A previsão é que novo tratamento beneficie mais de
100 mil novos pacientes no SUS que usam esta combinação de drogas. O Ministério
da Saúde adquiriu 90 milhões de comprimidos
O Ministério da Saúde inicia nesta segunda-feira
(13) a distribuição da dose tripla combinada composta pelos medicamentos
Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg), aos pacientes com
HIV e aids dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Antes, o medicamento estava
disponível apenas para as pessoas que iniciavam o tratamento. Agora, o
medicamento será ofertado a todos os pacientes em tratamento que usam esta
combinação de drogas, os novos e os antigos. Esta é a última etapa da
implantação do novo medicamento que irá beneficiar mais de 100 mil pacientes
com HIV e aids. O Ministério da Saúde investiu R$ 80 milhões na aquisição de 90
milhões de comprimidos. O estoque é suficiente para atender os pacientes em
tratamento nos próximos 12 meses.
Os medicamentos já eram distribuídos, na forma
individual. Os novos pacientes dos estados do Rio Grande do Sul e Amazonas, que
possuem as maiores taxas de detecção do vírus, também já recebiam, desde
agosto, a dose tripla combinada. Nesse período, cerca de 11 mil pacientes foram
beneficiados nestes dois estados. O uso do medicamento 3 em 1 está previsto no
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Tratamento de Adultos com HIV e
Aids, do Ministério da Saúde, como tratamento inicial para os pacientes
soropositivos.
“A nova dose combinada representa um avanço
importante na melhoria do acesso ao tratamento de aids no país, pois permite
uma melhor adesão ao tratamento de pessoas que vivem com HIV e aids. Além de
ser de fácil ingestão, o novo medicamento tem como grande vantagem a boa
tolerância pelo paciente, já que significa a redução da atual dose, de quatro
comprimidos, para um apenas”, explica o diretor do Departamento de DST/aids e
Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. Segundo ele, o
tratamento consistia em dois comprimidos de Lamivudina, um de efavirenz e um de
tenofovir.
INCORPORAÇÕES – Em 2014, o Ministério da Saúde
incorporou novas formulações para os pacientes com aids, como o Ritonavir 100
mg, na apresentação termoestável, possibilitando que o medicamento seja mantido
em temperatura de até 30°C. A incorporação representou um importante avanço,
uma vez que o medicamento distribuído anteriormente no SUS necessitava de
armazenamento em câmara fria. A apresentação termoestável proporciona maior
comodidade aos pacientes, facilitando a logística de armazenamento,
distribuição e dispensação.
Em dezembro, o SUS passou a oferecer o medicamento
tenofovir 300 mg composto com a lamivudina 300mg em um único comprimido, o
chamado 2 em 1. A nova formulação, produzida nacionalmente, é distribuída pela
Farmanguinhos/Fiocruz. Ainda em dezembro, o Ministério da Saúde passou a
garantir a todos os adultos com testes positivos de HIV, mesmo que não
apresentem comprometimento do sistema imunológico, o acesso aos medicamentos
antirretrovirais contra a aids pelo SUS. A medida também integra o novo
Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids.
TRATAMENTO - Entre 2005 e 2013, o Ministério da
Saúde mais do que dobrou o total de brasileiros com acesso ao tratamento,
passando de 165 mil (2005) pra 400 mil (2014). Atualmente, o SUS oferece,
gratuitamente, 22 medicamentos para os pacientes soropositivos. Desse total, 12
são produzidos no Brasil.
Em julho de 2014, a revista britânica The Lancet,
uma das mais importantes publicações científicas da área médica, divulgou um
estudo mostrando que o tratamento para aids no Brasil é mais eficiente que a
média global. Segundo o estudo, as mortes em decorrência do vírus HIV no país
caíram a uma taxa anual de 2,3% entre 2000 e 2013, enquanto a média global apresenta
uma queda de 1,5% ao ano.
A rede de assistência conta hoje com 518 Centros de
Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada
(SAE) e 724 Unidades de Distribuição de Medicamentos (UDM). Além disso,
gradualmente, as Unidades Básicas de Saúde estão sendo incorporadas na atenção
aos pacientes vivendo com aids e HIV.
Por Nivaldo Coelho, da Agência Saúde
Atendimento à imprensa – Ascom/MS
(61) 3315-2005/3315/3580
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