Deficiência auditiva
O implante consiste em uma prótese colocada dentro da cóclea, parte interna do ouvido
Para quem ouve, imaginar como seria um mundo sem sons pode parecer difícil. Para muitas pessoas surdas, essa é a realidade. Pacientes que têm deficiência auditiva severa a profunda não conseguem ouvir nada ou, se ouvem, são apenas alguns ruídos. Nesses casos, os aparelhos auditivos não funcionam, e a esperança de um dia ouvir vem de um implante coclear.
O implante consiste em uma prótese colocada dentro da cóclea (parte interna do ouvido) por meio de uma cirurgia e outra presa ao redor da orelha, composta pela antena e o processador de fala. O aparelho capta os sons e transfere diretamente este som para o nervo auditivo, possibilitando que o paciente gradativamente comece a ouvir.
Por se tratar de um dispositivo de alta complexidade, a cirurgia e a reabilitação do paciente são feitas em hospitais credenciados pelo Ministério da Saúde. “Há uma equipe multidisciplinar para verificar a possibilidade de o indivíduo receber o implante. Depois de todas as avaliações, o paciente recebe o aparelho de forma inteiramente gratuita pelo SUS”, explica o coordenador do Setor de Implante Coclear do Hospital Universitário de Brasília (HUB), André Luiz Sampaio.
A cirurgia é apenas uma etapa de todo o processo de reabilitação auditiva. Entre 30 e 40 dias após a operação, o paciente retorna e faz a ativação, momento em que o aparelho é ligado e quando se ouve os primeiros sons.
“Os pacientes passam por um processo de reabilitação realmente longo e voltam com muita frequência ao hospital onde receberam o implante coclear”, conta Sampaio. Após a ativação, o paciente ainda fica, em média, três anos em acompanhamento. Isso porque as habilidades auditivas são essenciais para desenvolver a fala, e alguns pacientes, que nunca ouviram antes, precisam aprender o novo tipo de linguagem.
Foto: Rodrigo Nunes/Ministério da Saúde
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