Destaques

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Libbs e MOC lançam curso on-line sobre medicamentos biossimilares


Com objetivo de capacitar médicos oncologistas e profissionais de saúde envolvidos no tratamento do câncer, a Libbs, em parceria com o Manual de Oncologia Clínica do Brasil (MOC), desenvolveu um curso básico de especialização sobre biossimilares. Coordenado pelo oncologista Antônio Carlos Buzaid, as vídeo-aulas são on-line e gratuitas.

Abordando temas como os aspectos farmacoeconômicos e pesquisa clínica dos biossimilares, as aulas serão ministradas por grandes especialistas da área, como a Dra. Maely Retto, presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (Sbrafh), Dr. Everardo Saad, diretor da DENDRIX, Dr. Carlos Barrios, M.D., do Hospital do Câncer Mãe de Deus. Além disso, o curso apresenta uma entrevista exclusiva da Dra. Ana Moro, diretora do laboratório de biofármaco do Instituto Butantan, falando sobre os aspectos regulatórios dos biossimilares e guidelines do FDAEMA e ANVISA.

De acordo com o coordenador do curso, Dr. Antônio C. Buzaid, a iniciativa tem como missão orientar os profissionais envolvidos no tratamento do câncer sobre o que são os biossimilares, quais as vantagens desses medicamentos, como são desenvolvidos e apresentar estudos clínicos para demonstração de comparabilidade, não inferioridade ou superioridade, bem como aspectos regulatórios.

Os medicamentos biossimilares estão se consolidando cada vez mais como uma alternativa efetiva para garantir ampliação do acesso ao tratamento do câncer e doenças autoimunes no Brasil. Para Eduardo Vicentim, gerente de planejamento de marketing da Libbs,  essa iniciativa reforça a preocupação da companhia com a capacitação de profissionais da saúde, para que estejam sempre em linha com o que há de novidade no mercado.

Segundo Dr. Buzaid, embora o biossimilar seja extremamente moderno e eficaz, ainda há falta de informação sobre esse medicamento e quando utilizar. “Esse curso é uma ótima oportunidade de atualização para os especialistas que tratam de doenças como câncer, por exemplo. Essa especialidade necessita de constante atualização de conhecimentos nos tratamentos disponíveis”, finaliza o médico.

 (Fonte: Snif Brasil – 14/02/2018)


OMS emite recomendações para estabelecer padrão de cuidado para mulheres grávidas e reduzir intervenções médicas desnecessárias


Foto: Tyler Olson/Shutterstock.com
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu novas recomendaçõespara estabelecer padrões globais de cuidado para mulheres grávidas saudáveis e reduzir intervenções médicas desnecessárias. Em todo o mundo, cerca de 140 milhões de nascimentos acontecem todos os anos.

A maioria ocorre sem complicações para as mulheres e seus bebês. No entanto, ao longo dos últimos 20 anos, os profissionais aumentaram o uso de intervenções que antes eram utilizadas apenas para evitar riscos ou tratar complicações, como a infusão de oxitocina para acelerar o parto normal ou a cesariana.

"Queremos que as mulheres deem à luz em um ambiente seguro, com profissionais capacitados e em instalações bem equipadas. No entanto, a crescente medicalização dos processos normais de parto está prejudicando o protagonismo da mulher para dar à luz e impactando negativamente na experiência do nascimento", diz Princess Nothemba Simelela, diretora-geral adjunta da área de Família, Mulheres, Crianças e Adolescentes da OMS.

"Se o trabalho está progredindo normalmente e a mulher e seu bebê estão em boas condições, eles não precisam receber intervenções adicionais para acelerar o parto", acrescenta.

O parto é um processo fisiológico e natural que pode ser vivenciado sem complicações pela maioria das mulheres e bebês. Contudo, estudos mostram que uma proporção substancial de mulheres grávidas saudáveis sofre pelo menos uma intervenção clínica durante o parto e o nascimento. Elas também são frequentemente submetidas a intervenções de rotina desnecessárias e potencialmente prejudiciais.

A nova diretriz da OMS inclui 56 recomendações baseadas em evidências sobre quais cuidados são necessários durante o trabalho de parto e pós parto imediato para a mulher e seu bebê. Entre elas, estão a escolha de um acompanhante durante o trabalho de parto e o nascimento; garantia de cuidados respeitosos e boa comunicação entre mulheres e a equipe de saúde; manutenção da privacidade e confidencialidade; e liberdade para que as mulheres tomem decisões sobre o manejo da dor, posições para o trabalho de parto e para o nascimento, bem como o desejo natural de expulsar (a escolha da posição no período expulsivo) do feto, entre outros.

Todo trabalho de parto é único e progride a diferentes ritmos
A nova diretriz da OMS reconhece que cada trabalho de parto e nascimento são únicos e que a duração de sua primeira etapa ativa varia de uma mulher para outra. Geralmente, um primeiro trabalho de parto não se estende além de 12 horas. Trabalhos subsequentes geralmente não se estendem além de 10 horas.

Para reduzir as intervenções médicas desnecessárias, a diretriz da OMS afirma que o índice de referência anterior para o ritmo de dilatação cervical em 1 cm/h durante o primeiro estágio de trabalho ativo (conforme avaliado por um partograma ou gráfico usado para documentar o curso de um trabalho de parto normal) pode não ser realista para algumas mulheres e é impreciso na identificação de mulheres em risco de resultados adversos de parto. A diretriz enfatiza que um ritmo de dilatação cervical mais lento, por si só, não deve ser uma indicação rotineira para uma intervenção com o objetivo de acelerar o parto ou o nascimento.

"Muitas mulheres querem um nascimento natural e preferem confiar em seus corpos para dar à luz, sem o auxílio de intervenção médica", alega Ian Askew, diretor do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da OMS. "Mesmo quando uma intervenção médica é desejada ou necessária, a inclusão das mulheres na tomada de decisões sobre os cuidados que recebem é importante para garantir que atinjam o objetivo de uma experiência positiva de parto".

Cuidados de alta qualidade para todas as mulheres
As intervenções desnecessárias no trabalho de parto são generalizadas em ambientes de baixa, média e alta renda, muitas vezes pressionando recursos já escassos em alguns países e ampliando a lacuna de equidade.

À medida que mais mulheres dão à luz em unidades de saúde com profissionais e referências oportunas, merecem uma melhor qualidade de atendimento. Em todo o mundo, aproximadamente 830 mulheres morrem todos os dias pela gravidez ou por complicações relacionadas à gestação e ao parto. A maioria dessas mortes pode ser prevenida com cuidados de alta qualidade durante a gravidez e o parto.

O cuidado desrespeitoso e não digno prevalece em muitas unidades de saúde, violando os direitos humanos e afastando as mulheres da busca por serviços de cuidados durante o parto. Em muitas partes do mundo, equipes de saúde controlam o processo de parto, o que expõe ainda mais as mulheres grávidas saudáveis a intervenções desnecessárias que interferem no processo natural de parto.

Conseguir os melhores resultados físicos, emocionais e psicológicos possíveis para a mulher e seu bebê requer um modelo de cuidados em que os sistemas de saúde empoderem todas as mulheres para a escolha e o acesso a cuidados centrados na criança e na satisfação das escolhas da mãe.

Os profissionais de saúde devem informar às gestantes saudáveis que a duração do trabalho de parto varia muito de uma mulher para outra. Enquanto a maioria das mulheres deseja um trabalho de parto e um nascimento natural, também reconhecem que o nascimento pode ser um evento imprevisível e arriscado e que um monitoramento próximo e às vezes intervenções médicas podem ser necessárias. Mesmo quando as intervenções são necessárias ou desejadas, as mulheres geralmente desejam manter uma sensação de realização e controle pessoal, envolvendo-se na tomada de decisões estreitando o vinculo com o bebê após o parto.

Fonte:Portal paho.org




Agências pedem novo posicionamento da AGU sobre diplomas


Dirigentes de agências entregaram pedido de reexame para ministra Grace Mendonça sobre validade de títulos acadêmicos anteriores à entrada dos servidores efetivos nas agências.

Dez agências reguladoras federais assinaram em conjunto um pedido para que a AGU reexamine o seu posicionamento sobre a validade dos títulos acadêmicos dos seus servidores. O documento é assinado pelos dirigentes máximos das dez agências federais e foi entregue à ministra Grace Mendonça pelos diretores de agências na última semana.

No texto os diretores das agências defendem que os títulos de especialização, mestrado e doutorado contem para a promoção e progressão, mesmo que tenham sido obtidos antes do ingresso na carreira de cargos efetivos nas Agência.

O posicionamento atual da Advocacia-Geral da União é que os títulos anteriores à entrada na carreira não têm validade para progressão e promoção.

Para os dirigentes das agências reguladoras federais, esse entendimento cria algumas distorções que oneram as próprias agências, pois é mais interessante para a administração pública receber profissionais mais qualificados a ter que treiná-los e formá-los.

Da forma atual, mesmo pessoas com mestrado e doutorado que ingressam nas carreiras não podem utilizar esses títulos para progredir na carreira, e precisam obter novos títulos de mestrado e doutorado para que usá-los para a promoção na carreira.





Ministério da Saúde alerta para a necessidade de aumentar a vacinação


Até quinta-feira (15), 3,95 milhões de pessoas foram vacinadas contra febre amarela em São Paulo e Rio de Janeiro, 19,3% do público-alvo. A recomendação é que os estados continuem a campanha

Crédito: Rodrigo Nunes/MS

Recomendação é que os estados continuem campanha contra febre amarela, ressaltou o ministro Ricardo Barros

O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação da população dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo durante a campanha contra febre amarela. Dados preliminares dos dois estados apontam que, até esta quinta-feira (15), 3,95 milhões de pessoas foram vacinadas, sendo 3,6 milhões com doses fracionadas e 356,8 mil com doses padrão. O número corresponde a 19,3% do público-alvo previsto no Sudeste. A recomendação é que os estados continuem vacinando até atingir alta cobertura.

“A vacina é a medida mais eficaz para combater a doença e evitar casos e mortes. Por isso é necessário que toda a população que vive nos municípios onde a campanha está ocorrendo procure se vacinar. O vírus da febre amarela tem acometido pessoas que vivem em regiões próximas a matas e que nunca se vacinaram contra a febre amarela, ou seja, suscetíveis para a doença”, alertou o ministro da Saúde Ricardo Barros.



A previsão é que sejam vacinadas 20,5 milhões de pessoas no Sudeste, sendo 10,3 milhões em 54 municípios de São Paulo e 10 milhões em 15 municípios do Rio de Janeiro. Devido à baixa procura da população para a vacinação contra a febre amarela, o estado do Rio prorrogou a campanha. No estado, 1,22 milhão de pessoas foram vacinadas (12%), sendo 963,5 mil com a fracionada e 257 mil com a padrão. Em São Paulo, a previsão para o término da campanha é neste sábado (17), quando acontece o Dia D de Mobilização. O estado vai avaliar a necessidade de prorrogação da campanha após essa data. No total, 2,7 milhões de paulistas foram vacinados, o que representa 26% do público-alvo, sendo 2,6 milhões de pessoas com a fracionada e 99,8 mil com a padrão.

Itens relacionados
Na Bahia, a campanha de fracionamento da vacina de febre amarela terá início na próxima segunda-feira (19). O estado pretende vacinar 3,3 milhões de pessoas em 8 municípios. Para auxiliar os estados e municípios na realização da campanha, o Ministério da Saúde repassou aos estados R$ 54 milhões. Desse total, R$ 15,8 milhões para São Paulo; R$ 30 milhões para Rio de Janeiro e R$ 8,2 milhões para a Bahia. Para atender exclusivamente à demanda da campanha de fracionamento, o Ministério da Saúde distribuiu 14,9 milhões de doses da vacina de febre amarela aos estados do Rio de Janeiro (4,7 milhões), Bahia (300 mil) e São Paulo (9,9milhões). Também foram enviadas 15 milhões de seringas aos estados, sendo 5,2 milhões para o Rio de Janeiro, 500 mil para a Bahia e 9,3 milhões para São Paulo.

Para a coordenadora substituta do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Ana Goretti, as pessoas que mais precisam da vacina são as que acabam não procurando as unidades de saúde. “O que percebemos em relação à resistência na vacinação é o que acontece com outras vacinas que é a dificuldade do homem, adulto jovem, que mora perto de matas, em buscar uma unidade de saúde para se vacinar. É fundamental que essas pessoas, que são mais vulneráveis, se vacinem para aumentar as coberturas vacinais e garantir uma população devidamente protegida contra o vírus da febre amarela”, concluiu Ana Goretti.

A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando há aumento de epizootias e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional. A dose fracionada tem apresentado a mesma proteção que a dose padrão. Estudos em andamento já demonstraram proteção por pelo menos oito anos e novas pesquisas continuarão a avaliar a proteção posterior a esse período.

O Ministério da Saúde, no ano de 2017 até o momento, encaminhou às Unidades da Federação o quantitativo de aproximadamente 64,5 milhões de doses da vacina. Para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia foram enviados cerca de 54,3 milhões de doses, com objetivo de intensificar as estratégias de vacinação, sendo 22,7 milhões (SP), 12 milhões (MG), 12 milhões (RJ), 3,7 milhões (ES) e 3,9 milhões (BA).

PESQUISA
O Instituto Evandro Chagas (IEC), vinculado ao Ministério da Saúde, conseguiu detectar o vírus da febre amarela em mosquitos Aedes albopictus (popularmente conhecido como Tigre Asiático). Os mosquitos, que vivem em áreas rurais e urbanas, foram capturados em 2017, em áreas rurais próximas dos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais. Novos estudos são necessários para confirmar agora a capacidade vetorial (transmissão) do Aedes albopictus, pois o encontro do vírus no mosquito não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da doença.

O Ministério da Saúde está apoiando o IEC e o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), que também participou da pesquisa, na nova fase do estudo que culminará em novas capturas de mosquitos e avaliação do potencial de transmissão da doença.

“O encontro do vírus no mosquito Aedes albopictus não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da febre amarela. Por isso é preciso voltar a essas áreas para uma nova coleta de mosquitos e avaliar a capacidade de transmissão deles”, explicou o diretor do IEC, Pedro Vasconcelos, que concluiu descrevendo o cenário do Brasil com a febre amarela. “O que está ocorrendo no Brasil é que os casos de febre amarela estão ocorrendo em áreas onde não era recomendada a vacinação, portanto as pessoas estão suscetíveis porque não eram vacinadas. Por isso a importância de se vacinarem nessa campanha e evitarem casos e mortes pela doença”, concluiu.

O Ministério da Saúde reitera que não há registro confirmado de febre amarela urbana no país e também não há registro de mosquitos Aedes aegypti infectados com o vírus da febre amarela. Todos os casos de febre amarela registrados no Brasil desde 1942 são silvestres, inclusive os atuais, ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes). Além disso, o que caracteriza a transmissão silvestre, além da espécie do mosquito envolvida, é que os mosquitos transmitem o vírus e também se infectam a partir de um hospedeiro silvestre, no caso o macaco.

A probabilidade da transmissão urbana no Brasil é baixíssima por uma série de fatores: todas as investigações dos casos conduzidas até o momento indicam exposição a áreas de matas; em todos os locais onde ocorreram casos humanos, também ocorreram casos em macacos; todas as ações de vigilância entomológica, com capturas de vetores urbanos e silvestres, não encontraram presença do vírus em mosquitos do gênero Aedes; já há um programa nacionalmente estabelecido de controle do Aedes aegypti em função de outras arboviroses (dengue, zika, chikungunya), que consegue manter níveis de infestação abaixo daquilo que os estudos consideram necessário para sustentar uma transmissão urbana de febre amarela. Além disso, há boas coberturas vacinais nas áreas de recomendação de vacina e uma vigilância muito sensível para detectar precocemente a circulação do vírus em novas áreas para adotar a vacinação oportunamente.

CASOS DE FEBRE AMARELA
De 1º de julho de 2017 a 15 de fevereiro deste ano foram confirmados 409 casos de febre amarela no país, sendo 183 em São Paulo, 157 em Minas Gerais, 68 no Rio de Janeiro e 1 caso no Distrito Federal. Também foram registrados 118 óbitos em todo o país, 44 em Minas Gerais, 46 em São Paulo, 27 no Rio de Janeiro e uma morte no Distrito Federal. No mesmo período do ano passado, 532 casos e 166 óbitos foram confirmados. Os dados são preliminares e um novo boletim será divulgado nesta sexta-feira (16).

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde 


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

O que podemos aprender com Israel


Há algo que me intriga há algum tempo: o que leva um país com apenas 7,9 milhões de habitantes (o Paraná tem 10,4 milhões), um território minúsculo (menor que o estado de Sergipe), terras ruins, sem recursos naturais, com apenas 64 anos de existência, e em constantes conflitos militares... a ser um dos maiores centros de inovação do mundo; ter 63 empresas de tecnologia listadas na bolsa Nasdaq (mais que Europa, Japão, China e Índia somados), ter registrado 7.652 patentes no exterior entre 2002 e 2005, e ter ganho 31% dos prêmios Nobel de Medicina e 27% dos Nobel de Física?

Em resumo: o que explica o extraordinário desenvolvimento econômico e tecnológico de Israel? Pela lista de carências e problemas citados no parágrafo anterior, Israel tinha tudo para ser apenas mais um país atrasado e miserável. Mas, além de não ser, o país transformou-se em um caso único de inovação, tecnologia e desenvolvimento. Muitas das maravilhas que usamos hoje vêm de lá. O pen-drive, a memória flash de computador e muitos medicamentos que salvam vidas estão na lista de patentes de Israel.

Qualquer explicação rápida é leviana. Muitos dirão que é o dinheiro dos norte-americanos e dos judeus espalhados pelo mundo que faz o sucesso de Israel. Não é. Primeiro, porque nenhuma montanha de dinheiro transforma uma nação de atrasados e ignorantes em gênios da inovação e ganhadores de prêmios Nobel. Segundo, grande parte do dinheiro recebido por Israel foi gasta em defesa e conflitos militares. Terceiro, o apadrinhamento militar de Israel nos primeiros anos de sua fundação não foi dado pelos Estados Unidos, mas pela França, cujo apoio cessou somente em 1967, após a Guerra dos Seis Dias.

Nos artigos e livros que pesquisei, não há explicação simplista para o sucesso de Israel. Pelo espaço limitado deste artigo, destaco apenas quatro pontos:

Em primeiro lugar, a história e a cultura. A religião judaica dá ênfase à leitura e à aprendizagem, mais que aos ritos. A perseguição aos judeus e a proibição, durante a Idade Média, de possuírem terras os levou a estudar e se tornarem médicos, banqueiros ou outras profissões que pudessem ser exercidas em qualquer lugar.

Depois vem o apreço pela tecnologia e pela inovação. Israel gasta 4,5% de seu produto bruto em pesquisa e desenvolvimento, contra 2,61% dos Estados Unidos e 1,2% do Brasil. Na ausência de recursos naturais e premido pela necessidade, Israel entrou de cabeça numa cultura de pesquisar, descobrir e inovar.

Em terceiro lugar, a estrutura educacional. A crença de que a única saída para o desenvolvimento – mais que os recursos naturais – é a educação de qualidade está na raiz da cultura de Israel. Do ensino básico até a universidade, Israel desfruta de uma educação de nível e acessível a todos. Se você pensa encontrar um judeu analfabeto, desista. É uma questão cultural: para eles, povo e governo, a educação é o bem maior.

E, por fim, o respeito pelo empreendedor e pelo fracasso. Em Israel, valoriza-se muito aquele que se dispõe a inventar, inovar ou empreender. Quem tenta e fracassa é respeitado e apoiado, pois eles acreditam que a falência é um aprendizado e a chance de acertar da próxima vez aumenta. Isso leva a uma ausência de medo do fracasso e é um elemento-chave da cultura da inovação. No Brasil, o desgraçado que falir uma microempresa nunca mais consegue uma certidão negativa e jamais volta a ser empreendedor.

Não se consegue transpor a cultura de um país para outro, mas há muito que aprender com Israel.

José Pio Martins, economista, é reitor da Universidade Positivo.



OMS divulga lista de doenças e patógenos prioritários para pesquisa e desenvolvimento em 2018


A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou a revisão de sua lista de agentes patogênicos prioritários, que podem causar uma emergência de saúde pública e para as quais não existem medidas suficientes ou contramedidas. O organismo internacional pede que a comunidade médica una esforços de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de tratamentos e vacinas para ajudar a controlar possíveis surtos de oito doenças.

Análise anual de 2018 da lista Blueprint de doenças prioritárias

A OMS desenvolveu uma ferramenta especial para determinar quais doenças e patógenos priorizar para a pesquisa e desenvolvimento em contextos de  emergência de saúde pública. Essa ferramenta busca identificar as enfermidades que representam um risco para a saúde pública devido ao seu potencial epidêmico e para as quais não existem contramedidas ou medidas suficientes. As doenças identificadas por meio desse processo são o foco do trabalho de R&D Blueprint (planos de P&D). Esta não é uma lista exaustiva, nem indica as causas mais prováveis de uma próxima epidemia.  

A primeira lista com doenças prioritárias para P&D foi lançada em dezembro de 2015.  
Utilizando uma metodologia de priorização já publicada, alista foi revisada pela primeira vez em janeiro de 2017

A segunda revisão anual ocorreu entre 6 e 7 de fevereiro de 2018.

Os especialistas consideram que, dado o potencial dessas doenças e patógenos de causar uma emergência de saúde pública, além da ausência de drogas e/ou vacinas eficazes, existe uma necessidade urgente de acelerar a pesquisa e desenvolvimento para: 
  • Febre Hemorrágica da Crimeia-Congo;
  • Doença do vírus ebola e febre hemorrágica de Marburgo;
  • Febre de Lassa;       
  • Síndrome respiratória coronavírus do Oriente Médio (MERS) e síndrome respiratória aguda severa (SARS);
  • Infecção pelo vírus Nipah e doenças relacionadas aos henipavírus;
  • Febre de Vale do Rift;       
  • Vírus zika;          
  • Doença X. 
A “doença X” representa o conhecimento de que uma grave epidemia internacional poderia ser causada por um patógeno atualmente desconhecido, que levaria a doenças humanas. Por isso, os planos de pesquisa e desenvolvimento buscam explicitamente habilitar a preparação de P&D transversal, que também é relevante para uma "doença X" desconhecida na medida do possível. 

Uma série de doenças adicionais foram discutidas e consideradas para inclusão na lista de prioridades, entre elas: febres hemorrágicas virais, além da febre de Lassa; chikungunya; doenças causadas pelo coronavírus altamente patogênicas, além de MERS e SARS; enterovírus não polio (incluindo EV71, D68) emergentes; e febre grave com síndrome de trombocitopenia (SFTS). Essas doenças representam grandes riscos para a saúde pública e pesquisas e desenvolvimento adicionais são necessários, incluindo vigilância e diagnóstico. Devem ser vistas com cuidado e reconsideradas na próxima revisão anual. São encorajados esforços no ínterim para compreendê-las e mitigá-las. 

Apesar de não estarem incluídas na lista de doenças a serem consideradas na reunião de revisão, foram discutidos os tipos de varíola dos macacos e leptospirose e especialistas ressaltaram os riscos que eles representam à saúde pública. Houve concordância sobre a necessidade de: avaliação rápida das contramedidas possíveis; estabelecimento de vigilância e diagnóstico mais abrangentes; e aceleração de pesquisas e desenvolvimento, além de ações de saúde pública. 

Várias doenças estão fora do escopo atual do plano: dengue, febre amarela, HIV/aids, tuberculose, malária, gripe causadora de doenças humanas graves, varíola, cólera, leishmaniose, vírus do Nilo Ocidental e peste. Essas doenças continuam representando grandes problemas de saúde pública e pesquisas e desenvolvimento adicionais são necessários por meio das principais iniciativas de controle de doenças existentes, extensas etapas de pesquisa e desenvolvimento, fluxos de financiamento existentes ou caminhos regulatórios estabelecidos para intervenções melhoradas.

Os especialistas reconheceram, em particular, a necessidade de melhores diagnósticos e vacinas para a peste pneumônica e suporte adicional para terapias mais eficazes contra a leishmaniose. Os especialistas também notaram que: 
  • Para muitas das doenças discutidas, bem como para muitas outras com potencial de causar uma emergência de saúde pública, é necessário um melhor diagnóstico.
  • Os medicamentos e vacinas existentes precisam de melhorias adicionais para várias das doenças consideradas, mas não incluídas na lista de prioridades.
  • Qualquer tipo de patógeno pode ser priorizado sob o R&D Blueprint, não apenas vírus.
  • A pesquisa necessária inclui pesquisa básica/fundamental e de caracterização, bem como estudos epidemiológicos, entomológicos ou multidisciplinares ou ainda esclarecimento adicional das rotas de transmissão, bem como pesquisa em ciências sociais.
  • É necessário avaliar o valor, sempre que possível, do desenvolvimento de contramedidas para múltiplas doenças ou para famílias de agentes patogênicos.
O impacto das questões ambientais sobre doenças com potencial de causar emergências de saúde pública foi discutido e pode ser considerado como parte de futuras revisões. A importância das doenças discutidas foi considerada para populações especiais, como refugiados, populações internamente deslocadas e vítimas de catástrofes. 

O valor de uma abordagem One Health foi enfatizado, incluindo processos paralelos de priorização para a saúde animal. Tal esforço apoiaria pesquisa e desenvolvimento para prevenir e controlar doenças animais, minimizando o alastramento e aumentando a segurança alimentar. Também foi observada a utilidade possível de vacinas animais para prevenir emergências de saúde pública. 

Além disso, há esforços concertados para enfrentar a resistência antimicrobiana por meio de iniciativas internacionais específicas. A possibilidade de que, no futuro, um patógeno resistente possa emergir e ser priorizado adequadamente não foi excluída.  

A ordem de doenças desta lista não indica qualquer classificação de prioridade. 

[Conteúdo traduzido pela Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil. A versão original, em inglês, foi publicada pela sede da OMS no dia 12 de fevereiro de 2018, no seguinte link: http://www.who.int/blueprint/priority-diseases/en/]. 


Curso capacitará servidores para utilizar Siscan


Foto: Brito/Arquivo SES
Capacitação será feita na Escola de Governo

BRASÍLIA-Estão abertas as inscrições para servidores da Secretaria de Saúde interessados em fazer a capacitação para utilizar o Sistema de Informações do Câncer (Siscan) – plataforma web que monitora as ações relacionadas à detecção precoce, à confirmação diagnóstica e ao início do tratamento de neoplasias malignas. O curso será realizado na Escola de Governo (Egov), a partir de 21 de fevereiro.

Serão quatro horas de capacitação para servidores das oito Comissões Regionais de Sistemas de Informação do Câncer (CRSINC) das Superintendências de Saúde. Serão 18 vagas para cada comissão.

Os servidores interessados em participar deverão procurar sua respectiva superintendência de saúde e terem, preferencialmente, conhecimento técnico em oncologia. Os escolhidos funcionarão como replicadores do conteúdo do curso, repassando a capacitação para os servidores de suas respectivas regiões.

O prazo para inscrições varia conforme a data do curso para cada comissão. Confira:
• CRSINC - Instituto Hospital de Base
Inscrição: Até 15 de fevereiro
Data do curso: 21 de fevereiro, das 8h ao meio-dia
• CRSINC – Região de Saúde Centro-Norte
Inscrição: Até 15 de fevereiro
Data do curso: 21 de fevereiro, das 14h às 18h
• CRSINC - Região de Saúde Centro-Sul
Inscrição: Até 19 de fevereiro
Data do curso: 23 de fevereiro, das 8h ao meio-dia
• CRSINC - Região de Saúde Sul
Inscrição: Até 19 de fevereiro
Data do curso: 23 de fevereiro, das 14h às 18h
• CRSINC - Região de Saúde Sudoeste
Inscrição: Até 21 de fevereiro
Data do curso: 28 de fevereiro, das 8h ao meio-dia
• CRSINC - Região de Saúde Oeste
Inscrição: Até 21 de fevereiro
Data do curso: 28 de fevereiro, das 14h às 18h
• CRSINC - Região de Saúde Norte
Inscrição: Até 26 de fevereiro
Data do curso: 2 de março, das 8h ao meio-dia
• CRSINC - Região de Saúde Leste
Inscrição: Até 26 de fevereiro
Data do curso: 2 de março, das 14h às 18h



sábado, 10 de fevereiro de 2018

Confira as medidas sanitárias publicadas nesta sexta


Três resoluções trazem suspensões e proibições de produtos variados

No Diário Oficial da União desta sexta (9/2) foram publicadas várias medidas com suspensão de diversos produtos, como álcool gel, higienizador bucal para fumantes e fraldas descartáveis.

Resolução RE 314 traz a suspensão da distribuição, comercialização e uso do lote 011 do produto ÁLCOOL GEL PALMINDAYA, fabricado pela empresa PALMINDAYA COSMÉTICOS LTDA. De acordo com o Laudo de Análise Fiscal n° 77.1P.0/2017, emitido pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Paraná, o produto apresentou resultado insatisfatório do teor alcóolico durante os testes. A medida também determina que a empresa recolha todo o estoque existente no mercado.

Já a Resolução RE 315 traz a proibição da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do produto FUMODEX – HIGIENIZADOR BUCAL, ESPECIAL PARA FUMANTES, fabricado por empresa desconhecida e comercializado em KIT constituído dos produtos -  LEVEDO DE CERVEJA - 10 comprimidos e FUMODEX HIGIENIZADOR BUCAL. O produto não tem registro, notificação ou cadastro na Anvisa e a resolução determina, como medida de interesse sanitário, sua apreensão em todo o território nacional.

Resolução RE 316 traz a proibição da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do produto FRALDA DESCARTÁVEL MEGAFRAL BABY, fabricado pela empresa Megafral Indústria e Comércio Ltda., por não ter cadastro na Anvisa. A medida determina que a empresa recolha todo o estoque existente no mercado.



Peticionamento Eletrônico de Importação tem nova cartilha


Documento traz orientações sobre preenchimento de campos obrigatórios no sistema e melhorias efetuadas no sistema

Já está disponível, no Portal da Anvisa, a versão atualizada da Cartilha do Peticionamento Eletrônico de Importação. No documento, voltado para o setor regulado, constam orientações sobre preenchimento de campos obrigatórios no Sistema de Peticionamento, além das evoluções e melhorias para o usuário, tais como a possibilidade de alteração do formulário eletrônico para correção de dados por meio de aditamento e Licença de Importação (LI) substitutiva.

É possível, ainda, cumprir exigências, corrigindo informações no formulário.




sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Anvisa:Saiba o horário de atendimento ao público no Carnaval


Horários de atendimento ao público da Anvisa no feriado de Carnaval seguem orientação do Ministério do Planejamento, que define os pontos facultativos e feriados de 2018.

Nos dias 12 e 13 de fevereiro, segunda e terça-feira de Carnaval, não haverá atendimento presencial na sede da Anvisa, em Brasília. No dia 14, quarta-feira de Cinzas, o atendimento ocorrerá entre às 14h e às 18h. Os horários estão de acordo com o que estabelece a Portaria 468/17, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O órgão define os pontos facultativos e feriados de 2018 para o Executivo Federal.

A Central de Atendimento (0800 642 9782) da Agência funcionará normalmente na segunda-feira (12). Já no dia 13, feriado nacional, não haverá atendimento. No dia 14, quarta-feira de Cinzas, o atendimento será das 14h às 19h30. 

Veja, abaixo, os horários de funcionamento.

Atendimento presencial:
Não haverá atendimento presencial na sede da Anvisa nos dias 12 e 13 de fevereiro de 2018, segunda e terça-feira de carnaval.
No dia 14 de fevereiro de 2018, quarta-feira de cinzas, o atendimento será das 14h às 18h.
Nos demais dias, o atendimento será normal, das 8h às 18h.
Não há atendimento aos sábados e domingos

Central de Atendimento (0800 642 9782):
Não haverá atendimento na terça-feira, dia 13 de fevereiro.
Na quarta-feira, dia 14 de fevereiro, o atendimento será das 14h às 19h30.
Nos demais dias, o atendimento será normal, 7h30 às 19h30.
Não há atendimento aos sábados e domingos

Atendimento eletrônico:
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Renato Porto fala sobre agências reguladoras e inovação


Diretor tratou da importância das agências reguladoras no acesso à inovação durante a 1ª Semana Latino-Americana de Inovação BIO-Farmacêutica.

O diretor de Regulação Sanitária da Anvisa, Renato Alencar Porto, participou, nessa quinta-feira (8/2), da 1ª Semana Latino-Americana de Inovação BIO-Farmacêutica, na Cidade do México. Em um dos painéis do evento, o Diretor discutiu a importância das agências reguladoras como o primeiro passo no acesso à inovação. 

Renato Porto destacou o relevante papel das agências reguladoras como um dos indutores do desenvolvimento tecnológico de um país. Dentre outros pontos, falou sobre como um arcabouço regulatório moderno e robusto contribui significativamente para a inovação, ao oferecer os referenciais técnicos para seu desenvolvimento e um ambiente regulatório seguro para investimentos. 

Além disso, o diretor trouxe para o debate a discussão sobre os limites da atuação regulatória, enfatizando que o foco do regulador deve ser sempre o bem estar social e que a intervenção somente se justifica quando necessária para proteger a população. 

Também participou do painel Julio Sánchez y Tepoz, da Cofepris. 



Ministério da Saúde destina R$ 13 milhões para aprimorar assistência farmacêutica

O montante será aplicado para dar mais agilidade no atendimento à população de 302 municípios e uma melhor organização dos estoques de medicamentos

Em todo o Brasil, 302 novos municípios receberão incentivo financeiro do Ministério da Saúde para aprimorar a qualidade e estrutura dos serviços farmacêuticos das unidades de saúde. O valor de mais de R$ 13 milhões faz parte do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (Qualifar-SUS).


O recurso incentiva o processo de aprimoramento, implementação e integração sistêmica das atividades da Assistência Farmacêutica nas ações e serviços de saúde. O objetivo é dar mais agilidade no atendimento à população e uma melhor organização dos estoques de medicamentos. A destinação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 2 de fevereiro. Em 15 de dezembro de 2017, o Ministério da Saúde liberou mais cerca de R$ 11 milhões para outros 327 municípios do país para estruturação do Qualifar-SUS.


O QUALIFAR-SUS está organizado em quatro eixos (estrutura, educação, informação e cuidado). O programa engloba desde investimentos na estruturação dos serviços farmacêuticos até ações de cuidado ao usuário. Atualmente, o programa possui 2.211 municípios habilitados nas cinco regiões do País, que já receberam o recurso no momento da adesão.

A ampliação no investimento e no aprimoramento da informatização é um dos principais objetivos do Ministério da Saúde. A estratégia de qualificar os serviços de saúde integra o conjunto de investimentos já realizados por meio do outros Projetos de Qualificação da Assistência Farmacêutica. Em janeiro, a Pasta anunciou a criação do Programa Cuidados Farmacêuticos. O projeto piloto, que terá início em São Paulo, Bahia e Distrito Federal, beneficiará pacientes portadores de hepatite e artrite reumatoide com orientações e acompanhamento sobre uso racional de medicamentos. Até o final do ano, mais sete estados devem ser inseridos no projeto.

Por Gabriela Rocha, da Agência Saúde 


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