Pesquisa
do Ministério da Saúde realizada
com 14 mil pessoas mostra que a qualidade da assistência à população melhorou
com a chegada dos profissionais do Programa Mais Médicos.
Para os entrevistados, aumentou o número de consultas, o acompanhamento e a
resolução do seu problema de saúde após o atendimento do médico. Os dados foram
apresentados pela primeira vez na Convenção Internacional de Saúde Pública –
Cuba Salud 2015, que reuniu nas duas últimas semanas deste mês, experiências de
diferentes países para a promoção do acesso universal à saúde.
Este ano,
o Programa Mais Médicos chegará a um total de 18.247 médicos em mais de 4 mil
municípios, 72% de todas as cidades do país, ampliando a assistência em atenção
básica para 63 milhões de brasileiros. As entrevistas para o estudo foram
realizadas entre novembro e dezembro de 2014 em 699 municípios atendidos pela
iniciativa por meio de parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Ipespe.
“Antes,
não tínhamos a possibilidade de garantir a cerca de 63 milhões de brasileiros o
acesso à atenção primária na saúde. Com o Mais Médicos, que conta com a
cooperação da OPAs, nós temos efetivamente garantido a cada brasileiro o
direito de uma atenção primária qualificada. Por meio do Programa, conseguimos
levar profissionais onde vivem as pessoas com maior vulnerabilidade, nas
periferias das grandes cidades brasileiras, nos quilombolas, assentamentos
rurais, aldeias indígenas, na floresta amazônica, onde os brasileiros precisam
de médicos”, disse o ministro Arthur Chioro.
MAIS
ASSISTÊNCIA – Do
total de entrevistados, 85% disseram que a qualidade do atendimento médico está
melhor ou muito melhor após a chegada dos profissionais do Programa Mais
Médicos. Um índice alto de usuários (87%) apontou que a atenção do profissional
durante a consulta melhorou e 82% afirmaram que as consultas passaram a
resolver melhor os seus problemas de saúde.
Nas
perguntas em que o entrevistado respondeu de forma espontânea sobre as
melhorias que o Programa trouxe nos serviços de saúde, 41% dos entrevistados
citaram o aumento do número de consultas, 35% disseram que os médicos estão
mais atenciosos e 8% destacaram que o tempo das consultas é maior. Já sobre os
pontos positivos promovidos pelo Programa, 60% destacou a presença constante do
médico e o cumprimento da carga horária e 46% disseram que o acesso às
consultas melhorou. Entre os desafios do atendimento nos municípios, 63%
destacaram a falta de especialistas e 45% falaram da demora para conseguir
exames.
“A
pesquisa demonstra que quanto mais tempo o médico estava no municípios, maior é
o percentual de pessoas que estavam muito satisfeitos com o Programa. A
tendência de avaliação do Mais Médicos é de melhor”, destacou o o secretário de
Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, Hêider Pinto, que é responsável pela
iniciativa. “A pesquisa reforça o sucesso do Programa para a população, os
gestores e os próprios médicos que dele participam. Esses três grupos
estabeleceram notas médicas de 9,0, 8,7 e 9,1, respectivamente. É uma avaliação
muito positiva, que corresponde a alta adesão de municípios, mais de 70% das
cidades de todo o país hoje participam da iniciativa, e o porquê de os médicos
brasileiros agora ocuparem 90% das vagas”, completou.
O
Programa Mais Médicos conta com a atuação de médicos brasileiros e
estrangeiros, que se inscreveram no edital da iniciativa, e de médicos cubanos,
cuja participação foi viabilizada por meio de cooperação com a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS). São mais de 11 mil médicos que estão atuando por
meio deste acordo.
Na
expansão realizada este ano por meio de novo edital, em que foram
disponibilizadas mais 4.146 vagas para médicos, 92% delas foram preenchidas por
médicos brasileiros, a maior adesão desses profissionais desde o início do
Programa.
Além do
provimento emergencial de médicos, o Mais Médicos também prevê investimento na
infraestrutura e formação profissional. São R$ 5,6 bilhões para o financiamento
de construções, ampliações e reformas de 26 mil UBS e R$ 1,9 bilhão para
construções e ampliações de 943 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Em
relação à expansão e reestruturação da formação médica estão previstas a
criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil
vagas de residência médica para formação de especialistas até 2018, com o foco
nas áreas prioritárias para o SUS.
COOPERAÇÃO
INTERNACIONAL – Durante
o Cuba Salud, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, apresentou outras cooperações
realizadas pelo governo brasileiro na área da saúde. Atualmente, o país já
realizou 108 projetos de cooperação, sendo que 44 em execução e 10 em
negociação. Do total de projetos, 42% estão localizados na América do Sul.
Entre as ações, além do Mais Médicos, destacam-se projetos na área de saúde
bucal, implantação de bancos de leite, além de pesquisa e desenvolvimento.
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