitar a cirurgia”, explica. Além das dificuldades decorrentes de possuir uma doença rara, Grazielle conta que existem pessoas que não acreditam nos sintomas. “Falam que é corpo mole, preguiça e frescura. Algumas pessoas perdem até amigos”, lamenta.

Atualmente, a mineira modera um grupo no facebook junto com outras pessoas que possuem a doença e compartilham as necessidades. “O objetivo é amparar as pessoas que descobrem a doença e explicar sobre, porque as pessoas simplesmente não conhecem”, conta.

O Ministério da Saúde não possui um Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutico (PCDT) específico para siringomielia, mas nesses casos, os pacientes são aconselhados a procurar a Atenção Básica, em qualquer uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS), e, se houver necessidade, um serviço especializado em unidades de média e alta complexidade, como Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Neurocirurgia e dos Centros de Referência em Neurologia.

Grazielle faz uso regular de dois medicamentos retirados através do SUS há aproximadamente um ano e meio. Em geral, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza tratamentos dos sintomas, por meio de avaliações de equipe multidisciplinar. Entre os procedimentos disponíveis há fisioterapia e oferta de medicamentos, órteses, próteses e materiais especiais. Além disso, uma das três cirurgias feitas para drenagem do líquido na medula também foi oferecido pelo SUS.

Aline Czezacki, para o Blog da Saúde


Ministro da Saúde inaugura primeira UPA de Cianorte (PR)

A unidade beneficiará cerca de 150 mil pessoas de municípios que compõem a região de saúde. No Paraná, o ministro visitou unidades de saúde em Cornélio Procópio, Guarapuava e Cascavel

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, inaugurou nesta sexta-feira (1/7), a primeira Unidade de Pronto Atendimento 24horas da cidade de Cianorte (PR). A UPA 24h Faustino Bongiorno tem capacidade para realizar 300 atendimentos por dia e beneficiará 150 mil pessoas que residem na região. O município recebeu do Governo Federal R$ 2 milhões para a construção da unidade. Quando habilitada, a UPA 24h receberá R$ 175 mil/mês de custeio.

As UPAs são unidades intermediárias entre as Unidades Básicas de Saúde e os hospitais. Estão equipadas para socorrer pessoas com problemas de pressão, febre alta, fraturas, cortes, infartos e outras ocorrências de média complexidade. Nas UPAs, o paciente é avaliado de acordo com a classificação de risco, podendo ser liberado ou permanecer em observação por até 24 horas. Se necessário, a pessoa será encaminhada a um hospital de referência. 

Classificada com porte II, a UPA 24h Faustino Bongiorno tem quase dois mil metros quadrados e cerca de 200 funcionários. Tem capacidade para atender 300 pacientes/dia e beneficiará cerca de 150 mil habitantes de nove municípios que compõem a região de saúde: Cianorte, Cidade Gaúcha, Guaporema, Indianópolis, Japurá, Jussara, São Manoel do Paraná, São tome, Tapejara e Tuneiras do Oeste. “É uma unidade feita em parceria com Governo Federal e município. É uma obra exemplar, uma UPA acima do padrão e que dará uma cobertura importante de alta qualidade à população. É isso que queremos ver em todo Brasil, exemplo de boa aplicação dos recursos públicos”, ressaltou o ministro Ricardo Barros.

O município de Cianorte recebeu do Ministério da Saúde R$ 2 milhões para construir a UPA 24h Faustino Bongiorno. Após entrar em funcionamento, e ser habilitada pelo Ministério da Saúde, a UPA receberá do Governo Federal R$ R$ 175 mil/mês de custeio. O Paraná tem hoje 35 UPAs em funcionamento, que recebem o valor de R$ 97,38 milhões para custeio. No Brasil, são atualmente 461 UPAS recebendo R$ 1,45 bilhão do Ministério da Saúde para custear os serviços ofertados.

CORNÉLIO PROCÓPIO – Na manhã da sexta-feira (1/7), em Cornélio Procópio, o ministro Ricardo Barros visitou o Centro de Excelência à Atenção Geriátrica e Gerontológica, mais conhecido como Casa de Saúde João Lima. A unidade atende a população de 27 municípios, totalizando 250 mil habitantes. A Casa de Saúde João Lima é um hospital geral, com ênfase em atendimento hospitalar a pacientes idosos do SUS. Com uma média de 87 internações por mês, a casa de saúde realiza atendimento em atenção à doença renal crônica, pré-natal, parto e nascimento, endoscopia, fisioterapia, hemoterapia e urgência e emergência. Após a visita, o ministro Ricardo Barros se reuniu com prefeitos e gestores da saúde da região. “Quero ouvir as reivindicações dos que praticam a saúde na ponta para melhorar os serviços públicos ofertados à população. É assim que espero ”, ressaltou Ricardo Barros.

GUARAPUAVA – Na tarde da sexta-feira (1), o ministro Ricardo Barros visitou dois hospitais no oeste paranaense: o São Vicente de Paulo e o Santa Tereza. Referências no atendimento regional, as unidades oferecem atendimentos pelo SUS a uma população de aproximadamente 500 mil pessoas dessa região do estado.
O Hospital São Vicente de Paulo realiza tratamentos em oncologia, neurologia e cardiologia, entre outros. A quantidade de atendimentos ambulatoriais e hospitalares informados ao Ministério da Saúde é crescente na unidade. Entre 2014 e 2015, houve um avanço de 5%, chegando a 85.720 procedimentos ano passado. Até abril de 2016, foram 30.709. Já o Hospital Santa Tereza é uma entidade filantrópica com cerca de 10 mil m2.  A unidade, que possui 144 leitos SUS, produz cerca de 1.300 atendimentos ambulatoriais do SUS e 600 internações por mês. “Guarapuava tem bons exemplos de aplicação de recursos, nos serviços ofertados por unidades públicas e nas filantrópicas. Tenho andado o país para colocar luz nessas boas práticas com o objetivo de replicá-las em todo Brasil e melhorar a qualidade dos serviços ofertados com recursos que temos disponíveis”, enfatizou o ministro.

CASCAVEL – No sábado (2/7), Ricardo visita o Hospital do Câncer de Cascavel (UOPECCAN), um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) com serviço de oncologia pediátrica que atende a todos os tipos de câncer. Com 125 leitos disponíveis, sendo 83 SUS, o UOPECCAN oferece diagnóstico e tratamento à doença para 513 mil habitantes de 25 municípios da Região de Saúde de Cascavel. Além do câncer, o UOPECCAN oferece atenção à doença renal crônica, cardiologia, medicina nuclear, cirurgia torácica, transplante de medula óssea. Após a visita, o ministro se encontrará, na Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP), com prefeitos e gestores da saúde da região.

Ainda em Cascavel, o ministro se reúne com prefeitos e representantes de 43 municípios do Oeste do Paraná, integrantes do Consórcio Intermunicipal SAMU do Oeste/PR (Consamu). O Consamu é uma referência estadual pela sua abrangência. O Serviço conta com uma base a cada três municípios, cobrindo uma população de mais de 866 mil pessoas. A estrutura do Consórcio Regional conta com 19 Unidades de Suporte Básico (USB), 6 Unidades de Suporte Avançado (USA) e 1 motolância.

Por Carolina Valadares, Diogo Caixote e Fábio Ruas, da Agência Saúde 

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Novo relatório da OMS atualiza para 61 o número de países com circulação do vírus zika

A Organização Mundial da Saúde divulgou nesta quinta-feira (30) o novorelatório de situação sobre zika, microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré. De acordo com a nova avaliação, até o dia 29 de junho, 61 países e territórios continuam a notificar a transmissão do vírus zika por mosquitos. Dez países reportaram evidências de transmissão de pessoa para pessoa, provavelmente por via sexual (Argentina, Canadá, Chile, Peru, Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Portugal e Nova Zelândia).

Até esta data, 13 países e territórios também notificaram casos de microcefalia e outros distúrbios neurológicos potencialmente associados ao vírus zika ou sugestivos de infecção congênita (Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Polinésia Francesa, Ilhas Marshall, Panamá, Martinica, Porto Rico, Eslovênia, Espanha e Estados Unidos). Três deles informaram casos de microcefalia em bebês cujas mães possuem histórico recente de viagens para países afetados pela epidemia na América Latina.

No contexto de circulação do vírus zika, 14 países e territórios em todo o mundo registraram um aumento na incidência da Síndrome de Guillain-Barré (SGB) e/ou confirmação laboratorial de casos da doença relacionados à infecção pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes. Com base nas pesquisas realizadas até 29 de junho, há consenso científico de que o zika é uma das causas de microcefalia e SGB.

O vírus zika continua a se propagar geograficamente para áreas onde os vetores estão presentes. Embora em alguns países o número de casos de infecção pelo vírus tenha diminuído, ou em algumas regiões desses países, a vigilância tem que permanecer elevada. Com base nas evidências disponíveis, a OMS não enxerga um declínio geral na epidemia.

Resposta da OMS
Quadrode Resposta Estratégico e Plano de Operações Conjuntas, lançado em fevereiro deste ano pela OMS, engloba ações como vigilância, preparação para resposta e pesquisa. As principais intervenções de resposta previstas no documento são comunicação de risco junto à comunidade e promoção de engajamento, controle de vetores e proteção individual contra mosquitos e cuidados para pessoas afetadas pelo vírus zika e suas consequências.



Vacina contra zika é testada com sucesso em camundongos

Uma vacina experimental contra o Zika vírus, desenvolvida por pesquisadores brasileiros e norte-americanos, foi testada com sucesso em experimentos com camundongos. A vacina conferiu aos animais uma proteção de 100%, ou seja, depois de vacinados, eles foram infectados e não apresentaram o vírus. Os resultados foram publicados na terça-feira (28) na revista Nature e, segundo os autores, a produção de uma vacina para humanos será "prontamente realizável".

Os camundongos vacinados foram desafiados tanto com uma linhagem do vírus originária de Porto Rico quanto com uma linhagem brasileira, isolada de um bebê da Paraíba e usada no estudo anterior da Rede Zika, também publicado na Nature, que confirmou a relação causal entre a infecção e a microcefalia

Equipe responsável
No Brasil, a pesquisa foi realizada no âmbito da Rede de Pesquisa sobre Zika Vírus em São Paulo (Rede Zika), sob a coordenação de Jean Pierre Peron e Paolo Zanotto, ambos do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
Nos Estados Unidos, a coordenação foi de Dan Barouch, da Harvard University, especialista em design de vacinas, sendo um dos primeiros autores Rafael Larocca, ex-aluno no Departamento de Imunologia e ex-bolsista FAPESP.

Fonte: Portal Brasil, com informações do CNPq


Manual de protocolo em suporte eletrônico é publicado

O manual que orienta as empresas sobre os procedimentos de protocolo de documentos em formato eletrônico já está disponível. O manual apresenta todos os requisitos para a elaboração e apresentação dos documentos à Anvisa. 

No último dia 27 de junho a Agência publicou a Resolução RDC86/2016 que dispõe sobre procedimentos para o recebimento de documentos em suporte eletrônico, bem como a InstruçãoNormativa 8/16 que determina os assuntos de petição que deverão ser apresentados neste formato.

A regra foi aprovada pela Diretoria Colegiada na último dia 14 de junho. A iniciativa da regulamentação busca facilitar a protocolização de documentos na Anvisa, agilizar o tramite e análise documental, bem como adequar a entrada de documentos às metodologias de gestão eletrônica de documentos adotadas pela Agência.

O prazo para o início da protocolização de documentos em formato eletrônico é de 30 após a publicação ocorrida no dia 27. Neste período o as empresas poderão se familiarizar com os procedimentos de criação, gravação e apresentação de documentos em formato digital definido pela Agência.


É importante que estes requisitos sejam cumpridos  a fim de garantir que os documentos sejam protocolados e devidamente processados, sem a necessidade de devoluções para correção.



quinta-feira, 30 de junho de 2016

Saúde oferece primeiro curso de ultrassom em anestesiologia do DF

Capacitação ocorre no Gama, entre os dias 1 e 8 de julho

Foto: Arquivo SES
A Secretaria de Saúde vai oferecer o primeiro curso de ultrassom em anestesiologia do Distrito Federal. O objetivo é capacitar os anestesistas para operar o equipamento nas anestesias de bloqueios periféricos, diminuindo o risco de complicações durante e pós cirurgia.

A capacitação abriu 30 vagas, todas já preenchidas, a maioria por profissionais do Hospital Regional do Gama, onde será oferecido o treinamento. A primeira parte do curso será teórica, nesta sexta-feira (1). No sábado (2) pela manhã, os anestesiologistas terão aulas práticas, com apresentação do aparelho de ultrassom e exploração de bloqueios.

"Ao longo da próxima semana, entre os dias 4 e 8 de julho, esses profissionais irão acompanhar cirurgias ortopédicas para ver, na prática, como funciona o uso desse equipamento de ultrassom", informa o supervisor da residência médica em anestesiologia do Hospital Regional do Gama, Marcelo Carneiro.

Foram convidados a dar palestra durante o treinamento o anestesiologista do Instituto de Cardiologia do DF, Maurício Daher, e o presidente da Sociedade Matogrossense de Anestesiologia, Diogo Leite. "Eles são expert no uso do equipamento. No Distrito Federal, poucos profissionais sabem manusear. No Hospital Regional do Gama, por exemplo, somente eu e mais três colegas utilizamos", ressalta Marcelo Carneiro, que será um dos instrutores na capacitação.

Segundo o supervisor, a procura pelo curso foi grande e, por isso, estuda-se a possibilidade de, em breve, abrir uma nova turma para qualificar os profissionais a manusearem os oitos equipamentos adquiridos pela Secretaria de Saúde.

Alline Martins, da Agência Saúde


Saúde notifica 18.849 moradores de Brasília com suspeita de dengue

Dos brasilienses, 16.038 são classificados como prováveis infectados

Arte: Danielle Freire
A Secretaria de Saúde do DF notificou, desde o início do ano, 18.849 moradores de Brasília com suspeita de dengue (doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti). De 19 a 25 de junho, foram 16 ocorrências. Os dados constam do Informativo Epidemiológico nº 26, divulgado nesta quarta-feira (29).

Dos brasilienses, 16.038 são classificados como prováveis infectados (nova nomenclatura da Secretaria de Saúde, recomendada pelo Ministério da Saúde, para se referir aos casos confirmados).

Desse total, 9.206 (57%) estão distribuídos entre as regiões administrativas de Brasília que permanecem com o maior número de casos: Brazlândia (1.921), Ceilândia (1.729), São Sebastião (1.625), Planaltina (1.361), Samambaia (1.291) e Taguatinga (1.279).

Também desde janeiro, 2.334 residentes de outras unidades da Federação deram entrada em hospitais do Distrito Federal com os sintomas.

Segundo o boletim, 82% dos prováveis infectados consultaram a rede pública de saúde do Distrito Federal (13.101); 14%, a rede privada (2.251); 3%, a rede pública de Goiás (532); e 1% não foi classificado (152).

Neste ano, 13 pessoas morreram com dengue. Outras 14 manifestaram a forma grave (hemorrágica) e estão curadas.

ZIKA E CHIKUNGUNYA - O levantamento ainda apresenta ocorrências do zika vírus e da febre chikungunya, também transmitidos pelo Aedes aegypti. A Saúde registrou casos de zika em 172 moradores de Brasília infectados. Desses, 43,6% são de Taguatinga (31), do Plano Piloto (22), de Águas Claras (11) e do Lago Norte (11).

Entre as gestantes, identificaram-se 34 com zika. Dessas, 21 moram no DF e, 13, em outras unidades federativas (12 em Goiás e uma em Mato Grosso). Quatorze mulheres deram à luz no Distrito Federal — nove são moradoras de Brasília e cinco, de Goiás.

Nenhum dos bebês apresentou intercorrência, como a microcefalia — doença em que o cérebro é menor do que o ideal para um recém-nascido. Especialistas estudam a relação da condição neurológica com a transmissão do vírus.

A febre chikungunya foi confirmada em 126 moradores do DF. Ceilândia (18), Taguatinga (16), Samambaia (12), Gama (11) e Plano Piloto (11) estão entre as regiões mais afetadas, com 68 ocorrências.




Brasil garante apoio ao cumprimento da Meta 90-90-90 durante encontro em Genebra

Delegado permanente do Brasil em Genebra, Guilherme Patriota, apresentou os avanços do país na universalização do tratamento e os desafios para atingir as metas

Durante sua participação na 38ª Junta de Coordenação do Programa Unaids (PCB, sigla em inglês), em Genebra (Suíça), o delegado permanente alterno da delegação do Brasil junto à ONU e às demais organizações internacionais em Genebra, Guilherme Patriota, reforçou o apoio do Brasil ao cumprimento da Meta 90-90-90 como meio de intensificar a resposta global ao HIV/aids. “Tanto esse objetivo como a estratégia prevista no relatório do Secretário-Geral ̶ sobre a via rápida para acabar com a epidemia de aids ̶ nos obrigam a articular os três elementos que devem orientar os nossos esforços: universalizar o acesso à prevenção e tratamento; promover os direitos humanos das pessoas infectadas com o HIV/aids; e assegurar a disponibilidade dos recursos nacionais e internacionais necessários”, afirmou em sua apresentação durante o encontro.

Guilherme Patriota também destacou o pioneirismo brasileiro na universalização do tratamento do HIV, em 1996, e o fato de o Brasil ser o primeiro país em desenvolvimento a adotar o tratamento para todos os que vivem com HIV, independentemente da contagem de CD4. “Atualmente, cerca de 475 mil pessoas podem se beneficiar do tratamento em nosso país. Ao analisar as tendências da epidemia desde 2012, é possível observar evoluções significativas no sentido de atingir as metas 90-90-90”, afirmou.

Para enfrentar o desafio de alcançar essas metas, Guilherme Patriota apresentou as ações desenvolvidas pelo DDAHV até o momento. “Onze dos 22 antirretrovirais recomendados no Brasil são produzidos no país. Os preços cobrados no mercado interno são mais baixos do que os preços internacionais, e muitas parcerias para o desenvolvimento produtivo foram confirmadas até agora”, disse. “Outros aspectos são de que, nas últimas três décadas, temos estado a olhar para a dimensão social da epidemia, com atenção para as múltiplas facetas de programas que precisam ser discutidas. No Brasil, a participação da sociedade civil nos conselhos de HIV/aids foi sempre um tema importante para a inclusão e eficácia de nossas políticas públicas”.

A diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, também presente ao encontro, adiantou que o Brasil se esforça para o cumprimento das metas, com atenção à prevenção combinada. “A tendência é de diminuição do número de novas infecções pelo HIV para os próximos anos, dado o investimento na prevenção combinada, especialmente quando se trata do aumento significativo no número de pessoas que vivem com HIV no tratamento antirretroviral”, disse. O Brasil já atingiu a meta da supressão da carga viral ̶ até o final de 2015, 90% das pessoas em ARV apresentaram carga viral suprimida.

Guilherme Patriota ressaltou, ainda, a importância das populações-chave no processo de prevenção. “É fundamental notar que, no Brasil, as populações mais atingidas são homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas trans e pessoas que usam drogas. Estamos tentando garantir que essas pessoas não sejam deixadas para trás”.

PCB - A Junta de Coordenação do Programa, conhecida em inglês como Programme Coordinating Board (PCB), atua como o corpo governante sobre todas as questões programáticas relativas à política, estratégia, finanças, acompanhamento e avaliação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). É informada sobre todos os aspectos do desenvolvimento do Unaids e leva em consideração, em termos de estratégia e orientações técnicas, os relatórios e recomendações do Comitê das Organizações Copatrocinadoras e do Diretor Executivo.

Além disso, conta com representantes de 22 governos de todas as regiões geográficas, das agências copatrocinadoras e cinco representantes de organizações não governamentais, incluindo associações de pessoas vivendo com HIV.

Fonte: Assessoria de Comunicação
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais
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