segunda-feira, 29 de março de 2021
Conexão Brasília com o jornalista Olho Vivo Edmar Soares
-- Brasília, 29 de março
-- Orçamento: O presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco, disse ontem à Globonews não há “nenhuma ilegalidade”
no Orçamento 2021 e disse que é “plenamente possível” corrigir distorções
aprovadas.
-- Mudanças: O governo vai
encaminhar projeto de crédito suplementar para recompor a peça orçamentária,
além de cancelar algumas das despesas incluídas pelo relator, senador Márcio
Bittar, disse o Valor Econômico.
-- Vetos: O Tribunal de Contas
da União vai recomendar vetos no texto aprovado, sob o risco de o presidente
Jair Bolsonaro cometer crime fiscal, informa o Globo.
-- Itamaraty: O chanceler
Ernesto Araújo lançou ataque pesado ao Congresso no fim de semana, sugerindo
que há parlamentares “comprados” pela chinesa Huawei para beneficiá-la na
implementação da telefonia 5G. A revista Época conta que congressistas vão
apresentar hoje ao Supremo Tribunal Federal um pedido de impeachment.
-- Ideológicos: O Senado deve
se mobilizar, nesta semana, para dificultar a permanência do assessor especial
para assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins, no governo
Bolsonaro, segundo a CNN Brasil. Parlamentares marcaram para decidir amanhã um
requerimento de voto de censura.
-- Vacinação: O novo ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou sua participação em audiência pública
hoje às 16h00, na comissão do Senado que monitora a pandemia. Na sexta-feira, o
país alcançou a marca de 1 milhão de vacinados por dia, conforme dados
oficiais.
Edmar
Soares
DRT 2321
RESOLUÇÃO CTE-CMED Nº 4, DE 25 DE MARÇO DE 2021- Estabelece procedimentos para a análise dos Documentos Informativos de Preço referentes aos pedidos de precificação de medicamentos destinados ao tratamento da Covid-19, pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos
DIÁRIO
OFICIAL DA UNIÃO
Publicado
em: 29/03/2021 | Edição: 59 | Seção: 1 | Página: 4
Órgão:
Presidência da República/Conselho de Governo/Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos
RESOLUÇÃO
CTE-CMED Nº 4, DE 25 DE MARÇO DE 2021
Estabelece procedimentos para
a análise dos Documentos Informativos de Preço referentes aos pedidos de
precificação de medicamentos destinados ao tratamento da Covid-19, pela Câmara
de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
O SECRETÁRIO-EXECUTIVO faz
saber que o COMITÊ TÉCNICO-EXECUTIVO DA CÂMARA DE REGULAÇÃO DO MERCADO DE
MEDICAMENTOS, no uso das competências que lhe conferem o Artigo 6º da Lei nº
10.742, de 6 de outubro de 2003, bem como nos incisos III e XI do Artigo 12 da
Resolução CMED nº 03, de 29 de julho de 2003 (Regimento Interno), em obediência
ao disposto no inciso II, do Artigo 2º do Decreto nº 10.139, de 28 de novembro
de 2019, com fulcro no disposto nos incisos III e V do Art. 2º do Decreto nº
4.766, de 26 de junho de 2003, que regulamenta a Lei nº 10.742, de 6 de outubro
de 2003, c/c Artigo 20 da Resolução CMED nº 2, de 05 de março de 2004, e
conforme decisão do Comitê Técnico-Executivo da CMED tomada na ocasião da 3ª
Reunião Ordinária, realizada no dia 25 de março de 2021, e:
Anexo:
FABIANA NEIVA NUNES AZEVEDO para exercer a Função de Coordenadora de Assuntos Especiais em Contencioso Judicial e Extrajudicial, da Coordenação-Geral de Assuntos Judiciais, da Consultoria Jurídica
DIÁRIO
OFICIAL DA UNIÃO
Publicado
em: 29/03/2021 | Edição: 59 | Seção: 2 | Página: 39
Órgão: Ministério
da Saúde/Gabinete do Ministro
PORTARIA
Nº 453, DE 24 DE MARÇO DE 2021
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE,
no 34uso da competência que lhe foi delegada pelo art. 6º do Decreto nº 9.794,
de 14 de maio de 2019, resolve:
Designar FABIANA NEIVA NUNES
AZEVEDO para exercer a Função Comissionada do Poder Executivo de Coordenadora
de Assuntos Especiais em Contencioso Judicial e Extrajudicial, código
FCPE-101.3, nº 10.0024, da Coordenação-Geral de Assuntos Judiciais, da
Consultoria Jurídica.
MARCELO
ANTÔNIO CARTAXO QUEIROGA LOPES
Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.
LUCIANA MONTEIRO VASCONCELOS SARDINHA exonerada a pedido do cargo de Coordenadora-Geral de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis
DIÁRIO
OFICIAL DA UNIÃO
Publicado
em: 29/03/2021 | Edição: 59 | Seção: 2 | Página: 38
Órgão: Ministério
da Saúde/Gabinete do Ministro
PORTARIA
Nº 508, DE 22 DE MARÇO DE 2021
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE,
no uso da competência que lhe foi delegada pelo art. 6º do Decreto nº 9.794, de
14 de maio de 2019 e a Portaria da Casa Civil da Presidência da República n°
455, de 22 de setembro de 2020, resolve:
Exonerar, a pedido, a partir
de 15 de março de 2021, LUCIANA MONTEIRO VASCONCELOS SARDINHA do cargo de
Coordenadora-Geral de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis,
código DAS-101.4, nº 32.0059, do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância
de Doenças não Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde.
MARCELO
ANTÔNIO CARTAXO QUEIROGA LOPES
Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.
Programa de Gestão Orientada para Resultados (PGOR) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
DIÁRIO
OFICIAL DA UNIÃO
Publicado
em: 29/03/2021 | Edição: 59 | Seção: 1 | Página: 122
Órgão: Ministério
da Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária
PORTARIA
PT Nº 173, DE 25 DE MARÇO DE 2021
Estabelece orientações,
critérios e procedimentos de funcionamento do Programa de Gestão Orientada para
Resultados (PGOR) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
O Diretor-Presidente da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe
confere o art. 47, VI aliado ao art. 54, III, § 3º do Regimento Interno
aprovado pela Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº255, de 10 de dezembro
de 2018, com base na Instrução Normativa nº 65, de 30 de julho de 2020 do
Ministério da Economia / Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e
Governo Digital / Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal, resolve:
O Diretor-Presidente da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe
confere o art. 47, VI aliado ao art. 54, III, § 3º do Regimento Interno
aprovado pela Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº255, de 10 de
dezembro de 2018, com base na Instrução Normativa nº 65, de 30 de julho de 2020
do Ministério da Economia / Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e
Governo Digital / Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal, resolve:
Art. 1º Estabelecer
orientações, critérios e procedimentos de funcionamento do Programa de Gestão
Orientada para Resultados (PGOR) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa).
Anexo:
Ministro Marcelo Queiroga fala à Comissão da Covid-19 nesta segunda
Elisa Chagas | 26/03/2021,
11h35 - ATUALIZADO EM 28/03/2021, 08h50
Reprodução/Tv Senado
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Saiba mais
- Veja a pauta completa da Comissão Temporária (09h)
- Veja a pauta completa da Comissão Temporária (16h)
- Coronavírus: propostas de enfrentamento aprovadas no Senado
- Vacinas brasileiras lutam para irem além da pesquisa básica
O novo ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, confirmou sua participação em audiência pública nesta segunda-feira
(29), às 16h, na comissão temporária criada para acompanhar as ações contra a
covid-19 (CTCOVID19). O senadores da comissão debaterão com o ministro o Plano
Nacional de Imunização e o cumprimento dos prazos já estabelecidos, entre
outras medidas de combate à pandemia.
Pela manhã, às 9h, a Comissão
da Covid-19 promoverá outra audiência pública, que debaterá o andamento dos
processos de autorização emergencial e definitiva de vacinas contra a doença. O
colegiado também vai discutir a produção de vacinas no Brasil.
Para a audiência da manhã,
foram convidados representantes da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa); do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa); do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI); da Diretoria
do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde;
e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sidan).
Produção de vacinas
Na quinta-feira (25), o
relator da comissão, senador Wellington Fagundes (PL-MT), se reuniu com com a
ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para discutir estratégias de ampliar
a produção brasileira de vacinas para até 400 milhões de doses. Segundo o
senador, o objetivo é encurtar o calendário de imunização da população com a
inclusão de três novos superlaboratórios, que hoje produzem vacinas para
animais.
— Com a transferência da
tecnologia, temos grandes indústrias com condições de produzir vacinas com toda
a biossegurança e com tecnologia de ponta. O que precisa agora é um
entendimento entre Brasil e seus organismos e também com os acordos
internacionais que já foram feitos.
Durante reunião do colegiado
na segunda-feira (22), o senador Otto Alencar (PSD-BA) destacou que o Brasil
produz 30 tipos de vacina para os bovinos e só dois tipos de vacina para os
humanos.
De acordo com Wellington, o
segmento reúne 28 laboratórios de produção de produtos animais, sendo três
deles classificados na categoria NB3+, o mais elevado nível de biossegurança,
exigido para produção de vacinas.
— Se nós conseguirmos todas as
licenças, é possível que em 90 dias após a aprovação nós tenhamos o volume de
vacinas para atender toda a população brasileira — afirmou o senador.
O presidente da Academia
Brasileira de Medicina Veterinária e ex-ministro do Desenvolvimento Regional,
Josélio Moura, também participou da reunião com a ministra. Para ele, o
Brasil precisa fazer um esforço de guerra neste momento.
— Precisamos dar respostas
imediatas. O ministério da Agricultura, juntamente com o Ministério da Saúde,
pode encontrar a viabilidade dessa produção em grande escala e curto espaço de
tempo. As indústrias brasileiras já têm um parque tecnológico apropriado. O que
precisa? A célula-mãe, unicamente, porque isso é um know-how que vem de
indústrias que já estão desenvolvendo há algum tempo.
COMO ACOMPANHAR E PARTICIPAR
Agência Senado (Reprodução
autorizada mediante citação da Agência Senado)
ABERTURA do Chamamento Público nº 3/2021 que tem como objeto o recebimento em doação, sem ônus ou encargos, de equipamentos CONCENTRADORES DE OXIGÊNIO MEDICINAL
DIÁRIO
OFICIAL DA UNIÃO
Publicado
em: 27/03/2021 | Edição: 58-B | Seção: 3 - Extra
B | Página: 1
Órgão: Ministério
da Economia/Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo
Digital/Secretaria de Gestão/Central de Compras
AVISO
DE CHAMAMENTO PÚBLICO Nº 3/2021 - UASG 201057
O Ministério Economia por meio
da Central de Compras torna pública a ABERTURA do Chamamento Público nº 3/2021
que tem como objeto o recebimento em doação, sem ônus ou encargos, de
equipamentos CONCENTRADORES DE OXIGÊNIO MEDICINAL para atendimento ao
Ministério da Saúde, conforme condições e exigências estabelecidas no Edital e
anexos.
O recebimento das propostas
pela Comissão de Processamento das Doações poderá ser feito até às 18:00 do dia
08/04//2021, por meio eletrônico, através do e-mail doacoes@economia.gov.br ou
via protocolo eletrônico por meio do site https://www.gov.br/pt-br/servicos/protocolar-documentos-junto-ao-ministerio-da-economia.
O Edital de Chamamento Público, bem como as demais informações sobre o processo
podem ser consultados pelo portal
https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/gestao/central-de-compras.
COMISSÃO
DE PROCESSAMENTO DAS DOAÇÕES
Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.
COMISSÃO EXTERNA DE ENFRENTAMENTO À COVID_19 - O Uso da Tecnologia no Enfrentamento à COVID19
COMISSÃO EXTERNA
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS DESTINADA A ACOMPANHAR O ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DA
COVID-19 NO BRASIL
56ª Legislatura -
3ª Sessão Legislativa Ordinária
PAUTA DE REUNIÃO
EXTRAORDINÁRIA
DIA 30/03/2021
LOCAL: Anexo II, Plenário 07
HORÁRIO: 09h30min
TEMA: "O Uso da Tecnologia no Enfrentamento à
COVID19"
I) Audiência Pública com o tema: "O Uso da
Tecnologia no enfrentamento da COVID-19" (REQ 41 /2021)
Convidados
1) ALANA RIZZO (Confirmada)
Relações Governamentais do YOUTUBE
2) GEOVANI MACHADO Diretor Executivo da HSP Software
3) MARCELO LACERDA (Confirmado)
Relações Governamentais do GOOGLE
4) MARCUS CARVALHO (Confirmado)
Gerente de Comunicações do CONASS
5) MAURO GUIMARÃES JUNQUEIRA (Confirmado)
Secretário-Executivo do CONASEMS
II) Deliberação dos Requerimentos recebidos até às 19
horas do dia 29 de março de 2021.
domingo, 28 de março de 2021
IBMP lança campanha solidária para garantir alimentação aos mais vulneráveis
O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) lançou no dia 26 de março uma campanha solidária para arrecadar cestas básicas e garantir a alimentação diária de famílias em situação de risco em Curitiba/PR, tanto pelo agravamento da pandemia de Covid-19, mas também pela crise econômica e humanitária que afeta boa parte da população.
“A restrição de circulação é
necessária neste momento, pois não há leitos disponíveis e a vacinação avança
ainda lentamente. Esta restrição, sem amparo econômico e social, acompanhada de
crise econômica, muito desemprego, deixa famílias inteiras sem a alimentação
básica. A fome não pode esperar. O cenário é dramático e precisamos agir
rápido, por isso criamos esta campanha solidária e nos comprometemos a dobrar o
número de doações realizadas no site específico da campanha”, afirma o
diretor-presidente do IBMP, Pedro Ribeiro Barbosa. Inicialmente a campanha
solidária foi pensada para ser uma ação entre os colaboradores da Instituição,
mas na medida em que ela foi sendo desenvolvida, concluiu-se que ela poderia se
tornar mais abrangente e sensibilizar mais pessoas se também fosse divulgada nas
redes sociais do IBMP.
A previsão inicial é alcançar
1.500 cestas doadas pelo Instituto durante a campanha. O IBMP fará uma contagem
pública das doações nas redes sociais para dar transparência aos números da
campanha e ao mesmo tempo estimular as doações. “Já adquirimos as primeiras 200
cestas para dar início a campanha. Esperamos uma boa adesão e a doação contínua
para que possamos ajudar o maior número de famílias enquanto a pandemia durar.
Esperamos ainda que esse modelo de campanha sensibilize também outras empresas
e a sociedade. Urge sermos solidários”, ressalta Barbosa.
A campanha traz a opção de
duas cestas básicas com valores de R$30,00 e R$50,00. Elas serão entregues para
a Central Única das Favelas de Curitiba/PR (CUFA). A entidade é reconhecida
pela atuação em 25 comunidades da capital paranaense, no qual atende mais de
220 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Para contribuir com a
campanha, clique no link abaixo.
https://hrcestas.com.br/produto/ibmp-e-pr/
“ButanVac é um marco na retomada da produção nacional de vacinas”, diz Eduardo Costa
Por Hora do Povo
Eduardo Costa, professor da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) Fotomontagem HP
“Se não houver a direção
industrial no processo, nós não conseguimos inovar. Os projetos ficam nas
bancadas. Quase todas as vacinas que foram usadas no passado, até 1964, eram
vacinas desenvolvidas dentro do país. O Butantan, ao retomar esse processo, está
de parabéns”, assinalou o professor da Fiocruz, que acrescentou: “Não dá para
ter inovação tecnológica no Brasil sem ter uma indústria nacional forte”
O médico sanitarista Eduardo
Costa, professor da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Osvaldo Cruz
(Fiocruz), ex-secretário de estado da Saúde do Rio de Janeiro, no governo
Leonel Brizola, e ex-diretor da Farmanguinhos, comentou neste sábado (27), em
entrevista ao HP, o anúncio, feito pelo Instituto Butantan, de São Paulo, do
desenvolvimento e a produção no Brasil de uma nova vacina contra a Covid-19, a
ButanVac, com tecnologia desenvolvida pelo instituto, em associação com outros
órgãos.
“O anúncio desse
desenvolvimento, de uma vacina do Butantan, tem algumas características
especiais, é muito interessante, mas, de qualquer modo, ainda falta saber mais
detalhes sobre essa tecnologia, porque vivemos em tempos de sobrevalorização do
marqueting e de corrida midiática”, disse o professor.
Eduardo Costa (Foto:
Reprodução do youtube)
“O que nós estamos vendo é que
esta iniciativa usa uma tecnologia de multiplicação do antígeno em ovos, o que
várias vacinas usam, como a da gripe. Com isso há a capacidade de produzir uma
quantidade grande, ou de vírus inativado mesmo ou do vetor viral modificado. Há
alguns detalhes que eu ainda não peguei, no que foi divulgado na imprensa”,
prosseguiu Costa.
O professor da Fiocruz
considera que “isso significa bastante coisa para a Saúde Pública brasileira”.
Eduardo Costa lembra que “quase todas as vacinas que foram usadas no passado,
até 1964, eram vacinas desenvolvidas dentro do país”. “E isso incluiu até mesmo
uma delas na qual tivemos uma grande colaboração de americanos, com o antígeno
(seed) sendo originário da Austrália mas desenvolvida aqui no Brasil na década
de 30, no então Instituto Oswaldo Cruz, que foi a vacina para a febre amarela”,
destacou.
“Quase todas as vacinas que
foram usadas no passado, até 1964, eram vacinas desenvolvidas dentro do país”
Eduardo acrescentou que foi o
Instituto Osvaldo Cruz, lembrando que foi o precursor da Fiocruz que produziu
muitas outras vacinas. “Ele desenvolveu, lá naquele tempo passado, também
vacinas para uso veterinário, como para a manqueira (doença bovina causada pela
bactéria Clostridium Chauvoei). Antes, já produzíamos a vacina anti-variólica,
por exemplo.”, explicou.
“Mais recentemente”,
prosseguiu Eduardo Costa, “começou uma moda de importar tecnologia de grandes
empresas multinacionais, substituindo as que nós tínhamos e não colocando, na
verdade, um produto novo, ainda que possa ter ganhos de economicidade ou
reatogenicidade, ao absorverem inovacões incrementais”. “Por isso nós vemos com
destaque essa questão do Butantan desenvolver a produção da vacina a partir da
semente, quer dizer, aparentemente, desde o início”, assinalou.
“Pelo que foi depois
divulgado, essa semente foi desenvolvida nos laboratórios do Mount Sinai dos
Estados Unidos, que cedeu gratuitamente e sem royalties, mas não apenas para o
Butantan. Isto já aconteceu antes e é um avanço tecnológico e na política
mundial de avançar em equidade no acesso a vacinas. Na gestão do Jorge Kalil ,
o Instituto adquiriu os antígenos para a vacina da Dengue do NIH e desenvolveu a
mesma, tendo patenteado o processo e desenvolvido estudos clínicos (fase III
ainda não concluída). No caso presente o vetor viral modificado é o vírus
Newcastle, de gripe aviária.
Costa acrescentou que há uma
observação importantes a fazer: “ ainda falta uma ligação orgânica da bancada
dos laboratórios com a indústria; a pesquisa nas universidades cresceu muito.
Tem muita gente atuando. Mas nós temos um problema. Precisamos de um projeto de
desenvolvimento nacional. Sem indústria nacional, ela (a ciência) não inova.
Quem vai aprovar e quem vai utilizar, no fundo, o que os nossos cientistas são
capazes de desenvolver, etc, vão ser outros países, porque isso aqui é uma
cadeia no mundo, especialmente entre universidades, onde circula o
conhecimento, as tecnologias e os equipamentos”, disse ele.
Para Costa, a capacidade de
produção é uma questão chave. “Se não houver a direção industrial no processo,
nós não conseguimos inovar. Os projetos ficam nas bancadas”, assinalou
Para Costa, a capacidade de
produção é uma questão chave. “Se não houver a direção industrial no processo,
nós não conseguimos inovar. Os projetos ficam nas bancadas”, assinalou.
Ele associou esse novo tipo de
processo de desenvolvimento, das pequenas startups, à onda neoliberal. “Um
modelinho assim onde todos os cientistas acham que vão se dar bem um dia. Não,
todos os cientistas vão ter que passar para uma multinacional, ou uma empresa
fora, o que eles fazem”, apontou. Ele ressaltou que o processo de
desindustrialização do país, agravado nos últimos vinte anos, piorou ainda mais
a situação e as perspectivas para as startups locais. “Elas não terão
capacidade de investimento para criar uma indústria, apesar de poderem
desenvolver até um novo produto”, denunciou Costa.
“Não dá para ter inovação
tecnológica no Brasil sem ter uma indústria nacional forte. E nós estamos neste
momento numa demonstração cabal disso. O Instituto Butantan usou, inclusive, de
uma maneira correta, a absorção de tecnologias de um modo soberano e ousou
também avançar no sentido de produzir a sua própria vacina, com as suas próprias
características, que eles acham que podem ser mais vantajosas para o Brasil. E
isso é que nós temos que saudar”, afirmou Eduardo Costa.
“Eu não tenho dúvida que, do
ponto de vista científico, hoje há muita cooperação, nós podemos, teoricamente,
desenvolver produtos. Na verdade, no entanto, especialmente nessa área que é
fundamental num país como o nosso, com uma população de 200 milhões de
habitantes, nós termos condições de produzir o que nós precisarmos para poder
atender a um SUS novo, renovado, no sentido de estar ligado no que é a
necessidade estratégica do país”, prosseguiu.
“Podemos consolidar uma área
de desenvolvimento industrial para apoiar as atividades de saúde. E não só nas
de vacinas, são vários fármacos diferentes que temos aí, especialmente os mais
caros hoje, que são quase sempre de origem biológica, com genética aplicada a
esse desenvolvimento”, apontou Costa.
“Então”, prosseguiu o
professor, “eu acho que nós temos que saudar esta iniciativa do Butantan,
porque os tempos bicudos que nós vivemos aí, de entreguismo a toda prova, o
Instituto levanta-se com alguma coisa digna de ser exemplar”. “Eu estou muito
feliz com essa decisão deles, com esse encaminhamento”.
“Eu acho que nós temos que
saudar esta iniciativa do Butantan, porque os tempos bicudos que nós vivemos
aí, de entreguismo a toda prova, o Instituto levanta-se com alguma coisa digna
de ser exemplar”
Eduardo Costa resgatou a
importância do Butantan para a ciência brasileira: “O Instituto Butantan é um
acervo nacional da melhor qualidade. Ele foi fundado por um homem que se
chamava Vital Brazil. Ele deu uma partida muito cedo, há mais de cem anos no
desenvolvimento de soros e outros produtos biológicos. A tradição nacionalista
do Instituto Butantan, nos anos recentes, foi muito alimentada por um outro
grande brasileiro, que foi seu diretor por muitos anos, Isaias Raw”, lembrou.
O professor conta que “Isaias
era combatente mesmo e, inclusive, fazia disso um instrumento de crítica, que
muitas vezes outras instituições do país da mesma área não gostavam, mas era
tudo pensado a partir da questão do desenvolvimento brasileiro. Essa tradição
aparentemente continuou”.
“É o que nós estamos vendo
agora: todas as instituições nacionais tiveram subidas e descidas na sua
história, nas conjunturas políticas econômicas, mas o Butantan tem estado aí
preocupado com as coisas do Brasil, desde acidentes com animais peçonhentos,
tem toda essa tradição. Apoiou, inclusive, a interiorização do Brasil, porque
era fundamental, no início da República”, observou.
“E depois, especialmente, com
os avanços que se obteve a partir de 30, com a marcha para o oeste, que deram
condições para que o Brasil progredisse e ocupasse seu território de uma
maneira produtiva. Então, é bela a história do Butantan e de outras
instituições brasileiras. Mas, como eu queria reforçar, há um destaque no
Butantan que é a defesa do desenvolvimento brasileiro autônomo”, acrescentou o
sanitarista.
“Hoje essa associação do
Butantan com a Sinovac, nós podemos chamar de uma associação virtuosa. Há
poucos dias, nós estávamos avançando não só na produção da vacina CoronaVac,
que não foi desenvolvida em pesquisa original no Brasil, mas foi usada
corretamente, inclusive porque vai também se apropriar dos modos dessa
tecnologia para a produção”, disse o professor.
“Essa associação do Butantan
com a Sinovac, nós podemos chamar de uma associação virtuosa”
“Existe uma tecnologia de
desenvolvimento de um germe para ser capaz de produzir o produto que queremos,
e, depois, na quantidade que queremos. Aí já é um processo industrial. Uma
parte é laboratorial e outra parte é industrial. Isso é muito importante porque
o Butantan claramente fez um acordo soberano com a China e isso está sendo
demonstrado”, argumentou Costa.
“Tem que ver mais do que o
simples fato, não é ufanismo, de que o Brasil é capaz. É uma estratégia
política correta em que a China não é um país que tem o interesse de abafar o
desenvolvimento brasileiro. Por isso, a Sinovac não fez restrições a que o Butantan
pudesse desenvolver outros produtos”.
“Eu digo que essa associação é
virtuosa porque ela permitiu que o Instituto coordenasse o estudo da fase 3,
não precisou que empresas estrangeiras viessem aqui para isso. O Butantan está
fazendo agora um estudo em Serrana que é exemplar para poder ver, numa fase 4,
como é que funciona a vacina. Lá na China essa associação virtuosa, como eu
estou chamando, nos dá notícia agora que a Sinovac já está testando em alguns
milhares de crianças de três a 18 anos a vacina para poder mostrar, sem maiores
problemas, que é segura, pois nós sabemos que vacinas de vírus inativado, como
essa, são frequentemente dadas em todas as outras doenças, em crianças também –
e elas têm capacidade de responder”, apontou.
“Eu quero valorizar o uso de
uma transferência tecnológica feita de maneira soberana. Isso é essencial. Se
não entendermos os termos dessa negociação, não vamos entender porque, por
exemplo, não foi boa a que fez a Fiocruz com a Astrazeneca. Por quê? Porque foi
fazer com a ‘big farma’, que asfixia e faz condições contratuais completamente
diferentes”, considerou Costa, para concluir: ”a minha ansiedade, conhecendo o
Brasil de hoje. é que esse porto novo nos Estados Unidos não esteja sendo
levado pelos que querem fechar a porta para a cooperação com a China.
SÉRGIO CRUZ
sábado, 27 de março de 2021
ANVISA RECEBE PEDIDO PARA AUTORIZAÇÃO DE ESTUDO DA VACINA VERSAMUNE®️-COV-2FC
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária Anvisa recebeu nesta sexta-feira(26) o pedido para
realização de estudo fase 1 e 2 da vacina Versamune®️-CoV-2FC, desenvolvida
numa parceria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, a empresa
Farmacore e PDS Biotechnology, dos Estados Unidos.
Segundo os procedimentos da
Anvisa, a análise considerará a proposta do estudo, o número de participantes e
os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos que são
realizados em laboratório e animais.
Entenda melhor os fluxos e prazos para aprovação de estudos clínicos.