Destaques

segunda-feira, 22 de julho de 2019

PROGRAMA DE LIDERANÇA EXECUTIVA EM DESENVOLVIMENTO DA PRIMEIRA INFÂNCIA, PROMOVIDO PELA FUNDAÇÃO MARIA CECÍLIA SOUTO VIDIGAL - FMCSV, EM CAMBRIDGE, MASSACHUSETTS - EUA


ERNO HARZHEIM,  Secretário de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde, participará do Programa de Liderança Executiva em Desenvolvimento da Primeira Infância, promovido pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal - FMCSV, em Cambridge, Massachusetts - EUA, no período de 3 a 10 de agosto de 2019, inclusive trânsito, Processo nº 25000.119097/2019-72.

BENZILPENICILINA POTÁSSICA 5.000.000 UI - MS PUBLICA PREGÃO PARA FUTURA AQUISIÇÃO


COORDENAÇÃO-GERAL DE LICITAÇÕES E CONTRATOS DE INSUMOS ESTRATÉGICOS PARA SAÚDE

AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº 47/2019 - UASG 250005 Nº Processo: 25000061510201901.
Objeto: Registro de Preços para futura aquisição de Benzilpenicilina Potássica 5.000.000 UI, injetável, conforme demais especificações contidas no Termo de Referência, Anexo I do Edital.. Total de Itens Licitados: 1. Edital: 22/07/2019 das 08h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h59. Endereço: Esplanada Dos Ministérios, Bloco G, Ed. Anexo, Ala A, 4º Andar Sala 464, St. Adm. Federal - Asa Sul - BRASÍLIA/DF ou www.comprasgovernamentais.gov.br/edital/250005-5-00047-2019. Entrega das Propostas: a partir de 22/07/2019 às 08h00 no site www.comprasnet.gov.br. Abertura das Propostas: 01/08/2019 às 10h00 no site www.comprasnet.gov.br. Informações Gerais: .
EDNALDO MANOEL DE SOUSA
Pregoeiro


CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS


DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 22/07/2019 | Edição: 139 | Seção: 1 | Página: 2
Órgão: Atos do Poder Executivo
DECRETO Nº 9.926, DE 19 DE JULHO DE 2019
Dispõe sobre o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,caput, incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006,
D E C R E T A :
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, órgão superior permanente do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas.
Art. 2º Compete ao Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas:
I - aprovar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas;
II - reformular e acompanhar a execução do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas;
III - deliberar, por meio de resoluções, proposições, recomendações e moções, sobre iniciativas do Governo federal que visem a cumprir os objetivos da Política Nacional sobre Drogas;
IV - deliberar, por meio de resoluções, proposições, recomendações e moções, a respeito de propostas do Grupo Consultivo e da Comissão Bipartite;
V - solicitar análises e estudos ao Grupo Consultivo e à Comissão Bipartite;
VI - acompanhar o cumprimento pelo Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas das diretrizes nacionais para a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
VII - acompanhar o cumprimento pelo Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas das diretrizes nacionais para a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
VIII - identificar e difundir boas práticas dos três níveis de governo sobre drogas;
IX - acompanhar e se manifestar sobre proposições legislativas referentes às drogas; e
X - aprovar o seu regimento interno.
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SELO EMPRESA AMIGA DA FAMÍLIA (SEAF)


DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 22/07/2019 | Edição: 139 | Seção: 1 | Página: 49
Órgão: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos/Gabinete da Ministra
PORTARIA Nº 1.468, DE 19 DE JULHO DE 2019
Institui o Selo Empresa Amiga da Família (SEAF), destinado a fomentar e reconhecer empresas que adotam práticas organizacionais de equilíbrio entre trabalho e família.
O MINISTRO DE ESTADO DA MULHER, DA FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS, SUBSTITUTO, no uso de suas atribuições conferidas pelo Decreto nº 8.851, 20 de setembro de 2016, e tendo em vista o disposto no Decreto nº 9.673, de 2 de janeiro de 2019, resolve:
Art. 1º Fica instituído o Selo Empresa Amiga da Família (SEAF), destinado a fomentar e reconhecer empresas que desenvolvam práticas organizacionais que visem o equilíbrio entre trabalho e família, nos termos do Regulamento anexo a essa Portaria.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
SERGIO LUIZ CURY CARAZZA


SUSPENSÃO DAS PDPs SERÁ PAUTA DA REUNIÃO DO CONASS NO PRÓXIMO DIA 24 DE JULHO


8ª Assembleia do CONASS em 2019

Tema: Esclarecimentos sobre fase de suspensão de Parceria de Desenvolvimento Produtivo - PDP

Convidados:    Mirna Poliana – Coordenadora do Complexo Industrial da Saúde (PDP) – MS
Ronaldo Dias – Diretor da ALFOB

Dia: 24 – 07 -2019
Local: Centro de Convenções Parque Cidade
Hora: 11h

domingo, 21 de julho de 2019

Fabricante de remédio gratuito, Tecpar é alvo de corte e tenta reverter com ministério


Um dos laboratórios alvos de um corte em contrato do governo federal, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) afirmou em nota nesta terça-feira (16) que “está em negociação acerca da suspensão de suas Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) diretamente com o Ministério da Saúde”.

O ministério suspendeu, nas últimas 3 semanas, contratos com sete laboratórios públicos para a produção de 19 medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo apontam suspensão de projetos de parcerias destinados à fabricação de remédios para pacientes que sofrem de câncer e diabete e transplantados. Os laboratórios que fabricam por PDPs fornecem a preços 30% menores do que os de mercado. E já estudam ações na Justiça.

O Tecpar afirma que, segundo o Ministério da Saúde, “a suspensão é parte do rito de PDP, uma oportunidade de reestruturação do projeto”. “Quando a PDP é suspensa pelos motivos elencados na Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017 – ANEXO XCV – Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde, é reencaminhada ao Comissão Técnica de Avaliação (CTA) do MS para análise e parecer. O Tecpar já realizou a defesa de suas PDPs e aguarda o posicionamento do CTA e Ministério da Saúde”, diz a nota.

Entre os medicamentos que o Tecpar foi selecionado para atuar com as parcerias estão os produtos indicados para o tratamento de artrite reumatoide Infliximabe, Adalimumabe e Etanercepte, e também outros indicados para o tratamento de câncer: Rituximabe, Bevacizumabe e Trastuzumabe, que é usado no tratamento de câncer de mama metastático e é vendido pelo Tecpar ao ministério, significando 100% da demanda de 2018. O instituto também produz medicamentos para tratamento do câncer de mama, Anastrazol e Letrozol, e para o tratamento de câncer de próstata, Abiraterona.

Associações que representam os laboratórios públicos falam em perda anual de ao menos R$ 1 bilhão para o setor e risco de desabastecimento – mais de 30 milhões de pacientes dependem dos 19 remédios. A lista inclui alguns dos principais laboratórios: Biomanguinhos, Butantã, Bahiafarma, Tecpar, Farmanguinhos e Furp.

Além disso, devem ser encerrados contratos com oito laboratórios internacionais detentores de tecnologia, além de laboratórios particulares nacionais. Isso porque cada laboratório público, para desenvolver um produto, conta com dois ou três parceiros. Depois, esses laboratórios públicos têm o compromisso de transferir a tecnologia de produção do medicamento ao governo brasileiro. Essa lista inclui referências da indústria como a GlaxoSmithKline Brasil Ltda. (GSK) e a Libbs, além de Oxygen, Nortec, Biomm, Cristália, ITF, Axis e Microbiológica Química e Farmacêutica Ltda.

Transitório
Procurado, o Ministério da Saúde informou que as PDPs continuam vigentes. Segundo a pasta, foi encaminhado aos laboratórios um ofício que solicita “manifestação formal sobre a situação de cada parceria”. O órgão federal ainda informou que “o chamado ‘ato de suspensão” é por um período transitório”, enquanto ocorre “coleta de informações”.

O jornal, porém, teve acesso a um dos ofícios em que o ministério é categórico ao informar o encerramento da parceria. O documento, do dia 26 de junho, é assinado por Denizar Vianna Araujo, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. a Bahiafarma é informada que, com base em um parecer da Advogacia-Geral da União e da Controladoria-Geral da União, “comunicamos a suspensão da referida PDP do produto Insulina Humana Recombinante Regular e NPH, celebrada com a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos e solicitamos manifestação formal da instituição pública quanto à referida decisão, no prazo improrrogável de dez dias úteis”.

O presidente da Bahiafarma e da Associação dos Laboratórios Oficiais do Brasil (Alfob), Ronaldo Dias, disse que os laboratórios já estão tratando as parcerias como suspensas. “Os ofícios dizem que temos direito de resposta, mas que a parceria acabou. Nunca os laboratórios foram pegos de surpresa dessa forma unilateral. Não há precedentes”, afirmou.

Consequências
O entendimento da associação de laboratórios é que a entrega de remédios já programada continua garantida. Isso significa que não deve haver interrupção imediata no fornecimento.
Segundo ele, a maior parte pretende fazer um questionamento jurídico. “A primeira medida que a gente pretende tomar é no âmbito judicial. Nossa linha deve ser alegar a arbitrariedade da forma que isso se deu.”

Já o representante de um laboratório de São Paulo, que falou com o Estado sob a condição de não ter o nome divulgado, disse que a suspensão das parcerias vai criar um problema de saúde e afetar uma cadeia econômica “imensa”, expondo o Brasil à insegurança jurídica.

Ele cita como exemplo uma planta industrial no valor de R$ 500 milhões, construída em uma parceria de um laboratório privado com o Instituto Butantã e financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Essa planta toda fica obsoleta. Toda cadeia econômica está severamente afetada”, disse.

‘Desmonte’
O presidente da Bahiafarma e da Associação dos Laboratórios Oficiais do Brasil (Alfob), Ronaldo Dias, vê retrocesso para a indústria nacional de medicamentos e um risco para a saúde de milhões de pacientes. O laboratório é um dos que tiveram seus contratos suspensos. “É um verdadeiro desmonte de milhões de reais de investimentos que foram feitos pelos laboratórios ao longo dos anos, além de uma insegurança jurídica nos Estados e entes federativos. Os laboratórios não têm mais como investir a partir de agora. A insegurança que isso traz é o maior golpe da história dos laboratórios públicos.”

O representante do setor destaca que as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) também funcionam como um regulador de preço no mercado. Ele explica que a Bahiafarma, por exemplo, vende insulina a um preço três vezes menor que laboratórios estrangeiros. Dias ressalta que um processo de compra de medicamento no Ministério da Saúde costuma demorar até 11 meses para ser concluído. Por isso, haveria até risco de desabastecimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Bem Paraná


Governo Bolsonaro busca inviabilizar o SUS com o fim da produção de medicamentos

A suspensão de contratos com laboratórios que produzem 19 medicamentos para o SUS (Sistema Único de Saúde) é uma medida que visa dificultar a sustentabilidade do sistema que atende a população gratuitamente no Brasil. Veja reportagem abaixo:

.Por Ana Paula Evangelista.

“O que está se concretizando é uma possibilidade elevada de um novo desabastecimento como visto ao longo dos últimos meses em diversas reportagens e, além disso, uma dificuldade, a longo prazo, de sustentabilidade do Sistema Único de Saúde. Sem a política de PDP a tendência é que o preço desses medicamentos aumente consideravelmente”.

Essa é a opinião do presidente da Associação dos Laboratórios Oficiais do Brasil (Alfob), Ronaldo Dias, sobre a suspensão de contratos com sete grandes laboratórios públicos para produção de 19 medicamentos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
(foto tomaz silva – agência brasil)




Estima-se que mais de 30 milhões de pessoas dependam de medicamentos como insulina, remédios para o tratamento do câncer e para transplante, segundo reportagem de O Estado de São Paulo.

O Ministério da Saúde informa, em nota publicada na última terça-feira (16) em seu portal na Internet, que “estão em fase de suspensão 19 Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs)”. Desde 2015, 46 PDPs passaram por processos de suspensão. Atualmente, 87 parcerias estão vigentes”.

A pasta também nega que haverá falta de remédios. Para garantir o abastecimento da rede, o ministério afirma que tem realizando compras desses produtos por outros meios previstos na legislação. “A medida, portanto, não afeta o atendimento à população. A maior parcela das PDPs em fase de suspensão sequer chegou a fase de fornecimento do produto”.

Ronaldo Dias, que é presidente também da Bahiafarma, um dos laboratórios suspensos, conta que o ministério vinha obtendo uma importante economia com a política de PDP. Ele explica que sempre que há a formatação de uma PDP no mercado, imediatamente há uma queda no preço desse produto.

Nas duas últimas semanas, porém, os laboratórios receberam ofícios do Ministério da Saúde comunicando a suspensão das PDPs. A medida em questão pode significar uma ameaça à soberania e ao domínio tecnológico, na opinião de especialistas.

Laboratórios com excelência reconhecida dentro e fora do Brasil, como Biomanguinhos, Butantã, Bahiafarma, Tecpar, Farmanguinhos e Furp são alguns dos atingidos pelo cancelamento que deve gerar uma perda anual de R$ 1 bilhão. A suspensão também tem no alvo contratos com laboratórios internacionais e nacionais de caráter privado, que trabalham em parceria com os públicos no desenvolvimento dos remédios.

“Não houve nenhum diálogo prévio, reunião com a Associação sobre algum problema nas PDPs, para buscar corrigir ou buscar entendimento. Pelo contrário, foi subitamente publicado no site do ministério, antes dos laboratórios saberem do processo de suspensão. Posteriormente a isso, os laboratórios começaram a verificar as razões e agora estamos tentando entender os motivos que levaram a esse movimento do Ministério da Saúde”.

Embora o Ministério da Saúde tenha informado se tratar de ato por “período transitório” para “coleta de informações”, os laboratórios públicos buscam o diálogo com o governo, na Justiça e numa articulação com a Frente Parlamentar pela Produção Pública de Medicamento, “dirigida e trabalhada no intuito de verificar o cumprimento desses contratos e propor melhorias”.

“Se é que existe uma possibilidade [do ministério] de diálogo, porque sempre tivemos essa disposição, mas nunca houve a oportunidade de exporHoje não se tem os mecanismos necessários para não suspender uma PDP, que seriam todos os conselhos que foram revogados por decreto do presidente”.

Com relação à via jurídica, o representante de laboratórios oficiais está aprofundando a análise, por enxergar uma política interministerial, que envolve os ministérios da Ciência e Tecnologia, e o de Economia também, que não foram consultados e nem se manifestaram acerca das suspensões.



Ministro da Saúde visita Rondonópolis na segunda


Ministério anunciou o envio de 30 mil doses suplementares de vacina contra a gripe H1N1

Da assessoria

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estará em Rondonópolis nesta segunda-feira (22.07) para visitar a Santa Casa, o Hospital Regional e a Universidade Federal. À noite, ele se reúne com o prefeito José Carlos Junqueira e lideranças da região.

A programação atende pedido do senador Wellington Fagundes, vice-presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Municípios, que tem conversado com o ministro sobre a situação da saúde no interior do Estado. Em Rondonópolis, recentemente, registrou duas mortes em consequência da gripe H1N1. Outros cinco casos suspeitos foram registrados nas unidades de saúde do município.

Diante da situação, o Ministério da Saúde anunciou, no começo do mês, o envio de 30 mil doses suplementares de vacina contra a gripe H1N1. Este foi um dos assuntos levados ao ministro pelo senador Wellington Fagundes.

As vacinas devem ser entregues nos próximos dias e a Secretaria Municipal de Saúde vai estabelecer um cronograma de vacinação.

Já na Santa Casa e no Hospital Regional, o ministro deve conhecer as principais demandas, que incluem o aumento no número de leitos de UTI. Nesta semana, a imprensa local divulgou informações de que 10 pacientes aguardavam por uma vaga na UTI do Hospital Regional.

Na terça-feira (23.07), o ministro estará em Cuiabá para a reabertura da Santa Casa de Misericórdia, que agora passa a ser comandada pelo governo do Estado.


SUS com menos remédios


Fim da fabricação de medicamentos gratuitos para diabetes, câncer e HIV pode afetar 30 milhões de brasileiros

André Vargas

DECISÃO TCU e CGU encontraram problemas contratuais. Laboratórios alegam gerar economia de R$ 20 bilhões anuais ao erário (Crédito: Divulgação)

Sem aviso a quem depende da saúde pública, foram cancelados os contratos de sete laboratórios nacionais que produzem 18 medicamentos e uma vacina distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida até pode ser legal, mas é desumana, podendo comprometer a saúde de até 30 milhões de brasileiros usuários de remédios para diabetes, problemas renais, câncer, HIV, dores crônicas e transplantados. Não seria exagero estimar que muitos morrerão, caso nenhuma solução viável seja apresentada. Até parte da produção da vacina tetraviral, que imuniza crianças entre 1 e 2 anos contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela, foi cancelada. De maneira leviana, o Ministério da Saúde afirma que não faltarão remédios, já que laboratórios privados supririam a demanda. A ver.

A medida suspendeu parte dos projetos de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), que, mediante incentivos, estimula a produção de remédios até 30% mais baratos e permite a transferência de tecnologias ao governo, como parte de uma política pública. Os cancelamentos dos contratos foram recomendados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que constataram descumprimento de cronogramas e falta de investimentos. Oito empresas internacionais parceiras tiveram acordos suspensos.

Na Justiça
Os laboratórios afirmam que o governo não fez sua parte. “Para suspender uma PDP é preciso a avaliação de um comitê”, afirmou o presidente da Associação de Laboratórios Farmacêuticos Oficiais (Alfob), Ronaldo Ferreira Dias. A Alfob alega que gera uma economia aos cofres públicos de até R$ 20 bilhões ao ano. Cinco empresas saíram no prejuízo, pois estavam em fase de importação de insumos e desenvolvimento. O episódio deve chegar aos tribunais. Entre gestores de saúde, a decisão era esperada. O que surpreendeu foi a decisão abrupta, que gerou insegurança jurídica. O Ministério alega que seus “atos de suspensão” são “transitórios” e que “coleta informações”, indicadores de que sua decisão seria afobada. “São produtos de alto valor contra doenças raras. Não dá para fazer transplantes sem eles”, diz Gonzalo Vecina Neto, da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Agora ninguém sabe qual é o plano do governo”. Não se trata de uma novidade.


Governo quer rever modelo de parcerias para produção de remédios

Método atual visa transferência de tecnologia entre laboratórios farmacêuticos privados e públicos

Natália Cancian

ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse à Folhaque o governo pretende rever o modelo atual de parcerias que visam a transferência de tecnologia entre laboratórios farmacêuticos privados e públicos para produção de medicamentos.

Esses contratos, chamados de PDPs (parcerias de desenvolvimento produtivo) são usados para permitir a produção, no país, de medicamentos e outros produtos estratégicos para o SUS e que são geralmente importados ou representam alto volume de gastos ao governo.

Atualmente, o ministério tem 93 dessas parcerias. Nesta semana, a suspensão de 19 contratos dentro desse grupo gerou polêmica entre entidades do setor.

Mandetta, porém, diz que houve interpretação equivocada. “A suspensão é coisa de rotina”, diz ele, que nega que a medida possa trazer reflexos na distribuição de remédios. “O que fizemos foi acatar as determinações de órgãos de controle.”

Ele faz críticas às regras atuais para as parcerias. Um dos problemas, afirma, é o cálculo do valor pago a ser pago nos contratos, que preveem que o laboratório que fará a transferência de tecnologia tenha exclusividade no fornecimento dos remédios.

“O modelo que o Brasil está adotando mistura o preço do remédio com o preço da transferência de tecnologia num preço só. Vamos supor que o remédio custa R$ 100 e a tecnologia, R$ 30, e fica R$ 130.

Nesse intervalo, o mercado vai e barateia o remédio. E fica o Brasil comprando a R$ 130 algo que poderia comprar a R$ 50”, afirma. “Isso tem feito com que o SUS gaste muito mais do que se tivesse encomendado tecnologia e deixado o mercado flutuar.”

Outro problema, segundo ele, são atrasos no processo, o que tem sido alvo de investigações de órgãos como a CGU (Controladoria Geral da União).

“Tem medicamento que a patente do cara vai acabar daqui a quatro, cinco anos, mas espicham os prazos e ficam com o preço na mão. Quando acabar a patente, como faz? Você pagou tudo isso a troco do quê? Precisa zelar pelo cronograma.”

De acordo com o ministro, equipes da pasta têm feito uma revisão da atual política de PDPs desde o início do ano para verificar a possibilidade de alterações nas regras.

Entre os pontos em análise, está verificar quais produtos hoje alvo de parcerias são de maior interesse do setor público e outros que podem entrar na lista.

“Penicilina, por exemplo. Você tem a sífilis explodindo no Brasil e ninguém faz [a produção de penicilina], porque não tem interesse comercial. Será que não tem alguns medicamentos que a gente não deveria estar buscando essa tecnologia para ter aqui?”

Outra medida em estudo é separar o valor pago pela transferência de tecnologia do valor dos medicamentos, o que permitiria pagar apenas pela primeira etapa por meio de outros modelos e negociar o valor dos remédios no mercado.

“Existe uma forma de fazer isso que é encomenda tecnológica. Você vai me transferir isso e o custo é tanto. E o preço de mercado eu compro onde achar que o preço está melhor”, diz. “É uma discussão que está ocorrendo aqui dentro.”

Segundo membros do ministério, a ideia é avaliar a medida para novos contratos para produção de remédios. Já os demais precisariam de análise jurídica.

Nos últimos anos, o modelo de encomenda tecnológica, tipo de compra pública usado principalmente para produtos ainda a serem desenvolvidos, foi aplicado pelo governo na negociação para compra de 80 aparelhos de radioterapia, a qual envolveu a instalação de uma fábrica da empresa fornecedora no país.

O presidente-executivo do Sindusfarma (Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos), Nelson Mussolini, diz ter dúvidas sobre a viabilidade das medidas, já que a encomenda tecnológica tem servido mais para produtos novos.

“Para desenvolver uma vacina contra Aids, por exemplo, poderia ser encomenda, por ser algo que não existe. Mas para produtos já existentes, não sabemos como iria funcionar. Isso precisa ser bem estudado”, afirma.

Já o ministro diz não ver problemas. “O que determina é o interesse em ser detentor de uma tecnologia.”

Para Mussolini, as PDPs têm sido importantes em algumas áreas, como a produção de vacinas. Em outros casos,  ele avalia que há falta de estrutura de parte dos laboratórios públicos, o que dificulta o processo. Ele defende que haja abertura para que o setor privado atue nas parcerias. “Não há necessidade de fazer só por laboratórios públicos, pode ser através de privados, desde que se fiscalize e analise a entrada de tecnologia no Brasil", sugere. .

O presidente da Alfob, associação que reúne laboratórios públicos, Ronaldo Dias, vê a sugestão com ressalvas. “Não acho que retirar o público é a solução”, diz ele, que defende discutir apoio do setor privado no financiamento.

Ele contesta a afirmação do ministro que as parcerias levem a gastos maiores e diz que as PDPs têm ajudado a reduzir os preços no mercado.

“A avaliação de preço de PDP tem que ser feita no momento da entrada no mercado. Depois de já estar no mercado, obviamente o laboratório privado que não tem mais a possibilidade de vender vai baixar o preço”, diz ele, segundo quem os preços podem ser renegociados a cada ano  e trazem economia a longo prazo

Ele cita como exemplo o cloridrato de sevelâmer, usado para tratamento de doenças renais, cujo preço de cada comprimido passou de R$ 6,70 para R$ 1,55 após a assinatura da PDP. “Se não houvesse a parceria, esse preço nunca cairia.”


Vacina pentavalente está em falta nos postos de todo o país


Na capital, em 41 unidades de saúde pesquisadas, só 4 tinham doses

Patrícia Pasquini
Mariangela de Castro

A vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e haemophilus influenza B, está em falta na rede pública de saúde. 

Funcionários de empresa na região da avenida Paulista recebem vacina contra o sarampo - Rubens Cavallari - 5.abr.2019/Folhapress

Ela deve ser ministrada em três doses, aos dois, aos quatro e aos seis meses de idade. O reforço deve ser feito com um ano e três meses.

Segundo o Ministério da Saúde, os lotes mais recentes da vacina recebidos do laboratório indiano Biologicals E Limeted India foram reprovados pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Como não existe laboratório produtor do insumo no país, a compra da vacina é viabilizada pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), que este ano adquiriu 4 milhões de doses da imunização, de outro laboratório indiano, com embarques previstos para este mês, agosto, setembro e outubro, mas não há previsão de normalização.

Por conta do problema, o estoque está baixo na rede pública da cidade de São Paulo. A reportagem ligou para 41 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de todas as regiões, e só quatro ainda tinham a vacina.

A imunização também começa a faltar na rede particular. Não há, por exemplo, no laboratório Lavoisier. Já no Clinivac e no Vacinar, o preço da dose varia entre R$ 300 e R$ 450.

A dona de casa Cristina Velasco, 66 anos, da Mooca (zona leste), disse que seu neto deveria ter tomado o reforço da pentavalente há dois meses. “Todos os dias perguntamos sobre a vacina na UBS Vila Bertioga, mas sempre dizem que não chegou e que a falta é nacional”, afirma.

Interior
As cidades do interior do estado, como Bauru (329 km de SP) e Ourinhos (378 km de SP), estão com o estoque zerado da pentavalente. 

Nesta quinta-feira (18), o secretário municipal de Saúde de Bauru, José Eduardo Fogolin, solicitou à Secretaria de Estado da Saúde uma cobrança maior junto ao governo federal para o envio das vacinas pelo Programa Nacional de Imunização. A prefeitura diz  que não pode comprar a vacina, uma vez que é enviada pelo Ministério da Saúde.

Em Ourinhos, a vacina não é repassada ao município há 14 dias. A Secretaria de Saúde local está orientando as mães a evitar locais aglomerados. 

Para a infectologista Raquel Muarrek, na falta é importante que os pais deem separadamente as vacinas que compõem a pentavalente. São três: a tríplice bacteriana (contra difteria, tétano e coqueluche), hepatite B e haemophilus influenza B (contra bactéria que provoca infecção que podem começar no nariz e na garganta). 

“A vacinação é importante para a criança porque ela fica fica desprotegida e pode acabar doente”, diz. “Para a população em geral porque evita a circulação de vírus”, afirma.

Resposta
O Ministério da Saúde disse que desde o dia 11 de julho já encaminha aos estados 437,7 mil doses da vacina pentavalente do laboratório Serum Índian para regularizar os estoques no país. O órgão disse que não há previsão para receber outros lotes do laboratório Biologicals E Limeted India.

A Secretaria Estadual da Saúde afirmou que o envio das doses pelo governo federal está irregular e em quantidades insuficientes.

A Secretaria Municipal da Saúde disse que foi informada pela Secretaria Estadual de Saúde que serão fornecidas 34 mil doses da vacina na próxima semana. A Covisa afirma que remanejou internamente as doses nas regiões.



Parques tecnológicos são apostas para desenvolver regiões do Paraná

Célio Yano


                             Parque Tecnológico de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná/Foto: Rodinei Santos/Prefeitura de Pato Branco

Com o objetivo de promover a inovação como alavanca para o desenvolvimento das diversas regiões do estado, o governo estadual realiza até o fim de julho um processo de credenciamento de parques tecnológicos pelo Paraná.

O trabalho, levado à frente pelo Sistema Estadual de Parques Tecnológicos (Separtec), busca fortalecer esse tipo de empreendimento, em que empresas, universidades e poder público atuam de maneira conjunta na pesquisa e desenvolvimento de soluções tecnológicas.

Em um levantamento inicial, foram identificadas 18 iniciativas por todo o Paraná, nas cidades de Cascavel, Cornélio Procópio, Curitiba (4), Foz do Iguaçu, Guarapuava, Jacarezinho, Londrina, Maringá, Medianeira, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, Toledo e Umuarama, além do Parque Tecnológico Virtual do Paraná (veja a lista).

Até o dia 31 de julho, cada uma delas passará por uma avaliação in loco em relação a seu grau de maturidade. “Levaremos em consideração aspectos como a relação com universidades, a inserção do parque no plano diretor do município, perspectivas de internacionalização, além de equipamentos e serviços disponíveis”, conta o secretário executivo do Separtec, José Maurino Martins.

Os projetos com um grau mínimo de maturidade receberão inicialmente um credenciamento provisório e um prazo para adequação a determinadas regras para obtenção do credenciamento definitivo. A partir daí, recursos do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Paraná Fomento ou Fundação Araucária devem ser liberados apenas para parques credenciados. “A ideia não é só ajudar os parques na sua estruturação e instalação, mas também empresas que quiserem se instalar dentro dos parques”, completa Martins.

O Paraná é considerado propício para o desenvolvimento de ecossistemas de inovação. A presença de três universidades federais, sete estaduais, além de quatro grandes universidades particulares e institutos de pesquisa públicos e privados, facilita a interlocução do setor acadêmico com os diversos setores da economia. “O papel do Separtec é promover essa sinergia”, comenta Martins.

O conceito de parque tecnológico refere-se a uma área física que concentra empresas, incubadoras e instituições de pesquisa para compartilhamento de conhecimento, equipamentos e recursos, gerando benefícios econômicos e sociais, além de desenvolvimento tecnológico. O poder público entra em grande medida com investimentos, principalmente por meio de incentivos fiscais.


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