A
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade com repercussões
sistêmicas, prevenível e tratável, caracterizada por limitação do fluxo aéreo
pulmonar, parcialmente reversível e geralmente progressiva. O tabagismo é
responsável por 80 a 90% das causas determináveis da DPOC.
A limitação é
causada por um estreitamento dos pequenos brônquios, devido tanto pelo
engrossamento das paredes quanto pela presença de secreção dentro dos brônquios
(o que define o quadro de bronquite crônica). Além disso, há uma progressiva
destruição do tecido pulmonar, que normalmente se parece como uma esponja densa
e que, com a doença, se torna cada vez mais perfurado e aerado (quadro descrito
como enfisema pulmonar). Estas duas alterações estão presentes em maior ou
menor grau, variando de caso para caso.
A DOPC é
suspeitada quando o indivíduo apresenta um quadro de tosse crônica e dispneia
(“cansaço”), especialmente quando ele apresenta fatores de risco, como história
de tabagismo. O diagnóstico é confirmado por exames que avaliam o fluxo de ar
no pulmão.
Além do
tabagismo, a poluição domiciliar, como fumaça de lenha e querosene, exposição a
poeiras e produtos químicos, doenças genéticas, infecções respiratórias
recorrentes e desnutrição na infância são fatores de risco para o
desenvolvimento de DPOC.
A gravidade da
doença pode ser avaliada quanto ao grau de obstrução ao fluxo respiratório ou
quanto à intensidade dos sintomas que o indivíduo apresenta. O grau de
obstrução ao fluxo aéreo é definido por exames específicos, enquanto a
intensidade dos sintomas do indivíduo é avaliada pela falta de ar e diminuição
de capacidade para a realização das atividades diárias segundo a tabela abaixo.
Índice de
Dispneia MRC:
Fonte: Medical Research
Council Dyspnea Index (Fletcher CM, Elmes PC, Fairbairn AS, Wood CH. The
significance of respiratory symptoms and the diagnosis of chronic bronchitis in
a working population. Br Med J. 1959;2(5147):257–266.)
O tratamento
depende do grau de obstrução e da sintomatologia do indivíduo. Entretanto, para
todas as pessoas com DPOC é fortemente recomendado:
• controle das causas da doença (especialmente parar de fumar),
• orientação adequada ao indivíduo sobre as características da doença e dos tratamentos indicados (incluindo o uso de broncodilatadores sempre que necessário) e
• vacinação segundo esquema específico recomendado a estes pacientes.
• controle das causas da doença (especialmente parar de fumar),
• orientação adequada ao indivíduo sobre as características da doença e dos tratamentos indicados (incluindo o uso de broncodilatadores sempre que necessário) e
• vacinação segundo esquema específico recomendado a estes pacientes.
Com o tratamento
realizado de forma adequada, o paciente tem mais chances de aliviar os
sintomas, melhorar a qualidade de vida, prevenir a progressão da doença,
melhorar a tolerância a exercícios, prevenir e tratar exacerbações e reduzir a
mortalidade.
Como até 90% dos
casos de DPOC ocorrem em função do tabagismo, a medida preventiva e terapêutica
isolada mais eficaz e de melhor custo-efetividade é a cessação do hábito de
fumar. O controle da exposição à fumaça do tabaco, poeiras, poluentes
domiciliares e ambientais são também metas importantes, tanto para prevenção do
DPOC, quanto para diminuição da progressão de quadros já instalados.
Atividades
físicas - Pessoas
que tenham a DPOC devem realizar exercícios físicos regulares concomitantes com
o tratamento farmacológico indicado pelo profissional de saúde. Todos os
pacientes com DPOC devem ser encorajados a manter atividade física regular e um
estilo de vida saudável.
Aqueles que têm
dificuldade em manter uma atividade física por dispneia (falta de ar), apesar
da otimização do tratamento medicamentoso, deve buscar o programa
supervisionado de reabilitação, que compreende a realização de exercícios,
apoio psicossocial, abordagem nutricional, educação sobre a doença e
oxigenoterapia quando necessário. Os profissionais de saúde da Equipe Saúde de
Família (ESF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) devem ser
consultados para orientação quanto a forma correta de se realizar os
exercícios.
Além das
atividades físicas, a alimentação também é parte importante do tratamento.
Cerca de 20 a 30% dos pacientes com DPOC têm peso abaixo do normal e 30 a 40%
deles têm peso acima do normal. Ambas as situações podem ser prejudiciais para
o paciente. A equipe ESF pode auxiliar a pessoa com dificuldades no controle do
peso e, quando necessário, encaminhá-la ao nutricionista do NASF para
acompanhamento.
Em caso de
dúvidas, procure a sua Unidade Básica de Saúde. O diagnóstico correto e o
tratamento adequado pela equipe de saúde são pontos cruciais para o controle
dos sintomas. E lembre-se: parar de fumar é melhor ação para tratar e prevenir
o DPOC. O tratamento para cessação do tabagismo está também disponível nas
Unidades Básicas de Saúde. Cuide de você!
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