Nova fábrica brasileira
prioriza medicamentos estratégicos para o SUS
Esses produtos de alta
tecnologia são aposta para maior independência da indústria. Em outubro,
Ministério da Saúde garantiu investimentos de R$ 6 bilhões para os biológicos
O ministro da Saúde, Ricardo
Barros, participou nesta sexta-feira (25/11) da inauguração da Fábrica de
Biotecnologia da LIBBS Farmacêutica, em São Paulo. A nova unidade irá produzir
medicamentos biológicos à base de anticorpos monoclonais, principalmente, o
Trastuzumabe, Rituximabe, Etanercepte, Bevacizumabe, Adalimumabe, Sirolimo e
Tacrolimo – utilizados no tratamento de câncer e Artrite Reumatóide. A nova
fábrica, que tem capacidade de produzir até 400 kg de biomedicamentos por ano e
receberá um investimento do Governo Federal (BNDES e Finep) na ordem de R$ 560
milhões.
Nos primeiros seis meses a
nova fábrica priorizará medicamentos estratégicos para o Sistema Único de
Saúde, frutos de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), programa do
Ministério da Saúde, que estimula a produção de medicamentos por laboratórios
nacionais, principalmente os insumos biológicos. O incentivo à produção
nacional impactará diretamente na queda de custos. Atualmente, mais da metade
(51%) do que o Pasta gasta na compra de medicamentos é destinado para os
produtos biológicos. “O orçamento do Ministério para compra de medicamentos é
de R$ 15 bilhões, sendo que metade são medicamentos biológicos de alto custo.
Então há necessidade de transferir tecnologia e produzir esses medicamentos de
forma mais econômica aqui no país. É um grande avanço,” declarou o ministro da
Saúde, Ricardo Barros.
Em outubro deste ano, o
Ministério da Saúde garantiu o investimento de mais de R$ 6,4 bilhões de reais
em incentivos à produção nacional de medicamentos, insumos e tecnologias em
saúde, que gerará emprego, renda e benefícios aos brasileiros. Só para os
biológicos, o investimento será de R$ 6 bilhões e ainda serão construídas três
novas fábricas (Fiocruz, Butantan e Tecpar), com foco na produção de
medicamentos de pessoas com câncer; soros contra raiva e picadas de animais
venenosos, e vacinas para gripe, hepatite A e HPV, por exemplo.
Os sintéticos, também
receberão incentivos da nova política – cerca de R$ 333,5 milhões – que deverão
ser utilizados para a produção de Insumos Farmacêuticos Ativos ou fármacos
obtidos por síntese química. A ação vai beneficiar diretamente as pessoas
que vivem com HIV/AIDS, tuberculose, problemas psicológicos, Alzheimer.
Atualmente, o Ministério da
Saúde possui 81 parcerias vigentes com 18 laboratórios públicos e 43 privados
que pesquisam 66 produtos (47 medicamentos, quatro vacinas e 15 produtos para a
saúde). As PDPs vão transferir tecnologias para a produção de
medicamentos, insumos e tecnologias estratégicas para a saúde, no prazo máximo
de até dez anos.
NOVA POLÍTICA – Para
fortalecer o Complexo Industrial da Saúde, o ministério lançou a Política de
Plataformas Inteligentes de Tecnologia em Saúde. O novo projeto tem o intuito
de gerar conhecimento e incorporar tecnologias em saúde, além de focar na
plataforma tecnológica para ampliar o acesso a medicamentos e produtos do
setor. A expectativa é de que a pasta consiga fortalecer e executar a
estratégia nacional de fomento à produção industrial brasileira e, criar
soluções tecnológicas em saúde como forma de promover o acesso integral e
reduzir a vulnerabilidade do sistema de saúde. Além disso, são esperadas a
promoção da produtividade, da competitividade e do desenvolvimento econômico e
social.
Por Victor Maciel, da
Agência Saúde
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