Essa pode ser a primeira
vacina produzida no mundo para combater de forma simultânea as doenças
transmitidas por esse mosquito. Pesquisadores já possuem reconhecimento pelo
desenvolvimento da primeira vacina contra o mosquito palha, transmissor da
leishmaniose visceral humana e canina.
Pesquisadores
da Universidade Federal de Minas Gerais estão produzindo o que pode ser a
primeira vacina no mundo diretamente contra o Aedes aegypti. O projeto é um dos
aprovados pelo Ministério da Saúde para apoiar projetos de pesquisa no combate
ao vírus Zika e no enfrentamento ao Aedes aegypti.
"A gente conseguiu, nesse
trabalho, interferir no inseto que é o transmissor de várias arborviroses, como
Zika, Dengue e Chikungunya. E por essa razão essa vacina é particularmente
importante para o Brasil, já que os virologistas apontam para o risco iminente
de chegar aqui novas arboviroses que são também transmitidas por este
mosquito”, afirma o pesquisador do projeto, Rodolfo Giunchetti.
A vacina produzida pelos
pesquisadores vai imunizar as pessoas, interferindo com a população do Aedes
aegypti, resultando no bloqueio da transmissão dos vírus pelo mosquito, em três
etapas. Primeiramente, as pessoas serão vacinadas, e, então, produzem anticorpos
contra o Aedes aegypti. A partir daí, os mosquitos que picarem essas pessoas
podem colocar menos ovos na natureza e inclusive morrer logo após a picada,
além de perder a capacidade em transmitir arboviroses como o vírus Zika,
quebrando a cadeia de transmissão.
Uma das principais vantagens
do trabalho, segundo os pesquisadores, é conseguir o controle das enfermidades
sem a necessidade de aplicar qualquer substância química no meio ambiente, como
inseticidas. Resultados preliminares, em camundongos, mostraram que a vacina
interfere no ciclo de vida do inseto, como colocar menos ovos após a
alimentação no camundongo imunizado, ou ainda podem morrer.
“Essa estratégia representará
um avanço extraordinário para o controle de Dengue, Chikungunya, Zika e, seja
lá qual for a próxima arbovirose que chegar ao nosso país”, afirma o
pesquisador.
Produzir uma vacina acessível
financeiramente também é uma preocupação desse grupo de pesquisadores. “Quanto
menor o custo, melhor, porque o nossa preocupação é disponibilizar a vacina
para o Sistema Público de Saúde, favorecendo o acesso a toda população
brasileira”, comenta Rodolfo. Todo o trabalho está sendo direcionado para
programas governamentais de controle.
Ainda estão envolvidos no
projeto, além dos pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
o Centro de Pesquisas René Rachou, unidade de Belo Horizonte da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Federal de Ouro Preto e o Instituto
Butantan. A ideia dessa vacina nasceu na UFMG, mas não é a primeira vacina
contra insetos desenvolvida por profissionais da instituição.
A vacina contra o mosquito
palha, que é o transmissor da leishmaniose visceral canina e humana, foi a
primeira desenvolvida pelo grupo, que hoje, possui a patente do produto.
Investimento
O Governo Federal divulgou a
relação dos 69 estudos sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do vírus Zika
e doenças correlacionadas. O objetivo do Governo Federal é potencializar a
produção de conhecimento científico e tecnológico para o enfrentamento da
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) declarada em função
da alteração do padrão de ocorrência de microcefalia no Brasil, decorrente da
infecção pelo vírus zika.
Gabi Kopko, para o Blog da
Saúde
Conheça ainda outros
projetos selecionados:
- Pesquisadores da UFMG desenvolvem forma de reduzir população
do Aedes aegypti
- Projeto aposta no monitoramento de grupo de mosquitos para
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- Raiz de açafrão pode ser alternativa para combater o Aedes
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- Integração entre Universidades Paranaenses cria projeto
para controle do Aedes aegypti
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