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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) abre seleção para Residência Médica 2017

A Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), torna pública a seleção para Programas de Residência Médica desenvolvidos em hospitais, atenção primária e outros cenários de prática da SES-DF, com duração de até cinco anos de especialização. As inscrições serão de 04 a 15 de novembro de 2016 pelo endereço eletrônico do IADES.

PROGRAMAS - São 62 Programas de Residência Médica entre especialidades de acesso direto, com exigência de pré-requisito e referentes aos anos opcionais em áreas de atuação. Especialização em acupuntura, anestesiologia, cirurgia geral, clínica médica, dermatologia, genética médica, infectologia, medicina de família e comunidade, medicina do trabalho, estão entre os vários programas oferecidos.

A ESCS, responsável pelo presente processo seletivo, é a instituição formadora dos programas de Residência Médica, desenvolvidos nos cenários de prática da SES-DF, instituição executora dos programas de Residência Médica.

CENÁRIOS - A seleção destina-se ao preenchimento de vagas nos programas de Residência Médica desenvolvidos nas Comissões de Residência Médica (Coremes) do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Hospital Regional de Sobradinho (HRS), Hospital Regional do Gama (HRG), Hospital Regional da Ceilândia (HRC), Hospital Regional do Paranoá (HRPa), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) e COREME da ESCS.

Estes cenários, porém, não são exclusivos, podendo a SES-DF, a seu critério, utilizar quaisquer cenários de sua rede para que o residente desenvolva as competências necessárias à conclusão de seu programa de Residência. A prova está prevista para o dia 27 de novembro de 2016.

SERVIÇO

Inscrições: de 4 a 15 de novembro de 2016, feitas exclusivamente via internet no endereço eletrônico http://www.iades.com.br.
Taxa de inscrição: R$ 240, o pagamento deverá ser efetuado até o dia 16 de novembro de 2016.
Prova: prevista para 27 de novembro de 2016.
Antes de efetuar a inscrição, o candidato deverá conhecer o Edital Normativo Nº1–RM/SES-DF/2017, de 17/10/2016 (publicado no Diário Oficial do Distrito Federal Nº198, de 19 de outubro de 2016, páginas 53 a 63) pelo site do IADES e certificar-se de que preenche todos os requisitos exigidos.

Fonte: Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) 


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Pacto Global promove fórum em SP sobre sustentabilidade empresarial

A Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas promove na próxima semana (9) no Museu de Arte de São Paulo (MASP) o Fórum Pacto Global — Setor Privado Rumo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. O evento vai reunir especialistas brasileiros e estrangeiros para debater sustentabilidade no meio empresarial.

A Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas promove na próxima semana (9) no Museu de Arte de São Paulo (MASP) o Fórum Pacto Global — Setor Privado Rumo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. O evento vai reunir especialistas brasileiros e estrangeiros para debater sustentabilidade no meio empresarial.


Haverá painéis sobre liderança, uso da água, integridade, meio ambiente, direitos humanos e parcerias, além de palestras motivacionais e uma apresentação musical. A abertura será feita pelo representante residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic, com mediação do diretor jurídico da BASF na América do Sul e presidente da Rede Brasil, André Oliveira.

É possível fazer inscrição com desconto de 30% até sexta-feira (4) por meio do site do fórum (bit.ly/2cQKEJt).

Veja abaixo a programação

O painel “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — da teoria à prática” apresentará resultados de estudos sobre a contribuição das empresas do comitê brasileiro do Pacto Global para o alcance dos objetivos globais.

O trabalho está sendo desenvolvido pela empresa norueguesa DNV-GL, em parceria com a Report. O painel terá a participação do presidente da DNV-GL, Luca Crisciotti, e da superintendente de sustentabilidade e negócios inclusivos do Itaú Unibanco, Denise Hills.
O painel “Liderança para a Agenda 2030” irá abordar a integração das estratégias de negócios aos objetivos globais. O debate terá a participação da presidente da AES Ergos, Teresa Vernaglia, do presidente da Ambev, Bernardo Pinto Paiva, do presidente da Siemens Brasil, Paulo Stark, e do presidente da Rede Brasil do Pacto Global, André Oliveira.

Já o painel “Objetivos Globais, Negócios Locais” apresentará o trabalho dos dois vencedores latino-americanos do concurso SDG Pioneers: a diretora de imprensa e sustentabilidade da BM&FBovespa, Sonia Favaretto, e o presidente da Beraca, Ulisses Sabará.

Os executivos comentarão o trabalho de suas organizações em relação aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, o que levou o Brasil a ser o único país com dois vencedores do concurso. O painel também terá a participação da gerente sênior do Pacto Global, Anita Househam.

O painel “Integridade: Desafios e Oportunidades no Combate à Corrupção” pretende engajar diversos atores em uma ação coletiva de combate à corrupção – sejam eles do poder público, empresas ou ONGs – identificando os melhores mecanismos de seguimento das leis, pautados por uma governança ética e transparente.

Esse debate terá a participação da chefe de sustentabilidade social, governança e integridade do Pacto Global, Ursula Wynhoven, e do professor de Direito Processual Civil da Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal, Jorge Hage. O painel também terá a participação do coordenador do programa Brasil da Transparência Internacional, Bruno Brandão.

A sessão de debates “Meio Ambiente: Agricultura na Era das Mudanças Climáticas” abordará temas como alimentos e agricultura, energia e clima, com enfoque nas mudanças climáticas e escassez hídrica. Participam dessa discussão a diretora do instituto World Resources no Brasil, Rachel Biderman, e a diretora de sustentabilidade da Amaggi, Juliana Lopes.

A discussão “Direitos Humanos: Respeitar, Proteger e Remediar” abordará os três pilares que envolvem a temática nas corporações: seus impactos nos direitos humanos para público interno, comunidades de entorno e na cadeia de valor.

O painel reunirá a secretária especial de direitos humanos do Ministério da Justiça e Cidadania, Flávia Piovesan, o jornalista, diretor da ONG Repórter Brasil e conselheiro do Fundo das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão, Leonardo Sakamoto, a gerente de programas e relações empresariais da Childhood Brasil, Eva Dengler, e da responsável por sustentabilidade da Enel Brasil, Marcia Massotti.

Para discutir o ODS número 17 (Parcerias e Meios de Implementação), o painel “Caminhos para Implementar a Agenda 2030” pretende discutir parcerias e compartilhamento de experiências, especialmente com os órgãos públicos, e os caminhos possíveis para a garantia de recursos, mesmo em contextos de crise econômica. Esse debate reunirá a diretora financeira executiva da Itaipu Binacional, Margaret Groff, e a representante residente assistente para programa do PNUD Brasil, Maristela Baioni.

JUSTIÇA E AS NOVAS TECNOLOGIAS - MUDANÇAS NO SENTIDO DE JUSTIÇA

As novas tecnologias não provocam mudanças só na sociedade, mas também fazem a comunidade jurídica repensar o Direito e o sentido de Justiça. A opinião é da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal. Para ela, a transformação tecnológica faz com que os operadores do Direito reavaliem o que é o justo para a sociedade em uma determinada época de acordo com seu estágio de desenvolvimento.

“O ser humano sempre vai buscar novos direitos. E o Direito busca deixar as sociedades mais justas”, disse nessa quarta-feira (26/10), durante conferência de abertura do XIX Congresso Internacional de Direito Constitucional, organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público. O tema deste ano é como as novas tecnologias influenciam o Direito Constitucional e o impacto da internet na Constituição brasileira.

Na opinião da ministra, essa necessidade de reavaliação causa aflição no juiz constitucional porque as dúvidas e indagações da sociedade também se revelam na hora de decidir. Por isso, a ausência de certezas é refletida muitas vezes nos julgamentos que envolvem questões constitucionais. Nas palavras dela, o “pêndulo histórico” também se reflete nos tribunais constitucionais por meio da variação da jurisprudência. Ela cita como exemplo a questão do aborto e sua possibilidade ou não aos olhos do Judiciário. “Não tínhamos pensado na década passada sobre qual é o papel do pai, só tínhamos pensado o papel da mãe e do feto. Agora temos que retroceder e introduzir um novo pensamento.”
Ela defende ainda que o mundo do Direito precisa repensar seu conceito de litigiosidade para pacificar a sociedade. Por esse motivo, deve superar o que até hoje foi consolidado como próprio do Direito: a natureza binária de que quem entra em juízo ganha ou perde. “Errado. Agora tentamos não apenas decidir o conflito, mas acabar também com a conflituosidade. E fazer que não se sobrevenham novos litígios.”

Jornalismo de saúde no Brasil é tema de palestra

A relação entre veículos de imprensa e Anvisa ganhou relevância na mesa redonda da Semana do Conhecimento desta quarta-feira (26/10). As jornalistas Marcela Buscato e Johanna Nublat abordaram os desafios do jornalismo de saúde no Brasil.
A relação entre veículos de imprensa e Anvisa ganhou relevância na mesa redonda da Semana do Conhecimento desta quarta-feira (26/10). As jornalistas Marcela Buscato, colunista de saúde da revista Época, e Johanna Nublat, repórter da Folha de São Paulo, abordaram os desafios do jornalismo de saúde no Brasil. A moderação da palestra ficou a cargo de André Falcão, da TV Senado.
Com o tema “Conhecimento científico, conhecimento popular e a mídia como agente social de saúde”, as convidadas apresentaram o trabalho de produção, pesquisa e edição de notícias especializadas, contextualizando a realidade dos grandes veículos jornalísticos em que trabalham.
Nos trabalhos de apuração, Marcela Buscato abordou que a falta de conhecimento do processo científico, a dificuldade de analisar evidências, a falta de interpretação dos dados governamentais e a carência de porta vozes que dialoguem com a imprensa dificultam o exercício jornalístico. “Precisamos atrair os leitores e sermos fieis ao conhecimento científico ao mesmo tempo. Não podemos ser científicos demais, senão nossa matéria não será interessante ao leitor”.
Outra ressalva apresentada por ambas as jornalistas foi a importância da clareza e agilidade de pareceres institucionais: técnicos e analistas de órgãos públicos são importantes interlocutores com os meios de comunicação, uma vez que contextualizam dados e informações específicas. “É importante que os técnicos tenham paciência com os jornalistas. Nem sempre eles estão inteiramente por dentro de um assunto, até mesmo pela própria realidade do nosso trabalho” afirmou Nublat.
A liberação do canabidiol, um dos exemplos citados por Johanna, trouxe à tona essa dificuldade: “Em 2014, estávamos discutindo a liberação do canabidiol na Anvisa, e todos falavam que seria liberado. Na hora, o uso não foi liberado e me pegou de surpresa. Se nosso dialogo fosse maior, saberíamos com mais antecedência sobre isso”.
Prestação de serviços para a sociedade
O moderador André Falcão indagou se os valores notícia, apresentados pelas jornalistas, seriam de interesse público ou privado de um determinado veículo. Marcela disse que novidades de produtos médicos não mais chamam tanto a atenção do leitor quanto serviços públicos de saúde. “Hoje o leitor está muito mais crítico. As pessoas estão interessadas nas condições de atendimento e se o plano de saúde cobrirá o medicamento que ela precisa.”
Os medicamentos das indústrias farmacêuticas são o principal trabalho realizado pela Anvisa, e consequentemente, o serviço mais demandado pela sociedade, e a necessidade de um efetivo serviço técnico por parte da Agência é essencial para que ela obtenha resposta às suas demandas. Jarbas Babosa, diretor-residente da Agência, elogiou a visibilidade que a imprensa tem dado à essas questões: “A minha tendência de observação é que os veículos buscarão fontes novas. Temos uma pressão social para que divulguemos informações com agilidade, segurança e eficácia. É bom que a imprensa critique, pois fazem a diferença no nosso trabalho”, concluiu.

Câncer de cabeça e pescoço causadas por fumo, bebida e HPV

Doença é causada por fatores comportamentais e pode ser prevenida a partir de escolhas, como parar de fumar e beber, além do HPV

O dentista faz o diagnóstico, mas não trata o câncer de boca. Após a detecção, o paciente é encaminhado para um oncologista

Feridas indolores na boca que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas e sangramentos sem causa conhecida são possíveis sinais de um câncer de boca.
Por isso, ao identificar um ou mais desses sinais, é necessário buscar ajuda de profissionais dentistas ou médicos. Quanto mais cedo procurar ajuda, maiores as chances de cura.
O odontólogo examina a boca e, em caso de diagnóstico positivo, encaminha para biópsia. O professor de estomatologia da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Tadeu de Souza Figueiredo, explica que o ideal é identificar o câncer antes dos sintomas aparecerem.
“Quando o paciente detecta, é porque está em um estágio mais avançado. Então ele normalmente chega encaminhado por outros profissionais que detectaram as lesões. Esse diagnóstico inicial é muito importante porque, quanto mais precoce for identificada, maior a adesão ao tratamento e a chance de cura e sobrevida dos nossos pacientes”, esclarece. 
Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), sem considerar o câncer de pele não melanoma, o câncer da cavidade oral está entre os cinco mais incidentes estimados para 2016. Entre os homens são 11.140 casos, para 4.350 acometimentos em mulheres. A mortalidade também é maior entre os homens: 4.223 homens e 1.178 mulheres em 2013.
O câncer de boca é extremamente invasivo, e o tratamento pode ser muito doloroso para o paciente. A odontóloga e professora da Universidade de Brasília (UnB) Nilce Santos de Melo explica que há uma dificuldade na detecção do câncer e que isto está ligado ao grupo mais vulnerável. “O perfil do paciente é de mais de 50 anos que fuma, que bebe e geralmente homem. E esse perfil não procura muito o serviço de saúde.”
Conforme alerta a odontóloga, o câncer de boca é causado por fatores comportamentais e pode ser prevenido a partir de escolhas, como parar de fumar e beber. Entretanto, essas mudanças não são tão simples de fazer, e ter o suporte de uma equipe multiprofissional de saúde pode ser um começo para vencer os vícios antes de chegarem a causar um câncer.

Outro fator de risco é o HPV, transmitido por sexo oral. Atualmente, o SUS agora oferece a vacina para meninas entre 9 e 13 anos de idade e, a partir de janeiro do ano que vem, para meninos de 12 e 13 anos.

Tratamento
Apesar de fazer o diagnóstico, o dentista não trata o câncer de boca. Após a detecção, o paciente é encaminhado para um oncologista ou cirurgião de cabeça e pescoço. Isso porque existem dois tipos de tratamento mais utilizados atualmente: a radioterapia e a cirurgia. A quimioterapia só é associada em pacientes graves que não podem realizar a cirurgia.
Paulo Tadeu de Souza Figueiredo, professor de estomatologia da UnB, explica que, mesmo sem tratar o paciente, o papel do dentista é muito importante durante todo o processo. “O dentista faz uma preparação dos pacientes para o tratamento. Temos essa preocupação porque depois que algum tipo de efeito adverso ou sequela do tratamento acontece, é muito difícil de ser tratado.”
Além disso, o professor também reforça que, mesmo com todas as dificuldades, não se deve abandonar o tratamento. “É importante o paciente saber que o diagnóstico de um tumor maligno não é uma sentença de morte. E se ele seguir o tratamento e as condutas à risca, tem uma enorme chance de sobrevida.”
O paciente oncológico precisa ter um suporte odontológico para o resto da vida e de perto, com consultas frequentes. 
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde
Ana Maciel/Prefeitura de Cachoeirinha (RS)

Implantes cocleares podem ser colocados gratuitamente pelo SUS

Deficiência auditiva
O implante consiste em uma prótese colocada dentro da cóclea, parte interna do ouvido
Para quem ouve, imaginar como seria um mundo sem sons pode parecer difícil. Para muitas pessoas surdas, essa é a realidade. Pacientes que têm deficiência auditiva severa a profunda não conseguem ouvir nada ou, se ouvem, são apenas alguns ruídos. Nesses casos, os aparelhos auditivos não funcionam, e a esperança de um dia ouvir vem de um implante coclear.
O implante consiste em uma prótese colocada dentro da cóclea (parte interna do ouvido) por meio de uma cirurgia e outra presa ao redor da orelha, composta pela antena e o processador de fala. O aparelho capta os sons e transfere diretamente este som para o nervo auditivo, possibilitando que o paciente gradativamente comece a ouvir.
Por se tratar de um dispositivo de alta complexidade, a cirurgia e a reabilitação do paciente são feitas em hospitais credenciados pelo Ministério da Saúde. “Há uma equipe multidisciplinar para verificar a possibilidade de o indivíduo receber o implante. Depois de todas as avaliações, o paciente recebe o aparelho de forma inteiramente gratuita pelo SUS”, explica o coordenador do Setor de Implante Coclear do Hospital Universitário de Brasília (HUB), André Luiz Sampaio.
A cirurgia é apenas uma etapa de todo o processo de reabilitação auditiva. Entre 30 e 40 dias após a operação, o paciente retorna e faz a ativação, momento em que o aparelho é ligado e quando se ouve os primeiros sons.
“Os pacientes passam por um processo de reabilitação realmente longo e voltam com muita frequência ao hospital onde receberam o implante coclear”, conta Sampaio. Após a ativação, o paciente ainda fica, em média, três anos em acompanhamento. Isso porque as habilidades auditivas são essenciais para desenvolver a fala, e alguns pacientes, que nunca ouviram antes, precisam aprender o novo tipo de linguagem.
Foto: Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde

Medicina de precisão, novas abordagens

A medicina de precisão, adotando uma abordagem molecular individualizada para a avaliação de riscos e cuidados clínicos, não é um conceito novo.

Embora tenha sido inicialmente prevista no domínio da oncologia, a sessão plenária de quarta-feira debate a aplicação desta abordagem na doença cardiometabólica. 

O desenvolvimento de tecnologias metabolômicas, que combinam informações genéticas e funcionais, é um desencadeador, conforme debatido por Karsten Suhre (Weill Cornell Medicine, Qatar). Desde 2008, quando o primeiro estudo combinando genotipagem e caracterização metabólica foi publicado,1 esta área tem se desenvolvido com o objetivo de traduzir conhecimentos funcionais para muitas associações relacionadas à doença, incluindo doença cardiovascular e diabetes tipo 2, para avaliação de riscos e cuidados clínicos. "Toda associação conta uma história...

" Pesquisas recentes forneceram uma base para diferenças associadas a genótipos na resposta metabólica ao tratamento com inibidor de enzima de conversão da angiotensina, com base em uma análise de 517 metabólitos em participantes do estudo KORA F4, e sugeriram que a combinação de abordagens metabolômicas de genótipos pode oferecer percepções sobre os efeitos colaterais dependentes de genótipos destes tratamentos.2 Na verdade, em 2014, Shin et al3 publicou um "atlas" de 145 perfis metabólicos influenciados geneticamente, oferecendo a possibilidade de futura exploração dos efeitos de variantes genéticas individuais em centenas de metabólitos de uma vez.  

Esses achados relevaram a possibilidade de engenharia metabólica racional como uma ferramenta para a intervenção alvo no metabolismo humano, assim como o uso de abordagens "ómicas" (do inglês 'omics', se refere ao estudo da totalidade ou do conjunto de algo) no monitoramento da saúde.  "Em última instância, as informações de fenotipagem profunda oferecem a chave para entender a genética do metabolismo humano."

Em uma visão geral entusiasmante, Matthias H. Tschöp (Helmholtz Diabetes Center & Technische Universität München, Munique, Alemanha) forneceu uma justificativa para a medicina de precisão metabólica no desenvolvimento de farmacoterapia para a obesidade e doenças metabólicas relacionadas. Anteriormente, os tratamentos para a obesidade tinham altos e baixos, com desenvolvimento repleto de falhas e descontinuações devido aos efeitos colaterais não totalmente reconhecidos quando do lançamento. 

É claramente necessário um novo paradigma para o desenvolvimento de medicamentos para os tratamentos da obesidade, e a pesquisa focada na incorporação de receptores de hormônio peptídico metabolicamente relacionado, incluindo peptídeo-1 tipo glucagona (GLP-1) em um peptídeo, oferece nova esperança. A evidência existente mostra que as atividades individuais de cada receptor se harmonizam, resultando em uma melhor atividade metabólica geral. 

O professor Tschöp apresentou dados referentes aos últimos destes peptídeos, um triagonista peptídico monomérico incorporando GLP-1, polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose (PIG) e receptores de glucagona em um único peptídeo. Eles mostraram atividade sem precedentes em modelos de roedores na redução do peso corporal e da massa gorda por meio de uma redução na glicose sérica, no colesterol e na insulina, e aumento do fator de crescimento fibroblástico 21 (FGF21).4Assim, a glucagona cinergética atua para aumentar o gasto de energia, a GLP-1 atua para reduzir a ingestão calórica e aumentar o controle da glicose e o PIG atua para potenciar o efeito da incretina, sugerindo benefício na obesidade.

Além disso, uma maior compreensão da função do sistema nervoso central na medição dos efeitos no peso corporal pode oferecer novas direções, como a combinação de GLP-1 com dexametasona, apresentada em modelos de animais para promover sinais anorexigênicos, sem efeitos "fora do alvo" no timo nem alterações na atividade do eixo hipotálamo-pituitária endógeno. 

Tem sido demonstrado que a combinação GLP-1/T3 melhora o tratamento lipídico no fígado, reverte a hipercolesterolemia e aterosclerose em camundongos com carência de LDLR [low density lipoprotein receptor (receptor de lipoproteína de baixa densidade)], e melhora a atividade termogênica em tecido adiposo branco. "A era da medicina de precisão metabólica oferece uma nova esperança para o tratamento da obesidade, mas também destaca a necessidade de biomarcadores e diagnóstico melhores." 

Erik Stroes (Academic Medical Center, Amsterdã, Países Baixos) destacou novas abordagens na terapia específica para a aterosclerose, que visa otimizar o perfil risco/benefício.  Estes desenvolvimentos também sublinham a necessidade de uma mudança no paradigma terapêutico de uma abordagem em "grupo" para uma abordagem individualizada, enfocando na carga aterosclerótica ao invés de enfocar no risco. Avanços nos exames de imagem multimodais forneceram uma base para a aplicação de novas terapias, ajudando a orientar a terapia individualizada.

Em termos de terapia, o recente desenvolvimento dos anticorpos monoclonais humanos contra PCSK9 mostrou o benefício de uma abordagem específica, especialmente em indivíduos com mais necessidade clínica sem resposta, nomeadamente com hipercolesterolemia familiar e intolerância à estatina. 

Continua sem se saber se estes tratamentos reduzem os eventos cardiovasculares em pacientes com elevado risco, esperando-se respostas definitivas dos estudos de resultados em andamento. É claro que o custo é uma grande limitação, o que sublinha ainda mais a necessidade de racionalização do tratamento para esses pacientes com risco mais elevado. A focalização antisense da apolipoproteína(a) [apo(a)] pode oferecer tratamentos para lipoproteína(a) elevada, um fator de risco cardiovascular para o qual não existem terapias específicas, e hipertrigliceridemia grave. 

Mais uma vez, existem limitações, incluindo problemas de efeitos colaterais. Na verdade, durante o congresso da European Atherosclerosis Society (EAS), foram suspendidos planos para um estudo de fase III usando uma abordagem antisense em cardiomiopatia amiloide, com questões de segurança pendentes, nomeadamente trombocitopenia, que também surgiu recentemente de forma inesperada em um estudo apoCIII separado com volanesorsen.5 Estas questões não foram observadas com as abordagens antisense de mipomersen ou apo(a), que usam plataformas antisense diferentes. Por fim, a nanotecnologia tem sido investigada no contexto da aterosclerose, embora os estudos indiquem a necessidade de uma melhor seleção de alvos e agentes de fornecimento locais. O custo continua sendo um problema. "Terapias inovadoras que ajudem a personalizar o tratamento para indivíduos com risco elevado, com abordagens de anticorpos/antisense oferecendo a possibilidade de focalização molecular precisa. Por fim, a nanomedicina oferece a possibilidade de melhorar a eficácia e minimizar o risco de efeitos colaterais."

Por último, Daniel Gaudet (University of Montreal, Quebec, Canadá) destacou o fenótipo complexo da quilomicronemia, englobando a síndrome quilomicronemia familiar e a quilomicronemia multifatorial, que, devido às necessidades clínicas não atendidas significativas, é um foco para o desenvolvimento de medicamentos novos. As terapias emergentes, incluindo terapias baseadas em genes e tratamentos com oligonucleotídeos antisense visando apoCIII, forneceram novas abordagens para tratamento. Talvez mais importante ainda, o desenvolvimento abriu caminho para pesquisa dos mecanismos do metabolismo pós-prandial, oferecendo alvos para futuro potencial terapêutico.

Autores
Karsten Suhre (Weill Cornell Medicine, Qatar)
Matthias H. Tschöp (Helmholtz Diabetes Center & Technische Universität München, Munich, Germany)
Erik Stroes (Academic Medical Center, Amsterdam, the Netherlands)
Daniel Gaudet (University of Montreal, Quebec, Canada)

Referências

1. Gieger C, Geistlinger L, Altmaier E et al. Genetics meets metabolomics: a genome-wide association study of metabolite profiles in human serum. PLoS Genet 2008;4:e1000282.
2. Altmaier E, Menni C, Heier M et al. The pharmacogenetic footprint of ACE inhibition: A population-based metabolomics study. PLoS One 2016;11:e0153163.
3. Shin SY, Fauman EB, Petersen AK et al. An atlas of genetic influences on human blood metabolites. Nat Genet 2014;46:543-50.
4. Finan B, Yang B, Ottaway N et al. A rationally designed monomeric peptide triagonist corrects obesity and diabetes in rodents. Nat Med 2015;21:27-36.
5. UPDATED: Ionis shares plunge as safety crisis deepens, GSK abandons PhIII. https://www.fiercebiotech.com/ionis-reveals-safety-issues-two-phiii-studies-after-gsk-delays-a-trial

Malária: França e o Reino Unido recebem o maior número de casos importados

Casos de malária originários do oeste da África respondem por 56% (13.947) de todos os casos detectados em países não endêmicos, de acordo com os achados da nova análise publicada no The Lancet Infectious Diseases .

Enquanto o oeste da África originou mais da metade dos casos, outros 20% dos casos detectados em países não endêmicos foram originados na Índia, 13% foram importados do leste da África e 3% vieram da Papua Nova Guiné.
O maior número médio de infecções importadas por ano durante a última década foi visto na França (2.169), no Reino Unido (1.898) e nos EUA (1.511), seguido pela Itália (637) e Alemanha (401)
Enquanto as rotas do oeste da África para a França e Reino Unido mostraram o vínculo mais forte, outras rotas importantes incluíam da Índia para os EUA, da Papua Nova Guiné para a Austrália, do Paquistão para o Reino Unido e do Haiti para os EUA.
Andrew Tatem, Diretor do WorldPop , que liderou esta pesquisa, disse que o estudo é parte de “esforços maiores para entender os padrões de movimentação humana e do parasita para ajudar a guiar estratégias de eliminação”
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Estudos com escorpiões revelam preocupação com consequências das picadas

Nos últimos 15 anos houve um aumento de quase 600% no número de incidentes e mortes causadas pelos animais

Os escorpiões são uma ameaça real para os brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde (MS), eles são responsáveis pela maior parte dos acidentes com animais peçonhentos no país, com 74.598 casos registrados, causando mais mortes (119) que as serpentes (107), no ano de 2015. Além disso, houve um aumento de quase 600% no número de incidentes e mortes causados por eles nos últimos 15 anos.
Pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical, em Manaus, publicaram um estudo no qual descreveram o provável primeiro caso de acidente grave causado pela espécie Tityus silvestris, comum na Amazônia. Nesse caso, um homem de 39 anos foi picado enquanto dormia e, em duas horas, passou a ter dificuldade para respirar, taquicardia, hipertensão e espasmos musculares, levando ao agravamento do quadro. Ele recebeu tratamento com soro e outros medicamentos durante sete dias.
Em outro estudo brasileiro, publicado em 2014, pesquisadores examinaram 1.327 casos de acidentes com escorpiões atendidos no Hospital de Clínicas da Unicamp de 1994 a 2011 e constataram a predominância de acidentes apenas com reações locais (79,6%) e sistêmicas (15,1%). A picada seca foi responsável por 3,4% das situações, enquanto que casos mais graves responderam por 1,8%.
A pesquisa mostrou ainda que 27,7%) dos acidentes foi relacionada ao escorpião-preto (Tityus bahiensis) e 19,5% ao amarelo (Tityus serrulatus). Na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR), o Tityus serrulatus foi objeto de estudo que colocou as toxinas Ts6 e Ts15 como candidatas a medicamentos contra doenças autoimunes
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Surto de salmonela atinge 10 países europeus

Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças(European Centre for Disease Prevention and Control, ECDC), juntamente com a Agência de Segurança Alimentar na Europa (European Food Safety Authority, EFSA), solicitou esforços coordenados para monitorar e conter o grande surto de Salmonella Enteritidis que está varrendo a Europa atualmente.

Entre 1.º de maio e 12 de outubro, sete países da UE/AEE relataram 112 casos confirmados e 148 casos prováveis de S. Enteritidis. Os países onde os casos foram relatados até o momento são Bélgica, Dinamarca, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Suécia e o Reino Unido. Nove dos casos confirmados estão associados a um histórico de viagem para a Hungria ou Polônia. Portanto, esse dois países também são considerados afetados pelo surto. Além disso, a Croácia relatou um conglomerado de casos de S. Enteritidis, incluindo um caso fatal, com associação epidemiológica com o surto.

O surto foi rastreado até um centro de embalagem de ovos na Polônia, que retirou e cancelou a distribuição do lote afetado. Existem investigações em andamento para eliminar o foco.
O ECDC e o laboratório de referência europeu estão oferecendo serviços para sequenciamento de genoma para isolados de S. Enteritidis com suspeita de terem ligação com o surto; particularmente se os isolados tiveram origem em países onde o surto ainda não foi confirmado.
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Injeção contraceptiva masculina prova sua eficácia

Uma nova injeção contraceptiva masculina provou ser eficaz na prevenção da gestação. 

Em um estudo financiado parcialmente pela OMS, UNICEF e pela Fundação Bill & Melinda Gates, a combinação de progesterona e testosterona de ação prolongada apresentou uma eficácia de quase 96% como método contraceptivo.

No estudo, 320 homens entre 18 e 45 anos de idade receberam injeções a cada oito semanas por até 56 semanas. O tratamento foi eficaz na redução da contagem de espermatozoides para até 1 milhão/ml durante 24 semanas em 274 participantes. Quatro gestações ocorreram durante a fase ativa do estudo.
Contudo, pesquisadores foram obrigados a parar de incluir novos participantes em 2011 devido à taxa de eventos adversos, particularmente depressão e outros distúrbios do humor.
Um dos autores do estudo, Mario Philip Reyes Festin, da Organização Mundial da Saúde, afirmou ser necessário mais trabalho para encontrar a combinação certa de hormônios.
“Mais pesquisas são necessárias para avançar este conceito ao ponto de poder estar amplamente disponível para homens como método contraceptivo”, afirmou Festin. “Apesar de as injeções terem sido eficazes na redução das taxas de gestação, a combinação de hormônios precisa ser mais bem estudada para considerar um bom equilíbrio entre eficácia e segurança.”
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Câmara aprecia em novembro pedido de urgência para votar novo Refis (DCI)

O plenário da Câmara dos Deputados deverá apreciar em novembro requerimento de urgência ao projeto que cria novo Refis para refinanciamento de débitos tributários para todos os contribuintes, incluindo empresas de todos os portes.

Apoiada por entidades empresariais, a proposta foi apresentada pelo deputado federal e empresário Alfredo Kaefer (PSL-PR) com condições mais vantajosas aos contribuintes em dívidas com a Receita Federal.
Uma delas prevê a troca do indexador de reajuste da dívida (juros), substituindo a taxa Selic de 14% ao ano mais 1% ao mês, pelo INPC, que mede a inflação e cuja variação gira em torno de 7% ao ano.
Outra é destinar 1% do faturamento das empresas ao pagamento das parcelas do novo Refis, a exemplo do que era feito na primeira versão do programa no início da década de 2000.
A proposta de Kaefer é um substitutivo ao Projeto de Lei 3.337, de 2015, que havia sido relatado pelo deputado petista Vicente Cândido (SP).
Em agosto passado, o parlamentar havia protocolado o requerimento de urgência, com assinaturas de 16 líderes partidários, inclusive três da oposição – PT, PDT e Rede. Mas a matéria não andou. Agora, Kaefer quer votar o projeto em plenário entre os dias 7 ou 8 de novembro.
Para o deputado, há espaço para a votação da matéria depois de o plenário da Câmara ter votado e aprovado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita o aumento dos gastos públicos pela inflação do ano, e o projeto do pré-sal, que retira a obrigatoriedade da Petrobras participar com 30% dos lotes licitados. “Esse é o melhor momento justamente porque houve queda de arrecadação”, afirmou o deputado ao DCI, ao ser questionado se há clima para votar um novo Refis em razão de queda de 8,27% na arrecadação, em setembro, para R$ 94,77 bilhões, no pior setembro em sete anos. 
“Passou a PEC do Teto e o pré-sal. Agora é hora do novo Refis”, acrescentou. “Sem novo Refis, a arrecadação vai cair ainda mais”, apontou.
Parcelamento impagável
Para Kaefer, um novo Refis sem condições adequadas não vai evitar futuras inadimplências. Ele prevê que será difícil também a manutenção de programa de novo parcelamento para as micro e pequenas empresas optantes pelo regime tributário reduzido e simplificado do Supersimples, com a correção da dívida pela taxa Selic.
Esse programa está previsto na lei do novo Supersimples, sancionado na quinta-feira passada pelo presidente Michel Temer.
Cerca de 700 mil empresas do Supersimples foram notificadas pela Receita Federal por dívidas que somam R$ 23 bilhões. O novo parcelamento será aberto possivelmente na próxima semana após a regulamentação do programa pelo Comitê Gestor do Simples Nacional, mais conhecido por Supersimples. “Em breve, essas empresas ficarão sem condições de pagar as parcelas e aí vão precisar de um novo Refis”, afirmou o deputado.
Para Kaefer, é também limitada a proposta de novo Refis para as micro e pequenas empresas apresentada em setembro ao governo pela Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon). Isso porque, segundo o deputado paranaense, a sugestão só prevê desconto de multas e juros.
Durante a cerimônia de sanção do novo Supersimples, o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos, disse ao DCI que não vê espaço para novo Refis. “Aumentamos o prazo de 60 para 120 meses”, destacou.
Abnor Gondim

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