Um
em cada quatro distritos da cidade de São Paulo já tem transmissão interna do
vírus chikungunya, conforme dados apresentados na sexta-feira (18) pela
Secretaria Municipal da Saúde. Nos dez primeiros meses do ano, foram
confirmados 41 casos autóctones (de transmissão interna) da doença. Eles estão
distribuídos em 23 dos 96 bairros, nas cinco regiões da cidade. Outros 347
casos importados foram registrados e 512 estão em investigação.
O
distrito com mais relatos confirmados é o Sacomã (zona sul), com oito
registros, seguido por Tremembé e Vila Maria, ambos na zona norte e com 3 casos
cada um. Até o ano passado, a cidade nunca havia tido casos autóctones desse
vírus.
A
secretaria informou ainda que foram confirmados nove casos autóctones de zika
no município, além de 195 que seguem em investigação. "Apesar da queda no
número de casos de dengue, temos de manter o alerta para combater o Aedes
aegypti em toda a cidade. É muito importante ter esse alerta com a febre
chikungunya porque é uma doença que pode trazer um quadro crônico, com sintomas
que podem durar vários meses", disse o secretário municipal da Saúde de
São Paulo, Alexandre Padilha.
Os
dados atualizados de dengue, também apresentados ontem, mostram que o número de
casos confirmados da doença caiu 85% entre o ano passado e este ano, passando
de 100,4 mil relatos em 2015 para 15,9 mil em 2016. As mortes também
diminuíram. Foram sete vítimas neste ano, ante 25 em todo o ano passado.
Para
Padilha, a queda nos casos de dengue se deve a novas medidas adotadas neste ano
pela Prefeitura para evitar o avanço do Aedes e maior conscientização da
população no combate aos criadouros do mosquito. Entre as ações municipais
estão o uso de drones para monitoramento de imóveis fechados que eram
denunciados por abrigar criadouros, o uso de larvicida em pontos estratégicos
da capital e a utilização do teste rápido da dengue, que, segundo Padilha,
possibilitou à secretaria agir de forma mais ágil nos distritos onde muitos
casos eram diagnosticados pelo exame.
O
gestor também destacou a aprovação da lei que autoriza a entrada à força nos
imóveis abandonados ou de moradores que se negarem a abrir a porta para os
agentes municipais. Mesmo com a legislação, apenas oito ingressos forçados
foram feitos neste ano.
"Vamos
manter as mesmas ações no planejamento para o próximo verão", declarou
Padilha, que disse já estar em contato com Wilson Pollara, futuro secretário da
Saúde da gestão João Doria (PSDB). "Os recursos orçamentários para as
medidas estão garantidos e o novo secretário disse que vai seguir o
planejamento, até porque o plano está alinhado com o que prevê o Estado e o
ministério."
A
secretaria não quis fazer projeções sobre o número estimado de casos de dengue,
chikungunya e zika para 2017, mas divulgou pesquisa feita em imóveis sobre o
índice de criadouros e infestação de larvas do Aedes encontrados em imóveis
paulistanos. Embora os índices de recipientes com larvas tenham caído em
relação ao ano passado, a taxa de reservatórios com água parada cresceu. A
maioria das larvas foi encontrada em depósitos usados para armazenar água.
UOL