Nesta edição, o tema são os
medicamentos isentos de prescrição (MIPs), indicados para o alívio de sintomas
de doenças leves e vendidos sem receita médica.
Já está disponível no portal
da Anvisa o 9º Boletim de Farmacovigilância, que nesta edição traz diversas
informações sobre medicamentos isentos de prescrição (MIPs), que podem ser
vendidos em farmácias e drogarias sem a necessidade de receita médica. Também
chamados de medicamentos de venda livre, esses produtos são indicados para
aliviar sintomas de doenças leves e apresentam baixo potencial de causar danos
à saúde, quando usados adequadamente.
A publicação aborda os
benefícios dos MIPs, mas também chama a atenção para os riscos da automedicação
e a ocorrência de efeitos indesejados (eventos adversos) após o uso desses
produtos. Neste contexto, o boletim destaca tanto a importância das ações de
vigilância e de monitoramento dos medicamentos (farmacovigilância) quanto da
notificação de eventos adversos à Anvisa.
Há também informações sobre a
regulação sanitária dos MIPs no Brasil, orientações relativas às embalagens e
bulas, bem como recomendações para profissionais e consumidores. A publicação
traz, ainda, dados da participação desses medicamentos no mercado farmacêutico
mundial, além de resultados de estudos nacionais e internacionais sobre o uso
desses fármacos por idosos e crianças.
Confira na íntegra o 9º Boletim de Farmacovigilância.
Sobre os produtos
Os MIPs são medicamentos
aprovados pelas autoridades sanitárias para tratar, prevenir ou aliviar sinais
e sintomas de condições de saúde leves e não graves. Podem ser vendidos sem
exigência de prescrição ou receita médica, devido à sua segurança e eficácia
comprovada, desde que utilizados de forma adequada, conforme a bula.
Por isso, vale ressaltar que
os MIPs são isentos de prescrição médica, mas não são isentos de orientação
para o seu uso. Isso porque, como qualquer outro medicamento, eles apresentam
riscos à saúde e podem ocasionar danos se utilizados de forma incorreta.
No Brasil, os casos de eventos
adversos após o uso de MIPs, como náusea, enjoo, fraqueza, sonolência ou reação
alérgica, entre outros, devem ser notificados por cidadãos ou profissionais de
saúde. O relato do caso deve ser feito por meio do VigiMed, sistema
informatizado de acesso fácil e rápido disponível no portal da Anvisa.
Após serem inseridas no
VigiMed, as informações relatadas (notificações) são analisadas pela Agência de
acordo com a gravidade, o risco associado ao evento adverso, a previsibilidade
(se era esperado ou não) e a relação entre o caso e o medicamento utilizado.
Automedicação
De acordo com a publicação, a
prática da automedicação tem preocupado as autoridades sanitárias e ainda é
incipiente a conscientização da população quanto aos reais riscos embutidos no
consumo de MIPs. Há vários problemas que podem afetar a saúde do paciente, como
a hipersensibilidade aos componentes da fórmula, reações adversas e interações
com outros medicamentos, vendidos sob prescrição ou não.
No Brasil, de setembro de 2013
a fevereiro de 2014, a prevalência estimada de automedicação foi de 16,1%,
sendo maior na região Nordeste (23,8%). No geral, os MIPs corresponderam a
65,5% do total de medicamentos usados para automedicação. De acordo com dados
do boletim, os analgésicos e os relaxantes musculares foram os grupos
terepêuticos mais utilizados, sendo a dipirona o fármaco mais consumido no
país.
Boletins anteriores
O Boletim de Farmacovigilância
foi criado em 2012, com o objetivo de disseminar informações relevantes sobre o
tema, com destaque para a atuação da Anvisa. Até 2013, ano em que a produção do
material foi interrompida, foram publicadas quatro edições do periódico.
Em 2018, a produção foi
retomada, com o lançamento do 5º Boletim de Farmacovigilância, dedicado ao
VigiMed. A 6ª edição, publicada em setembro de 2019, abordou a atualização das
normas sanitárias de farmacovigilância para os detentores de registro de
medicamentos. Já o 7º Boletim, de outubro do ano passado, teve como foco a
subnotificação de suspeitas de reações adversas. O tema central da 8ª versão,
publicada em janeiro deste ano, foram os erros de medicação.