Destaques

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Fórum de Reguladores Médicos abre vagas para evento

Fórum Internacional de Reguladores de Dispositivos Médicos, coordenado também pela Anvisa, realizará o “Open Stakeholder Day” em setembro. Inscrições já estão abertas.

International Medical Device Regulators Forum (IMDRF – Fórum Internacional de Reguladores de Dispositivos Médicos, em tradução livre) fará um dia de reuniões aberto para as partes externas interessadas. O “Open Stakeholder Day” acontecerá no dia 20 de setembro, no Lord Elgin Hotel, em Ottawa, capital do Canadá. 

Inscrições
Os interessados em participar do Dia Aberto e receber atualizações dos membros e autoridades regulatórias do IMDRF deverão preencher um formulário de inscrição. No link do formulário, também estão disponíveis informações sobre reservas de hotéis em Ottawa. As inscrições já estão abertas. Em caso de dúvidas, entre em contato pelo e-mail can.imdrf.secretariat@hc-sc.gc.ca. O site do IMDRF traz outras informações.

 Sobre o IMDRF
International Medical Device Regulators Forum é um fórum mundial de reguladores de dispositivos médicos, que tem como objetivo acelerar a harmonização e convergência de regulamentação internacional de dispositivos médicos. Fundado pela Anvisa e por outras Agências em 2011, é um grupo voluntário formado por autoridades reguladoras de nove países: Austrália, Brasil, Canadá, China, União Europeia, Japão, Rússia, Singapura e Estados Unidos.

Anvisa


IntegraVisa discute Plano de Descentralização

Evento de dois dias discute integração da vigilância sanitária e estratégias para descentralização das ações.

Começou nesta quinta-feira (6/7), em Brasília, a oficina do Projeto IntegraVisa que tem como objetivo finalizar o Plano de Descentralização do projeto da vigilância sanitária no país. O projeto tem como foco também a uniformização da atuação da vigilância sanitária, independente do estado ou município.

Como lembrou o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, no início do evento, a descentralização das atividades da vigilância sanitária depende de uma definição bem clara dos papéis da Anvisa, dos estados e dos municípios.

Segundo ele, isso é fundamental para que não exista divergência na aplicação das normas entre os estados.

De acordo com o diretor de Autorização e Registro Sanitários, Renato Porto, é preciso compreender que a maior parte das ações e da força de trabalho das vigilância sanitária no Brasil está nos estados e municípios. O encontro tem duração de dois dias e reúne cerca de 50 representantes de estados e municípios e também do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS).

O projeto IntegraVisa é uma parceria entre a Anvisa e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz dentro do Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). O projeto busca a qualificação da gestão das ações prioritárias de vigilância sanitária, criando procedimentos práticos comuns a serem executados no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

Anvisa


Divulgado relatório sobre mercado de medicamentos

A Secretaria Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (SCMED/Anvisa) divulgou, o Relatório de Atividades referente ao ano de 2016.

Um dos principais resultados foi a realização de todas as análises de aprovação de preços de medicamentos em primeira instância, em prazos máximos de 90 dias.

Destaca-se, no Relatório, a eliminação de todas as demandas relacionadas a ajustes a banco de preços e adequação ao sistema de monitoramento de mercado. A definição de preço da vacina contra a dengue também é outro feito do ano de 2016.

O documento traz ainda a descrição das competências e objetivos da SCMED, além de trazer a estrutura organizacional da Secretaria. A divulgação do documento atende aos requisitos da Lei de Acesso à Informação (nº 12.527/2011) e seu Decreto Regulamentador (nº 7.724/2012), que parte do princípio de que as informações referentes à atividade do Estado são públicas, salvo exceções expressas na legislação.

Confira os outros resultados obtidos pela SCMED em 2016, acesse aqui o Relatório.

Anvisa


Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2018 recebe 2.598 emendas

Acabou na noite de quarta-feira (5) o prazo para deputados e senadores apresentarem emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2018. Os números preliminares, divulgados pela Comissão Mista de Orçamento, apontam que foram apresentadas 1.751 emendas ao texto da proposta e 847 ao anexo de metas e prioridades.
O anexo é uma exigência da Constituição, que determina à LDO estabelecer as metas e prioridades da administração pública federal para o ano seguinte.

Das 847 emendas para o anexo, 777 trataram da inclusão de novas metas, além das já elencadas no projeto enviado pelo governo — que incluem áreas como saúde, educação, agricultura, recursos hídricos e ciência e tecnologia. Outras 70 ampliaram as metas previstas no texto.

Pelos dados preliminares, 239 deputados e 58 senadores apresentaram emendas ao projeto da LDO. Das 27 bancadas, apenas Sergipe não propôs sugestões, por falta de acordo entre os parlamentares do estado. Em relação às comissões do Congresso Nacional (Câmara e Senado), 42 apresentaram sugestões ao projeto da LDO.

Relatório final
O relator do projeto, deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), deverá agora se debruçar sobre as emendas. Pelas regras da Comissão de Orçamento, o relatório final só pode ser votado três dias úteis após a divulgação do texto. Se Pestana entregar o texto até domingo, a comissão terá condições de votar o parecer final na quarta-feira (12).

Depois da comissão, o texto precisa ser votado no Plenário do Congresso Nacional (sessão conjunta de deputados e senadores).

Leopoldo Silva/Agência Senado


Comissão de Seguridade Social e Família e Comissão de Ciência e Tecnologia promovem Seminário para debater sobre Tecnologia e Saúde Pública

Ontem (5/7), ocorreu o Seminário Internacional que debateu sobre "Tecnologia e Saúde Pública: soluções viáveis para os desafios brasileiros".

O evento foi realizado pelas seguintes comissões: Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), Comissão de Ciência e Tecnologia - CCTCI, Comissão Espacial de Inovação Tecnológica de Saúde (CETECSAU) e Comissão Mista de Desburocratização do Congresso Nacional.


O Seminário contou com a presença do Ministro da Saúde, Ricardo Barros, na abertura, que defendeu uma maior autonomia para os governos estaduais e municipais na utilização dos recursos transferidos do governo federal.

Além da apresentação do Ministro, o evento ainda teve três painéis, que contaram com a presença de empresas, fundações e representantes de governo. No primeiro painel, discutiu-se sobre "Tecnologia na gestão de saúde: maior eficiência, menor custo, melhor cuidado". No segundo painel, o debate se deu sobre "Tecnologia na pesquisa e no diagnóstico: tecnologia cognitiva". E, por fim, o terceiro painel discutiu sobre "Tecnologia no tratamento dos pacientes: conformidade e continuidade".

Entre as presenças, estava o Diretor-Executivo de Inovação do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Gregory Downing, Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Jailson Bittencourt de Andrade, Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, Deputado Hiran Gonçalves, Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, Deputado Paulo Magalhães, Presidente da Comissão Especial de Inovação Tecnológica da Saúde da Câmara dos Deputados, Deputado Juscelino Filho e o Autor do Requerimento na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, Deputado Paulo Abi-Ackel. Nos painéis, entre as presenças, estavam FIOCRUZ, IBM WatsonSBD - Sociedade Brasileira de DiabetesInterfarma e outras organizações.

Foto: Luis Macedo - Câmara dos Deputados, Fernanda Amorim - Assessoria da CSSF



Médicos, pacientes e deputados reforçam campanha de prevenção ao câncer de cabeça e pescoço

A doença é associada sobretudo ao uso de cigarro e álcool. Segundo especialistas, o fumo aumenta o risco da doença em 16 vezes; as bebidas alcoólicas, em nove vezes; e os dois juntos, em 100 vezes

A Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, está participando da campanha de conscientização sobre a doença

Médicos, pacientes e deputados reforçaram a campanha de prevenção ao câncer de cabeça e pescoço, que tem elevada incidência no Brasil.

O 'Julho Verde', campanha de conscientização sobre a doença, foi debatido em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (6).

A iniciativa também partiu da Frente Parlamentar Mista de Combate ao Câncer, coordenada pelo deputado Antônio Jácome (Pode-RN). A frente conta com 220 deputados e 15 senadores.

40 mil novos casos
O Instituto Nacional do Câncer prevê, só para este ano, cerca de 40 mil novos casos de tumores na região da cabeça e pescoço, sobretudo na boca, esôfago cervical, laringe e glândula tireoide. Os homens são as principais vítimas, apesar da crescente incidência entre as mulheres.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Fernando Walder, explicou que 50% dos pacientes são diagnosticados em estágio avançado da doença, o que dificulta o tratamento. "Diferentemente dos outros cânceres, o câncer de cabeça e pescoço é estigmatizante: ele está na cara. A pessoa não fala, não come, tem dor, tem disfunção, inclusive para viver em sociedade. É o maior índice de suicídio entre pacientes oncológicos do mundo. Se se pegar um paciente com uma lesão de um centímetro, cura-se esse paciente, com custo de tratamento quase zero e resultado excelente", alertou o médico.

Foco no diagnóstico
O foco no diagnóstico precoce também foi enfatizado pela presidente da Associação de Câncer de Boca e Garganta, Melissa Ribeiro. Ela perdeu a voz por conta de um câncer na laringe e falou, na audiência, com a ajuda de um aparelho transdutor de voz.

"Eu sou um exemplo de diagnóstico mal feito. Eu fui mal atendida por um otorrino durante um ano e meio. Foi um ano e meio que ele tirou de mim por falta de humildade de dizer: 'Olha, vamos fazer uma tomografia porque você está reclamando há um ano'. E ele brincou comigo: 'Para que você vai gastar em uma tomografia?' E assim acontece com um monte de pacientes que convivem comigo. Então, vamos trabalhar um pouquinho mais humanizado e um pouquinho mais multidisciplinar", destacou Melissa.

Tratamento caro
Segundo os especialistas, o tratamento eficiente é caro e multimodal, envolvendo, por exemplo, profissionais de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, odontologia, psicologia, fonoaudiologia e fisiatria. Para a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, há carência de profissionais no País e o atendimento médico é muito concentrado em poucas regiões.

Estudo realizado entre 2001 e 2012 mostra que, dentre os países emergentes do Brics, o Brasil foi o que mais investiu em saúde pública, por meio do SUS. Só que o valor seria mal aplicado, com 70% do volume oncológico gastos com quimioterapia. O Ministério da Saúde reconheceu o deficit expressivo em radioterapia, mas informou que um plano de expansão está em curso.

Racionalidade no investimento
Um dos autores do requerimento de audiência pública, o deputado Dr. Sinval Malheiros (Pode-SP), pediu maior racionalidade no investimento público em saúde. "O tumor de cabeça e pescoço é um problema sério de saúde pública e cerca de 500 mil casos novos são descobertos no mundo, por ano. É de suma importância, para o Brasil, discutirmos os assuntos relacionados a câncer, que é uma moléstia com crescente frequência", ressaltou o parlamentar.

Entre os principais sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço, estão ferida na boca que não cicatriza, caroços e ínguas no pescoço, nódulos na bochecha, área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua e amígdalas, além de dificuldade ou dor para mastigar e engolir. A doença é associada sobretudo ao uso de cigarro e álcool. Segundo especialistas, o fumo aumenta o risco da doença em 16 vezes; as bebidas alcoólicas, em nove vezes; e os dois juntos, em 100 vezes.

Reportagem – José Carlos Oliveira, Edição – Newton Araújo, Foto: Cleia Viana, Agência Câmara Notícias


Ministro da Saúde visita Colombo (PR) e anuncia recursos para a Santa Casa

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anuncia, nesta sexta-feira (07), no município de Colombo (PR), a liberação de novos recursos para a Santa Casa de Misericórdia do município. Os recursos são destinados a reformas e aquisição de equipamentos e materiais permanentes para a entidade.

A Santa Casa possui cerca de 40 leitos e realiza atendimentos em diversas especialidades, como angiologia, cardiologia, dermatologia, endocrinologia, ginecologia, obstetrícia, e ortopedia.
Anúncio de recursos para a Santa Casa de Misericórdia 
Data: 07 de julho (sexta-feira)
Horário:  16 horas
Local: Santa Casa de Misericórdia de Colombo - R. Mal Floriano Peixoto, 8429 – Centro, Colombo (PR)

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Mario Scheffer e Ligia Bahia participam de debate sobre a Lei nº 9.656/98 dos planos de saúde


Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei nº 7419 Foto Lúcio Bernardo / Câmara dos Deputados

Membros da Comissão de Política, Planejamento e Gestão em Saúde da Abrasco, os pesquisadores Ligia Bahia e Mario Scheffer participaram na quarta-feira, dia 28 de junho, do debate realizado pela Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei nº 7419, de 2006, do Senado Federal, que “altera a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde”, e apensados. Participaram do debate os deputados Hiran Gonçalves; Rogério Marinho; Fábio Mitidieri; Ivan Valente; Jorge Solla e ainda José Cechin, Diretor executivo representando a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais e o médico Waldir Cardoso, da Federação Médica Brasileira. Esta comissão está revendo em regime de urgência a Lei dos Planos de Saúde e vai propor mudanças na legislação de 1998, a partir da junção de 140 projetos que tramitam no Legislativo.

A Abrasco, o Idec e mais 15 entidades ligadas à defesa do consumidor emitiram nota em que denunciam que uma das mudanças pretendidas é a proibição do CDC (Código de Defesa do Consumidor) e a inclusão de pontos que beneficiam diretamente as empresas de planos de saúde. Entre eles estão a autorização de venda dos “planos populares”, que apresentam restrições de cobertura, transformar em “máximo” o rol mínimo de itens de cobertura obrigatória pelos planos, liberar o reajuste de planos individuais, acabar com o ressarcimento ao SUS toda vez que um cliente de plano é atendido no SUS. “O momento não é adequado para mudar a toque de caixa uma lei que afeta a saúde e a vida de 47,6 milhões de consumidores de planos de assistência médico-hospitalar individuais, familiares e coletivos”, diz a nota.

O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da comissão especial da Câmara, disse que há necessidade de aperfeiçoamento da lei dos planos e que as mudanças na legislação devem ser feitas preservando o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, para garantir a “saúde” das empresas. “Não pretendemos reinventar o sistema, mas pretendemos aperfeiçoar, racionalizar e permitir que funcione melhor”, disse. Na audiência pública, José Cechin, diretor-executivo da FenaSaúde (Federação Nacional de Planos de Saúde), informou que, de 2007 a 2016, o reajuste de preços feitos pelos planos foi de 115,4%, diante da inflação de 74,7% (IPCA), mas reforçou que a despesa assistencial per capita paga pelas operadoras aumentou 158,7%. Disse ainda que entre as medidas que poderiam conter o aumento de custos está a criação de uma rede hierarquizada com direcionamento, com um médico de família coordenando os cuidados. Cechin também sugeriu a coparticipação do usuário nas consultas, a possibilidade de planos regionalizados, a obrigatoriedade de segunda opinião médica em casos de maior complexidade e a exclusão de cobertura de tratamentos não-contratados ou de caráter experimental.

Sobre os números apresentados por Cechin, Ligia Bahia comentou que um plano privado de saúde não tem uma relação mutual de seguro social – “Ele é capitalizado, ou seja, o que se paga hoje será aplicado, de maneira que esta relação não tem nada de intergeracional, alguém paga desde que nasceu até envelhecer e isso será investido, e o Cechin coloca isso como se fosse um seguro social com pacto intergeracional, mas esta informação não tem sentido, não existe analogia possível, isso é uma falácia”, disse Ligia.

Um segundo aspecto que Ligia apontou como importante da audiência foi a diferença entre receita e despesa das empresas de plano de saúde – “Da maneira como foi colocado aqui, parece até que estas empresas privadas guardam dinheiro embaixo do colchão! Como se elas não tivesses lucro operacional, e o lucro financeiro, não vale? Vocês aqui acham que essas empresas todas têm prejuízo? claro que não, elas estão internacionalizadas, são grandes grupos econômicos, atualmente com investimentos de grandes grupos de capitais internacionais, enfim, isto foi apresentado aqui como se fosse tudo se tratasse de um orçamento doméstico, por favor, não acreditem nisso, isso é ruim, isso não ajuda o debate. Uma coisa é argumento, outra coisa é o chamado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura” que é o lobby. Esta audiência pública precisa ser um debate dialógico. Para concluir, queria deixar claro que eu defendo muito a defesa de respeitos particulares, mas eu acho que aqui quem diz que está defendendo o SUS, não está efetivamente. Seria muito mais interessante que todos soubessem quem é quem, e quem está defendendo o que, para que o debate se torne mais republicano, e que essa comissão possa ter clareza.

Sobre a Nota “Câmara dos Deputados pode aprovar a toque de caixa a nova lei dos planos de saúde”  Ligia reforçou que o texto pode ser tornar uma premonição inadequada – “Se este debate não se der com a presença de quem é contra os interesses gananciosos dos grandes grupos setoriais da saúde: esta nota tem todo o sentido e não é à toa que ela está sendo divulgada e ganhando repercussão, porque existe sim um sentimento de que este debate não está alcançando todos os setores que deveria alcançar, quero me inscrever para vir aqui de novo e não só eu, mas todas as entidades que assinam a nota deveriam ser convocadas para audiências publicas sobre o Projeto de Lei nº 7419, de 2006, do Senado Federal, que “altera a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde”, e apensados.

Mario Scheffer abordou a questão da judicialização e do financiamento – “Eu creio que esse não é um problema em si: judicialização é consequência, emite sinais das disfunções, das lacunas, da legislação das práticas indevidas das operadoras e também da atuação frouxa e leniente da agência reguladora, que historicamente foi capturada pelos interesses do mercado que ela devia regular. A judicialização não é o maior problema do sistema de saúde brasileiro. O maior problema do sistema de saúde brasileiro é o subfinanciamento público, que é a raiz de todos os outros problemas. E há uma diferença importante da judicialização do SUS e dos planos de saúde. Não há, no caso dos planos, com raras exceções, judicialização de tratamentos experimentais ou de medicamentos excepcionais até porque a assistência farmacêutica tem sido assumida unicamente pelo SUS. Os planos não têm por lei obrigação de oferecer medicamentos. E diferente do senso comum, o que trazemos com base em nossas pesquisas, nossas evidências científicas é que a judicialização dos planos hoje é imensamente maior do que aquelas demandas contra o SUS. Não só numericamente no estado de São Paulo, mas considerando a base populacional. O SUS atende toda a população, o SUS tem uma extensão de cobertura maior. inclusive de medicamentos e alta complexidade. E o perfil da judicialização dos planos é um cenário eloquente que nos diz muito. A maioria é de exclusão de cobertura, que vem de permissões e autorizações da própria legislação e da ANS, e é importante retomar uma conversa que já tivemos aqui, que uma parte expressiva desses projetos pensados por essa comissão, eles dizem respeito a essa ampliação de coberturas, alguns deles resolveriam uma parte da judicialização. Um exemplo que muitos conhecem são os quimioterápicos orais. eles representavam uma parte importante dessas ações judiciais contra planos e a câmara, o parlamento, depois de aprovada essa lei que obriga os planos a cobrir quimioterápicos orais eles passaram, então, essas ações não existirem mais. E um segundo ponto e para terminar, chamo atenção para a questão dos idosos que têm sido expulsos dos planos de saúde e isso está extremamente judicializado, principalmente por conta de reajustes que agora incidem nas faixas etárias, e ainda os planos falsos-coletivos chegaram aos tribunais como imaginávamos. O plano “P jotinha” – plano de adesão dissimulada em que o corretor mesmo indica para a pessoa entrar numa associação que nem fez parte, que não é da categoria profissional da pessoa. Isso tem levado a judicialização porque esses contratos fogem da regulação, permitem rescisão unilateral do contrato por uso e também o descredenciamento de prestadores. O momento não é adequado para, a toque de caixa, levar a votação em plenário de mudanças de uma legislação que tem a ver com a saúde de 47 milhões de brasileiros, mas que ao fim pode interferir para pior no funcionamento e organização de todo o sistema de saúde”, concluiu Scheffer.

Confira a íntegra da audiência pública:


O que há por trás das discussões dos planos de saúde na Câmara

Uma comissão especial da Câmara dos Deputados discute 140 projetos para alterar a Lei 9.656/98, que fixa normas sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde. O relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) pode apresentar em julho seu parecer.

Alterar a cobertura dos planos e rever o ressarcimento do Sistema Único de Saúde (SUS) são alguns dos pontos em discussão no colegiado. A matéria tramita em regime de urgência e chegou a entrar na pauta do Plenário da Câmara no início do mês, mas não foi apreciada.

Por outro lado, o setor o aguarda a resposta da Agência Nacional de Saúde (ANS) sobre a proposta dos chamados planos de saúde populares. O documento foi enviado para a agência em março pelo Ministério da Saúde.

Dentre os pontos sugeridos estão estabelecer a obrigatoriedade de segunda opinião médica para procedimentos de alto custo, aumentar os prazos para marcação de consulta ou de cirurgias programadas e que o reajuste seja feito por planilhas de custo e não pela média de preços cobrados nos planos de saúde coletivos.

O grupo de trabalho organizado pelo ministério também propôs aumentar em 50% a coparticipação do usuário. Nessa modalidade, o paciente paga, além do valor mensal do plano, uma taxa a cada vez que passar por uma consulta ou fizer um exame, por exemplo.
Outra medida sugerida foi a regionalização dos planos, que desobriga empresas a ofertarem serviços indisponíveis na região. Na prática, a medida pode impedir o acesso de usuários no interior a alguns exames, por exemplo.

Devido ao amplo número de propostas discutidas na comissão, não é possível saber, em detalhes, quais alterações deve ser feitas. A falta de transparência na discussão é um dos pontos criticados por especialistas.

“Os 140 projetos de lei não tratam desses temas (dos planos de saúde populares), mas da ampliação da cobertura, isonomia, então estranhamos quando vimos que as discussões não estavam em torno dos PLS, mas de rever o ressarcimento ao SUS e o rol de cobertura (…) Não é um debate documentado”, afirmou ao HuffPost Brasil Ana Carolina Navarrete, pesquisadora em saúde do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Nas audiências públicas na Câmara, representantes de empresas defenderam os planos regionalizados, a coparticipação e uma nova definição do rol de cobertura como forma de reduzir os custos das empresas.

De acordo com o diretor-executivo da Federação Nacional de Planos de Saúde (FenaSaúde), José Cechin, de 2007 a 2016, o reajuste de preços feitos pelas operadoras de planos de saúde foi de 115,4%, diante da inflação de 74,7% (IPCA). Ele destaca, contudo, que a despesa assistencial per capita paga pelas operadoras aumentou 158,7%.
“Os reajustes autorizados foram altos e pôem as pessoas que pagam em dificuldades crescentes. Entendemos essa dificuldade. Mas o fato é que os reajustes são altos porque as despesas têm crescido nessa faixa e se a operadora não repassa para as mensalidades os custos ela vai em pouco tempo entrar em insolvência”, afirmou Cechin ao HuffPost Brasil.

A fim de reduzir a judicialização na área, a FenaSaúde defende uma alteração na lei dos planos para que “a ANS possa definir o rol de cobertura e que faça uma análise efetiva de custos e acompanhe o relatório de impacto financeiro das mensalidades dos planos”, de acordo com Cechin. A entidade, contudo, é contra a redução dos serviços oferecidos pelos planos.

O faturamento das operadoras de planos de saúde aumentou 12,8%, para R$ 158,3 bilhões, em 2016. Os custos, por sua vez, cresceram 14,4% para R$ 125,5 bilhões, segundo dados da ANS. O setor encerrou o ano passado com lucro de R$ 6,2 bilhões, o que representa um crescimento de 70,6% quando comparado a 2015.

Marinho, que foi relator da reforma trabalhista na Câmara, defende a revisão da Lei a fim de preservar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, para garantir a “saúde” das empresas. Ele pode abordar aspectos dos planos populares em seu parecer. Na interpretação do Idec, a regionalização, por exemplo, não poderia ser tratada por meio de resolução da ANS.

Nesta semana, o Idec, junto com outras entidades, como a Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) e o ProconsBrasil, divulgaram um manifesto contra as alterações em discussão na Câmara.

Em meio à crise política e de credibilidade do Congresso Nacional, esta é mais uma afronta à sociedade. É inaceitável o método de trabalho da comissão especial, funcionando em regime de urgência, com a realização de poucas audiências públicas sobre um tema que requer discussões aprofundadas e com ampla participação de todos os segmentos interessados.

De acordo com o manifesto, há 47,6 milhões de consumidores de planos de assistência médico-hospitalar individuais, familiares e coletivos. O texto destaca a “crescente insatisfação” dos brasileiros devido a exclusões de cobertura, barreiras de acesso para idosos e doentes crônicos, reajustes proibitivos, rescisões unilaterais de contratos, demora no atendimento e problemas na relação entre operadoras e prestadores de serviços.
O documento chama atenção também para as relações entre os parlamentares e as operadoras. Conforme dados da Justiça Eleitoral, empresas do setor doaram R$ 54,9 milhões nas eleições de 2014, o que contribuiu para eleger 29 deputados federais e 3 senadores.

O próprio ministro da Saúde, Ricardo Barros, deputado federal licenciado, teve como principal doador da campanha Elon Gomes de Almeida, sócio do Grupo Aliança, administradora de benefícios de saúde, que disponibilizou R$ 100 mil para o então candidato. O presidente da comissão, deputado Hiran Gonçalves (PP-RR) é próximo ao ministro.

Especialistas apontam que o setor tem sido beneficiado pelo Congresso Nacional “desde a aprovação da lei 9656/98, que contém várias lacunas e brechas a favor desse mercado”.
O lobby empresarial impediu os trabalhos da CPI dos planos de saúde, conseguiu emplacar representantes do setor em cargos diretivos da ANS e obteve a aprovação de medidas provisórias que garantem não pagamento de multas, refinanciamento de dívidas, subsídios, isenções, anistias fiscais, autorização do uso de reservas técnicas até em aplicações financeiras e outros benefícios econômicos.Manifesto de entidades contra mudanças nos planos de saúde.  – Manifesto de entidades contra mudanças nos planos de saúde

De acordo com Ana Carolina Navarrete, a proposta dos planos populares tem como objetivo a desregulamentação do setor. “Empresa vai poder descumprir o prazo ou negar cobertura e o consumidor não vai conseguir se proteger. Está criando um setor subregulado”, afirma. Estudo do Idec mostra que 118 plano de saúde em São Paulo cobram até R$ 340,00.

Professor do departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (DMP/FM/USP) e vice-presidente da Abrasco, Mário Scheffer também critica o debate na Câmara. “Um Congresso com crise de credibilidade e como os interesses particulares empresariais estão muito próximos, os setores se aproveitam de um momento de fragilidade política e institucional para emplacar agendas, o que é perigoso”, afirmou ao HuffPost Brasil.

Na avaliação de Scheffer, a comissão pode ainda neutralizar projetos que propõem a expansão de coberturas. “Um projeto aprovado há pouco tempo obrigou os planos a oferecer quimioterápicos orais. Foi preciso uma lei para garantir isso. Tem vários outros para garantir reprodução assistida, atendimento a gestante antes da carência do plano obstétrico, detalhes que respondem a demandas concretas vividas pelo paciente”, afirma.
Em nota, a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) afirma que pesquisa Ibope feita a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), mostra que 80% das pessoas estão satisfeitas ou muito satisfeitas com o seu plano de saúde e o principal motivo é justamente a qualidade do atendimento.

De acordo com a entidade, levantamento do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor, mostra que em 2016 o setor de planos de saúde recebeu 35.318 notificações dentre 1,5 bilhão de atendimentos realizados, o que equivale a 0,002% do total.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde afirmou que cabe à ANS se manifestar sobre o assunto. Ao enviar a proposta dos planos populares para ANS, a pasta não defendeu oficialmente a proposta, mas disse que as medidas visam “dar alternativa aos 2 milhões de brasileiros que perderam seus planos de saúde”.

A ANS informou que não há previsão para se posicionar sobre o tema. A agência organiza desde a última quarta-feira (28) até esta sexta-feira (30) um encontro com especialistas e integrantes do setor sobre os planos acessíveis.

Após essa etapa, a ANS fará a compilação das contribuições recebidas e apresentará um relatório à Diretoria Colegiada da Agência para deliberação e encaminhamento ao Ministério da Saúde.

Texto de Marcella Fernandes, da HuffPost Brasil.



CNI quer agilizar acordo comercial entre Mercosul e União Europeia

Uma nova rodada de negociação entre o Mercosul e a União Europeia (UE) para um acordo de livre comércio acontece ao longo desta semana, em Bruxelas, na Bélgica. Representantes da indústria brasileira estão presentes na reunião, que teve início na última segunda-feira (3) e segue até sexta-feira (7), para pressionar pela aceleração das negociações entre os dois blocos.

O objetivo do empresariado brasileiro é garantir, no fim deste ano, o acordo que conterá questões prioritárias já estabelecidas entre os dois blocos. A missão empresarial, liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), leva 30 líderes de indústrias ligados a setores da agroindústria e da indústria na pauta comercial com o bloco europeu.

Para a negociação, a CNI preparou documento de posição da indústria que foi entregue ao governo brasileiro. Nele, o setor industrial apresenta 79 propostas em dez temas: comércio de bens; regras de origem; aduana e facilitação de comércio; medidas sanitárias e fitossanitárias; cooperação e capacitação; desenvolvimento sustentável; defesa comercial; comércio de serviços e estabelecimento; e compras governamentais.

Entre os principais pleitos, está a ampliação do prazo de até 10 anos para até 15 anos na desgravação tarifária, que é a redução a zero da tarifa de importação de alguns produtos.

De acordo com a CNI, a União Europeia, de forma geral, apresenta tarifas baixas e quase um quarto dos bens possuem tarifa zero. Entretanto, em 1.001 produtos que a CNI calculou que o Brasil possui oportunidades de exportação para a UE, o bloco aplica tarifa para 67% deles.

O setor também defende aumentar quota de redução tarifária para o agronegócio brasileiro, principalmente para carne de frango e bovina, tabaco e açúcar, e eliminar reservas de carga no transporte marítimo entre países do Mercosul e da União Europeia e com terceiros países.



Finep destinará até R$ 1 bilhão para projetos de inovação no Nordeste

De acordo com Gilberto Kassab, a meta é que os recursos da Finep sejam levados para todo o país - Foto: Ascom/MCTICA 

Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) anunciou nesta segunda-feira (3) a instalação de um novo escritório em Fortaleza (CE). A partir da iniciativa, a agência pretende conceder até R$ 1 bilhão para projetos privados de inovação - sejam de startups, pequenas, médias ou grandes empresas -desenvolvidos na região Nordeste. O financiamento é reembolsável e pode se estender por até 12 anos.

A informação foi anunciada durante o 1º Encontro Finep para Inovação, realizado no Seara Praia Hotel, em Fortaleza. No evento, o presidente da Financiadora, Marcos Cintra, afirmou que em 2017 a agência tem um total de R$ 7 bilhões disponíveis para empresas de todo o Brasil que querem inovar. No Nordeste, o aporte inicial será de R$ 500 milhões. “Esta é uma região com uma enorme capacidade inovativa. Estamos sinalizando nossa disposição em colocar recursos aos que desejam inovar”, comentou.

Cintra definiu o futuro escritório em Fortaleza como o primeiro passo de um processo de regionalização a ser estendido ao país inteiro. "Apesar de 50 anos de intensas atividades e de apoio à ciência e tecnologia, a Finep falhava em presença física aqui no Nordeste, que, em todas as nossas análises técnicas, demonstrou uma gigantesca capacidade de contribuir para a inovação no Brasil", afirmou. "Em breve, chegaremos também a outras regiões, incluindo o Norte e o Centro-Oeste."

Presente no evento, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, lembrou que a agência concentrou sua atuação de forma quase exclusiva no eixo Rio–São Paulo. “Cada vez mais o poder público precisa percorrer todo o país. Essa expansão para o Nordeste é uma iniciativa que pode, inclusive, melhorar o índice de crescimento do Brasil, bem como diminuir a desigualdade”, disse.

Segundo o ministro, Santa Catarina deve receber outro escritório, voltado à região Sul. "Temos que levar os recursos da Finep para todo o Brasil. E assim será daqui para frente, chegando a todos os cantos do país, em busca de bons projetos, para financiar o desenvolvimento nacional", avaliou. “Esse trabalho começa aqui, em Fortaleza, mas correrá todo o estado do Ceará e todo o Nordeste, já disponibilizando R$ 500 milhões em uma primeira etapa, por meio de um recurso pronto para ser utilizado em parcerias a partir de amanhã", ressaltou.

Aproximação

Nesta terça-feira (4), empresários cearenses e de outros estados do Nordeste terão oportunidade de agendar atendimento individualizado com especialistas da Finep. Os encontros servirão para esclarecer dúvidas sobre funcionamento de linhas e programas, itens financiáveis, condições de financiamento e formulário de submissão de propostas, entre outras ferramentas.

"O que diferencia uma nação progressista, em desenvolvimento e dinâmica de uma nação estagnada é a sua capacidade de inovar, ou seja, o seu potencial de transformar conhecimento em valor e investir na criação de novos produtos e processos", informou Marcos Cintra. "E é exatamente isso que estamos fazendo aqui hoje, convidando todos os senhores empresários para contribuírem conosco, serem nossos parceiros nesse empreendimento, que certamente fará uma enorme diferença na retomada do crescimento econômico brasileiro."

Durante o encontro, a diretoria-executiva da Finep também apresentará a empresários nordestinos três novas iniciativas de apoio à inovação: o programa Finep Startup, que busca aportar recursos e conhecimento com participação no capital de empresas em estágio inicial; uma linha de financiamento exclusiva para aquisição de equipamentos de telecomunicação 100% fabricados no país; e o seguro-garantia financeira, que representa uma alternativa menos custosa para operações de crédito.



Novo diretor da OMS assume cargo com apelo em defesa da cobertura universal de saúde

‘Cerca de 400 milhões de pessoas não têm acesso nenhum a cuidados básicos de saúde’, enfatizou o novo chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante pronunciamento na segunda-feira (3) para os funcionários do organismo internacional. Dirigente assumiu o cargo no último final de semana (1º).

Novo diretor da OMS é recebido pela equipe do organismo internacional. Foto: OMS

O etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus assumiu no último sábado (1º) a direção da Organização Mundial da Saúde(OMS). Dirigente foi eleito pelos Estados-membros em maio para suceder a ex-dirigente do organismo, Margaret Chan, que ocupava o cargo desde janeiro de 2007. Em discurso de posse, Tedros defendeu a cobertura universal de saúde.

“Cerca de 400 milhões de pessoas não têm acesso nenhum a cuidados básicos de saúde”, enfatizou o chefe da agência da ONU durante pronunciamento na segunda-feira (3) para os funcionários do organismo internacional. Tedros indicou que as prioridades de seu mandato serão a cobertura universal de saúde, as emergências, a saúde das mulheres, crianças e jovens e os impactos das mudanças climáticas e ambientais sobre o bem-estar da população.

Ressaltando que a cobertura universal de saúde está no centro dessas outras linhas de ação, o diretor da OMS afirmou que a “visão coletiva” da agência deve ser “um mundo em que todos possam alcançar vidas saudáveis e produtivas não importando quem sejam ou onde vivam”.

O novo chefe da agência da ONU começará o mandato com agenda cheia. Nesta semana, em Hamburgo, Tedros liderará a delegação da OMS durante a cúpula de autoridades em saúde do G20. Encontro tem início na próxima sexta-feira (7).

Tedros é o primeiro africano a chefiar a OMS. Na Etiópia, foi ministro das Relações Exteriores, de 2012 a 2016, e ministro da Saúde, de 2005 a 2012. Também trabalhou como diretor do Conselho do Fundo Global contra AIDS, Tuberculose e Malária, codiretor do Conselho da Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil e diretor do Conselho da Parceria Roll Back Malaria (RBM).

Na chefia do Ministério da Saúde de seu país de origem, liderou uma reforma abrangente no sistema de atendimento e ampliou a infraestrutura nacional, criando 3,5 mil centros de saúde e 16 mil postos de saúde. Tedros aumentou em 38 mil o número de profissionais de saúde, além de implementar mecanismos de financiamento para expandir a cobertura de seguros de saúde.



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