Aumentar até 2023 o dispêndio
de pesquisa em colaboração com empresas de 10% para 13% do total e de 5% para
10% em pesquisa em áreas estratégicas, com objetivos definidos em virtude de
seu interesse para o Estado. Este é parte do plano de metas orçamentárias
aprovado pelo Conselho Superior que o novo presidente da FAPESP, Marco Antonio
Zago, ajudará a conduzir ao longo de seu mandato de três anos.
Em cerimônia de posse
realizada na sexta-feira (05/10), Marco Antonio Zago, novo presidente da
FAPESP, ressaltou papel da instituição na formação de recursos humanos
qualificados e na inovação no país
Em cerimônia de posse na
sexta-feira (05/10), Zago ressaltou o fortalecimento de programas de perfil
tecnológico e de inovação já em curso na FAPESP, sem que o apoio à pesquisa
básica sofra qualquer efeito negativo. “Não pode, aqui, haver competição, mas
sempre complementariedade”, disse.
Com 150 instituições de pesquisa e desenvolvimento e cerca
de 15 mil empresas inovadoras, nas quais atuam 55% dos seus 70 mil
pesquisadores, o Estado de São Paulo, lembrou Zago, constituiu ao longo das
décadas o mais sólido complexo de ciência, de tecnologia, dos setores acadêmico,
industrial, de saúde e de agropecuária do país.
“A formação de recursos
especializados para esses setores é uma das maiores contribuições da FAPESP
para o Estado e para o Brasil, e será sempre uma de suas prioridades; por isso,
41% dos recursos utilizados pela Fundação no ano passado foram aplicados em
bolsas, e desde sua fundação, foram 158 mil bolsas”, disse.
Zago começou seu discurso
lembrando que em 2019 completam-se 50 anos da chegada do homem à Lua. E que o
sucesso da empreitada não foi resultado do acaso, “de deixar a ciência
construir seu caminho”, mas sim uma resultante prática de uma decisão política
do presidente dos Estados Unidos John Kennedy, anunciada em discurso ainda em
1961.
“A diretriz política clara,
neste caso, foi o enunciado de um tópico de interesse amplo da nação, que
originou ações agregadoras e sincrônicas de diferentes níveis. O resultado
prático surgiu em oito anos”, disse.
Ele lembrou que o sistema de
ciência, tecnologia e educação superior do Estado de São Paulo “não é produto
da ação isolada de qualquer líder, governante ou partido político, mas sim uma
construção coletiva da sociedade paulista ao longo de décadas”, disse.
“Da mesma forma, o sucesso da
FAPESP, construído pela inteligência e dedicação de sucessivos dirigentes,
diretores, conselheiros e presidentes, continuará dependente de forte apoio da
academia, das empresas, da imprensa paulista, do governo, dos parlamentares, e
de um trabalho interno coeso e consistente.”
Programas inovadores
O novo presidente lembrou
ainda que, além da formação de recursos humanos altamente qualificados, a
FAPESP se caracteriza por programas inovadores que fortalecem ou promovem a
formação de núcleos de ciência, tecnologia ou inovação. Como exemplos, citou o
sequenciamento do genoma da Xyllela fastidiosa, o Programa
Genoma do Câncer, o Programa BIOTA de biodiversidade, o Programa FAPESP de
Pesquisa em Bioenergia, o Programa de Pesquisa para o SUS, o Programa de
Pesquisa em Políticas Públicas e os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão
(CEPIDs).
Zago destacou também o
investimento da FAPESP em Centros de Pesquisa em Engenharia e Centros de
Pesquisa Aplicada, em parceria com empresas, para pesquisa por até dez anos e
investimentos da FAPESP, das empresas e das universidades e institutos de
pesquisa que os sediam
Zago recomendou ainda o
fortalecimento do programa de estímulo à cooperação internacional. Entre os
resultados, a ação contribuiu para aumentar a relevância dos artigos
científicos publicados pelos pesquisadores, o reconhecimento da excelência das universidades
e “a atração de jovens pesquisadores do exterior para participar da renovação
da força de trabalho especializada”.
Marco Antonio Zago graduou-se
pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde obteve títulos de mestre e
de doutor, tendo realizado o pós-doutorado na Universidade de Oxford.
Foi reitor e pró-reitor de
Pesquisa da USP, presidente do CNPq, coordenador do Centro de Terapia Celular
de Ribeirão Preto (CEPID FAPESP), diretor clínico do Hospital das Clínicas de
Ribeirão Preto e membro da Comissão Nacional de Biossegurança. É o atual secretário
de Estado da Saúde do Governo do Estado de São Paulo.
Zago sucede José Goldemberg,
presidente de 2015 a 2018. Na passagem do cargo, o vice-presidente no exercício
da presidência, Moacyr Eduardo Krieger, desejou sorte ao novo presidente e
agradeceu o trabalho do antecessor.
“Nossos melhores votos para
que em sua gestão a FAPESP continue cumprindo com sucesso sua obrigação
constitucional de promover o desenvolvimento científico e tecnológico no Estado
de São Paulo. Devemos também consignar um voto de agradecimento ao professor
José Goldemberg, homem público, cientista e educador reconhecido
internacionalmente, que presidiu a Fundação com competência nos últimos três
anos”, disse Krieger.
Além de Krieger, estiveram
presentes na cerimônia
Ricardo Alexandre Almeida
Bocalon, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia
e Inovação, representando o governador Márcio França;
Wanda Machado Hoffman, reitora
da Universidade Federal de São Carlos;
Soraya Smaili, reitora da
Universidade Federal de São Paulo;
Marcelo Knobel, reitor da
Universidade Estadual de Campinas;
Antonio Carlos Hernandes,
vice-reitor no exercício da Reitoria da Universidade de São Paulo;
Sergio Roberto Nobre,
representando Sandro Roberto Valentini, reitor da Universidade Estadual
Paulista;
Ricardo Toledo Silva,
secretário de Estado em exercício de Energia e Mineração;
José Luiz Fontes,
representando o secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento de São
Paulo,
Francisco Sergio Ferreira
Jardim;
Antonio Rugolo Júnior,
secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Saúde;
coronel PM Helena dos Santos
Reis, secretária-chefe da Casa Militar e coordenadora estadual da Defesa Civil;
os conselheiros da FAPESP
Pedro Wongtchowski,
Ignacio Maria Poveda Velasco,
Carmino Antonio de Souza,
José de Souza Martins,
Ronaldo Pilli,
Marilza Vieira Cunha Rudge, e
Vanderlan da Silva Bolzani,
representando ainda o
presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira;
Carlos Henrique de Brito Cruz,
diretor científico da FAPESP;
Fernando Dias Menezes de
Almeida, diretor administrativo da FAPESP;
Maria Zaira Turchi, presidente
do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa;
Marcos Buckeridge, presidente
da Academia de Ciências do Estado de São Paulo;
Carlos Vogt, presidente da
FAPESP de 2002 a 2007;
Flavio Fava de Moraes,
diretor-geral da Fundação Faculdade de Medicina e diretor científico da FAPESP
entre 1985 e 1993; e
Axel Zeidler, cônsul- geral da
Alemanha.
André Julião |
foto: Felipe Maeda, Agência FAPESP