Montante contemplará 25
projetos de pesquisas que envolvem saúde materno-infantil e resistência a
antimicrobianos
O Ministério da Saúde, em
parceria com o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Gates, irá
investir US$ 2,5 milhões em 25 pesquisas brasileiras que objetivam melhorar a
Saúde Materno-Infantil no Brasil e a Resistência aos Antimicrobianos. A ação é
fruto do Grand Challenges Explorations (GCE), grupo que financia ideias e
soluções inovadoras em todo o mundo, voltada apenas para pesquisadores brasileiros.
Cada projeto receberá 100 mil dólares para desenvolver suas ideias em 18 meses.
A expectativa é que eles auxiliem gestores a definir melhores políticas
públicas nestas duas áreas.
Para o secretário de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, Marco Fireman, a
parceria permitirá que o Ministério da Saúde elabore ações para aprimorar a
saúde pública. “O SUS é o maior sistema público de saúde do mundo e atende um
país diverso e de dimensões continentais. Essa é uma parceria estratégica
porque nos permite compreender os perfis da nossa população e alimentar os
nossos bancos de dados, o que colabora para uma melhor orientação das políticas
públicas. Além disso, apresenta soluções reais e a baixo custo que possam, de
fato, ser implementadas”, afirma Marco Fireman.
Dentre as 25 ideias
selecionadas pelo edital, está a criação de um sistema sustentável e de baixo
custo para remover bactérias resistentes a antibióticos de esgotos e efluentes.
Um outro projeto envolve o cruzamento de indicadores de saúde com informações
sobre poluição do ar para identificar possíveis impactos das emissões na saúde
de gestantes e crianças.
Desde 2007, o Grand Challenges
Explorations (GCE) financia ideias e soluções inovadoras do mundo inteiro para
grandes desafios em saúde, desenvolvimento e agricultura. Entre eles, por
exemplo, estão a nova geração da camisinha e inovações para garantir o
transporte de vacinas nas áreas mais remotas do planeta. Desde 2009, 14
brasileiros foram apoiados por essas chamadas abertas a inovadores do mundo
todo.
Esse primeiro grupo GCE é um
dos resultados da parceria entre o Ministério da Saúde, da Fundação Gates e do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) firmada em
2011 e renovada em 2017. Pelo acordo, ambas as partes investem igualmente em
projetos de pesquisa. Além do financiamento de 100 mil dólares da Fundação
Gates, os brasileiros ainda podem receber um adicional de 25% a 50% do valor
total de 17 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de seus estados. No Brasil,
uma parceria com as FAPs garante aporte adicional de 25.000 a 50.000 dólares a
inovadores de seus estados que tiverem suas ideias selecionadas pelo programa.
OBTENÇÃO DE DADOS
Um dos grandes aliados na
realização desses projetos será o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos
para Saúde (Cidacs). A partir desta plataforma, os contemplados na chamada
'Ciência de Dados para Melhorar a Saúde Materno-Infantil no Brasil' poderá
acessar informações anonimizadas de mais da metade da população brasileira
oriundas da vinculação de bases de dados que trazem informações sobre
mortalidade, nascimentos e programas sociais, por exemplo. O cruzamento de
várias bases de dados gera informações que podem guiar intervenções e programas
capazes de melhorar a vida de mulheres e crianças.
O Brasil inova com a chamada
do Grand Challenges Explorations ao aplicá-los à saúde com o objetivo de
melhorar políticas públicas nesta área.
Por Victor Maciel, da
Agência Saúde, com informações do Nucom/SCTIE