Destaques

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Proposta autoriza medicamentos não incluídos na lista do SUS, em casos de doenças graves ou raras

Estabelece que a Anvisa terá processo simplificado para registro desses fármacos
Remédios como a fosfoetanolamina, conhecida como “pílula do câncer”, poderão ter o uso autorizado em casos de doenças graves ou raras

Foi aprovado nesta quarta-feira (6) relatório da subcomissão especial que analisa o uso de fármacos experimentais para o tratamento de doenças graves ou raras. O texto, da deputada Leandre (PV-PR), autoriza a incorporação de medicamentos não listados no Sistema único de Saúde (SUS), se for confirmada sua eficácia clínica no tratamento de doenças raras, como a melhoria do bem-estar e o alívio das dores do paciente.

A iniciativa consta em projeto de lei que faz mudanças na regulamentação dos serviços de saúde (Lei nº 8.080/90) e na lei de proteção a informações relativas aos resultados de testes com fármacos (Lei nº 10.603/02). 

Hoje, a inclusão no SUS é de responsabilidade do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias. Para tanto, são avaliados os benefícios clínicos e as vantagens econômicas desses novos medicamentos.

Rede pública
Com a proposta, os remédios destinados ao combate de doenças raras, conhecidos como “medicamentos órfãos”, poderão ser oferecidos na rede pública, sem que haja a necessidade de análise sobre custos e benefícios do produto.

A ideia, segundo a relatora, é “garantir a integralidade do direito à saúde para os pacientes com doenças raras e graves, que já vem sendo reconhecido rotineiramente pelo Poder Judiciário.”

Pelo texto, esses remédios terão um adicional de cinco anos de exploração exclusiva de mercado, além do tempo de proteção fixado em lei para os demais medicamentos.
A matéria também garante aos voluntários de estudos clínicos, envolvendo medicamentos órfãos, o direito de receber o produto, de forma gratuita, do laboratório patrocinador, desde que haja indicação médica. 

Ressarcimento
Pelo texto, caberá ao SUS ressarcir os custos desses medicamentos. “Tal medida é necessária para viabilizar a realização de estudos no Brasil, para as doenças raras de menor prevalência, para as quais não haveria possibilidade de recuperar investimentos, tendo em vista o mercado potencial ínfimo”, justificou a relatora.

A versão aprovada também estabelece que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) terá processo simplificado para registro de medicamentos órfãos, bem como concederá prioridade aos pedidos que envolvam esse tipo de substância.

Já os pacientes que desejam usar medicamentos órfãos, registrados ou não, devem assinar termo de consentimento, antes de iniciar o tratamento.

Pílula do câncer
O colegiado, que é vinculado à Comissão de Seguridade Social e Família, foi recriado em maio deste ano. Em 2016, a subcomissão ouviu pesquisadores e mapeou as dificuldades para o desenvolvimento de pesquisas com novas substâncias, como a fosfoetanolamina, conhecida como “pílula do câncer”.

"Isso abriu um horizonte para que tivéssemos uma interpretação melhor e também um engajamento sobre esse tema. Esse relatório fez questão de trazer todos esses achados encontrados sem querer maquiá-los”, reforçou Leandre.

Reportagem – Emanuelle Brasil, Edição – Roberto Seabra, USP Imagens


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Agenda do Ministro de Estado, Ricardo Barros, Quinta-feira, 07 de dezembro de 2017

07h30 – Decolagem de Curitiba/PR para Foz do Iguaçu/PR (Uso da FAB para deslocamento)
09h – 41ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul e Estados Associados
Local: Hotel Bourbon Cataratas - Sala Araucária – Foz do Iguaçu/PR
14h30 – Decolagem de Foz do Iguaçu para Francisco Beltrão/PR
15h30 – Reunião com a Câmara Municipal de Vereadores de Francisco Beltrão
Local: Rua Tenente Camargo, 2173 – Centro

16h30 – Reunião com prefeitos e gestores da Região do Sudoeste do Paraná (AMSOP)
Local: Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná, Rua Peru, 1.301 0 Luther King

18h15 – Decolagem de Francisco Beltrão/PR para Foz do Iguaçu/PR
19h30 – Decolagem de Foz do Iguaçu/PR para Parnaíba/PI


BUTATAN - VISITA TÉCNICA, FÁBRICA DE HEMODERIVADOS

COMUNICADO
Visita Técnica

O Instituto Butantan, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo – (“SES/SP”), comunica aos agentes de mercado e demais interessados que abrirá a oportunidade para realização de VISITAS TÉCNICAS à Fábrica de Hemoderivados do Estado de São Paulo (“Fábrica”) a aqueles que estejam interessados em conhecer a planta e receber mais informações técnicas sobre o projeto de adequação, exploração, operação e manutenção da Fábrica de Hemoderivados do Estado de São Paulo (“Projeto”).

As VISITAS TÉCNICAS serão guiadas por profissionais do Instituto Butantan que estarão à disposição para esclarecem todas as dúvidas possíveis relacionadas à construção,
infraestrutura, equipagem da Fábrica, dentro outros aspectos técnicos.

Os horários disponíveis para a realização das Visitas Técnicas são os que seguem:
Data Horário
12/12/2017 09:30/12:00 e 14:00/16:30
13/12/2017 09:30/12:00 e 14:00/16:30
14/12/2017 09:30/12:00 e 14:00/16:30

A Fábrica está localizada no parque fabril do Instituto Butantan, cujo endereço é Av. Vital Brasil, 1500 - Butantã, São Paulo – SP.

Os agendamentos das VISITAS TÉCNICAS deverão ser feitos até o dia 08/12/2017 via e-mail diretoria.secretaria@butantan.gov.br durante horário comercial. Nessa ocasião, os seguintes dados deverão ser informados: nome, empresa/entidade e contatos.

A confirmação dos agendamentos será enviada por e-mail e os interessados receberão
orientações sobre o local para comparecimento. Serão tolerados atrasos de no máximo 15 minutos.

Todos os visitantes terão sua identificação registrada quando adentrarem às instalações da Fábrica.

Buscando a eficiência das visitas, só serão permitidos agendamentos para até 04 pessoas por visita.

Cada visita técnica terá a duração média de 1:00 hora.


Educação Interprofissional em Saúde é tema de Reunião Internacional

Realizado em Brasília, evento reuniu representantes de mais de 30 países da América Latina e Caribe, bem como representantes do Canadá, Reino Unido, Espanha e África

O Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES), com apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), realizou, nos dias 05 e 06 de dezembro, a 2ª Reunião Técnica Regional sobre Educação Interprofissional em Saúde: melhorar a capacidade dos recursos humanos para avançar a saúde universal. O objetivo do evento foi estabelecer uma ampla agenda para a incorporação do tema da Educação Interprofissional nas políticas de educação na saúde dos países da Região das Américas.

“Com esse encontro, esperamos avançar mais rapidamente e de forma efetiva no tema da Educação Interprofissional. O SUS apresenta em sua base constitucional potentes elementos para implementação da Educação Interprofissional. A exemplo temos as equipes da Estratégia de Saúde da Família, composta por profissionais médicos, enfermeiros, dentistas, auxiliares e técnicos de enfermagem e de saúde bucal e Agentes Comunitários de Saúde.

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – Os NASFs também apresentam em sua conformação a atuação das mais diversas profissões da área da saúde. Portanto podemos afirmar que o SUS é interprofissional.  O que precisaremos no momento é intensificar a aplicação dessa abordagem nos processos de trabalho em saúde, bem como nas instituições de ensino do país para que tenhamos um novo modelo de atenção mais integrado e colaborativo”, ressaltou o ministro da saúde, Ricardo Barros.


A Educação Interprofissional (EIP) é uma abordagem onde membros ou estudantes de duas ou mais profissões aprendem entre si e sobre os outros, com o objetivo de aprimorar a colaboração e qualidade dos cuidados e serviços, o que apresenta significativa correspondência com as bases organizacionais do trabalho em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). É um tema de relevância internacional e, segundo a OPAS, o Brasil vem se destacando progressivamente, desenvolvendo ações em suas políticas, que denotam notoriedade em todo o mundo.

Para o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Rogério Abdalla, “com essa agenda, temos a importante missão de incorporar, de forma mais concreta e institucionalizada, o tema da educação interprofissional nas políticas de educação na saúde do Brasil, bem como estimular a discussão em toda a região das Américas”.

Debates acerca do Tema
A 1ª Reunião Técnica Regional ocorreu em dezembro de 2016, na cidade de Bogotá, na
Colômbia. O objetivo foi estimular o debate teórico e metodológico da Educação Interprofissional e compartilhar as experiências nacionais do países participantes.

A 2ª Reunião debateu importantes aspectos, sobretudo do ponto de vista político, por permitir demonstrar os avanços do Brasil em relação ao tema e os esforços realizados pela atual gestão para incorporar, de forma mais consolidada, a Educação Interprofissional na política de educação saúde.

“Este evento representa um marco histórico para a política de educação na saúde do país. Reconhecer o tema da Educação Interprofissional como prioridade para a transformação do modelo de atenção à saúde, a correspondência existente com os princípios do SUS, possibilitará certamente a sua implementação, de forma mais assertiva na realidade brasileira”, ressaltou a diretora do DEGES, Cláudia Brandão.

Por Natalia Pinheiro, do NUCOM/SGTES


Número de órgãos e tecidos transportados por companhias aéreas em 2017 já é maior do que todo o ano de 2016

Acordo para transporte gratuito de órgãos e equipes de transplantes foi renovado pelos Ministérios dos Transportes e da Saúde, Anac, Aeronáutica, aeroportos e companhias aéreas

A quantidade de órgãos e tecidos transportados pelas companhias aéreas até outubro deste ano já supera o desempenho de janeiro a dezembro de 2016. No ano passado, Latam, Avianca, Gol, Azul e Passaredo foram responsáveis pelo transporte de 3.847 órgãos e tecidos em todo o país, enquanto o balanço até outubro deste ano já chega a 4.200 itens, um crescimento de 9,1%. Os números são do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), vinculado ao Ministério da Saúde.

O resultado favorável é fruto de um termo de cooperação entre os Ministérios da Saúde e a Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério dos Transportes, em 2011, e que foi renovado nesta quarta-feira (06/12), durante o I Simpósio Nacional de Gestão de Processos de Doação e Transplante, evento promovido pelo Ministério da Saúde.

Assinam o termo, além do ministério da Saúde e dos Transportes, Portos e Aviação, Agência Nacional e Aviação Civil (Anac), Aeronáutica, companhias aéreas e aeroportos. O documento representa uma cooperação logística firmada entre eles com o objetivo de realizar o transporte aéreo de órgãos para transplante de forma 100% gratuita e voluntária.
“O apoio das companhias aéreas, viabilizado por meio deste acordo, é fundamental na logística do Governo Federal para salvar vidas. É com essa parceria, assim como a disponibilidade de uma aeronave da FAB, o trabalho de inúmeros profissionais e a solidariedade da população brasileira que temos conseguido realizar, a cada ano, um número cada vez maior de transplantes no SUS”, destacou o ministro Ricardo Barros. O Brasil possui o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo, com a marca de mais de 24 mil cirurgias no ano passado.

Para o ministro dos Transportes, Portos e Aviação, Maurício Quintella, o termo de cooperação entre o setor público e privado permitiu que o deslocamento gratuito de órgãos por meio do transporte aéreo fosse realizado de forma mais ágil, eficiente e seguro. “O termo viabiliza uma grande operação logística que salva vidas em qualquer lugar do Brasil. Assim, garantimos que qualquer órgão doado ou equipe médica saia de uma localidade do país e chegue ao destino necessário, onde há um paciente aguardando para fazer um transplante”, avalia o ministro. “Com isso, é possível fazer o transporte em tempo hábil para manter o órgão em bom estado e atender prontamente a quem precisa, salvando mais vidas”, completa.

O termo prevê também que as empresas transportem sangue e equipes médicas. Os aeroportos arcam com os custos das taxas de embarque.

Outra parceira envolvida nesta missão de salvar vidas, a Força Aérea Brasileira (FAB) já transportou 199 órgãos/tecidos em 2017. O número também é superior à quantidade de 2016, quando foram transportados 184 itens. A FAB é acionada somente quando não há voos para atender a uma emergência. 

TRANSPORTES DE ÓRGÃOS PELAS CIAS AÉREAS EM 2015, 2016 E 2017
Total de Itens Transportados pelas Companhias Aéreas

2015
2016
2017*
Total de Órgãos
1.123
1.023
1.160
Total de Tecidos
2.417
2.824
3.040
Total de Geral
3.540
3.847
4.200




Total de Itens Transportados pela FAB

2015
2016
2017*
Total de Órgãos
28
177
198
Total de Tecidos
1
7
1
Total de Geral
29
184
199
*Dados até outubro de 2017.
FONTE: Sistema Nacional de Transplante/Ministério da Saúde
Da Ascom do Ministério do Transporte e da Saúde


41ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul e Estados Associados acontece em Foz do Iguaçu (PR)

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, participa nesta quinta-feira (07), às 9h, em Foz do Iguaçu (PR) da 41ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul e Estados Associados. Na ocasião, o Brasil irá discutir, em conjunto com outros países membros, temas como saúde sexual e reprodutiva, consumo de álcool, gestão de agrotóxicos e gordura trans. Durante a reunião, também está prevista a assinatura por parte dos governos brasileiros e uruguaio de acordo de cooperação na área da saúde.

41ª Reunião de Ministro da Saúde do Mercosul e Estados Associados
Data: 07 de dezembro (quinta-feira)
Horário: 9h (o atendimento à imprensa está previsto para o fim da reunião às 12h)
Local: Hotel Bourbon Cataratas - Sala Araucária – Foz do Iguaçu/PR
Mais informações /Ascom-MS

Convite: Frente Parlamentar da Hemofilia


Falha no diagnóstico de diabetes tipo 1 nas seis primeiras décadas de vida pode resultar em consequências graves à saúde

diabetes tipo 1 geralmente é considerado uma doença de crianças e adultos jovens. A susceptibilidade genética ao diabetes tipo 1 de início na idade jovem está bem definida e não predispõe ao diabetes tipo 2. Não se sabe com que frequência a susceptibilidade genética ao diabetes tipo 1 leva ao diagnóstico de diabetes após os 30 anos de idade. Para investigar a frequência e o fenótipo do diabetes tipo 1, resultante da alta susceptibilidade genética nas primeiras seis décadas de vida, foi realizado o presente estudo.

Nesta análise transversal, utilizou-se uma pontuação de risco genético para o diabetes tipo 1 baseada em 29 variantes comuns para identificar indivíduos de descendência europeia branca, no UK Biobank, na metade da população com alta ou baixa susceptibilidade genética ao diabetes tipo 1. A análise de Kaplan-Meier foi utilizada para avaliar o número de casos de diabetes em ambos os grupos nas primeiras seis décadas de vida.

Definiu-se geneticamente o diabetes tipo 1 como os casos adicionais de diabetes que ocorreram no grupo de alta susceptibilidade genética em comparação com o grupo de baixa susceptibilidade genética. Todos os casos restantes foram definidos como diabetes tipo 2. Avaliou-se as características clínicas dos grupos com diabetes tipo 1geneticamente definido ou com diabetes tipo 2.

Os resultados mostram que 13.250 (3,5%) de 379.511 indivíduos brancos europeus no UK Biobank desenvolveram diabetes nas primeiras seis décadas de vida. 1.286 casos a mais de diabetes estavam na metade da população com alta susceptibilidade genética ao diabetes do tipo 1 do que na metade da população com baixa susceptibilidade genética.
Estes casos de diabetes tipo 1 geneticamente definidos foram distribuídos em todas as idades do diagnóstico. 537 (42%) eram em indivíduos diagnosticados quando com idade entre 31-60 anos, representando 4% (537/12.233) de todos os casos de diabetes diagnosticados após os 30 anos de idade. As características clínicas do grupo diagnosticado com diabetes tipo 1 quando com idade entre 31 e 60 anos eram semelhantes às características clínicas do grupo diagnosticado com diabetes tipo 1 quando tinham 30 anos ou menos.

Estes indivíduos com diagnóstico de diabetes entre 31 a 60 anos, as características clínicas do diabetes tipo 1 diferiram das caraterísticas do diabetes tipo 2: apresentavam menor índice de massa corporal ou IMC (27,4 kg/m² [IC 95% de 26,7-28,0] vs 32,4 kg/m² [32,2-32,5]; p<0,0001), foram mais propensos a usar insulina no primeiro ano após o diagnóstico (89% [476/537] vs 6% [648/11 696]; p<0,0001) e eram mais propensos a ter cetoacidose diabética (11% [61/537] vs 0,3% [30/11696]; p<0,0001).

A susceptibilidade genética ao diabetes tipo 1 resulta em diabetes insulino-dependente, não dependente de obesidade, que se apresenta durante as primeiras seis décadas de vida. Os resultados destacam a dificuldade de identificar o diabetes tipo 1 após os 30 anos de idade devido à crescente prevalência do diabetes tipo 2. A falha no diagnóstico do diabetes tipo 1 de início tardio pode ter sérias consequências, pois esses pacientes desenvolvem rapidamente dependência à insulina.




Especialistas e deputados reclamam de fechamento de farmácias populares

O fechamento de farmácias populares da rede própria preocupa deputados e especialistas. As Comissões de Legislação Participativa, de Seguridade Social e Família e de Trabalho da Câmara realizaram audiência pública conjunta para discutir os impactos do fechamento da rede própria do Programa Farmácia Popular.

Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Audiência conjunta das comissões de Legislação Participativa, Seguridade Social e Trabalho da Câmara sobre o fim das farmácias populares

O programa, criado em 2004, tinha dois tipos de acesso para os pacientes: a rede própria, gerenciada pelo Ministério da Saúde, e as farmácias conveniadas na modalidade "Aqui tem farmácia popular". Mas o governo fechou as unidades próprias em agosto deste ano.

O Ministério da Saúde justificou a medida afirmando que os gastos com a compra de medicamentos representavam apenas 20% do orçamento de R$ 100 milhões do programa. O restante, ou R$80 milhões, eram gastos na manutenção de infraestrutura das farmácias. Com a decisão, essa verba passou para estados e municípios para a compra de remédios.

Para a deputada Flávia Morais (PDT-GO), autora do requerimento para o debate, além dos transtornos causados à população, o fechamento das farmácias da rede própria diminuíram a oferta de medicamentos de 112 para 34, que são ofertados na rede de farmácias parceiras. "É um programa muito importante e com certeza o povo brasileiro não pode ficar sem a farmácia popular."

Uso contínuo
Para o representante do Conselho Nacional de Saúde, Moyses Longuinho, a economia que o Ministério pensa que está fazendo vai na verdade gerar gastos ainda maiores porque muitos pacientes que faziam controle de hipertensão e diabetes por meio da farmácia popular não terão mais acesso aos medicamentos e voltarão a procurar os hospitais para internação.

"Vai matar gente! Números não são números, números são pessoas. É cidadão e cidadã com direitos constitucionais sendo retirados", criticou.

A Coordenadora-Geral do Programa Farmácia Popular do Ministério da Saúde, Cleonice Gama, reconheceu que faltam dados sobre o uso dos medicamentos o que dificulta muito a compra centralizada para todas as farmácias por parte do governo federal, mas garantiu que o repasse para a compra de medicamentos por parte das prefeituras continua sendo realizado normalmente.

Já o deputado Odorico Monteiro (PSC-CE) defendeu que o ministro da Saúde seja convocado para prestar esclarecimentos aos deputados e à população sobre os motivos da suspensão do programa.

Reportagem - Karla Alessandra
Edição - Geórgia Moraes

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Teste do pezinho

Audiência avalia projeto que amplia teste do pezinho para incluir 56 doenças genéticas

Médicos defenderam novo teste, mas Ministério da Saúde alerta para “custo e efetividade” da proposta

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O deputado Diego Garcia, relator do projeto, defendeu a ampliação da triagem neonatal, desde que não gere custos excessivos ao Estado

O deputado Diego Garcia (PHS-PR) pretende apresentar ainda neste ano seu relatório ao Projeto de Lei 7374/14, que amplia a triagem em recém-nascidos para incluir doenças do Erro Inato do Metabolismo (EIM), também conhecidas como doenças metabólicas hereditárias. O objetivo da proposta é garantir o diagnóstico e o tratamento precoce de 56 doenças genéticas.

Atualmente, o teste do pezinho ou triagem neonatal realizado no Brasil tem em seu escopo seis doenças, sendo a fenilcetonúria uma de erro inato do metabolismo.

Diego Garcia deve apresentar um texto substitutivo para englobar sugestões recebidas nesta terça-feira (5) em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família, onde a proposta está em análise. O projeto de lei é de autoria do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE).

Especialistas convidados defenderam a detecção precoce de problemas, mas observaram que a ampliação do teste do pezinho deve ser feita com cautela, a fim de não gerar custos excessivos para o Estado em diagnósticos de doenças que são raras.

“Da forma que está, o projeto de lei torna inviável o custo-efetividade. Ao mesmo tempo, as seis doenças que podem ser detectadas hoje é muito pouco”, observou Diego Garcia.

Deficiência
Os Erros Inatos do Metabolismo são condições genéticas que nascem com o indivíduo. A pessoa tem uma dificuldade em transformar uma substância no seu organismo, o que causa consequências que se manifestam na forma de uma doença, quase sempre relacionadas a deficiência intelectual.

Esses erros inatos correspondem a 10% de todas as doenças genéticas. Existem pelo menos 500 distúrbios conhecidos. A incidência é de um caso para cada 5 mil nascidos vivos ou 20 casos para 100 mil indivíduos, o que se constitui como doença rara.

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
A médica geneticista Maria Teresa Rosa lembrou que a detecção precoce vai permitir o tratamento o mais cedo possível, evitando sequelas
Detecção precoce

Médica geneticista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Maria Teresa Rosa defendeu na audiência a detecção precoce e o tratamento iniciado o mais cedo possível. “São crianças que vão viver doentes ou com sequelas ou vão morrer. Se diagnosticadas e tratadas, evita-se tudo isso”, afirmou.
José Franco, outro médico geneticista, também defendeu a inclusão dos EIM nos exames de rotina feitos em recém-nascidos. “Quanto mais o tempo passar, mais grave a criança fica e fora da idade ideal de transplante, quando há indicação. Daí, colocar o teste na triagem neonatal é uma necessidade”, defendeu.

Cautela
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Erros Inatos do Metabolismo e Triagem Neonatal, o pediatra Armando Fonseca, a triagem neonatal deve evoluir de uma forma responsável. As doenças a serem detectadas devem ser introduzidas sempre que se possa disponibilizar orientação às famílias e tratamento adequado às crianças, para dar uma condição de vida melhor do que se não houvesse diagnóstico.

O representante do Conselho Federal de Medicina (CFM) na audiência, Aníbal Gil Lopes, disse que o projeto de lei é redundante ao tratar de questões que estão entre as atribuições do Ministério da Saúde. Ainda segundo ele, o texto motivaria a apresentação de inúmeros projetos de lei, cada um dedicado a uma doença ou conjunto de doenças, o que não seria razoável.

“O que se faz hoje e deve continuar a ser feito é triagem para doenças em que o diagnóstico laboratorial é confiável e faz diferença agir rapidamente. Os outros testes devem ser realizados quando for levantada pelo pediatra ou médico geneticista a suspeita de doença rara a partir dos sinais e sintomas apresentados pelo recém-nascido”, disse.

Critérios
Os critérios do Ministério da Saúde para incluir doenças no Programa Nacional de Triagem Neonatal incluem, entre outros pontos, os benefícios evidentes do tratamento precoce e a alta incidência da doença na população.

Na avaliação do representante da pasta na reunião, Eduardo Gomes, pode-se trabalhar com foco em uma política de atenção às doenças raras, com ampliação da rede habilitada para receber os casos suspeitos e encaminhá-los ao tratamento adequado. “A gente está aqui falando de uma triagem universal que é polêmica e controversa. Temos que avaliar o custo e a efetividade disso”, destacou.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Roberto Seabra

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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

ZIKA - VACINA AVANÇA

Fórmula criada nos EUA é testada pela primeira vez em humanos e tem resultados positivos quanto à tolerância e ao tratamento. Dos 55 imunizados, 90% mantiveram as células de defesa contra o vírus um mês depois das aplicações

Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, sigla em inglês) anunciaram o sucesso de uma vacina contra o vírus zika, micro-organismo que, em gestantes, provoca anomalias irreversíveis no feto em desenvolvimento. Eles descreveram, na revista The Lancet, os resultados promissores de estudos clínicos de fase 1 -- que asseguram a tolerância a um tratamento em humanos --, realizados em três centros norte-americanos. Antes, a substância havia sido testada em animais.

"Precisamos urgentemente de uma imunização para prevenir a infecção por zika, um vírus que pode causar defeitos no nascimento e outras anomalias de desenvolvimento em bebês nascidos de mulheres infectadas, assim como uma constelação de outros problemas de saúde em adultos e crianças", disse, em nota, Anthony S. Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid), braço do NIH que desenvolveu a substância descrita na edição de ontem The Lancet. "Estamos muito confiantes com esses primeiros resultados que indicam que a vacina ZPIV é segura e imunogênica", completou.

ZPIV é a sigla para vacina de zika com vírus purificado e inativado, nome da nova substância. Os resultados mostraram que, além de bem tolerada pelo organismo, ela conseguiu desencadear uma resposta imunológica contra o vírus; ou seja, passou no teste da segurança e se mostrou capaz de proteger contra o patógeno. A vacina contém partículas do zika que foram inativadas e, portanto, não podem replicar e causar doenças. Porém, como a capa proteica do vírus se mantém intacta, ele é reconhecido pelo sistema imunológico.

Dos 67 participantes dos três estudos iniciais de fase 1, 55 receberam a vacina e 12 ficaram no grupo do placebo. A ZPIV foi administrada com um adjuvante (composto que ajuda a induzir uma resposta imune ainda mais forte) contendo sais de alumínio. Todos os voluntários tomaram duas injeções intramusculares com a mesma dosagem, administradas com um intervalo de quatro semanas. Os ensaios foram duplo-cego, significando que nem os pesquisadores nem os participantes sabiam quem estava com o placebo.

Periodicamente, foram retiradas amostras do sangue dos voluntários. Em mais de 90% dos indivíduos que, de fato, receberam a vacina, detectaram-se os anticorpos do zika até quatro semanas após a última dose. Embora não tenha sido determinada ainda qual a concentração de anticorpos necessária para combater a infecção congênita, estudos com animais estão ajudando a levantar algumas pistas. Os pesquisadores investigaram o possível mecanismo de proteção vacinal transferindo os anticorpos dos participantes imunizados para ratos e, em seguida, infectando os animais com o vírus. Os resultados indicaram uma proteção robusta contra a viremia (vírus detectados na corrente sanguínea).

Com a segurança testada, o Niaid está liderando um esforço internacional para avaliar a vacina em um estudo de fase 2, quando, além da tolerabilidade, os pesquisadores se concentrarão na eficácia da substância. "Logo após os primeiros relatos de que a infecção por zika durante a gestação pode levar a defeitos congênitos, os cientistas do Niaid criaram uma das primeiras vacinas experimentais contra a doença, usando uma plataforma baseada em DNA, e iniciaram os estudos menos de um ano depois. Agora, começamos os testes de fase 2 desse candidato, para determinar se ele pode prevenir contra a infecção, e os promissores dados da fase 1 publicados hoje (ontem) dão apoio a esse desenvolvimento", afirmou Anthony S. Fauci.
Brasil

Atualmente, os NIH testam outras imunizações em potencial contra esse micro-organismo nos Estados Unidos e nas Américas Central e do Sul. No Brasil, o Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, anunciou, para o próximo ano, os primeiros testes com humanos de uma vacina contra o zika. A busca por uma fórmula eficaz de proteção mobiliza cientistas pelos efeitos do zika no organismo e pelo seu avanço rápido. Desde 2015, segundo a Organização Mundial da Saúde(OMS), cerca de 70 países e territórios das Américas, África, Ásia e Pacífico Ocidental têm relatado casos de infecção.

O IEC, em parceria com a Universidade do Texas, demonstrou, há três meses, que uma vacina contra o zika pode proteger os fetos rapidamente, além de evitar infecções e danos testiculares em machos que tiveram contato com o vírus. Os testes foram realizados em primatas não humanos, e o resultado foi descrito em um artigo publicado na revista Nature Communications. Estudos anteriores mostraram que homens infectados e que não têm sinais da doença podem ter contagem de esperma reduzida. O vírus também se mantém no sistema reprodutivo masculino por muitos meses, o que aumenta o risco de transmissão sexual.

A vacina de dose única é feita com vírus vivo atenuado e deve ser testada em humanos no ano que vem. "Ter uma vacina contra zika que protege o sistema reprodutivo dos machos, as mulheres grávidas e seus fetos vai melhorar os esforços de saúde pública para evitar defeitos de nascimento e outros efeitos da doença nas regiões onde o zika circula. É importante notar que o fato de a vacina exigir apenas uma dose é extremamente importante: vacinas que requerem várias doses são impraticáveis para moradores de regiões em desenvolvimento, onde o acesso a instalações médicas pode ser limitado", explicou Pedro Vasconcelos, diretor do IEC e codesenvolvedor da substância.

Correio Brasiliense


Compra de remédio cubano sem licitação é tema de audiência nesta quarta na Câmara dos Deputados

As comissões de Fiscalização Financeira e Controle; e Finanças e Tributação convidaram o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para explicar o processo de escolha de uma empresa cubana para fabricação da eritropoietina, medicamento indicado no tratamento da anemia associada à insuficiência renal crônica.

O debate foi sugerido pelo deputado Wilson Filho (PTB-PB) e está marcado para esta quarta-feira (6). O parlamentar explica que Brasil e Cuba assinaram, em 2003, um acordo para transferência de tecnologia para produção da eritropoietina.
“O acordo de transferência de tecnologia foi assinado com a empresa cubana Cimab S.A., em 2004 e, em 2005, obteve-se o registro do produto para iniciar a rotulagem e embalagem pela Bio-Manguinhos.”

A Bio-Manguinhos é a unidade da Fundação Oswaldo Cruz responsável pelo desenvolvimento tecnológico e pela produção de vacinas, reativos para diagnóstico e biofármacos.

“Entretanto, entre 2005 e 2016, verifica-se que as despesas decorrentes da aquisição de eritropoetina humana recombinante da empresa cubana, mediante inexigibilidade de licitação, ultrapassou o montante de R$1 bilhão”, afirma o parlamentar.

Wilson Filho quer explicações sobre o processo de inexigibilidade e sobre o contrato de transferência tecnológica entre Brasil e Cuba.

O deputado também é autor de uma proposta que pede ao Tribunal de Contas da União para fiscalizar as compras feitas da empresa cubana (PFC 138/17).

A audiência com o ministro está marcada para as 9 horas, no plenário 9.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Da Redação – ND, Agência Câmara Notícias


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