Destaques

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Filariose linfática: terapia tripla é superior a dose única de combinação de dois medicamentos


Um novo estudo sugere que uma dose única de regime triplo com ivermectina (IVM), dietilcarbamazina (DEC) e albendazol (ALB) é mais eficaz no tratamento da filariose linfática em comparação a uma dose única de DEC e ALB.

O estudo, publicado no periódico New England Journal of Medicine, compreende 182 adultos de Papua Nova Guiné com microfilaremia por Wuchereria bancrofti. Os participantes receberam uma dose única de IVM + DEC + ALB (n = 60), uma dose única de DEC + ALB (n = 61) ou DEC + ALB uma vez ao ano durante três anos (n = 61).

O tratamento com IVM + DEC + ALB eliminou a microfilaremia em 55 de 57 participantes (96%) em 12 meses, 52 de 54 (96%) em 24 meses e 55 de 57 (96%) em 36 meses.

Uma dose única com DEC + ALB eliminou a microfilaremia em 18 de 56 (32%) em 12 meses, 31 de 55 (56%) em 24 meses e 43 de 52 (83%) em 36 meses (P = 0,02 para dose única de IVM + DEC + ALB vs. DEC + ALB em 36 meses).

DEC + ALB anualmente, durante três anos, eliminou a microfilaremia em 20 de 59 participantes (34%) em 12 meses, 42 de 56 (75%) em 24 meses e 51 de 52 (98%) em 36 meses (P = 0,004 para não inferioridade do regime de três medicamentos em comparação a um regime de dois medicamentos administrados anualmente por três anos em 36 meses).

É esperado que o regime de três medicamentos seja implementado em vários países, incluindo Papua Nova Guiné, Indonésia, Índia e Quênia e Zimbábue.



Fiocruz inaugura primeiro banco de leite humano em Moçambique


Iniciativa internacional visa à redução da mortalidade neonatal no país africano

Com a coordenação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), foi inaugurado em Moçambique o primeiro Banco de Leite Humano (BLH) do país, no Hospital Central de Maputo. A unidade é a segunda do continente africano nos moldes do modelo brasileiro. Cabo Verde já conta com um BLH em funcionamento desde 2011 e em processo de implantação da segunda unidade. Angola será o próximo país a ganhar um BLH, em Luanda.

Moçambique registra cerca de 20 mil partos prematuros por ano e possui uma taxa de mortalidade neonatal estimada em 28 mortes a cada mil nascimentos. A iniciativa do BLH representa um importante marco para a diminuição da morbimortalidade infantil, sobretudo no que tange à segurança alimentar e nutricional de recém-nascidos do país africano. “Abrimos hoje uma página na história da qualidade de serviços de assistência a pacientes pediátricos, especialmente dos cuidados neonatais”, declarou a ministra da Saúde de Moçambique, Nazira Abdula, durante a inauguração.

Representando a Fiocruz, o coordenador executivo do Complexo dos Institutos Nacionais de Saúde da Fundação, Carlos Maciel, ressalta a importância da iniciativa no contexto da Agenda 2030. “A inauguração do BLH de Moçambique reforça o compromisso da Fiocruz com a redução da mortalidade infantil, especialmente no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. A partir de hoje, passamos a ter 333 BLHs em funcionamento. Trata-se de uma ação estratégica para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030”, destaca Maciel.



Antibióticos criam superbactérias que matarão mais do que o câncer em 2050

Foto: iStock
O uso exagerado de antibióticos está criando superbactérias tão resistentes que já matam 700 mil pessoas por ano no mundo. O fenômeno é considerado uma epidemia com graves consequências: a partir de 2050, as superbactérias matarão 10 milhões ao ano, superando o atual número de óbitos por câncer (8,2 milhões), de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Além do risco à população, o fenômeno representa um desafio para a indústria: como as bactérias se tornam resistentes cada vez mais cedo, os medicamentos se tornam obsoletos rapidamente e deixam de interessar à indústria farmacêutica.

Para reverter esse cenário, é importante que pacientes parem de se automedicar e que médicos sejam mais criteriosos ao prescrever esse tipo de medicamento. Mas não só isso. Há uso descontrolado de antibióticos também nas plantações e na pecuária, além de descarte incorreto dos remédios que sobram.

Criado em 1928 pelas mãos do farmacologista britânico Alexander Fleming, o primeiro antibiótico de que se tem registro é a penicilina. Foi a solução para doenças que castigavam populações, como a peste negra, a tuberculose, a peste bubônica e a febre tifoide.

"O aparecimento do antibiótico, das vacinas e do saneamento básico aumentou a expectativa de vida do ser humano em até 30 anos", estima Maria Lavínea Figueiredo, gerente de produtos anti-infectivos da farmacêutica Pfizer.

Mas já no final da década de 1930 o próprio Fleming alertava a comunidade médica sobre as mutações que as bactérias estavam sofrendo para ganhar resistência e vencer sua invenção. O uso indiscriminado do medicamento ao longo dos anos confirmou seus temores.

Os médicos nem sempre receitaram o remédio de forma adequada, enquanto muitos pacientes não respeitam a dosagem receitada, usam as sobras para se automedicar ou jogam no meio ambiente.

"Não se deve descartar os antibióticos na pia, no lixo ou no vaso sanitário", diz a diretora Flávia Rossi, do Serviço de Microbiologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Em contato com as bactérias do solo, rios e mares, esses resíduos favorecem o aparecimento de micro-organismos resistentes. "A recomendação é entregar o que sobrou a farmácias que ofereçam programas de coleta."

Flávia, que também é infectologista do Grupo de Vigilância Microbiana da OMS, acompanhou os resultados de recentes estudos no Rio de Janeiro que comprovam a contaminação das águas da Bahia de Guanabara por superbactérias. As mais resistentes, no entanto, se proliferam dentro dos hospitais.

No ano passado, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo identificou 5.067 micro-organismos resistentes em 343 unidades de saúde, quase sempre em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) adultas. 

Mário Bittencourt/UOL

Superbactérias se desenvolvem especialmente em ambiente hospitalar
No Brasil, as bactérias carbapenens são as que mais assustam as autoridades. Seus três tipos são dificilmente tratados com antibióticos. A mais temida é a Acinetobacter. "Quando ela é identificada no Brasil, há de 60% a 80% de chance de falha farmacêutica", estima Flávia Rossi.

O resultado é que os pacientes passam mais tempo internados, os gastos hospitalares disparam e os índices de mortalidade vão junto.

Antibiótico na pecuária
Muitas bactérias se tornam resistentes devido ao uso de antibióticos na cadeia alimentar: 70% do consumo da droga se dá no agronegócio. Nas plantações, aplica-se antifúngico; nos animais, o antibiótico protege de doenças e aumenta a quantidade de gado disponível.
"Pode ser usado, mas sob controle. Hoje a utilização é generalizada", diz a infectologista. "Ao comer uma carne malcozida, a bactéria resistente pode chegar ao homem e se reproduzir no intestino."

Em outubro, um grupo de pesquisadores da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, comprovou pela primeira vez que o uso de antibióticos na criação de aves culminou no aparecimento de superbactérias que chegaram ao homem. A desconfiança, que durava desde os anos 1970, chegou ao fim quando os cientistas encontraram uma bactéria que ocupou primeiro as vísceras das aves para só então se adaptar ao organismo humano.

Sem remédio
Outra superbactéria que aflige o país é a KPC, endêmica e ainda sem tratamento por aqui. Nos Estados Unidos, existe remédio disponível há três anos.

Segundo a Pfizer, que espera que até 2019 o medicamento Torgena seja liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no Brasil, espera-se de 8 a 12 anos para que um antibiótico seja comercializado, desde o momento de seu desenvolvimento. "Quando chega [o remédio], as bactérias já estão resistentes", lamenta Eurico Corrêa, diretor médico do laboratório.

O micro-organismo causa pneumonia, infecção urinária e da corrente sanguínea. Seus sintomas vão de taquicardia, febre e inchaço até a falência múltipla dos órgãos.
A rápida adaptação das bactérias torna o desenvolvimento de antibióticos um negócio cada vez menos lucrativo para as farmacêuticas. Em julho, a Norvatis, outra gigante do ramo, encerrou definitivamente suas pesquisas antibacterianas a exemplo de outras farmacêuticas, como a AstraZeneca, Sanofi, Allergan e Medicines
"O mercado está quebrado", disse na época David Shlaes, consultor e ex-executivo do setor. "Estamos agora em um ponto no qual a resistência avança muito mais rapidamente do que nossa capacidade de fornecer novos antibióticos."

Participação dos consumidores
Diante de um cenário delicado, a indústria quer engajar os pacientes na luta contra as superbactérias. Especialistas do ramo querem popularizar as respostas para as seguintes questões:
1 - Já me sinto bem, posso suspender o antibiótico? Não. A medicação deve ser tomada rigorosamente de acordo com a receita médica, respeitando o número de dias e o tempo de intervalo entre as doses.
2 - Posso misturar álcool com antibiótico? Não. O efeito diurético do álcool pode reduzir a concentração do medicamento no sangue, além de sobrecarregar o fígado.
3 - Estou gripado, antibiótico resolve? Gripes são provocadas por vírus, que não respondem a antibióticos. Por isso nunca aproveite medicações que tenham sobrado de prescrições anteriores.
4 - Hospital é um lugar perigoso? Se precisa mesmo ir, previna-se! Reduza ao mínimo as idas a hospitais, lave sempre as mãos com água e sabão e use álcool em gel. Não toque em sondas, soros ou cateteres e jamais se deite ou sente em leitos hospitalares.
5 - Posso partir um comprimido ao meio? De jeito nenhum. Doses muito baixas podem facilitar a adaptação do micro-organismo em vez de liquidá-lo. Se há dificuldade em ingerir comprimidos, peça ao médico uma alternativa líquida.
"Vivemos uma epidemia bacteriana silenciosa", alerta a infectologista do HC. "Silenciosa até emergir. Quando isso acontece, já não há opções terapêuticas. É na comunidade que reduziremos os efeitos."

UOL 

SOFOSBUVIR - PATENTE NÃO VAI IMPEDIR PRODUÇÃO DE GENÉRICO


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) ouviu, nesta terça-feira (13), os esclarecimentos do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge Lima, sobre a concessão de patente do medicamento Sofosbuvir à farmacêutica americana Gilead. O medicamento cura a hepatite C em 95% dos casos e teve a patente concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

O ministro esclareceu que o pedido de patente do Sofosbuvir, na verdade, não foi deferido pelo INPI. O que foi deferido, na verdade, foi o pedido de patente sobre uma molécula para a fabricação do medicamento, o que não impediria a produção de medicamento genérico no Brasil.

- A empresa solicitante também fez um pedido de moléculas para fabricação desse medicamento. De igual forma como se pediu em outros países. Um pedido de 2004, com base em um pedido de 2003 feito nos EUA e que foi deferido em vários países – afirmou.
Marcos Lima disse ainda que um artigo publicado pela Fiocruz afirma que a patente não afeta a produção e a distribuição do produto, gerado no contexto do acordo de cooperação entre a Fiocruz e o consórcio BMK, que não utilizam esse intermediário para a formulação do medicamento.

O autor do requerimento para a audiência pública, senador José Serra (PSDB-SP), explicou que solicitou o debate após tomar conhecimento de matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo. O jornal noticiou o deferimento da patente do Sofosbuvir. Segundo as informações da Folha, a concessão impediria o laboratório estatal de Farmanguinhos de produzir o genérico. A produção no local geraria uma economia superior a R$ 1 bilhão para os cofres públicos.

Aspectos econômicos
Para Serra, é importante discutir a questão da concessão de patentes, porque elas apenas são vedadas nos casos em que haja risco ou dano à saúde, e muitas vezes não consideram o aspecto econômico.

- A questão básica é outra. Não é quanto a interferir, a fazer valer o interesse público, permitir o licenciamento da patente para os novos detentores dela e tudo mais. A questão básica é saber se efetivamente isso vai se refletir no preço – questionou Serra.

Durante a audiência, o senador apresentou aos demais integrantes da CAE, ao ministro e ao presidente do INPI, presente na audiência, um projeto de lei em que amplia o poder da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa examinar a patente e incluir nessa análise o aspecto econômico.

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou que o projeto de Serra será importante para gerar um equilíbrio entre o direito de propriedade e a questão econômica do setor farmacêutico. No entanto, ele disse que não sabe se a análise econômica deve estar situada na Anvisa.

- Poderemos verificar também que temos o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), temos a área de defesa da concorrência. Precisamos ter um certo cuidado, porque, na realidade, o que se pretende é estabelecer mecanismos da defesa da concorrência – afirmou.

O ministro Marcos Lima afirmou que vai colaborar com projeto de Serra e que será importante para o país pensar nesses pontos estratégicos.

- Se de um lado o direito de quem investe, de quem produz e que nós precisamos manter segurança jurídica e o melhor ambiente de negócios possível, de outro lado, também, todos os pontos de saúde pública que foram aqui colocados pelo senador José Serra, que conhece o tema como poucos – afirmou o ministro.

Foto Marcos Oliveira, Agência Senado


terça-feira, 13 de novembro de 2018

Presidente sanciona validade nacional para remédios


O Diário Oficial da última sexta-feira, dia 9, confirmou a sanção da Lei nº 13.732 pelo presidente Michel Temer. Com a decisão, o receituário de medicamentos passará a ter validade em todo o território nacional a partir de 8 de fevereiro de 2019.

A medida abrange até remédios controlados e sujeitos a controle sanitário especial, que não estavam contemplados na redação original da Câmara dos Deputados. O texto, então, foi alterado pelo PL 5254/2013 e, em junho deste ano, foi aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal.

A relatora da proposta foi a senadora Ana Amélia, candidata a vice-presidente nas últimas eleições. “O objetivo é possibilitar que todos os cidadãos adquiram os medicamentos onde quer que estejam, principalmente em casos de uso contínuo. E as farmácias já mantêm controle rigoroso e exigem a receita médica e os documentos do paciente que vai utilizar a medicação”, ressaltou.



PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS TIPO B (BNP E NT-PROBNP) PARA DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SERÁ INCORPORADO PELO SUS


Ministério da Saúde/Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
PORTARIA Nº 62, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2018

Torna pública a decisão de incorporar os peptídeos natriuréticos tipo B (BNP e NT-ProBNP) para diagnóstico de insuficiência cardíaca, para uso conforme diretrizes do Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

O SECRETÁRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INSUMOS ESTRATÉGICOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições legais e com base nos termos dos art. 20 e art. 23 do Decreto 7.646, de 21 de dezembro de 2011, resolve:
Art. 1º Incorporar os peptídeos natriuréticos tipo B (BNP e NT-ProBNP) para diagnóstico de insuficiência cardíaca, conforme diretrizes do Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
Art. 2º Conforme determina o art. 25 do Decreto 7.646/2011, o prazo máximo para efetivar a oferta ao SUS é de cento e oitenta dias.
Art. 3º O relatório de recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) sobre essa tecnologia estará disponível no endereço eletrônico: http://conitec.gov.br/.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

MARCO ANTONIO DE ARAUJO FIREMAN


Membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social - CDES


CASA CIVIL
DECRETOS DE 12 DE NOVEMBRO DE 2018

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.
84, caput, inciso VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no art.
2º, caput, inciso II, do Decreto nº 8.887, de 24 de outubro de 2016, resolve
D ES I G N A R
os seguintes membros para compor o Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social - CDES, com mandato até 28 de fevereiro de 2019:

GUILHERME AFIF DOMINGOS; e
PAULO ANTONIO SKAF.
Brasília, 12 de novembro de 2018; 197º da Independência e 130º da República.
MICHEL TEMER
Eliseu Padilha
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.
84, caput, inciso VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no art.
2º, caput, inciso II, do Decreto nº 8.887, de 24 de outubro de 2016, resolve
Prorrogar o mandato dos seguintes membros do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social - CDES, até 28 de fevereiro de 2019:
ABILIO DOS SANTOS DINIZ;
ANA MARIA MALIK;
ANA MARIA MARTINS MACHADO;
ANIELLE FALCÃO GUEDES;
ANNA MARIA CHIESA;
ARIOVALDO SANTANA DA ROCHA;
ARMANDO MANUEL DA ROCHA CASTELAR PINHEIRO;
ARMANDO ENNES DO VALLE JUNIOR;
BERNARDO ROCHA DE REZENDE;
CHIEKO NISHIMURA AOKI;
CLAUDIA SENDER RAMIREZ;
CLAUDIO LUIZ LOTTENBERG;
CLEMENTE GANZ LUCIO;
DAN IOSCHPE;
DOROTHÉA FONSECA FURQUIM WERNECK;
EDUARDO EUGÊNIO GOUVEA VIEIRA;
EDUARDO NAVARRO DE CARVALHO;
ELIANA CALMON ALVES;
ELIZABETH MARIA BARBOSA DE CARVALHAES;
FABIO JOSE SILVA COELHO;
FRANCISCO GAUDENCIO TORQUATO DO REGO;
GEORGE TEIXEIRA PINHEIRO;
GERMANO ANTONIO RIGOTTO;
GILBERTO DE ALMEIDA PERALTA;
HELENA BONCIANI NADER;
HUMBERTO EUSTÁQUIO CESAR MOTA;
JACKSON MEDEIROS DE FARIAS SCHNEIDER;
JANETE ANA RIBEIRO VAZ;
JOAO CARLOS DI GENIO;
JOÃO CARLOS MARCHESAN;
JOÃO MARTINS DA SILVA JUNIOR;
JOEL MALUCELLI;
JORGE GERDAU JOHANNPETER;
JORGE PAULO LEMANN;
JOSE ANTONIO GUARALDI FELIX;
JOSE CARLOS RODRIGUES MARTINS;
JOSÉ MÁRCIO ANTÔNIO GUIMARÃES DE CAMARGO;
JOSÉ PEREIRA DE OLIVEIRA JUNIOR;
JOSÉ ROBERTO RODRIGUES AFONSO;
JOSUE CHRISTIANO GOMES DA SILVA;
LAÉRCIO JOSÉ DE LUCENA COSENTINO;
LIA HASENCLEVER;
LINO DE MACEDO;
LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS;
LUIZ CARLOS TRABUCO CAPPI;
LUIZ MOAN YABIKU JUNIOR;
LUIZA HELENA TRAJANO INÁCIO RODRIGUES;
LUZIA TORRES GEROSA LAFFITE;
MARCOS ANTONIO DE MARCHI;
MARCOS ANTONIO MOLINA DOS SANTOS;
MARCUS VINICIUS FURTADO COÊLHO;
MARIA BERENICE DIAS;
MARIE ANNE VAN SLUYS;
MARINA AMARAL CANÇADO;
MARINA FREITAS GONÇALVES DE ARAUJO GROSSI;
MILTON GONÇALVES;
MURILLO DE ARAGÃO;
NIZAN MANSUR DE CARVALHO GUANAES;
PAULA ALEXANDRA DE OLIVEIRA GONÇALVES BELLIZIA;
PEDRO LUIZ BARREIROS PASSOS;
PEDRO WONGTSCHOWSKI;
REGINALDO BRAGA ARCURI;
RENATA MARIA PAES DE VILHENA;
RENATO ALVES VALE;
RICARDO MORISHITA WADA;
RICARDO PATAH;
ROBERTO EGYDIO SETUBAL;
ROBERTO LUIZ JUSTUS;
ROBERTO RODRIGUES;
ROBSON BRAGA DE ANDRADE;
ROSEMARIE BRÖKER BONE;
RUBENS OMETTO SILVEIRA MELLO;
SERGIO PAULO GOMES GALLINDO;
SOLANGE MARIA PINTO RIBEIRO;
SONIA GUIMARÃES;
VIVIANE SENNA LALLI; e
ZEINA ABDEL LATIF.

Brasília, 12 de novembro de 2018; 197º da Independência e 130º da República.
MICHEL TEMER
Eliseu Padilha

Cientistas da Unesp sintetizam molécula capaz de eliminar o vírus da hepatite C

Composto denominado AG-hecate atua também em bactérias, fungos e células cancerosas e será testado contra os vírus da zika e da febre amarela (imagem: mecanismo de ação proposto para o AG-hecate. A figura mostra na parte superior (baixas concentrações do material): 1) HCV; 2) Interação do AG-Hecate com o envelope viral, destruição do vírus e liberação do material genético (+ssRNA); 3) Interação do AG-Hecate com a membrana da célula hospedeira e permeabilização do peptídeo; 4) Lipid Droplet; 5) Interação do composto com as Lipid Droplets, com consequente desestruturação das mesmas liberando as proteínas do complexo de replicação. E, na parte inferior (altas concentrações do material): 1) Interação do composto com a membrana plasmática da célula hospedeira e disrupção com consequente morte celular; 2) Interação com o envelope viral e destruição do vírus)

Um novo composto que inibe a replicação do vírus da hepatite C (HCV) em diversos estágios de seu ciclo – e é capaz de agir também em bactérias, fungos e células cancerosas – foi sintetizado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp). 

O estudo – apoiado pela FAPESP por meio de vários instrumentos de fomento à pesquisa [veja a relação adiante] – foi descrito em artigo publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

“O que fizemos foi combinar moléculas já existentes, por meio de síntese em laboratório, para produzir novos compostos com potencial biológico. Esse método é chamado de bioconjugação. Por meio da bioconjugação, sintetizamos seis compostos e os testamos nos genótipos 2a e 3a do HCV. E conseguimos chegar a um composto com grande potencial terapêutico”, disse o químico Paulo Ricardo da Silva Sanches, um dos dois autores principais do estudo, à Agência FAPESP.

O vírus da hepatite C apresenta significativa variabilidade genômica, exibindo pelo menos seis genótipos principais, cada qual com subtipos. Os genótipos 2a e 3a são os subtipos mais comuns do HCV circulante. O composto capaz de destruí-los – o AG-hecate – foi sintetizado a partir do ácido gálico e do peptídeo hecate. 

“Descobrimos que esse composto atua em quase todas as etapas do ciclo replicativo do HCV – o que não é uma característica comum nos antivirais. Esses geralmente têm alvos pontuais e isolados, como proteínas do capsídeo, receptores de membranas ou proteínas específicas como a NS3, inibindo processos específicos como a entrada do vírus nas células, a síntese do material genético e de proteínas, a montagem e liberação de novas partículas virais. O AG-hecate, ao contrário, apresentou ampla atividade, agindo em diversas etapas do ciclo”, explicou Sanches.

“O composto também apresentou atividade nos chamados ‘lipid droplets’ – gotas de lipídeo no interior das quais o vírus circula nas células e que o protegem do ataque de enzimas. O AG-hecate desestrutura essas gotas de lipídeo e deixa o complexo replicativo do vírus exposto à ação das enzimas celulares”, prosseguiu.

Os pesquisadores testaram o AG-hecate tanto no vírus completo quanto nos chamados “replicons subgenômicos”, que possuem todos os elementos para a replicação do material genético do vírus nas células, mas são incapazes de sintetizar proteínas responsáveis pela infecção. E o composto foi eficiente em todos os testes.

Outra virtude apresentada pelo composto foi seu alto índice de seletividade. Isso significa que ele ataca muito mais o vírus do que a célula hospedeira. E, assim, tem potencial para ser utilizado como fármaco no tratamento da doença. 

“Apesar de o composto apresentar pequena atividade nos eritrócitos, os ‘glóbulos vermelhos’ do sangue, a molécula precisa passar por alterações em sua estrutura para reduzir ainda mais a sua toxicidade. É nisso que estamos trabalhando agora, para que a pesquisa possa evoluir da fase in vitro para a fase in vivo”, disse o pesquisador da Unesp. 

Como informou o professor Eduardo Maffud Cilli, orientador do doutorado de Sanches no Instituto de Química da Unesp em Araraquara (SP), “o tempo médio para o planejamento e desenvolvimento de peptídeos terapêuticos é de 10 anos. Acabou de sair um estudo com esses dados. Até agora, foram despendidos aproximadamente dois anos no desenvolvimento da molécula de AG-hecate”. “Considerando a média estatística, serão necessários mais oito anos antes que a droga chegue ao mercado.”

Cilli participou do estudo e também assina o artigo publicado em Scientific Reports. “A ótima notícia é que essa molécula não age apenas no HCV. Pode agir também em bactérias, fungos e células cancerosas. Além disso, como os vírus do zika e da febre amarela apresentam ciclos replicativos bastante parecidos com o do HCV, vamos testar a efetividade do AG-hecate também em relação a esses vírus”, disse.

No caso do câncer, a molécula interage e destrói a membrana da célula afetada. Aqui, a seletividade da ação do AG-hecate deve-se ao fato de que a célula modificada pelo câncer tem uma quantidade maior de cargas negativas na superfície do que a célula normal. E o peptídeo tem carga positiva. Então, a ação se dá por atração eletrostática. No caso do vírus, o mecanismo de ação da molécula é mais complexo, como mostra a ilustração.

Os estudos foram realizados no Laboratório de Síntese e Estudos de Biomoléculas do Instituto de Química da Unesp em Araraquara, coordenado pelo professor Eduardo Maffud Cilli, e no Laboratório de Estudos Genômicos do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp em São José do Rio Preto, coordenado pela professora Paula Rahal, orientadora do doutorado de Mariana Nogueira Batista, pesquisadora que divide autoria deste trabalho com Sanches.

Apoio da FAPESP
A pesquisa foi apoiada pela FAPESP no âmbito do Centro de Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP. A Fundação também concedeu bolsas aos seguintes projetos:
O artigo GA-Hecate antiviral properties on HCV whole cycle represent a new antiviral class and open the door for the development of broad spectrum antivirals pode ser lido em www.nature.com/articles/s41598-018-32176-w.



segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Mandetta é cotado para ser ministro da Saúde, diz Bolsonaro

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse hoje (12) que está examinando o nome do deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para assumir o Ministério da Saúde. Mandetta é ortopedista pediátrico, não se candidatou novamente e portanto ficará sem mandato no próximo ano. Ele se reuniu de manhã com Bolsonaro e conversaram sobre a possibilidade de assumir a pasta.

Segundo Bolsonaro, Mandetta, de 53 anos, se for nomeado para a Saúde terá missões específicas. “Tem que tapar os ralos”, afirmou. “Queremos facilitar a vida do cidadão e economizar recursos”, acrescentou o presidente eleito, em defesa da implantação do prontuário eletrônico. “Não temos como falar em investir mais em saúde porque estamos no limite em todas as áreas.”

O presidente eleito conversou com a imprensa ao sair de casa hoje, na Barra da Tijuca, para novamente ir à agência do Banco do Brasil sacar dinheiro. Foi a terceira vez que Bolsonaro saiu nos últimos dias para ir ao banco.

Caixa-preta
Bolsonaro avisou que, assim que assumir o governo, em janeiro de 2019, vai retirar o sigilo das operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “A [caixa-preta] vai ser aberta. Na primeira semana, não haverá mais sigilo no BNDES. Nenhum.”

O presidente eleito admitiu que “está faltando transparência no BNDES”. “Até para mim, eu desconheço muita coisa do BNDES. São números que nós temos de tornar públicos”, disse Bolsonaro, defendendo que sociedade tenha conhecimento de informações mantidas sob sigilo.

Bolsonaro elogiou a escolha do economista Joaquim Levy para comandar o BNDES. Questionado sobre o fato de ele ter sido ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff e trabalhado na gestão Sergio Cabral no Rio de Janeiro, o presidente eleito disse que não há nada que desabona sua história.

“Ele [Levy] tem um passado [no governo Dilma Rousseff e na gestão Cabral], mas não tem nada contra sua conduta profissional , assim sendo eu endosso o Paulo Guedes. Este é um ponto pacificado. Segundo o presidente eleito, ainda não há definições para a Petrobras e Banco Central.

Publicado em 12/11/2018 - 17:54
Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil   Rio de Janeiro

Superbactérias: de onde vêm, como vivem e se reproduzem


A resistência aos antimicrobianos é real e já é uma das principais preocupações das autoridades de saúde.

Bactérias que se tornam mais fortes por causa do uso de antibióticos de forma errada. O que pode parecer uma profecia alarmista é, na verdade, uma realidade nos sistemas de saúde de todo o mundo. A resistência aos antimicrobianos, especialmente a resistência aos antibióticos, é um tema que preocupa tanto os países desenvolvidos como os países em desenvolvimento. O problema é mais sério em locais onde o consumo de antibióticos não é bem controlado nem orientado.

A explicação para o surgimento de bactérias mais resistentes está na teoria da seleção natural das espécies, elaborada por Charles Darwin. Quando são expostas aos antibióticos, um grupo pequeno de bactérias mais fortes pode sobreviver e posteriormente se reproduzir. Isso significa que, a cada geração, as bactérias mais resistentes dão origem a outras bactérias que também são resistentes.

Quando o microrganismo é resistente a um ou mais antimicrobianos de três ou mais categorias, dizemos¿que ele é multirresistente. Essa resistência pode surgir por uma mutação que dá ao microrganismo condições de resistir ao medicamento. Também pode acontecer pela troca de material genético entre microrganismos comuns e microrganismos resistentes. 

O problema é mais frequente com antibióticos, mas também afeta antivirais, antifúngicos e antiparasitários. Antimicrobiano é o nome comum para todos estes medicamentos. 

Por isso, o uso de antibióticos adequados para o tipo de infecção, no tempo correto e na dosagem correta é fundamental para evitar a sobrevivência de bactérias mais resistentes. 
Além disso, outros fatores também contribuem para o surgimento de superbactérias. 

Conheça os principais: 
  • Tratamento de maior ou menor duração do que recomendado pelo médico. 
  • Uso de antibióticos para tratar doenças que não são infecções bacterianas, como a gripe, por exemplo. 
  • Uso de antibiótico não indicado para o tipo de bactéria que está causando a infecção. 
  • Uso inadequado de antibióticos na área veterinária, especialmente em animais utilizados para o consumo humano. 
  • Falta de um bom controle de infecções nos serviços de saúde. 
Os serviços de saúde são locais de preocupação das autoridades de saúde quando o assunto é resistência aos antibióticos. Isto porque são locais com alta concentração de microrganismos que causam doenças e também de antibióticos de diferentes tipos. 

Vai faltar antibiótico? 
O principal problema da resistência é a redução das opções de antibióticos para tratar infecções causadas por bactérias mais fortes. Cada vez que uma pessoa adoece por causa de uma bactéria resistente, o tratamento se torna mais difícil. Se esta pessoa estiver infectada por uma bactéria multirresistente, ou seja, resistente a diferentes antibióticos, é possível que não se encontre um tratamento adequado. 

Quem se torna resistente? A bactéria ou a pessoa? 
Quem se torna resistente é a bactéria. Se uma pessoa contrai uma bactéria resistente, o seu tratamento será mais difícil. 

O que posso fazer?
As medidas para conter a resistência aos antibióticos dependem tanto dos pacientes como dos profissionais que prescrevem os medicamentos e dos outros profissionais de saúde. 

Saiba mais sobre a Semana Mundial de Uso Consciente de Antibióticos, que ocorre todos os anos, no mês de novembro, e tem como objetivo chamar a atenção da população para o problema da resistência aos antibióticos e aumentar a conscientização sobre a importância do uso responsável desses medicamentos.

Por: Ascom/ Anvisa

Acompanhe a 24ª reunião pública da Diretoria Colegiada


A pauta inclui a avaliação de propostas de consultas públicas e o julgamento de recursos administrativos.

A Diretoria Colegiada da Anvisa (Dicol) realiza, nesta terça-feira (13/11), a partir das 9h, a sua 24ª reunião pública de 2018. Na pauta desta edição estão a avaliação de propostas de consultas públicas e o julgamento de recursos administrativos. 

Também será avaliada a proposta de prorrogação, por mais 30 dias, do prazo para recebimento de contribuições sobre monografias que estão em consulta pública — CPs 535 (Acefato) e 536 (Bacillus Amyloliquefaciens).  

A atividade será realizada na Sala de Reuniões da Dicol, que fica no Bloco E (térreo) da sede da Agência, em Brasília (DF) – Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Trecho 5, Área Especial 57.      

Acompanhe ao vivo 
Você pode acompanhar a reunião ao vivo, a partir das 9h, pelo link abaixo.  

Datasus: http://datasus.saude.gov.br/emtemporeal (somente pelo Internet Explorer) 

Acesse a pauta da 24ª reunião pública da Diretoria Colegiada da Anvisa.



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