Destaques

domingo, 12 de abril de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

O debate em torno da regulamentação do trabalho terceirizado mantém em foco nas revistas que circulam neste fim de semana.

Abordagens exploram em tom analítico aquilo que s jornais diários não conseguiram ou não perceberam.

A relação entre o tema e a conjuntura econômica atual é feita de forma direta pelas revistas, que incorporam ao noticiário aspectos peculiares do projeto aprovado na Câmara.

Um dos principais destaques está em CARTA CAPITAL, que analisa o assunto sob o ponto de vista técnico e histórico.

Em tom crítico, CARTA CAPITAL afirma que não surpreende a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, "de patrocinar um dos mais duros ataques à legislação trabalhista, sob aplausos da indústria nacional".

CARTA CAPITAL relata que "juízes e procuradores do trabalho ainda tentaram influenciar os deputados contra o projeto, mas em vão". E registra que empresários, em particular industriais, se posicionaram a favor da aprovação.

Mesma reportagem destaca que a Confederação Nacional da Indústria classificou a aprovação como "um avanço”. Texto lembra que, “durante a eleição presidencial, a CNI tentou arrancar de Dilma Rousseff um apoio ao projeto, o que ela se negou a fazer. Marina Silva e Aécio Neves comprometeram-se com a demanda dos industriais”.

Já ISTOÉ DINHEIRO descreve que, no dia votação, “era intensa a movimentação de empresários e executivos das entidades que representam federações estaduais e setoriais”.

De acordo com a reportagem, o vice-presidente da CNI, PAULO AFONSO FERREIRA, calcula que cerca de mil representantes do setor privado passaram por Brasília no dia. “Eles visitaram os gabinetes dos parlamentares dos estados, numa pressão que já começou há meses, na base eleitoral”, resume o texto.

ISTOÉ DINHEIRO afirma ainda que “as entidades empresariais prometem manter a vigilância para garantir que a vitória não escape das mãos (leia mais em ANÁLISE SETORIAL).

Reportagem de capa de ISTOÉ destaca como a crise política afeta a imagem do ex-presidente Lula e adverte de forma bastante analítica que a “decepção do eleitor com o lulopetismo” fica clara na “sondagem da CNI/Ibope divulgada no dia 1º registrou que a maioria dos eleitores de Dilma mostra-se arrependida”.

Na mesma reportagem, ISTOÉ aponta que a juventude petista também está no radar de preocupações do ex-presidente e cita outra pesquisa da CNI/Ibope que mostra que o maior percentual da queda de popularidade do governo concentrou-se entre os mais jovens.

Finalizando as menções à CNI, CLAYTON NETZ, em sua coluna na ISTOÉ DINHEIRO, assinala que “um grupo de trabalho de 12 setores, liderado pela CNI, vai entregar ao governo brasileiro, até o fim de maio, um documento definindo a posição da indústria brasileira sobre a redução de emissões de gases de carbono”.

Segundo CLAYTON NETZ, “o texto pretende subsidiar a posição do País nas discussões previstas para Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, a COP-21, que ocorrerá em Paris, em dezembro”.

Análise Setorial

Com a terceirização ocupando espaços importantes no noticiário das revistas dedicado a economia destacam-se análises e prognósticos sobre os impactos reais no mercado de trabalho a partir da entrada em vigor das mudanças.
 
·  VEJA, por exemplo, adota tom positivo e celebra o fato de que a legislação finalmente foi atualizada. Segundo revista, estima-se que 14 milhões de trabalhadores, em um total de 41 milhões, sejam terceirizados. 
·  Reportagem afirma ainda que o mecanismo de terceirização é amplamente empregado por economias desenvolvidas e os resultados são bons. No caso brasileiro, a expectativa é a mesma, mas VEJA adverte que as autoridades deverão ficar atentas para que os direitos dos terceirizados sejam resguardados. 
·  Na mesma reportagem, VEJA afirma ser “difícil estimar o impacto da nova lei na economia, mas um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) indica que será possível abrir até 3 milhões de postos de trabalho no país”. 
·  HÉLIO ZYLBERSTAJN, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, em artigo na ÉPOCA, avalia que a terceirização não ameaça o cidadão assalariado. E reforça: “A proposta em avaliação no Congresso é equilibrada”.

A política industrial também está em destaque nas revistas. O tratamento dessa questão, porém, extrapola a mera observação conjuntural.
 
·  Em entrevista à coluna PODER, na ISTOÉ DINHEIRO, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, afirma que está otimista com a competitividade que o câmbio atual, mais desvalorizado, dará à indústria brasileira. 
·  "Com essa depreciação será possível que a indústria brasileira recupere algum espaço que foi perdido para os importados no mercado interno", explica Monteiro Neto. 
·  RICARDO BOECHAT, em sua coluna na ISTOÉ, registra que nos próximos dias o ministro Armando Monteiro Neto visitará Minas Gerais e receberá do presidente da Federação das Indústrias de Minas, Olavo Machado Junior, um book com propostas “para o Brasil sair do atoleiro”. 
·  Conforme BOECHAT, “em discurso, Olavo pregará uma política que valorize as ‘marcas regionais’, mas sem confrontos gerados por interesses corporativos e fisiológicos". 
·  Já em entrevista à ISTOÉ DINHEIRO, a economista Monica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economic, afirma que a medida mais urgente a ser adotada pelo governo é o processo de abertura comercial da economia brasileira. “Qualquer política industrial que se queira fazer para melhorar a situação da indústria passa pela abertura comercial”, defende. 
·  De forma complementar à tese defendida pela especialista, ISTOÉ DINHEIRO registra que o empresário Jorge Gerdau engrossa o coro dos insatisfeitos com a política econômica. Segundo a reportagem, ele critica a carga tributária do País e preconiza a união entre a classe trabalhadora e patronal, “na batalha para reverter a perda de relevância da indústria”. 
·  Dentro da cobertura sobre 7ª Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá, ISTOÉ DINHEIRO destaca que Dilma Rousseff e Barack Obama devem reaquecer a relação bilateral. O ministro Armando Monteiro afirma: “Para a indústria, o grande mercado do Norte vem se tornando cada vez mais importante”. 
·  Também em ISTOÉ DINHEIRO, coluna PODER destaca como ponto de atenção que "a indústria química brasileira conseguiu um feito que poucos setores conseguem: a articulação de uma frente parlamentar para defender seus interesses no Congresso".

Como outro ponto de atenção, reportagens noticiam os reajustes das tarifas de energia elétrica e destacam como afetam o setor industrial – e o bolso do consumidor.
 
·  ISTOÉ DINHEIRO indica que, devido aos reajustes de energia, a inflação atingiu a maior marca para março desde 1995. Reportagem explica que, “no meio empresarial, os reajustes são criticados com veemência”. 
·  Nesse contexto, ISTOÉ ressalta que, com a eletricidade mais cara, o custo da produção na indústria também sobe e esse aumento é transferido para o preço de produtos e serviços. 
·  O economista Paulo Rabello de Castro, um dos fundadores do Movimento Brasil Eficiente, critica na seção PÁGINAS AMARELAS de VEJA a ideia de que benefícios e subsídios possam ser distribuídos em altos volumes, por um longo tempo, sem custos para a sociedade. “O governo grátis é o estágio mais avançado da doença do populismo”, afirma. 
·  Rabello ataca a expansão do gasto público, mas adverte que ser contrário à tese do ”ajuste pelo ajuste” e cobra eficiência nas despesas. Segundo ele, é preciso transformar o Brasil em “uma pátria investidora”. 
·  RADAR, em VEJA, adverte: “aviso aos navegantes: as coisas não vão bem na economia, os indicadores ainda vão piorar nos próximos meses, mas é nítido que nas últimas semanas o pessimismo do mercado com o Brasil diminuiu um pouco”. 
·  Ainda em VEJA, registra-se como ponto de atenção reportagem especial sobre o Pronatec. Em tom crítico, texto afirma que o programa “infla resultados e patina na falta de fiscalização”. 
·  VEJA questiona a efetividade no volume de inscritos (8 milhões) e afirma que “boa parte dessa multidão parou no meio”. Texto destaca que o abandono se dá, especialmente, em instituições particulares. 
·  Reportagem reforça que “a debandada acaba comprometendo um ponto crucial de qualquer programa movido à base de verbas públicas: o controle sobre a distribuição dos recursos” – texto menciona um recente relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). 
·  Ainda na reportagem, VEJA questiona o fato de o Pronatec não prever retorno à sala de aula para que o aluno se atualize. Apesar disso, revista afirma que “os resultados são mais animadores nos 640 cursos breves. Segundo VEJA, “essa fatia doPronatec se beneficia da experiência, principalmente do SENAI, o maior provedor de ensino técnico do Brasil”. 
·  VEJA completa a reportagem com a reprodução de um comentário atribuído a Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai: “O Brasil precisa de um bom ensino profissionalizante para ser competitivo”. 
·  De modo complementar à discussão em VEJA, o novo ministro da Educação Renato Janine Ribeiro diz em entrevista exclusiva à ISTOÉ quais seus principais projetos à frente da pasta e de que modo pretende conciliar políticas públicas setoriais com estratégias voltadas ao crescimento do país. 
·  Janine teoriza sobre o ensino de ética nas escolas e lembra: “Durante os últimos anos, atuei como consultor para a Unesco na elaboração de um programa de ética para escolas de ensino médio do SESI. Não integro mais o programa, mas ele está sendo implantado em Salvador, na Bahia. Os pontos principais são: não se trata de dizer o que é certo ou errado, mas capacitar a pessoa para ser um sujeito autônomo”.

De volta à agenda política, reportagem de capa da VEJA analisa a conjuntura política e faz referência ao fato de que parte do poder da presidente Dilma Rousseff está repartido agora entre o vice Michel Temer, e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. 
·  VEJA usa a expressão “parlamentarismo branco” para sustentar a tese de que os três peemedebistas ocupam o “vácuo” deixado pela petista. Revista chama ainda de “desastrada” a operação que tentou remanejar o ministro Eliseu Padilha, da Secretaria de Aviação Civil (SAC), para a Secretaria de Relações Institucionais. 
·  Também na agenda política, reportagem exclusiva de VEJA traz revelações sobre a operação Zelotes e supostas ligações entre a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra e o lobista Alexandre Paes dos Santos. Segundo o texto, ambos “fazem parte de uma rede de profissionais acusada de vender facilidades em diferentes áreas do governo”. 
·  Nesse contexto, CARTA CAPITAL destaca que a dimensão da Zelotes “estarrece”. Segundo reportagem, “o valor investigado soma o dobro daquele até o momento apurado na operação Lava Jato”.


0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda