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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Comissão de Assuntos Econômicos aprova duas indicações para diretoria do Banco Central

Geraldo Magela/Agência Senado 
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou, nesta terça-feira (14), os nomes de Otávio Ribeiro Damaso e de Tony Volpon para a diretoria do Banco Central. Cada um recebeu 22 votos favoráveis e dois contrários. As indicações serão encaminhadas agora para votação em Plenário.

Ao serem sabatinados pelos senadores, os dois economistas prometeram um combate rigoroso à inflação e disseram que farão de tudo para assegurar estabilidade do poder de compra da moeda, caso cheguem aos postos de comando da instituição.

— Não há fundamentação na literatura econômica de que tenham observado crescimento econômico e melhor padrão de vida da população sem ter assegurada a estabilidade do poder de compra da moeda. Manter a inflação sob controle deve ser compromisso de todo governo; mais que isso, uma política de estado — afirmou Otávio Damaso.

Para Tony Volpon, assim que os ajustes atuais na economia forem concluídos, a inflação deve voltar ao centro da meta, e a economia terá condições de crescer novamente:

— Quando o atual programa de ajuste econômico for levado ao seu fim, teremos as condições de ver a economia brasileira voltar a crescer de forma sustentável. As recentes ações da política monetária tem sido nessa direção. A convergência da inflação para o centro da meta deve ser algo factível já em 2016 — previu.

Independência

Uma possível independência do Banco Central foi outro tema abordado pelos senadores. Os indicados evitaram se posicionar sobre o assunto, mas garantiram que o que importa realmente é uma autonomia operacional, coisa que a instituição brasileira já conquistou.

Segundo eles, o assunto vai além de questões técnicas. Cada país adota um modelo diferente - mais adequado às suas características políticas, econômicas e culturais - e o local apropriado para discutir o tema é o Congresso Nacional.

— Não aceitaria o cargo se não tivesse a total convicção de que o BC tem total autonomia — disse Otávio Damaso.

Os indicados

Otávio Damaso é economista graduado pela Universidade de Brasília (UnB), com especialização em Matemática para Economia e Administração pela mesma universidade. Funcionário de carreira do Banco Central há 17 anos, exerce desde 2011 o cargo de chefe de gabinete do presidente da instituição.

Tony Volpon formou-se na Universidade McGill, de Montreal, e é mestre em Economia pela Universidade Western Ontario, ambas no Canadá. Desde setembro de 2009, exerce o cargo de diretor-executivo, na função de chefe de Pesquisas para Mercados Emergentes das Américas, no Nomura Securities lnternational, em Nova York (EUA).

Após o resultado da votação, o presidente da CAE, senador Delcídio do Amaral (PT-MS) informou que fará o possível para que os nomes sejam submetidos ao Plenário já nesta terça-feira à tarde.

Agência Senado

Ministro da Saúde defende reformulação do setor de próteses

O Brasil ainda não tem um marco legal para a definição conceitual de órteses e próteses, a falta de nomenclatura específica impede a padronização de preços desses produtos, que também não contam com sistema adequado de registro e monitoramento. Os protocolos atuais de uso são frágeis e precisam ser aperfeiçoados. Há ainda uma extrema assimetria nos preços de mercado, o que faz com que sejam vendidos por valor bem mais alto nas regiões menos desenvolvidas do país, onde se concentram os usuários mais pobres.
Jefferson Rudy/Agência Senado

Essas observações foram feitas nesta terça-feira (14) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, em audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Próteses, que apura denúncias de fraude na produção e venda desses equipamentos, com prejuízo para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Chioro ressaltou que um grupo interministerial avalia desde janeiro medidas para aperfeiçoar o setor, que também sofre com a excessiva incidência de tributos, a burocratização do complexo aduaneiro e a falta de aperfeiçoamento no banco de preços adotados por hospitais.

— Temos uma variedade de registros, 44 mil registros, sem contar uma infinidade de modelos de cada prótese sem padrão de nomenclatura. A mesma placa ortopédica para fixar próteses tem um tamanho de furo que varia de produtor, o que acaba induzindo o uso de um modelo específico. É um setor em que a definição da nomenclatura é decisiva para entender o padrão de uso. Estamos lidando com um problema complexo — afirmou.

O ministro da Saúde disse que a legislação atual, oriunda dos anos de 1970, e resoluções da Vigilância Sanitária não dão conta de enfrentar o problema, que também atinge países como os Estados Unidos e França, que avançam com dificuldades no processo regulatório, em razão do alto valor agregado desses equipamentos. Chioro disse que há uma tentativa internacional de substituir a nomenclatura atual de prótese pelo conceito de Dispositivos Médicos Implantáveis.

— A definição engloba o material usado na sua implantação, e os instrumentos necessários para essas cirurgias. Isso não está claro hoje. Os conceitos são amplos. Há lacunas no processo de monitoramento. Quando se registra o produto, não se declara o conjunto de modelos do produto. Um único registro pode significar dezenas de modelos a partir de um produto que terá no mercado nomenclaturas diferentes daquela da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Diferente dos remédios, que têm que guardar uma relação — afirmou.

Chioro admitiu que algumas ações de governo não têm sido capazes de inibir problemas na venda desses dispositivos. Ele citou operação da Anvisa que identificou uso de material inadequado na fabricação de próteses, em 2007; o uso de silicone industrial em próteses mamarias francesas, em 2012; auditoria do SUS em 20 hospitais, que indicou a restituição de mais de R$ 500 mil, em 2013; e o início de projeto piloto para implantação do registro nacional de implantes, em 2014.

Chioro contou que o setor de próteses é representado por grandes empresas globais que convivem com pequenas e medias empresas nacionais. Os países emergentes têm tido crescimento acima da média na utilização dos produtos. Há projeção de crescimento de 15% ao ano nos próximos cinco anos, em razão de mudanças no padrão demográfico e epidemiológico, afirmou.

De acordo com o ministro da Saúde, a Johnson & Johnson é a grande líder do mercado de próteses. A Siemens vem em segundo lugar, e não há nenhuma empresa brasileira na relação das vinte maiores em atuação no mercado mundial, que respondem por 54% dessa demanda e movimentam 57 bilhões de dólares.

No Brasil, em 2014, o gasto do SUS com próteses ficou acima de R$ 1 bilhão – R$ 730 milhões com equipamentos cardiovasculares, e R$ 210 milhões em dispositivos ortopédicos. Noventa por cento das empresas do setor são de pequeno porte. O Brasil também exporta sua produção para a América do Sul, México e alguns países africanos, e compra equipamentos principalmente dos Estados Unidos, Alemanha e China.

— É crescente a tecnologia disponível no mercado, com processo continuo de inovação. O ciclo de vida da tecnologia nova não passa de 24 meses. A cada dois anos, a tecnologia usada hoje é superada. É um setor marcado pela inovação incremental. O aumento da demanda pela incorporação das novas tecnologias tem altíssimo custo. Isso é um problema para identificar, devido as limitações orçamentárias. O tema é decisivo para explicar a judicialização surgida no país. Talvez a grande demanda tenha surgido a partir desses dispositivos — afirmou.

Relator da comissão, o ex-ministro da Saúde e senador Humberto Costa (PT-PE) apontou para a complexidade do tema. Ele avaliou que a questão das próteses exige uma solução ampla, vista a dependência tecnológica nacional e um déficit expressivo desses equipamentos na balança comercial.

Sem um esforço de padronização, disse Arthur Chioro, nenhuma entidade pública ou privada conseguirá fazer um processo adequado de fiscalização e monitoramento das próteses comercializadas no país. A assimetria de informações no setor beneficia apenas quem domina um saber específico, a exemplo do especialista responsável pela indicação do equipamento.

— O ato profissional é decidido pelo especialista, que indica a marca ou o distribuidor dos dispositivos, quando deveria indicar apenas o procedimento e  trabalhar com conjunto o equipamento disponível a partir de padronização da instituição. A escolha do produto pelo especialista pode gerar incentivo financeiro pela indicação da marca ou distribuidor — afirmou.

Em resposta ao presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), o ministro da Saúde apontou a existência de empresas que dificultam a entrada no mercado “de outras empresas que favorecem uma estratégia concorrencial”. Ele observou que a regulação de preço das próteses é apenas um das questões a ser enfrentada pelas autoridades, que precisam atuar ainda em reformas estruturais no setor. Ele disse ainda que alguns hospitais chegam a ter margem na venda de próteses não prevista na legislação.

Chioro citou ainda estudo disponibilizado pela Associação Nacional de Hospitais Privados, que mostra as margens agregadas na cadeia do setor usando como exemplo uma prótese de joelho. O equipamento custa R$ 2.096 para a indústria, mas chega ao consumidor final por R$ 18.362, após a soma de tributos, comissões sobre a venda e margens do distribuidor, muitas das quais com valor acima dos custos de produção do equipamento.

Osmar Terra presidirá a Frente Parlamentar da Saúde que passa a se chamada de: "FRENTE PARLAMENTAR DA SAÚDE E DEFESA DO SUS"

A audiência de reinstalação da Frente Parlamentar da Saúde Pública para a 55ª Legislatura, no dia 25, elegeu por unanimidade como presidente o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS).
Composta por 250 deputados e senadores de todos os partidos e era presidida por Darcísio Perondi (PMDB-RS).
Na ocasião os membros aprovaram uma nova denominação a FPS, que passará ser chamada de “Frente Parlamentar da Saúde e Defesa do SUS”.

Também foram escolhidos os demais membros:
  • 1º vice-presidente, senador Eduardo Amorim (PSC-SE);
  • 2º vice-presidente, deputado Mandetta (DEM-MS);
  • 3º vice-presidente, deputado Odorico Monteiro (PT-CE);
  • secretária-geral, deputada Carmen Zanotto (PPS-SC);
  • secretária adjunta, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ);
  • tesoureiro, deputado Paulo Foletto (PSB-ES);
  • tesoureiro adjunto, deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE); e
  • consultor jurídico, deputado Marcelo Belinati (PP-PR).
  • Ainda foram escolhidos os membros dos Conselhos Consultivo e Fiscal
Há mais de 30 anos vinculado à saúde pública, Osmar Terra  é medico, foi secretário de saúde, do Rio Grande do Sul, por duas vezes, ressaltou:
      - Esta Frente não vai ser em nenhum momento utilizada para qualquer outra finalidade a não ser para a defesa da saúde pública brasileira. Temos uma tarefa de continuar a luta do deputado Perondi. Aceito o desafio, vou cumprir o que for levantado. Tomaremos decisões coletivas, precisamos estar unidos, pois quanto mais gente estiver junto mais força teremos para pautar as questões relevantes da saúde pública.

Plenário exclui empresas públicas de projeto que amplia terceirização

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 360 votos a 47, o destaque do PSDB ao Projeto de Lei 4330/04 e retirou do texto a possibilidade de as regras de terceirização serem aplicadas às empresas públicas, às sociedades de economia mista e a suas subsidiárias e controladas, no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Na semana passada, os deputados aprovaram o texto-base do projeto, na forma do substitutivo do relator pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, deputado Arthur Oliveira Maia (SD-BA). O texto regulamenta a terceirização, permitindo sua aplicação em qualquer das atividades do setor privado. Já o produtor rural pessoa física e o profissional liberal poderão figurar como contratante.

Nanomateriais: novas tecnologias geram diversos produtos

Reconhecida como o estudo de manipulação da matéria numa escala atômica e molecular, a nanotecnologia vem causando uma revolução tecnológica no mundo. As inúmeras potencialidades de produtos e serviços que podem ser desenvolvidos por meio da escala nanométrica têm alertado pesquisadores a respeito das relações entre a saúde e os nanomateriais, além das implicações que esse campo pode trazer para o meio ambiente e a sociedade. O pesquisador do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh) William Waissmann, atento ao assunto, coordenou uma pesquisa que gerou diversos materiais de divulgação, com ênfase nas aplicações da nanotecnologia em alimentos, biocombustíveis, medicamentos, cosméticos e outros produtos ligados à saúde. Entre eles, estão livro, vídeo, site e uma revista em quadrinhos sobre as aplicações da tecnologia que, para ele, depois da idade do bronze, do ferro e do silício, representa uma nova era.

A pesquisa Nanotecnologias aplicadas aos alimentos e aos biocombustíveis: reconhecendo os elementos essenciais para o desenvolvimento de indicadores de risco e de marcos regulatórios que resguardam a saúde e o ambiente integra a Rede Nacional NanoBiotec-Brasil da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que proveu recursos para o seu desenvolvimento.

O livro Nanotecnologias – Alimentação e Biocombustíveis: um olhar transdisciplinar é uma coletânea de artigos produzidos por pesquisadores de diferentes formações e instituições. A publicação buscou apresentar por diferentes olhares e metodologias os impactos positivos e negativos que podem resultar do emprego das nanotecnologias nos campos da saúde, alimentação e produção de biocombustíveis, com ênfase nos desafios frente a elaboração de marcos regulatórios que possam atender demandas das nanotecnologias, embasados no princípio da precaução.

Com sete artigos, a publicação foi organizada por Waissmann em parceria com Tania Elias Magno da Silva. Segundo eles, o livro tem a pretensão de contribuir para fomentar o debate e as pesquisas sobre os impasses e desafios sociais, políticos, econômicos, culturais e ambientais que os avanços no campo da tecnociência tem apresentado.

Outros subprodutos da pesquisa são a revista em quadrinhos Nanotecnologia nos alimentos e o vídeo O incrível e infinitamente pequeno universo da nanotecnologia. Ambos são embasados em dados acadêmicos, no entanto trabalham com uma linguagem mais informal. De acordo com Waissmann, com esses produtos a ideia é alcançar também o público juvenil.

A cartilha conta com os personagens Alberto Costa, dono da empresa Alimentos e Cia, e Raquel, que trabalha em uma cooperativa agrícola que é fornecedora de Seu Alberto. Na história, Raquel e Alberto vão ao II Congresso de Nanotecnologia para conhecerem melhor a nanotecnologia e suas implicações nos alimentos.

Já o vídeo, intitulado O incrível e infinitamente pequeno universo da nanotecnologia, revela o universo da nanotecnologia de forma divertida e leve a um público jovem. Por meio do olhar curioso do apresentador Nanoman, o espectador fica sabendo o que é essa tecnologia, quais seus usos e possíveis riscos. Em interação nas ruas, Nanoman descobre o que as pessoas conhecem sobre o assunto. As informações científicas são apresentadas de forma acessível e descomplicada por alguns especialistas brasileiros. O vídeo está disponível no Youtube.

O site Nanosaúde, hospedado no portal da Ensp/Fiocruz, também integra a pesquisa maior e é um espaço dedicado às relações entre saúde, nanotecnologias e nanomateriais. Seu objetivo é difundir conhecimento, mostrando desde vantagens das nanotecnologias em saúde, quanto potenciais riscos à saúde, ao ambiente e à sociedade, além de questões normativas e regulatórias. Segundo Waissmann, o local é dedicado ao público de diversas áreas. Todos os produtos foram lançados no ano de 2014. Waissmann explicou que seu gosto por informar vem da sua paixão por investigar e da necessidade que traz desde jovem de ler, conhecer diversos assuntos e dividir seus ensinamentos

Agencia Fiocruz

terça-feira, 14 de abril de 2015

Aberta consulta pública para proposta de enquadramento de medicamentos isentos de prescrição

A Anvisa abriu Consulta Pública sobre o enquadramento de medicamentos isentos de prescrição (MIPs). Cidadãos, representantes da sociedade civil e do setor regulado têm do dia 15 de abril ao dia 15 de junho de 2015 para contribuir para a proposta. O texto está descrito na Consulta Pública º 27, que trata do tema.

Atualmente, a RDC 138/2003 estabelece lista exaustiva de grupos e indicações terapêuticas passíveis de venda sem prescrição. A ausência de atualização da lista nos últimos anos impossibilitou que medicamentos que tivessem perfil de segurança e uso compatíveis com a venda sem prescrição fossem incorporados à categoria de venda. Assim, esse é um dos principais motivos para a atualização da norma.  

A proposta inicial prevê que um medicamento será enquadrado como isento de prescrição se for confirmado que ele é comercializado no mercado há, no mínimo, dez anos. Para isso, a empresa precisará apresentar documentos que comprove essa alegação.

As reações adversas do medicamento devem ter casualidades conhecidas e reversíveis após o uso. Além disso, o potencial de toxicidade precisa ser baixo, bem como o de interação medicamentosa. Os MIPs não devem apresentar possibilidade de dependência.

O texto propõe, ainda, que, para enquadramento como isento de prescrição, é necessário que as reações ao medicamento apresentem sinais ou sintomas identificáveis pelo paciente. O período de utilização deverá ser em curto prazo. Para um período maior de tratamento, o médico deverá ser consultado.

Pela proposta, as empresas possuidoras do registro de produtos que sejam reenquadrados como livres de prescrição deverão submeter uma petição eletrônica em até 180 dias após a atualização, apresentando uma lista de “notificação de alteração de texto e bula” e uma “solicitação de alteração de restrição de prescrição”.  

Fonte: Portal Anvisa

Opas/OMS realiza consulta regional sobre IST, HIV e Hepatites Virais

A Organização Mundial da Saúde (OMS), a OrganizaçãoPan-Americana da Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde – por meio do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) – realizam nesta semana a consulta regional Estratégias Globais da área da saúde para HIV, IST e Hepatites Virais e plano de ação da OPAS para Hepatites Virais: definindo a agenda pós-2015. A consulta terá lugar em São Paulo, entre os dias 14 e 16 de abril.

O diretor do DDAHV, Fábio Mesquita, fará a abertura do evento, representando o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e presidirá a primeira mesa do encontro.

A consulta regional foi convocada para promover a discussão das prioridades, linhas estratégicas, intervenções e ações globais propostas pelas Américas para as áreas de IST, HIV e hepatites virais na agenda pós-2015 – rumo ao desenvolvimento de três Estratégias Globais de Saúde (Global Health Sector Strategies/GHSS) para estas áreas no período 2016-2021 –, bem como revisar e validar o Plano de Ação da Opas para a Prevenção e Controle das Hepatites Virais 2016-2019.

Ao longo dos três dias de consulta, as três questões em pauta serão abordadas sob a perspectiva do acesso universal e equitativo à prevenção, bem como do atendimento e tratamento eficazes e de qualidade.

Está prevista a participação de cerca de 120 representantes da América Latina e do Caribe, além de especialistas, membros da academia, representantes da sociedade civil e parceiros de agências técnicas envolvidos nas temáticas dos três agravos – como o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), que coorganiza o evento; o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA); e o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, entre outros.

A consulta incluirá sessões plenárias sobre os elementos e princípios globais comuns às três questões de saúde em consulta, para promover um debate integrado. Na sequência dos debates gerais, os participantes serão divididos em três grupos de trabalho, para abordar IST, HIV e hepatites virais separadamente. Todos os grupos de trabalho terão a oportunidade de compartilhar suas conclusões no último dia, em plenária. Um grupo de relatores reunirá as observações e recomendações ao longo da consulta.

GHSS – As três Estratégias Globais de Saúde (ou GHSS, na sigla em inglês) que estão sendo desenvolvidos pela OMS serão apresentadas na 69ª Assembleia Mundial da Saúde em 2016. As GHSS 2016-2021 abrangem uma fase crítica para o HIV, as IST e as hepatites virais, já que orientam ações necessárias ao alcance das ambiciosas metas da OMS para 2030 – focadas na eliminação e/ou fim das epidemias. Neste contexto, as contribuições de todas as regiões são cruciais ao desenvolvimento das três GHSS.

Fonte: Assessoria de Comunicação/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

Ministério da Saúde divulga dados inéditos sobre o avanço da obesidade no país

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresenta nesta quarta-feira (15), às 10h, pesquisa sobre o excesso de peso e a obesidade no país. Também serão divulgados dados inéditos sobre a prática de atividade física pela população brasileira e hábitos alimentares. São informações do Vigitel 2014 – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, estudo realizado anualmente pelo Ministério da Saúde para avaliar a evolução dos fatores de risco para doenças crônicas no país.

Vigitel 2014 – Excesso de peso, obesidade, atividade física e hábitos alimentares

Data: 15 de abril (quarta-feira)
Horário: 10h
Local: Sala 125, Sobreloja (1º andar), edifício sede do Ministério da Saúde – Bloco G, Esplanada dos Ministérios, Brasília (DF)

Fonte: Agência Saúde

Luciano Coutinho será ouvido na terça sobre possíveis ligações entre BNDES e caso Petrobras

Agencia Brasil/Wilson Dias
Luciano Coutinho deverá ser questionado sobre os empréstimos do BNDES à Sete Brasil
Possíveis conexões entre empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e casos de corrupção na Petrobras, em investigação pela Operação Lava Jato, poderão ser discutidas com o presidente da instituição, Luciano Coutinho, durante audiência pública conjunta que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) farão nesta terça-feira (14).

Essas ligações são citadas pelo senador Lasier Martins (PDT-RS), no requerimento da audiência, como uma das razões que justificam o convite feito a Coutinho para comparecer às duas comissões. Lasier menciona os empréstimos à empresa Sete Brasil, produtora de equipamentos de produção de petróleo. Conforme tem sido publicado pela imprensa, a empresa está há meses em atraso com o BNDES, com o qual mantém débitos estimados em mais de US$ 900 milhões — cifra também incluída pelo senador no requerimento.

Lasier acrescenta que os desembolsos do BNDES passaram de R$ 47,1 bilhões, em 2005, para R$ 190,4 bilhões, em 2013. "A despeito desse montante, extremamente significativo, não temos informações a respeito dos resultados obtidos com essa política de concessão agressiva de financiamentos", diz.

Em ambiente de escassez de recursos, prossegue ele, os critérios de concessão de empréstimos tornam-se ainda mais relevantes. De acordo com o senador, é preciso levar em consideração que recursos para financiamentos do banco são, em parte significativa, oriundos do Fundo de Assistência ao Trabalhador (FAT).

Lasier aponta "sérios indícios" de baixa eficácia na aplicação de empréstimos do banco. Para o parlamentar, o BNDES executa políticas à margem do controle público, "tendo, inclusive, se negado a fornecer documentos ao Tribunal de Contas da União, alegando sigilo bancário". Por isso, ele considera necessário discutir também o alcance do sigilo bancário nas operações do BNDES, "haja vista que, ao envolver recursos públicos, o controle da destinação de verbas é fundamental para os interesses do povo brasileiro".

Banco Central

Antes de ouvir Luciano Coutinho, a CAE vai sabatinar dois indicados para a diretoria do Banco Central (BC). Um deles é Otávio Ribeiro Damaso, economista graduado pela Universidade de Brasília (UnB) e com especialização em Matemática para Economia e Administração pela mesma universidade. Funcionário de carreira do Banco Central há 17 anos, exerce desde 2011 o cargo de chefe de gabinete do presidente da instituição. Na reunião anterior da CAE, em 7 de abril, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que preside a comissão, apresentou relatório favorável à indicação.

O outro indicado é Tony Volpon, economista graduado pela Universidade McGill, de Montreal, e mestre em Economia pela Universidade Western Ontario, ambas no Canadá. Desde setembro de 2009 exerce o cargo de diretor executivo, na função de chefe de Pesquisas para Mercados Emergentes das Américas, no Nomura Securities lnternational, em Nova York (EUA). Na reunião de 7 de abril, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) leu relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) favorável à indicação.

Após a sabatina, as indicações, feitas pela presidente Dilma Rousseff, serão votadas pela comissão. Nova votação será realizada em seguida pelo Plenário do Senado.

A reunião para a sabatina deverá ter início às 10h de terça-feira na sala 19 da Ala Alexandre Costa. A audiência pública com Luciano Coutinho será realizada no mesmo local, logo depois.

Agência Senado

O HPV e o câncer de colo de útero

A infecção pelo HPV é a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum em nosso meio. Estima-se que 8 entre 10 pessoas têm contato com o HPV. Como é muito comum, a maioria se contamina logo ao início da vida sexual. Não depende de promiscuidade: basta ter tido um parceiro sexual que tenha se contaminado previamente.

Quem recebe esse diagnóstico experimenta decepção, medo e sofrimento. O HPV é capaz de se manter na profundidade da pele e mucosas numa forma latente, sem produzir doença na maioria das pessoas. Numa minoria, ele pode causar lesões não perceptíveis, mas que podem transmitir o vírus. Assim, não se justifica condenar seu parceiro simplesmente a partir de algum diagnóstico da presença do HPV. Essa contaminação pode ter ocorrido muito antes de se conhecerem e, dado sua frequência, ambos podem ter sido contaminados.

Há muito preconceito contra pessoas que apresentam DST. Imaginamos que somente pessoas promíscuas tenham essas doenças, mas esse comportamento, apesar de aumentar o risco de contaminações, não é condição para isso. Quando recebemos a informação de sermos portadores do HPV, nos vemos alvo desse preconceito. Todas as pessoas que têm atividade sexual têm risco de ter uma DST ao longo da vida, independente de idade, gênero ou preferências sexuais. Portanto, o melhor é se prevenir usando a camisinha em todas as relações sexuais.

E o câncer? - O câncer do colo do útero depende da presença do HPV, mas ter HPV não significa que a pessoa terá câncer. Da minoria de pessoas que terá alguma manifestação do vírus, muito poucas terão uma lesão que, se não detectada e tratada, poderá progredir até o câncer. Essas representam cerca de 1% de todas as mulheres. A lesão precursora é facilmente identificada pelo “exame preventivo” (ou de Papanicolaou) e pode ser retirada, na maioria das vezes, sem consequências para a mulher.

Outra forma de prevenção do câncer é a vacinação contra o HPV. Incorporada ao Programa Nacional de Imunizações em 2014, é oferecida a meninas entre 11 e 13 anos em escolas e nas unidades básicas de saúde. Essa faixa de idade foi escolhida na tentativa de protegê-las antes de terem iniciado atividade sexual e tido contato com o HPV. Várias evidências mostram grande redução no risco de lesões em meninas e mulheres vacinadas que não tiveram contato prévio com o HPV e ausência de benefício significativo da vacinação nas demais. Todavia, como o produto contém apenas os dois tipos de HPV mais frequentemente relacionados ao câncer, mesmo as meninas vacinadas deverão realizar os exames preventivos a partir dos 25 anos.

Mulher: não perca a oportunidade de se prevenir contra o câncer do colo do útero. Se tiver filhas entre 11 e 13 anos, não deixe de vaciná-las. Se já tiver 25 anos, faça o exame preventivo regularmente. Ele pode ser feito em qualquer unidade básica de saúde, a cada três anos, após dois exames normais com intervalo de um ano. O maior fator de risco para o câncer do colo não é o HPV, mas a falta do preventivo.

Fonte: Fábio Russomano*/IFF/Fiocruz

*Fábio Russomano é médico ginecologista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).

Doenças Respiratórias Crônicas | Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade com repercussões sistêmicas, prevenível e tratável, caracterizada por limitação do fluxo aéreo pulmonar, parcialmente reversível e geralmente progressiva. O tabagismo é responsável por 80 a 90% das causas determináveis da DPOC.                                                                          
A limitação é causada por um estreitamento dos pequenos brônquios, devido tanto pelo engrossamento das paredes quanto pela presença de secreção dentro dos brônquios (o que define o quadro de bronquite crônica). Além disso, há uma progressiva destruição do tecido pulmonar, que normalmente se parece como uma esponja densa e que, com a doença, se torna cada vez mais perfurado e aerado (quadro descrito como enfisema pulmonar). Estas duas alterações estão presentes em maior ou menor grau, variando de caso para caso.
A DOPC é suspeitada quando o indivíduo apresenta um quadro de tosse crônica e dispneia (“cansaço”), especialmente quando ele apresenta fatores de risco, como história de tabagismo. O diagnóstico é confirmado por exames que avaliam o fluxo de ar no pulmão.
Além do tabagismo, a poluição domiciliar, como fumaça de lenha e querosene, exposição a poeiras e produtos químicos, doenças genéticas, infecções respiratórias recorrentes e desnutrição na infância são fatores de risco para o desenvolvimento de DPOC.
A gravidade da doença pode ser avaliada quanto ao grau de obstrução ao fluxo respiratório ou quanto à intensidade dos sintomas que o indivíduo apresenta. O grau de obstrução ao fluxo aéreo é definido por exames específicos, enquanto a intensidade dos sintomas do indivíduo é avaliada pela falta de ar e diminuição de capacidade para a realização das atividades diárias segundo a tabela abaixo.
Índice de Dispneia MRC:
Fonte: Medical Research Council Dyspnea Index (Fletcher CM, Elmes PC, Fairbairn AS, Wood CH. The significance of respiratory symptoms and the diagnosis of chronic bronchitis in a working population. Br Med J. 1959;2(5147):257–266.)
O tratamento depende do grau de obstrução e da sintomatologia do indivíduo. Entretanto, para todas as pessoas com DPOC é fortemente recomendado:
• controle das causas da doença (especialmente parar de fumar), 
• orientação adequada ao indivíduo sobre as características da doença e dos tratamentos indicados (incluindo o uso de broncodilatadores sempre que necessário) e
• vacinação segundo esquema específico recomendado a estes pacientes.
Com o tratamento realizado de forma adequada, o paciente tem mais chances de aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida, prevenir a progressão da doença, melhorar a tolerância a exercícios, prevenir e tratar exacerbações e reduzir a mortalidade.
Como até 90% dos casos de DPOC ocorrem em função do tabagismo, a medida preventiva e terapêutica isolada mais eficaz e de melhor custo-efetividade é a cessação do hábito de fumar. O controle da exposição à fumaça do tabaco, poeiras, poluentes domiciliares e ambientais são também metas importantes, tanto para prevenção do DPOC, quanto para diminuição da progressão de quadros já instalados.
Atividades físicas - Pessoas que tenham a DPOC devem realizar exercícios físicos regulares concomitantes com o tratamento farmacológico indicado pelo profissional de saúde. Todos os pacientes com DPOC devem ser encorajados a manter atividade física regular e um estilo de vida saudável.
Aqueles que têm dificuldade em manter uma atividade física por dispneia (falta de ar), apesar da otimização do tratamento medicamentoso, deve buscar o programa supervisionado de reabilitação, que compreende a realização de exercícios, apoio psicossocial, abordagem nutricional, educação sobre a doença e oxigenoterapia quando necessário. Os profissionais de saúde da Equipe Saúde de Família (ESF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) devem ser consultados para orientação quanto a forma correta de se realizar os exercícios.
Além das atividades físicas, a alimentação também é parte importante do tratamento. Cerca de 20 a 30% dos pacientes com DPOC têm peso abaixo do normal e 30 a 40% deles têm peso acima do normal. Ambas as situações podem ser prejudiciais para o paciente. A equipe ESF pode auxiliar a pessoa com dificuldades no controle do peso e, quando necessário, encaminhá-la ao nutricionista do NASF para acompanhamento.
Em caso de dúvidas, procure a sua Unidade Básica de Saúde. O diagnóstico correto e o tratamento adequado pela equipe de saúde são pontos cruciais para o controle dos sintomas. E lembre-se: parar de fumar é melhor ação para tratar e prevenir o DPOC. O tratamento para cessação do tabagismo está também disponível nas Unidades Básicas de Saúde. Cuide de você!


Paim diz que Renan convocará sessão temática para debater terceirização

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS), anunciou durante a audiência que discute a regulamentação da terceirização no Brasil (PL 4.330/2004, na Câmara dos Deputados), que recebeu um telefonema do presidente da Casa, senador Renan Calheiros, garantindo que será realizada uma sessão temática em Plenário sobre a proposta.
— Ele está acompanhando nossa sessão e pediu que eu anunciasse. E eu senti na voz dele que como está não dá, não. Lá na Câmara foi atropelado, aqui não será atropelado — afirmou Paulo Paim.
Agência Senado 


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