O site da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) recebeu 9 mil acessos nos últimos 15 dias. A página foi lançada no dia 15 de abril, por ocasião da abertura do primeiro edital da organização social para a contração de instituições científicas e tecnológicas (ICTs).
Na avaliação do diretor de Operações da empresa, Roberto Vermulm, o interesse é positivo tendo em vista o objetivo do portal, que foi criado para “permitir a interação com os novos clientes e com as instituições”. Ele participou, nesta quinta-feira (8), da 17ª e penúltima reunião do Grupo de Trabalho da Embrapii, encontro conduzido pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Alvaro Prata.
Vermulm explicou como vem sendo feito o trabalho de esclarecimento sobre o edital, que tem consistido também em reuniões nas principais capitais do país. Ele comentou que no site é possível acessar documentos, a própria chamada e seus anexos, um manual de operação, formulários e encaminhar dúvidas e questões relacionadas ao certame.
Na reunião do grupo, realizada no MCTI, o diretor explanou sobre o cronograma e os prazos vigentes, tanto para as representantes do projeto piloto como para as novas adeptas interessadas em participar do processo. Dez serão selecionadas neste primeiro edital. “Elas serão unidades da Embrapii e sendo credenciadas vão receber recursos do governo federal para contratar projetos junto a empresas para desenvolvimento de inovação que estão na fase chamada pré-competitiva do processo de inovação”, ressaltou.
Podem participar instituições de científicas e tecnológicas públicas ou privadas sem fins lucrativos, que têm até quinta-feira (15) para enviar as cartas de manifestação de interesse indicando as áreas de competência em que pretendem aturar. Em seguida, as participantes terão até 2 de junho para encaminhar o plano de ação. Já as três ICTs envolvidas na experiência piloto, acrescentou ele, vão passar por um processo de avaliação e, após o credenciamento, iniciam a atuação pelo novo contrato a partir de 1º de junho.
Resultados
Operam em fase preliminar, desde 2011, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), no Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), de São Paulo, e o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Cimatec/Senai), da Bahia. A três unidades, que poderão servir de modelo, apresentaram no encontro os resultados alcançados no período, bem como a execução financeira das ações desenvolvidas.
No total, o piloto soma 50 projetos aprovados e assinados no montante de R$ 132 milhões contratados. Outros 22 projetos aprovados estão em fase de contratação. “A expectativa até o término da execução do piloto [que se encerra em junho de 2016] é que tenhamos R$ 200 milhões contratados”, afirmou o secretário Prata, que falou sobre a expectativa em relação à operação da Embrapii, que, na sua opinião, permitirá uma revolução tecnológica no país.
“O resultado do piloto validou o conceito da Embrapii, que é essa formulação em que se antecipam recursos para as instituições para que elas possam negociar com as empresas para o desenvolvimento de projetos conjuntos, entrando apenas com um terço do investimento. E o governo compartilha do risco do desenvolvimento tecnológico financiando parte dos projetos”, destacou.
Impressões
Os representantes das unidades também falaram sobre as impressões e experiências obtidas após dois anos de experiência no modelo. “Estamos avançando com os projetos”, afirmou o diretor do INT, Domingos Naveiro. O instituto conta com 11 projetos com contrato assinado, três em fase de contratação, duas propostas em negociação e 40 em processo de prospecção.
“Foi uma oportunidade para consolidarmos uma questão que já vinha sendo tratada no IPT, de valorizar a inovação no processo de pesquisa e desenvolvimento. A Embrapii veio reforçar isso”, disse a diretora de Inovação da instituição, Zehbour Panossian.
O gerente do núcleo estratégico do Senai Bahia, Luís Breda Mascarenhas, ressaltou a facilidade oferecida nesse sistema pelo apoio do recurso público, de forma rápida e desburocratizada, e pela autonomia dada às ICTs para a seleção de projetos. “Isso é interessante porque o ICT está mais próximo da demanda e das empresas e, às vezes, a dificuldade de tocar um projeto de inovação é justamente o recurso. Não é que a empresa não queira investir, mas de fato investir em inovação ainda requer capacidade de investimento maior do que a empresa tem”, avaliou.
Mascarenhas apontou também como positiva a liberdade dada às ICTs para negociar a propriedade intelectual. Para o representante do Senai, a experiência possibilitou uma nova visão ao Cimatec, que anteriormente tinha caráter regional. “A Embrapii deu essa abrangência e nos desafiou a buscar projetos em outros estados”, relatou. “Isso também nos movimentou para criar um grupo de prospecção e gestão e uma estrutura com escritório de apoio à gestão de projetos para fazer um acompanhamento por meio de indicadores e técnicas.”
Texto: Denise Coelho – Ascom do MCT
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