Comissão de Meio Ambiente,
Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) debateu a situação da
fábrica da Hemobrás em Pernambuco. (E/D) representantes do Tribunal de Contas
da União, Messias Alves Trindade; e da Hemobrás, Dr. Oswaldo Cordeiro de Paschoal
Castilho; senador Ronaldo Caiado; e representante da Associação Brasileira de
Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Dr. Dimas Tadeu Covas.
O presidente da Associação
Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Dr. Dimas Tadeu
Covas, criticou o projeto da fábrica de hemoderivados da Empresa Brasileira de
Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que está sendo construída na cidade
de Goiana, em Pernambuco.
Em audiência pública na
Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle
(CMA), nesta terça-feira (22), o médico disse que a fábrica foi
superdimensionada e planejada à revelia dos especialistas do setor.
— Só para dar um exemplo, 60%
da matéria-prima que a Hemobrás utiliza é gerada na Região Sudeste e, no entanto,
foi construída na Região Nordeste. Isso criou inúmeros problemas de logística e
qualidade — disse Dimas Tadeu Covas.
Segundo ele, a estrutura
física da fábrica — de 43 mil metros quadrados de área construída— é muito
grande para a capacidade de produção anual de 500 mil litros de plasma, quando
comparada a outras no mundo que têm a mesma capacidade instalada em área quatro
vezes menor.
O senador Ronaldo Caiado
(DEM-GO), autor do requerimento de realização da audiência pública, lamentou o
fato de a fábrica estar com excesso de estoque de plasma em suas câmeras de resfriamento,
com risco de expiração do prazo de validade sem que o produto seja distribuído
à rede do SUS.
Tecnologia ultrapassada
Caiado criticou também a
aquisição pela Hemobrás de tecnologia obsoleta para a produção de fator VIII
recombinante, produto utilizado no tratamento de hemofilia do tipo A. De acordo
com o Dr. Dimas Tadeu Covas, esse produto não estará, no próximo ano, na lista
dos melhores medicamentos para o tratamento da doença.
Situação atual
Oswaldo Cordeiro de Paschoal
Castilho, presidente da Hemobrás, apresentou, durante a reunião, a situação
atual da empresa. Segundo ele, 71% do projeto da fábrica já foram executados;
60% das aquisições de equipamentos, sistemas e tecnologias já foram feitas; e
mais de R$ 1 bilhão já foram investidos na planta em Pernambuco.
A construção dá fábrica,
segundo Oswaldo Cordeiro de Paschoal Castilho, está paralisada desde o final do
ano passado quando foi deflagrada a Operação Pulso da Polícia Federal, que
investigou irregularidades em vários contratos firmados pela Hemobrás.
TCU
O auditor do Tribunal de
Contas da União (TCU), Messias Alves Trindade, reconheceu as dificuldades do
tribunal para realizar auditorias para avaliar a eficiência do processo
produtivo da empresa. Mesmo assim, manifestou concordância com relação à
obsolescência da tecnologia francesa de produção de fator VIII recombinante
adquirida pela Hemobrás.
Geraldo Magela/Agência Senado
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