Unidade faz parte de
contrapartida da empresa no acordo com o Ministério da Saúde para o
fornecimento de aceleradores lineares no país. Equipamento é o mais moderno no
tratamento de câncer.
Foto: Erasmo Salomão
“Com a construção dessa fábrica, em Jundiaí, parte dos 100
aceleradores lineares será fabricada no Brasil”, disse o ministro Ricardo
Barros
O primeiro centro de
treinamento de radioterapia do Brasil entra em funcionamento nesta
segunda-feira (20/11). A inauguração contou com a presença do Ministro da
Saúde, Ricardo Barros. A unidade de capacitação faz parte do Acordo de
Compensação Tecnológica (ACT) assinado entre a empresa e o Ministério da Saúde.
A partir dessa parceria, será possível produzir no Brasil aceleradores
lineares, equipamentos considerados mais modernos no tratamento do câncer e
ampliar a oferta de tratamento da doença.
“Fizemos a maior compra
pública de aceleradores lineares do mundo: são 100 equipamentos, eram 80 e
adicionamos mais 20. Com a construção dessa Fábrica, em Jundiaí, alguns desses
equipamentos serão fabricados aqui, mas, principalmente, teremos manutenção,
horas/ técnicos e peças para reposição com valores em reais. Esse centro de
treinamento é fundamental nesse início, para que as pessoas se qualifiquem para
operar os equipamentos que já começaram a ser entregues este ano no país”,
enfatizou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Instalado em Jundiaí (SP) na
fábrica da Varian Medical, a unidade tem capacidade de capacitar 1.500 pessoas
por ano para manuseio de aceleradores lineares. O centro de capacitação vai
auxiliar a expansão da radioterapia no país e internalizar a tecnologia,
diminuindo os gastos públicos além da dependência do mercado externo. A empresa
tem expectativa de oferecer regularmente 13 cursos, formando uma rede de
treinamento em parceria com Universidades.
O acordo com o Ministério da
Saúde prevê investimentos de R$ 500 milhões para a aquisição de 80 aceleradores
lineares e realização de projetos e obras. A produção nacional desses
equipamentos vai viabilizar uma economia de aproximadamente R$ 25 milhões em
relação ao que era realizado por meio de convênios. Desde o início deste
acordo, a empresa já conseguiu concluir 42% do cumprimento das obrigações
assumidas.
Para ter um centro regional
estratégico no mundo e o primeiro da América Latina, a Varian já investiu US$
20 milhões. O complexo da empresa, que tem 4.700m2, compreenderá a
sede na América Latina da Varian, o centro de treinamento e educação, além da
produção de aceleradores lineares (equipamentos de radioterapia) e site de
pesquisa e desenvolvimento de software.
PLANO DE EXPANSÃO – A
compra de aceleradores lineares faz parte do Plano de Expansão da Radioterapia,
que tem como objetivo ampliar o acesso da população a procedimentos oncológicos
SUS. O Ministério da Saúde já entregou cinco aceleradores lineares no país,
beneficiando a população de Maceió (AL), Campina Grande (PB), Feira de Santana
(BA) e Curitiba (PR). Em julho, o Hospital Universitário de Brasília (HUB)
recebeu o quinto aparelho e deve colocar em funcionamento até o final deste
mês.
Cabe ressaltar que os
aceleradores lineares são equipamentos de altíssima complexidade tecnológica e
não podem ser instalados sem os devidos cuidados com a proteção radiológica. As
instalações exigem espaço físico com características peculiares e distintas das
construções tradicionais de estabelecimentos e unidades de saúde, uma vez que
envolve, por exemplo, sistemas de climatização específicos, refrigeração da
água, sistema elétrico diferenciado e maior espessura das paredes.
ASSISTÊNCIA – A oferta da
radioterapia no país é crescente. Em 2010, foram realizados 8,3 milhões
procedimentos de radioterapia. Em 2016 foram 10,45 milhões, um aumento de
25,9%. Vale ressaltar que essa ampliação também é resultado do investimento
realizado pelo Ministério da Saúde na compra de aceleradores lineares, por meio
de convênios.
A Pasta já ampliou, em seis
anos, 46% os recursos para tratamentos oncológicos (cirurgias, radioterapias e
quimioterapias), passando de R$ 2,27 bilhões, em 2010, para R$ 3,33 bilhões,
em 2016. Em 2017, até o momento, foram investidos R$ 672,8 milhões. Somados a
esses valores, há ainda os recursos relacionados às ações de média
complexidade, como consulta com especialista e realização de exames, além dos
medicamentos oncológicos.
Por Victor Maciel, da Agência
Saúde